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O que mais perturba, neste ponto da crise mundial, é percebermos que ninguém tem uma ideia que seja alternativa ao primado do dinheiro, ou melhor, ao primado de quem possui dinheiro em espécie ou sob outra forma qualquer.
A tão incensada intervenção do Estado consiste, no essencial, em usar o nosso dinheiro para restaurar os mecanismos que tanto criticamos. Não precisamos de mais Estado, precisávamos de um "homem novo" que, ao contrário do outro, não esperasse pelo Estado para lançar mãos a uma nova economia.
Em certo sentido têm razão aqueles que dizem que "este é o nosso mundo", aquele que talvez venhamos a recordar com saudade apesar das suas taras e injustiças.
As ilusões e os virtuais em que temos vivido, de forma crescente, nas últimas centenas de anos, permitiram criar um "castelo de cartas" em que muitos de nós, apesar de tudo, gozávamos um relativo conforto. Talvez faça até sentido perguntar se não faz parte da condição social do homem a permanente criação de "castelos de cartas", sejam eles religiões, utopias ou mercados. Viveríamos melhor sem eles ?
Veremos dentro em breve, quando a crise se agudizar, quantos dos críticos do sistema estão preparados para abdicar das mordomias de que usufruem.
Ninguém se preparou para o colapso; se calhar não faz sentido alguém preparar-se para um colapso.
"Cancelamentos culturais" na América (10)
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[image: TT18.jfif]
«Ernest Hemingway costumava elogiar Mark Twain (1835-1910) alegando que
este romancista, humorista e repórter ensinara os compatrio...
Há 1 hora
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