domingo, setembro 23, 2018

Fim do Verão


sábado, setembro 15, 2018

Em defesa das selfies





Em defesa das selfies
Ao longo de milénios os seres humanos viveram sob o jugo de uma impossibilidade; mostrar aos outros aquilo que tinham visto. Claro que podiam fazer uns rabiscos, como nas pinturas rupestres, ou então fazer longas descrições orais, ou escritas, que ficariam sempre a léguas do original.
Em meados do século dezanove, apenas há 170 anos, a fotografia irrompeu como uma esperança. Finalmente podia pegar-se numa folha de papel e mostrar ao vizinho do lado a praia do último verão.
Mas o processo era complicado e oneroso. E de qualquer forma a exibição da imagem abrangia sempre um número muito pequeno de pessoas.
A representação digital das imagens, que em termos práticos não terá mais do que 30 anos, acelerou sem dúvida a produção de réplicas. Uma vez "scanadas" as fotografias obtidas em película podiam ser replicadas sem esforço de maior.
O problema é que ainda há 20 anos a transmissão electrónica das imagens, em rede, só era exequível para imagens de baixa resolução e com tamanhos muito limitados.
Todos nos lembramos daqueles "sites", um pouco mais carregados de fotografias, que demoravam dez minutos a abrir.
Nessa altura surgiram as câmaras digitais que dispensavam o processo de scanning, o que era muito mais prático mas que obrigava à tarefa de descarregar as fotos da câmara para o computador.
As redes evoluíram e tornaram-se mais rápidas. Os telemóveis foram dotados de câmaras e, em anos recentes, foi finalmente possível captar uma imagem e divulgá-la na rede instantâneamente.
Se a história da humanidade fosse o equivalente de 100 anos, esta fase em que estamos corresponderia aos últimos 10 segundos.
Digam lá se não é caso para ficar eufórico e passar a vida a dizer "vejam onde eu estou", "vejam quem me está a dar beijinhos" e outras infantilidades.

quinta-feira, setembro 13, 2018

quarta-feira, setembro 12, 2018

Os mitos dos eucaliptos


Os mitos dos eucaliptos
Hoje estive no interior do país, na zona dos Passadiços do Paiva. Ao longo do caminho vi constantemente cabeços, colinas e serras cobertas de eucaliptos de alto a baixo.
Apesar de toda a retórica da "limpeza das matas" do Cabrita, um cretino alçado a ministro, há eucaliptos e outras árvores ao longo das estradas. Em certos sítios os eucaliptos jovens, nas bermas, só faltava entrarem pela janela do carro.
Só alguém que vive num ministério em Lisboa pode falar do "ordenamento da floresta" como uma coisa económicamente viável. Milhares de hectares ocupados pelos eucaliptos, em encostas íngremes e pedregosas, dificilmente terão a sua ocupação modificada, até porque o eucalipto é uma árvore que depois de cortada, ou ardida, renasce a breve trecho de forma ainda mais caótica. Vêem-se vastas zonas ardidas há um ou dois anos em que os eucaliptos já crescem de novo sem qualquer intervenção humana.
O eucalitpto veio tornar produtivos muitos territórios que nada rendiam e, ainda por cima, reconstitui-se depois das catástrofes sem onerar os proprietários.
Para o bem e para o mal o eucalipto está para ficar, e todo o planeamento estratégico terá de partir desta realidade.

terça-feira, setembro 04, 2018

domingo, setembro 02, 2018

Fauna afectuosa