sábado, abril 30, 2011

Segundo as últimas sondagens


Segundo as últimas sondagens

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Também ele um notável beirão.

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Também ele um notável beirão.

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sexta-feira, abril 29, 2011

Espelho meu, espelho meu, há alguém mais rico do que eu?

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A economia chinesa vai passar de 11,2 biliões de dólares este ano para 19 biliões daqui a cinco anos. Em comparação, os Estados Unidos verão o seu produto interno bruto (PIB) subir dos 15,2 biliões atuais para 18,8 biliões de dólares.
Finalmente, a China ultrapassa os EUA na "corrida" do poder económico, anos antes das famosas previsões da  Goldman Sachs para os BRIC (acrónimo criado por aquele firma financeira para o grupo das grandes potências emergentes, Brasil, Rússia, Índia e China). As contas foram feitas pela Market Watch, com base nas estimativas do relatório de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI). Um "detalhe" a que ninguém ligou.

A Market Watch baseou-se nas estimativas fornecidas pelo FMI em termos de paridade de poder de compra (PPC), ou seja o que realmente cada povo ganha e compra na economia real em que vive.

O FMI reagiu, de imediato, à "bomba" lançada pela Market Watch, afirmando que opta por fazer as comparações com base nas taxas de câmbio, e não em PPC.Comparando, segundo o critério recomendado pelo FMI, a economia americana, em 2016, ainda terá um PIB 70% superior ao chinês.
Neste pequena "guerrilha" de critérios, a MarketWatch ressaltou, em resposta, que as comparações com taxas de câmbio têm um problema -  baseiam-se em fluxos monetários internacionais com flutuações regulares de valorização e desvalorização das divisas, que nada têm a ver com o produto real.

Expresso online, 29.04.2011

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quinta-feira, abril 28, 2011

Soarismo-Cavaquismo ou Eanismo-Sampaismo?

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A retórica da unidade, antes e depois das eleições, cai bem. À primeira vista parece ser uma panaceia excelente contra o caos da guerra partidária. Até acabou de ser benzida, no 25 de Abril, pelos quatro Presidentes.
Mas uma reflexão mais crítica não deixará de encontrar precipícios nesta paisagem tão idílica.

Nós portugueses aderimos com facilidade a propostas que nos evitem chatices, como por exemplo imputar responsabilidades. Ou seja, separar o trigo do joio. Dá um jeitão ao governo em funções- e até aos presidentes dos últimos trinta anos- este diluir das culpas. Nós podemos meter tudo no mesmo saco antes das eleições mas então há que perguntar: em que é que as pessoas votam? estão a escolher o quê?

A "ajuda externa", o álibi para esta operação casamenteira, não é o nosso principal problema, é apenas o mais urgente. Não nos obriga a fingir que há unanimidade onde ela não existe. Resolve-se assim: os credores dizem o que temos que fazer para nos emprestar dinheiro e cada partido, de acordo com as suas opções, assina ou não assina por abaixo. Não é necessário que se faça qualquer aliança, o que é necessário é convencer os partidos a assinar o acordo se se provar que a obtenção do empréstimo é favorável ou, no mínimo, imprescindível.

O nosso principal problema é como mudar de vida. As eleições devem esclarecer qual o caminho escolhido pelos portugueses para sairmos do atoleiro em que nos encontramos (já que a "ajuda externa" é só a bóia que evita o afogamento no local). Tal esclarecimento não se fará com "uniões de facto" à molhada- entre pessoas e organizações que se detestam- mas através da apresentação clara de propostas por cada partido.

Os portugueses têm que evitar escapismos confortáveis e escolher uma das três grandes opções:
1. continuar com o "socialismo moderno" do actual primeiro-ministro, cuja performance já conhecem
2. preferir experimentar uma abordagem de contornos liberais como a que é proposta pelo PSD e CDS
3. escolher a esquerda "pura e dura" representada pelo PCP e BE.
O ideal era que dessem a maioria absoluta a uma destas opções. Se o não fizerem caberá ao partido mais votado procurar aliados e compromissos para obter maioria parlamentar. Qualquer pessoa percebe que isto é o normal num regime democrático. Não justifica o alarido dos discursos inflamados de convergências.

De tudo o que ficou dito deve concluir-se que a campanha populista de "convergência e unidade", em que os quatro presidentes embarcaram (Sócrates, como não podia deixar de ser, apressou-se a saltar também para o convés), constitui uma mistificação. Conduz o povo para uma ideia fácil mas improdutiva, uma espécie de pântano, em vez de o incentivar a assumir o seu próprio destino através escolhas claras e das inerentes responsabilidades.

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terça-feira, abril 26, 2011

O barbeiro da dívida

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O manual da política europeia para lidar com a crise da dívida soberana estabelece um primado contra-intuitivo: uma verdade é sempre mentira até prova em contrário. O governo da Grécia jurava não precisar de assistência externa até ao dia em que a pediu. Chegou em Maio de 2010. Ocorreu o mesmo na Irlanda e em Portugal.
A crise sistémica da dívida soberana passou agora à segunda fase. Depois da estabilização financeira na zona euro, é preciso começar a resolver os problemas económicos. E é aqui que entra a "reestruturação da dívida", uma hipótese que todos negam mas que está no horizonte. O haircut, ou corte de cabelo, significa uma renegociação com os credores privados para reduzir o valor líquido da dívida. 

Os credores privados estão a pressionar a reestruturação da dívida grega. Um estudo do Citigroup permite perceber porquê: "Acreditamos que a maioria [dos credores] admite a necessidade do haircut, sobretudo porque a austeridade não está a produzir os efeitos desejados. Neste ponto, os credores querem racionalmente minimizar as perdas. Por exemplo, para baixar o rácio da dívida para 90% do PIB, o haircut teria de ser de 52% em 2011, 63% em 2012 e 68% em 2013 - 70% em 2014 e 2015". Quanto mais esperam, mais se acumula dívida e maior a probabilidade do haircut necessário ser maior. "Uma das lições das economias emergentes é a de que, se for necessário reestruturar dívida, é melhor fazê-lo mais cedo do que tarde", afirma Athanasios Vamvakidis do Bank of America/Merril Lynch, "mas no caso de haver risco de contágio e vulnerabilidades no sector financeiro é melhor esperar". Jürgen Stark, economista-chefe do Banco Central Europeu, concorda: "Uma reestruturação de dívida num país do euro arriscaria desencadear uma crise bancária que, em último caso, excederia os efeitos do Lehman Brothers", cuja falência custou 150 mil milhões de dólares e provocou a crise financeira global. A maior falência da história foi a da Argentina: 90 mil milhões de dólares. 
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Nenhum país com um endividamento superior a 150% do PIB resistiu, com excepção do Japão, à reestruturação: o que pode significar extensão dos prazos de pagamento, redução dos juros e/ou cortes no valor líquido da dívida. 
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A UE está a encorajar o reforço de capital da banca europeia com novos testes de stresse (apesar de os bancos continuarem a esconder nos balanços perdas com potenciais falências periféricas). O objectivo é evitar uma crise bancária sistémica na zona euro. Sem bancos preparados não haverá haircut na dívida soberana. Mas pode haver reescalonamento dos prazos de pagamento até 2013, data em que mudam as regras do jogo.
Jornal I, 26.04.2011 (ver o texto completo)




Com o barbeiro da dívida tudo muda de figura.  Se os credores- esses gananciosos- forem forçados a perdoar uma parte substancial da dívida "para minimizar os prejuízos" vamos ter que rever as nossas concepções políticas.
Os políticos irresponsáveis e gastadores dos últimos anos podem afinal revelar-se brilhantes e visionários estrategas.  As vacas gordas já ninguém nos tira. Tudo o que esbanjaram será pago pelos odiosos especuladores ou seja, recuperando o famoso slogan, "os especuladores que paguem a crise". 
O único problema desta estratégia é que eles, os desumanos mercados,  tão depressa não caiem noutra. Quem é que vamos engrupir entretanto?
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segunda-feira, abril 25, 2011

Sem retórica

domingo, abril 24, 2011

Casamentos forçados só nas novelas



Anda uma quantidade de gente importante a dizer que é imprescindível um entendimento entre os maiores partidos para, uma vez suspensa a paranóia clubista, se poder cuidar dos graves problemas do país. A ideia parece fazer sentido e é capaz de ter a concordância da maioria dos cidadãos.
Mas convém não esquecer que o casamento forçado entre dois dirigentes que não se respeitam, nem confiam um no outro, é desastre garantido.
Por isso, quem tiver força e engenho, deve dizer ao PS e ao PSD que substituam os seus líderes por um par que cultive uma relação civilizada de confiança, sem heresias nem tabus, apesar das naturais diferenças de opinião.

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sábado, abril 23, 2011

Mentiras são as melhores muletas

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Em sondagem recente houve 31,3% dos portugueses que declararam confiar em Sócrates e apenas 26,8% em PPC.
E ainda há quem diga que "mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo (sem ofensa)".

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sexta-feira, abril 22, 2011

À falta de melhor

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O barómetro da Eurosondagem para o Expresso, SIC e Rádio Renascença mostra, a seis semanas das eleições, que o PSD está cada vez mais longe da maioria absoluta. Tal dever-se-á certamente às dúvidas quanto à consistência da alternativa prometida pelo partido.
Como se pode ver no quadro seguinte os portugueses não se deixaram enganar pela insistente propaganda de Sócrates que tentou convencê-los de que a rejeição do PEC IV era a origem da crise. Também a campanha do primeiro-ministro de diabolização do FMI parece não ter tido êxito.
Sócrates parece pois continuar a sobreviver à custa da inexistência de alternativas com credibilidade suficiente. É trágico.




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quinta-feira, abril 21, 2011

A máquina




O país acordou, sobressaltado, com a notícia da recuperação do PS nas sondagens. O incontornável professor Marcelo alertou para o perigo desta aproximação entre o PS e o PSD.
Mas eu não vejo motivo para surpresas. Ninguém ainda conseguiu perceber o que é que o PSD realmente propõe.  Todos os dias é triturado nos meios de comunicação. Quase sempre ouvimos as críticas do PS antes de ter ouvido as propostas (avulsas) do PSD a que se referem.


O PSD não está à altura de se bater com a fortíssima máquina de propaganda do PS. É precisamente dessa máquina de ilusionismos, paga com os nossos impostos, que eu gostava de me livrar mas nem o PCP+BE nem o PSD+CDS parecem ser capazes de me fazer a vontade. 
É a vida.
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terça-feira, abril 19, 2011

Cá com uma cara

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Não sei quem é que publicou isto mas considero muito bom.

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domingo, abril 17, 2011

Bancarrota (pré)anunciada

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Os ministros Silva Pereira e Teixeira dos Santos pertencem ao mesmo Governo que transformou Portugal num pedinte de mão estendida à solidariedade europeia. Mas enquanto o primeiro se amofina porque a oposição — e, decerto, a maioria dos portugueses — quer conhecer toda a verdade sobre as contas públicas, o segundo diz à Reuters quase tudo o que há para saber: em junho já não haverá dinheiro para satisfazer os compromissos do Estado.
Nesta frase simples e lapidar, Teixeira dos Santos fez todo o balanço que interessa dos governos de José Sócrates — muito diferente do que foi projetado no Congresso de Matosinhos — e, em especial, o do seu próprio trabalho como ministro das Finanças: o pior de sempre, visto que nenhum outro deixou o país numa situação tão miserável.
Ao anunciar a falência, Teixeira dos Santos ajudou os especuladores a ganharem mais uns milhões com os juros da nossa dívida soberana; mas, sobretudo, tornou claro que o Governo iludiu a situação real do país nos últimos meses e que a oposição falhou no seu papel fiscalizador. Não é por fazer 30 perguntas agora, quando sabemos que elas serão respondidas pelos técnicos estrangeiros instalados no Ministério das Finanças, que as oposições e, em particular, o PSD, se redimem do seu rotundo fracasso.
A confissão de Teixeira dos Santos veio confirmar que quando José Sócrates rejubilava com os primeiros dados da execução orçamental de 2011, a bancarrota já estava iminente. E não seria o PEC 4 a impedi-la, dado que as principais medidas que ele consagrava só produziriam efeitos em 2012 e 2013. Ao retardar o pedido de ajuda e ao proclamar, ainda hoje, que Portugal não precisaria dela se não tivesse sido precipitada uma crise política, Sócrates apenas tenta justificar o injustificável.
No ponto em que nos encontramos, o que se exige de todos — do Governo, das oposições e de um Presidente desaparecido em parte incerta — é que tenham a lucidez e a humildade de trabalhar em conjunto, fazendo cada um o que lhe compete. E que nos poupem, todos eles, às pequenas manobras de desresponsabilização, que nos ridicularizam ainda mais no exterior e que ofendem a inteligência dos portugueses.
Fernando Madrinha, Expresso 17.04.2011

Concordo. Palavra por palavra.

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Os estranhos finlandeses



A crise económica finlandesa dos anos 90 foi muito severa. O decréscimo do PIB real entre 90-93 foi cerca de 14 %, quatro vezes superior ao do colapso da Grande Depressão dos anos 30. A taxa de desemprego subiu de 3% em 1990 para quase 20% no início de 1994. A depressão provocou, por vários anos, uma baixa considerável do nível de vida dos finlandeses, conduzindo à falência de empresas e a uma crise bancária de larga escala, tendo por fim criado graves problemas às finanças públicas, pondo mesmo em causa o Estado-Providência finlandês.
Sem ajuda externa a Finlândia adoptou estritos rigores orçamentais baseados em acordos entre as forças políticas e sociais e acabou por sair da crise.

Em 2011 há quem, em Portugal, estranhe a renitência dos finlandeses em aprovar a "ajuda" externa a Portugal. Até houve quem fosse desenterrar um envio de cobertores, feito por Salazar, por anti-comunismo, durante a guerra russo-finlandesa em 1939-40, para reclamar agora a compensação.

Para um finlandês deve ser difícil compreender, e aceitar, a nossa maneira de reagir perante as dificuldades.
Em vez de querermos os sacrifícios necessários à mais rápida saída da crise toda a nossa discussão é acerca de como evitar qualquer sacrifício, como se a crise se esfumasse por milagre.
Os nossos partidos em vez de explicarem a inevitabilidade dos sacrifícios e as recompensas que teremos depois de os fazer, só se preocupam em sacudir a água do capote, insinuando que os sacrifícios são uma cabala, evitável, cuja culpa não lhes cabe.
Especialistas em fugir com o rabo à seringa preparam-se para transformar uma doença aguda, curável se tratada em tempo, numa doença crónica com que teremos que viver até ao fim dos nossos dias.

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sábado, abril 16, 2011

Amigos da onça

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Com amigos destes (na UE) não precisamos de inimigos (FMI), a confirmar-se o conteúdo desta notícia do Expresso.

Depois de tanta diabolização do FMI acabamos por precisar dele para nos defender dos nossos "amigos europeus" que nos querem impor condições ainda mais draconianas.


Sócrates ainda continua a querer convencer-nos de que tinha uma solução europeia para Portugal com o PEC IV. 

É caso para perguntar porque não se aplica então a tal solução milagrosa e porque é que o PEC IV é agora, apenas, o "ponto de partida" para maiores sacrifícios? 
É que entretanto nada de substancial se alterou no plano económico mas todos os dias surgem notícias de rejeição da "ajuda" a Portugal em vários países europeus.


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sexta-feira, abril 15, 2011

Redução das pensões - cuidado, nem todas são iguais

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Petição

No quadro da "assistência financeira" pedida pelo governo português às instâncias europeias, tal como no famigerado PEC4 que não chegou a ser aprovado pela Assembleia da República, é cada vez mais referida a necessidade de redução das pensões de reforma.
É voz corrente que as medidas de reequilíbrio orçamental recomendadas pelas instâncias que representam os credores, costumam ser cegas e aplicadas indiscriminadamente. Há vozes que se levantam para o evitar.
Mas a discussão tem, até agora, incidido apenas sobre se os pensionistas abrangidos devem ser todos ou apenas os que auferem pensões mais elevadas.
Os signatários desta petição, consideram que é imprescindível a adição de outro critério quando se pretender determinar o grau de redução das pensões: a carreira contributiva de cada pensionista.
Constituiria uma enorme injustiça penalizar no mesmo grau quem, com as suas contribuições para a Segurança Social garantiu até hoje a sustentabilidade do sistema, e quem, beneficiando de excepções várias mesmo que legais, aufere pensões muito superiores ao tempo de descontos e valor das contribuições realizadas.
Exigimos portanto que a eventual redução das pensões, a ser imprescindível à recuperação do país, tenha um grau tanto menor quanto maior tenha sido a contribuição dos pensionistas afectados para a Segurança Social.





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Honoris Causa



Desde que desembarcou em Pequim para sua primeira visita ao gigante asiático, Dilma Rousseff tem ressaltado que deseja inaugurar uma nova etapa nas relações e dar um salto qualitativo no modelo existente que, no entanto, permitiu elevar o comércio entre os dois países de 2,3 bilhões de dólares no ano 2000 a US$ 56,4 bilhões em 2010.
Nos últimos dois anos a China se tornou o principal destino das exportações brasileiras e o maior investidor no Brasil, postos que haviam sido ocupados nos últimos anos por Estados Unidos e Espanha. Os investimentos chineses estão centrados nas áreas de petróleo, tecnologia agrícola e produção de soja.
"Precisamos ir além da complementaridade de nossas economias para favorecer uma relação dinâmica, diversificada e equilibrada", disse a presidente do Brasil no encerramento do fórum que reuniu os 240 empresários que a acompanham na viagem e dezenas de executivos chineses.
Ver o resto deste texto da AFP 


Mas os chineses não lhe deram a Honoris Causa

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quinta-feira, abril 14, 2011

Factos

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Nos últimos dias, a "campanha" eleitoral tem sido constituida por um rol de "factos" que só servem para distrair os(as) portugueses(as) daquilo que realmente é essencial. E o que é essencial são os factos. E os factos são indesmentíveis. Não há argumentos que resistam aos arrasadores factos que este governos nos lega. E para quem não sabe, e como demonstro no meu novo livro, os factos que realmente interessam são os seguintes:


1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos
2) Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida pública este ano vai rondar os 100% do PIB
3) Esta dívida pública histórica não inclui as dívidas das empresas públicas (mais 25% do PIB nacional)
4) Esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das PPPs (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelos nosso governantes para fazer obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito.
5) Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos). Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou aos 11,1% e continua a aumentar.
6) Temos 620 mil desempregados, dos quais mais de 300 mil estão desempregados há mais de 12 meses
7) Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos.
8) A nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações
9) Estamos no top 10 dos países mais endividados do mundo em praticamente todos os indicadores possíveis
10) A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de 240% do PIB
11) A nossa dívida externa líquida em 1995 era de 10% do PIB. Hoje é de quase 110% do PIB
12) As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento disponível
13) As dívidas das empresas são equivalente a 150% do PIB
14) Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado
15) Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos
16) Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE
17) Temos a pior taxa de poupança dos últimos 50 anos
18) Nos últimos 10 anos, tivemos défices da balança corrente que rondaram entre os 8% e os 10% do PIB
19) Há 1,6 milhões de casos pendentes nos tribunais civis. Em 1995, havia 63 mil. Portugal é ainda um dos países que mais gasta com os tribunais por habitante na Europa
20) Temos a terceira pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE (só melhor do que o México e a Turquia)
21) Temos um Estado desproporcionado para o nosso país, um Estado cujo peso já ultrapassa os 50% do PIB
22) As entidades e organismos públicos contam-se aos milhares. Há 349 Institutos Públicos, 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões, 100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1 Gabinete do Primeiro Ministro, 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes do Presidente Regional, 2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos, 350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda 308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias. Há ainda as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Inter-Municipais.
22) Nos últimos anos, nada foi feito para cortar neste Estado omnipresente e despesista, embora já se cortaram salários, já se subiram impostos, já se reduziram pensões e já se impuseram vários pacotes de austeridade aos portugueses. O Estado tem ficado imune à austeridade

Isto não é política. São factos. Factos que andámos a negar durante anos até chegarmos a esta lamentável situação. Ora, se tomarmos em linha de conta estes factos, interessa perguntar: como é que foi possível chegar a esta situação? O que é que aconteceu entre 1995 e 2011 para termos passado termos de "bom aluno" da UE a um exemplo que toda a gente quer evitar? O que é que ocorreu entre 1995 e 2011 para termos transformado tanto o nosso país? Quem conduziu o país quase à insolvência? Quem nada fez para contrariar o excessivo endividamento do país? Quem contribuiu de sobremaneira para o mesmo endividamento com obras públicas de rentabilidade muito duvidosa? Quem fomentou o endividamento com um despesismo atroz? Quem tentou (e tenta) encobrir a triste realidade económica do país com manobras de propaganda e com manipulações de factos? As respostas a questas questões são fáceis de dar, ou, pelo menos, deviam ser. Só não vê quem não quer mesmo ver.

A verdade é que estes factos são obviamente arrasadores e indesmentíveis. Factos irrefutáveis. Factos que, por isso, deviam ser repetidos até à exaustão até que todos nós nos consciencializássemos da gravidade da situação actual. Estes é que deviam ser os verdadeiros factos da campanha eleitoral. As distracções dos últimos dias só servem para desviar as atenções daquilo que é realmente importante.
 
Transcrito do Blog DESMITOS
 
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A democracia inconveniente




Comecemos em 2009 embora o problema já venha de trás:

- Sócrates enviou sinais totalmente errados sobre a crise quando aumentou os funcionários públicos e anunciou várias obras faraónicas durante a campanha eleitoral das últimas legislativas. Porquê? Porque queria ganhar as eleições.

- Cavaco não devia ter dado posse a um governo que todos os partidos, excepto o PS, detestavam.  O PS tinha ganho com base num logro e um governo minoritário era, sem dúvida, a pior solução neste momento difícil. Não o fez porquê? Porque queria evitar confusões antes de ganhar as eleições presidenciais.

- Passos Coelho não devia ter andado a pactuar com um governo em que não acredita, aprovando os sucessivos PECs com que foram sendo alimentadas as ilusões dos portugueses. Não o fez porquê? Porque sabia que a nova direcção do PSD ainda não estava preparada para ganhar as eleições se o governo fosse derrubado.

- Sócrates não podia, e não devia, ter ido para Bruxelas negociar um novo PEC sem passar cavaco ao Cavaco e provocando toda a oposição com uma chantagem. Fê-lo porquê? Porque percebeu que a ajuda externa era inevitável e que a vitimização era a melhor forma de tentar ganhar as próximas eleições.

A democracia, praticada desta forma, parece estar a tornar-se um impecilho à boa governação do país.
As consequências não são difíceis de imaginar.

quarta-feira, abril 13, 2011

BUROCRACIA






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segunda-feira, abril 11, 2011

É quanto eles cobram



A operação de resgate financeiro a Portugal dará um lucro aproximado de 520 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e de 1060 milhões aos países europeus.
DN 11.04.2011


É quanto eles cobram para arrumar a casa a quem não o sabe ou não o quer fazer.


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domingo, abril 10, 2011

A hora do marketing acabou

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No rescaldo do Congresso do Partido Socialista não posso deixar de manifestar a minha perplexidade.

Um político que na última campanha mentiu com quantos dentes tem na boca, e assim ganhou as eleições, apresenta-se vaporoso e candidato às próximas, como se nada tivesse acontecido.
Um político que acusa todos os outros partidos de só pensarem no seu interesse partidário encenou um congresso onde em vez dos problemas do país foi repetida, até à insanidade, a ideia de que todos os nossos males resultam da rejeição do PEC4 e que toda a responsabilidade pela crise é dos outros partidos.
Um político que sabe ser inevitável uma convergência com os adversários para concretizar a “assistência financeira” que ele próprio pediu, fez um Congresso baseado na hostilização e provocação daqueles com quem vai ter que se entender a curto prazo.
É caso para temer que se trate de mais uma cilada; tal como armadilhou o PEC4 negociando-o sem dar cavaco ao Cavaco (e à AR), pode agora estar a preparar, jogando na radicalização das divergências partidárias, um boicote ao consenso que é imprescindível para a “ajuda a Portugal” pelas instâncias europeias.

De tudo isto concluo que a primeira prioridade do país em Junho, vote como votar, é libertar-se deste golpismo, deste produto inventado pelo marketing político; é que chegou a hora da realidade, em que não é possível disfarçar mais ou fingir de novo.

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sábado, abril 09, 2011

Buraco instantâneo

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sexta-feira, abril 08, 2011

Mensagens contraditórias

O PCP encontrou-se com o BE, numa reunião inédita e louvável, que os partidos justificaram com a necessidade inadiável de um governo de esquerda.
Logo após a reunião anunciaram que concorrerão separadamente às próximas eleições, apesar de alguns analistas dizerem que os votos obtido em 2009, se tomados em conjunto, produziriam 39 deputados em vez dos 31 obtidos separadamente.
Desta forma projectam mensagens contraditórias.
A necessidade de um governo de esquerda, tão propalada, parece afinal ser insuficiente para desarmar o bairrismo partidário.

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quarta-feira, abril 06, 2011

Vai chegar, depois de muita propaganda

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O FMI é uma espécie de "cobrador do fraque". Vai para os países com a missão de assegurar que eles pagarão aos credores. Portanto é ridículo esperar do FMI facilidades ou consideração.
Aqueles que durante os últimos anos, pela sua acção irresponsável, não souberam prevenir e evitar o sobre-endividamento é que nos colocaram à mercê do FMI e são responsáveis pelos sacrifícios que vierem a ser impostos aos portugueses. É para evitar estas coisas que são eleitos e pagos e vivem em palácios e falam na TV quando lhes passa pela cabeça (entre outras coisas).
Não percebo como se pode acusar violentamente o Madoff, que realmente arruinou uns milhares mas na prisão até reconhece os seus erros, e desculpar calmamente quem empobreceu um país inteiro.


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Eppur si muove

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O salário mínimo mais baixo da China vai aumentar 24,9 por cento em abril, para 750 yuan (80 euros) por mês, anunciou hoje um responsável pelo Gabinete de Recursos Humanos da Região Autónoma de Ningxia (noroeste).
Trata-se do último de uma série de aumentos salariais incentivados pelo Governo central chinês para responder às crescentes preocupações da população acerca do aumento da inflação, que em fevereiro passado foi de 4,9 por cento.
O aumento dos preços foi especialmente acentuado nos produtos alimentares: mais 11 por cento.
“Grave escassez de mão-de-obra, greves esporádicas e subida do custo de vida suscitaram uma vaga de aumentos salariais em todo o país”, assinalou a agência noticiosa oficial chinesa.
Além de Ningxia, região de maioria muçulmana, com 6,5 milhões de habitantes, outras províncias e grandes cidades como Pequim e Xangai anunciaram este mês aumentos salariais, acima dos 15 por cento.
O salário mínimo, cujo valor varia de região para região, foi introduzido na China em meados na década de 1990, quando o país se converteu à “economia de mercado socialista”.

O mais elevado – 1.320 yuan (cerca de 140 euros) – é o que entrará em vigor na próxima sexta-feira em Shenzhen, uma Zona Económica Especial adjacente a Hong Kong.
Pequim e Xangai, as maiores cidades chinesas, com estatuto de província, também aumentaram o salário mínimo, para 1.160 yuan (125 euros) e 1.280 yuan (138 euros), respetivamente.
Em Cantão, capital da província de Guangdong, que confina com Macau e Hong Kong, o salário mínimo subiu 18,2 por cento, para 1.300 yuan (140 euros).
Pelas estatísticas oficiais, o rendimento anual per capita nas zonas urbanas aumentou 81 por cento nos últimos cinco anos, atingindo 19.109 yuan (2.100 euros) em 2010.
Nas áreas rurais, onde a maioria dos cerca de 1.340 milhões de chineses ainda vive, o rendimento aumentou 82,1 por cento, para 5.919 yuan (652 euros).

O número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, com menos de 1,274 yuan por ano (140 euros), baixou 25,3 por cento em 2010, para 26,8 milhões, mas pelos padrões da ONU (um dólar por dia), seriam cerca de 150 milhões.
Diário Digital /Lusa


terça-feira, abril 05, 2011

Aspirina



A discussão sobre a “ajuda externa” perpetua-se, no espaço público português, de forma bastante enviesada.

O país tem uma insuportável dor de cabeça mas, em vez de tentar compreender as suas verdadeiras causas para as curar, entretem-se a discuir a penosidade dos tratamentos paliativos.

Em vez de procurar a cirurgia disserta sobre os efeitos secundários da aspirina.

Esta mistificação permite, a quem recusa o comprimido, ocultar as responsabilidades no surgimento da doença e, mais tarde, vangloriar-se de ter previsto a ineficácia do remédio.

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As teias do sobre-endividamento



Famílias sobre-endividadas recorrem cada vez mais à DECO


O recurso ao crédito para pagar a casa, o carro, as férias ou o computador para o filho tornou-se mais banal no seio das famílias. Os bancos apregoam juros baixos e prestações suaves e alguns consumidores endividam-se mais do que a sua capacidade financeira o permite. Os nossos simuladores ajudam-no a gerir o orçamento e a evitar desequilíbrios.
Situações inesperadas, tais como o desemprego, a doença, a morte ou a invalidez de um dos elementos da família agravam ainda mais a situação económica, levando a situações de sobre-endividamento. Se tiver dificuldade em pagar as prestações dos créditos, poderá recorrer aos gabinetes de apoio criados pela DECO. (copiado do site da DECO)


Onde se lê "a casa, o carro, as férias ou o computador para o filho" leia-se "as rotundas, as cedências às corporações, os lugares inventados nas Empresas Públicas e no Estado  para os "boys" do partido e os deslizamentos das empreitadas". Onde se lê "o desemprego, a doença, a morte ou a invalidez de um dos elementos da família" leia-se "a crise do sub-prime, a ganância dos especuladores e a rejeição do PEC4 na AR".
Os mecanismos do sobre-endividamento são todos do mesmo tipo.
Se algumas famílias querem, sem poder, mostrar carrões aos vizinhos lá da rua os partidos querem, com promessas que o orçamento não comporta, ganhar as eleições. Se algumas famílias querem, sem poupar, pavonear-se nas Caraíbas, os partidos querem, sem reservas financeiras, ficar bem no retrato da "Europa porreira, pá". Se algumas famílias querem, sem ter meios, morar em vivendas "na linha do Estoril", os partidos querem, sem produção nacional suficiente, exibir um Estado Social do tipo nórdico.

Que pena os governos de Portugal dos últimos 20 anos não terem escutado os conselhos da DECO.

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segunda-feira, abril 04, 2011

Acta non Verba

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Abomino campanhas eleitorais e os extensos prólogos, feitos à revelia da lei, que as antecedem.
Ao contrário do que se diz não servem para o esclarecimento dos eleitores.
Os candidatos da situação e da oposição ressuscitam virginais durante as campanhas. Nós, os votantes, em vez de usar a experiência vivida com eles no passado, somos supostos segui-los nos paraísos futuros, inverificáveis, que resolvem inventar para a ocasião.

As campanhas são um convite masoquista àqueles que nos têm enganado para que o façam de novo.
Por mim votávamos já, sem mais delongas. Já sabemos tudo o que precisamos saber para votar em consciência e o tempo urge.
O falatório que aí vem destina-se precisamente a desvalorizar a sabedoria preciosa que a experiência nos ensinou.

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domingo, abril 03, 2011

Aviso aos navegadores

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sábado, abril 02, 2011

O Projecto para Portugal









 
 
Com uma vénia ao Ortodoxia


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