quinta-feira, junho 30, 2011
Partido Comunista Chinês celebra 90º aniversário
quarta-feira, junho 29, 2011
Sem explosões
O Presidente da República não falou do programa do Governo, mas sublinhou que os portugueses não podem ter ilusões porque Portugal chegou a uma "situação explosiva" e insistiu na "distribuição justa" dos sacrifícios. DN 28.06.2011
"Situação explosiva"?
Senhor Presidente, não é conveniente espalhar alarmismos.
A mim parece-me que os portugueses já perceberam muito bem a situação em que o país se encontra e estão preparados para assumir as consequências.
Sem explosões.
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terça-feira, junho 28, 2011
Il dit n'importe quoi
"A Europa é uma vergonha, porque não tem líder à altura da situação. O que estão a fazer à Grécia é uma vergonha, porque a Grécia é a pátria e a inventora da democracia, da ciência e da cultura", considerou o ex-Presidente da República Mário Soares.
Uma vergonha intelectual é equiparar a Grécia nascida no século XIX, e os seus actuais desmandos e trambiques, com a Grécia clássica de há 2.500 anos que foi o berço da nossa civilização. Não tem nada a ver uma coisa com a outra, excepto o território.
Se Soares com este seu rigor é o pai da nossa democracia então podemos dizer, dado o estado em que ela se encontra, "quem sai aos seus não degenera".
Como bem dizia em tempos "son ami Mitterrand", Soares "dit n'importe quoi".
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segunda-feira, junho 27, 2011
A última verdade nua e crua
Esta iniciativa "vem pedalar" é paradigmática da crise de confiança que abala as nossas sociedades.
Qualquer grupelho minúsculo de exibicionistas tem cobertura mediática e fala como se fosse detentor de uma superioridade moral que escapa ao comum dos cidadãos.
Fazendo tábua rasa das instituições e dos constrangimentos económicos e sociais, pregam a última moda de um radicalismo folclórico, que logo depois dará lugar a uma nova fé redentora.
Em Lisboa exigem mais "vias cicláveis" apesar de as existentes, pagas por todos os cidadãos, terem uma utilização ridiculamente baixa.
Não há pachorra.
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Castilla - La Mancha
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quinta-feira, junho 23, 2011
Uma potência que compra em segunda mão
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quarta-feira, junho 22, 2011
Como reconhecer a esquerda?
Retirado do texto "Como reconhecer a esquerda?" de António Guerreiro, no Expresso de 18.06.2011
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domingo, junho 19, 2011
Que mais nos irá acontecer?
A recente campanha para as legislativas demonstrou que um partido no poder, quando chega a ser odiado por quase toda a gente, deve abster-se de atacar os adversários. Porquê? Porque nessas circunstâncias as críticas (por ex. de ultra-neo-liberalismo) se transformam em elogios e os perigos augurados (por ex. o desmantelamento do estado social) se convertem em objectos de desejo.
Em tais situações, em vez de atacar os adversários, é preferível falar da bondade das realizações próprias ou dos planos excelentes que se tem para o futuro. Perde-se à mesma mas não se reforça a influência ideológica do adversário.
Mas se as eleições de 5 de Junho foram inoportunas em face dos problemas do país, a disputa que lhes sucedeu imediatamente, pela liderança do partido derrotado, é o que de pior podia acontecer no período pós-eleitoral. Os candidatos sentem-se obrigados, cada um mais do que o outro, a demonstrar através de bravatas a sua sanha contra o adversário que acabou de os derrotar.
Entretêm-se por isso a prolongar penosamente a campanha que acabou no dia 5 de Junho, e cujos resultados são irreversíveis, cometendo exactamente o mesmo erro estratégico (explicado mais acima) que o líder deposto.
Assis e Seguro regressam paradoxalmente às acusações ao PSD, que a votação do dia 5 mostrou serem totalmente ineficazes, em vez de se concentrarem nos erros do PS que atiraram mais de metade dos eleitores para os braços da direita.
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sexta-feira, junho 17, 2011
Parábola dos náufragos
Era uma vez duas barcas que se perderam no mar, com céu nublado e sem estrelas, sem instrumentos de navegação, num tempo remoto em que não havia GPS.
Levantou-se algazarra sobre que direcção tomar, e foi tão grande que resolveram fazer uma votação.
Se bem o pensaram melhor o fizeram. Numa delas ganhou o norte e na outra venceu o sul.
A do norte, após calar os recalcitrantes, desatou a remar e alcançou terra firme quinze dias depois, já sem água potável e quase sem esperança.
Na aldeia a que aportaram ficaram a saber que, se tivessem rumado a sul, teriam encontrado terra firme em três parcos dias. Voltou a algazarra e houve muitas cabeças partidas mas salvaram-se todos.
A do sul, apesar da votação, não conseguiu sair do local onde se encontrava no meio do mar. Havia quem discordasse do resultado e se recusasse a remar. Houve mesmo quem tivesse arremessado os remos borda fora como protesto contra a burrice dos outros votantes.
As discussões continuaram até que a água se acabou e as gargantas secaram.
A partir desse ponto só por gestos se agrediram enquanto o sol não os queimou também.
Ainda hoje a barca à deriva, carregada de ossos, ameaça dar à costa num lugar qualquer.
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quinta-feira, junho 16, 2011
Quem Vai à Guerra
Hora da publicação: 12:26 0 comentários
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A vingança dos PIGS
Uma boa parte da minha vida tentei imaginar o fim do capitalismo como um caos galopante mas agora, pelo que me dizem, o capitalismo alimenta-se do seu próprio caos. Será que tudo isto faz algum sentido?
Nesses tempos costumava pensar-se que o descalabro do capitalismo, ainda que penoso, seria a porta de entrada num mundo paradisíaco (de qualquer forma sem as 10.000 virgens que já estavam reservadas para os muçulmanos). Mas hoje o descalabro parece-se demasiado com um mero descalabro.
Agora todos os dias os jornais dão sinais do desmoronamento daquilo a que costumávamos chamar prosperidade ocidental.
Mas em verdade vos digo que, nestes tempos de decadência geral, será muito mais fácil e suportável estar de tanga no Sul da Europa do que na Alemanha. É a vingança dos PIGS.
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Hora da publicação: 09:52 1 comentários
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sexta-feira, junho 10, 2011
Qué da minha Raquel?
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Sete anos é o tempo que levo de serviço nesta blogosfera e ainda não sei muito bem quem é a minha Raquel. Começo, portanto, a servir outros sete anos.
É nisto que dá comemorar o aniversário do blog no dia de Portugal e de Camões.
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Hora da publicação: 12:53 6 comentários
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terça-feira, junho 07, 2011
Período de reflexão
Hora da publicação: 23:08 8 comentários
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segunda-feira, junho 06, 2011
Vem aí o lobo
O Partido Socialista cometeu uma enorme imprudência, para não lhe chamar provocação, ao forçar José Sócrates como candidato nestas eleições, mesmo sabendo que uma larga maioria dos portugueses já não podia sequer vê-lo repetir as suas lengalengas.
A campanha socialista, por causa disso, consistiu numa frenética diabolização dos adversários a quem atribuiu as intenções mais monstruosas ao estilo "vem aí o lobo" (ainda contarão esta história às crianças?).
Perante os resultados da votação é caso para perguntar se a maioria dos portugueses querem realmente a destruição do estado social e a instauração da selvajaria nas relações laborais. É claro que não querem.
Os portugueses não acreditaram na veracidade dessas acusações e castigaram aqueles que tentaram usar o medo para se manter no poder.
Este episódio é no entanto o culminar de um longo processo com que Sócrates anestesiou o PS, de tal modo que ninguém se atreve hoje a prever o modo como se fará a sua substituição. Ele emergiu em 2005, num momento de excessiva facilidade, aproveitando uma onda contra Santana Lopes que lhe deu a maioria absoluta. Já na altura eu alertei o júbilo da esquerda para uma vitória com pés de barro, por não se alicerçar num projecto digno desse nome.
Em 2009 Sócrates foi reeleito, embora perdendo a maioria absoluta, mas a sua vitória, sabemos hoje, baseou-se em omissões e mistificações sobre a real situação financeira do país. Essa fuga para a frente, por vezes alucinante, manteve-se até à sua irremediável queda em 2011, abandonado pelo próprio ministro das finanças.
Pelo caminho cometeu o que seria talvez o seu maior erro estratégico. Não soube resistir à chantagem do Bloco e embarcou na candidaventura presidencial de Manuel Alegre. De uma penada afrontou o seu eleitorado de duas formas: por um lado misturando-se com o "radicalismo irresponsável" e por outro afrontando Cavaco que se mantinha como o único referencial para a maioria do eleitorado do centro. A manobra era obviamente postiça mas os 19% de Alegre nas urnas mostraram que uma grande parte dos votantes socialistas tinham optado pelo adultério.
De toda essa trapalhada o PS só conseguiu um resultado, o regresso ontem ao redil de uns 4% de eleitores que em 2009 tinham fugido para o BE. Se não fosse esse regresso a derrota do Partido Socialista teria uma dimensão histórica, só comparável ao descalabro que lhe causou o PRD de inspiração eanista em 1985.
A demissão de Sócrates, apresentada no meio das ruínas, foi o último acto desta tragédia protagonizada por um homem que se revelou um comunicador de grande nível mas que nunca conseguiu ultrapassar a sua própria pequenez cultural e de carácter. O país acordou mais livre.
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sábado, junho 04, 2011
Eles falam tudo
Quando a campanha se iniciou já nós estávamos fartos de os ouvir.
A democracia só será perfeita quando se tornar desnecessário este tipo de campanhas eleitorais .
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sexta-feira, junho 03, 2011
A Troika à margem da campanha
O documento da troika prevê o corte das pensões e o congelamento dos salários até 2013. O texto é este:
"No seguimento da redução média em 5% dos salários do sector público neste ano, os salários e as pensões serão congelados até 2013, excepto no caso das pensões mais baixas. Além disso, será introduzida em 2012 uma contribuição especial com incidência sobre as pensões acima de €1.500, ficando isentas as pensões mais baixas.
Sobre isto, como sobre o resto, a campanha eleitoral foi omissa embora importasse saber:
1. Se a "contribuição especial", que segundo alguns pode chegar aos 10%, tem carácter provisório ou definitivo
2. Se vão ser igualmente (mal)tratados os que descontaram fortemente toda a vida e os que têm pensões obtidas, por estratagemas legais, sem ter feito os descontos normais
Como se isto não bastasse ficamos hoje a saber pelo Jornal I que o fundo da Segurança Social perdeu 8% do valor.
Dados consultados pelo i mostram ainda que no final de Maio deste ano a dívida soberana nacional pesava 58% na carteira do FEFSS, contra 53% no final do ano.
Afinal o tão badalado "estado social" é não só pretexto eleitoral como bóia de salvação financeira (à custa da segurança futura dos reformados)
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Hora da publicação: 12:38 3 comentários
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quarta-feira, junho 01, 2011
Analogia automobilística
Aqui fica uma forma didática para explicar a deplorável situação a que o país chegou, recorrendo a uma analogia automobilística.
Os governos dos últimos anos comportaram-se como aqueles tipos que derretem as suas poupanças, e ainda se endividam, para impressionar os vizinhos com um faiscante BMW, novinho em folha, estacionado na praceta. Na verdade as suas posses recomendariam antes um Renault Mégane (em segunda mão).
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Hora da publicação: 12:15 3 comentários
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