quinta-feira, agosto 22, 2024

Please


 

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segunda-feira, agosto 12, 2024

Deixemos a baixa como sala de visitas


Deixemos a baixa como sala de visitas,
onde recebemos e confraternizamos com os estrangeiros que nos procuram. Ninguém leva as visitas para o quarto de dormir.
Lisboetas a viver na Baixa seriam sempre uma ínfima minoria de endinheirados.
Passei ontem a tarde na Baixa. Fui visitar o MUDE. Os estrangeiros dão à Baixa um ar de festa, não me incomodam nada.
Vivo na freguesia da Portela e Moscavide. Tenho jardins, estacionamento e calma. Quando me quero divertir vou à Baixa onde não gostaria de viver (mesmo antes de haver lá muitos turistas)

terça-feira, agosto 06, 2024

O centro de Lisboa como “mito urbano”


O centro de Lisboa como “mito urbano”


Partidos jovens, ou influenciados por jovens, falam constantemente de um mítico “centro de Lisboa” e propõe-se voltar a um tempo bucólico que não existiu.
Culpam os turistas e o “alojamento local” da “gentrificação”, como se a Baixa tivesse sido alguma vez um bairro popular onde as vizinhas pediam salsa umas às outras pela janela.
Por acaso trabalhei numa loja da Rua Augusta nos anos cinquenta e nunca vi tal coisa. Em Alfama, Mouraria e quejandos esse mundo existiu mas até há pouco tempo não passava pela cabeça a ninguém ir morar para aquelas casas decrépitas, sem comodidades.
Na baixa os bancos tomaram conta de quarteirões inteiros e ninguém tinha dinheiro para comprar lá uma casa, mesmo que quisesse viver no meio do frenesim.
As pessoas da classe média, do funcionalismo, procuravam casas modernas em ruas desafogadas nas avenidas novas, na Avenida de Roma ou em Alvalade.
Os menos endinheirados, os pequenos lojistas, os pequenos empregados e caixeiros, iam para mais longe.
Os meus pais foram para a Alameda das Linhas de Torres para viverem numa casa moderna.
Eu próprio, nos anos setenta, com dois bons ordenados da IBM, fui viver para a Urb da Portela, entre Moscavide e Sacavém.
Se alguém me tivesse então sugerido o “centro de Lisboa” teria soltado umas boas gargalhadas.
Haja pachorra