segunda-feira, abril 22, 2019
segunda-feira, agosto 21, 2017
Erro monumental
Reagir ao atentado com uma "missa de Estado" é um erro monumental.
O fanatismo religioso deve ser combatido com civismo e não com manifestações de uma outra religião.
E o pior é que isto aconteceu com total impunidade, como se fosse uma coisa natural.
Nada tenho contra cerimónias fúnebres feitas pelos familiares das vítimas que sejam religiosos. A impunidade de que falo é a complacência de considerarmos normal que cristãos, ateus e muçulmanos sejam todos, à força, "homenageados" pelo bispo de Barcelona. Na presença dos mais altos representantes do Estado que se diz laico.
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terça-feira, julho 17, 2012
Lançamento do iPad
Bispo diz que há "diabinhos negros" no Governo
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sábado, dezembro 03, 2011
HABEMUS PAPAM
Hoje fui ver o último filme de Nanni Moretti que, ao contrário do que consta, não é um filme sobre a igreja ou sobre o papa.
O filme deve ser visto em contraponto a "Palombella Rossa", de 1989, que ao contrário do que parecia não era sobre o Partido Comunista italiano. "Palombella Rossa" tratava do que fica de nós, como indivíduos, quando desaparecem os laços que nos ligam aos clubes, igrejas e partidos.Perguntava se é possível intervir socialmente sem ceder ao clubismo e ao fanatismo.
"Habemus Papam", pelo contrário, trata da fragilidade das nossas instituições quando falha o factor humano que devia suportá-las. A cena da eleição "democrática" do papa, que ninguém quer vencer, dá a chave para todo o filme.
Quando o papa, recém eleito, anuncia a sua renuncia e nos volta as costas, Nanni Moretti devolve-nos ao nosso mundo de crise e decadência, sem uma liderança que se assuma para nos sossegar.
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segunda-feira, outubro 03, 2011
A procissão dos caracóis
No sábado à noite fiz esta foto em Reguengo do Fetal, para os lados da Batalha, durante a famosa "procissão dos caracóis".
Milhares de caracóis enfeitavam as diversas ruas da pequena localidade. Enquanto os fiéis vão em procissão, até à ermida de Nossa Senhora do Fetal, alguns com velas, o caminho é iluminado por caracóis cheios de azeite e transformados em lamparinas.
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segunda-feira, junho 27, 2011
A última verdade nua e crua
Esta iniciativa "vem pedalar" é paradigmática da crise de confiança que abala as nossas sociedades.
Qualquer grupelho minúsculo de exibicionistas tem cobertura mediática e fala como se fosse detentor de uma superioridade moral que escapa ao comum dos cidadãos.
Fazendo tábua rasa das instituições e dos constrangimentos económicos e sociais, pregam a última moda de um radicalismo folclórico, que logo depois dará lugar a uma nova fé redentora.
Em Lisboa exigem mais "vias cicláveis" apesar de as existentes, pagas por todos os cidadãos, terem uma utilização ridiculamente baixa.
Não há pachorra.
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domingo, fevereiro 27, 2011
Hoje é dia do Senhor
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sábado, novembro 06, 2010
A metereologia da crise
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sexta-feira, novembro 05, 2010
Profecias
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No relatório Fiscal Monitor, ontem divulgado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) destaca que, “apesar de as perspectivas orçamentais terem melhorado a um ritmo mais rápido do que o esperado na Grécia e em Portugal, alguns analistas do mercado vêem como quase certo a ocorrência de um evento de crédito”. Por este evento subentende-se o incumprimento, total ou parcial, do pagamento das dívidas do país, tal como aconteceu com a Grécia, que teve de recorrer à ajuda do fundo de estabilização do euro e ao FMI.
Público 05.11.2010
Uma profecia auto-realizável é um prognóstico que, ao se tornar uma crença, provoca a sua própria concretização. Quando as pessoas esperam ou acreditam que algo acontecerá, agem como se a profecia ou previsão já fosse real e assim a previsão acaba por se realizar efetivamente.
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quinta-feira, outubro 28, 2010
Os frescos de Santa Águeda
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A sua construção é do início do Século XVI e dedicada a Santo Eleutério, Papa de 174 a 189, cujo nome por corruptela popular se transformou em São Neutel, personagem hagiográfica lendária. Em 1570 é executado o retábulo-mor, no Século XVII a construção da galilé e em 1755 a construção do portal, após o terramoto quando a ermida recebeu então o onomástico adicional de Santa Águeda, santa de grande devoção local, provocando uma implantação humana em redor, que deu origem à aldeia de São Neutel, de que subsistem as casas existente em redor do templo.
Possui um notável conjunto de pinturas murais nos alçados e coberturas (ver aqui).
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terça-feira, outubro 19, 2010
Ex-votos da Senhora D'Aires
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domingo, agosto 29, 2010
Abençoados
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terça-feira, maio 25, 2010
O bezerro de oiro
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quarta-feira, maio 12, 2010
O inglês eclesiástico
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Tal como fizera rir meia Europa com o seu inglês técnico
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sexta-feira, abril 16, 2010
Precariedade
Alastra o sentimento de precariedade, muito para além do habitual. Até há pouco tempo o adjectivo estava de certa forma circunscrito à contratação dos jovens, o famigerado trabalho precário.
Agora abrimos o New York Times e lemos que Simon Johnson, professor do MIT, equiparou o financiamento de Portugal a um esquema em pirâmide (como o utilizado pelo gestor norte-americano Bernard Maddof que lhe valeu a prisão perpétua).
O tal economista diz também que Portugal, tal como a Grécia, em vez de abater os juros da sua dívida, tem refinanciado os pagamentos de juros todos os anos através de emissão de nova dívida, chegando mesmo ao ponto de dizer que "vai chegar a altura em que os mercados financeiros se vão recusar pura e simplesmente a financiar este esquema ponzi".
O cidadão que ainda em Setembro, durante a campanha eleitoral, pensou estar a assistir a um salto em frente do país, feito de TGVs, de aeroportos e outras maravilhas, descobre-se subitamente falido e depreciado. Que outras coisas estarão a ocultar-lhe neste preciso momento ? Teme um futuro precário.
Mas não são só os enredos dos homens, e as suas ganâncias, que tornam o mundo imprevisível. Basta um pequeno vulcão da Islândia (onde há tempos acontecera um outro cataclismo mas de natureza bancária) para parar o tráfego aéreo em metade da Europa. À conta disso os checos ficaram-nos com Cavaco por tempo indeterminado.
Andam os homens do aquecimento global tão preocupados com os nossos maus hábitos e afinal basta meia dúzia de grandes vulcões entrarem em actividade para a mobilidade e a logística do planeta regressarem ao século XIX. Como se tal não bastasse as núvens vulcânicas, ocultando o Sol durante meses, podem provocar consequências muito graves na produção de alimentos e condenar à morte milhões de pessoas.
Trabalho precário, civilização precária e planeta precário: está criado o terreno fértil para o nascimento de uma nova super religião com liturgia pela internet.
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quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Sócrates objecto de novo culto
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A pequena capela onde se acoitava o ícone da N.ª S.ra do Monte, no Largo das Babosas, e onde casou basta sorte de madeirenses, foi literalmente varrida da praceta anexa à paragem terminal do teleférico. À razia sobreviveu a imagem figurando a N.ª S.ra do Monte, incólume perante as enxurradas que destruíram a singela construção, datada de 1904. Se o templo capitulou, a felicidade do acaso poupou o ícone de barro e sugeriu, na óptica do pároco local, Giselo Andrade, novo culto mariano. Moldado na lama assassina das montanhas madeirenses.
Jornal de Notícias, 25.02.2010
Não é possível evitar as analogias com o caso que envolve, há semanas, o nosso primeiro ministro. Também ele foi sujeito à razia das enxurradas de lama, também ele pode ser considerado um ícone de pés de barro, e também ele tem resistido milagrosamente a tudo isso.
Justifica-se portanto que ele seja objecto de um novo culto como tem estado a acontecer.
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segunda-feira, dezembro 28, 2009
ÁGORA
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Texto de Maria Rosa RedondoO filme “ÁGORA” de Alejandro Amenábal está a passar pelas nossas salas de cinema quase despercebido dos críticos e opinantes. E no entanto, o ineditismo do seu ponto de vista sobre as questões que nos coloca, dá-nos a oportunidade de reflectir sobre o nosso passado histórico, a nossa sociedade actual, e a nossa cultura.
A trama dramática é muito simples: no século IV, em pleno estertor do Império Romano, na cidade de Alexandria, uma mulher é bárbaramente chacinada por se recusar a renegar os seus principios filosóficos e religiosos.
Fosse ela uma cristã, Hipátia de Alexandria seria hoje mártir venerada e a história seria apenas mais uma das mil do género “os cristãos lançados aos leões”.
Mas Hipátia era uma filósofa, no sentido grego do termo; ou seja, uma estudiosa que se interrogava sobre o universo, autora de importantes estudos matemáticos, continuadora da teoria heliocêntrica de Aristarco, professora no Serapeum.
E os cristãos que a mataram já não eram os humildes, misericordiosos e perseguidos. Em 313 pelo Édito de Milão o Império reconhecera ao cristianismo o direito de existir e de se organizar. Na última década do Sec. IV, envolvidas em ferozes lutas internas pelo domínio da nova instituição religiosa, as várias facções cristãs, cada uma se considerando herdeira da verdade e classificando as outras como heréticas, esmeraram-se na perseguição de tudo o que cheirasse a judaísmo, a paganismo, e em especial à filosofia e ao livre pensamento.
Em 391, a pedido do patriarca de Alexandria, o imperador cristão Teodósio autoriza a destruição de todas as instituições não cristãs do Egipto: templos, sinagogas e evidentemente a Biblioteca de Alexandria.
Pouco tempo depois, Hipátia era desmembrada e queimada na igreja erguida dentro das ruinas do Serapeum.
No mundo dominado pelo cristianismo, nada mais seria produzido no domínio da matemática durante mil anos; e por cerca de 12 séculos não haverá qualquer registo de uma mulher matemática.
Muitas vezes, a propósito dos fanatismos e do seu ódio à cultura, se fala da destruição da Biblioteca de Alexandria pelos muçulmanos no sec VII. Nunca se fala da destruição levada a cabo pelos “pais fundadores” da cultura cristã ocidental. Diga-se em abono da verdade que nos compêndios egípcios de História é a que se atribui ao Califa Omar que é ignorada....
A História mostra-nos que o Homem tem aprendido pouco. Muitas vezes os perseguidos de ontem se tornam os opressores de hoje. Sempre em nome de uma verdade única e inquestionável de que eles são os detentores e cujo desrespeito deve ser pago com a vida,
O fanatismo conduz à morte não só dos homens, mas da sabedoria.
É isso que este filme nos vem lembrar.
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sábado, dezembro 26, 2009
O Concílio de Copenhaga
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Por José Diogo Quintela
Público 20.12.2009
Terminou sexta-feira o Concílio de Copenhaga, perdão, a Cimeira de Copenhaga. Como previsto, os cardeais, perdão, os delegados concluíram que por causa dos pecados de Sodoma e Gomorra, perdão, do modo de vida dos Estados Unidos e dos países da Europa ocidental, o nosso planeta será castigado. Independentemente de aqui habitarem alguns justos, perdão, sócios da Greenpeace com as quotas em dia. Pagarão à mesma pelas faltas dos pecadores, perdão, das pessoas que insistem em gastar água, tomando banho todos os dias. A ira divina, perdão, o aquecimento global, afecta toda a gente.
A tensão é palpável, como se viu nos vários autos-de-fé, perdão, manifestações nas ruas de Copenhaga. Há quem esteja mesmo convencido de que, se não se respeitarem os Dez Mandamentos, perdão, o Protocolo de Quioto, virá aí o Apocalipse, perdão, o aumento de dois graus na temperatura da Terra. A culpa, perdão, a responsabilidade é do Homem. Dizem que se não levarmos uma vida santa, perdão, sustentável, estamos condenados, perdão, lixados. Que temos de jejuar, perdão, ter uma alimentação vegan. Que devemos fazer um voto de pobreza, perdão, ir a pé para o emprego. E que talvez seja preciso andar com um cilício à volta do lombo, perdão, passar a usar o áspero papel higiénico reciclado. Quantas mais penitências, perdão, sacrifícios estúpidos sem qualquer relação causa-efeito com o problema do aquecimento global, melhor. Caso contrário, o Anjo da Morte, perdão, a Natureza, exterminará todos os primogénitos do Egipto, perdão, os ursos polares.
Os fiéis, perdão, as pessoas, acreditam nas profecias, perdão, nas previsões do Vaticano, perdão, IPCC. Isto apesar das declarações dos blasfemos, perdão, dos cientistas cépticos que, com as suas heresias, perdão, investigações, põem em causa os dogmas, perdão, as teorias dos padres, perdão, activistas do aquecimento global. E também apesar de alguns missionários, perdão, cientistas, terem sido apanhados a corrigir o cânone, perdão, a aldrabar os dados.
Mas as pessoas andam cheiinhas de temor do Deus vingativo do Antigo Testamento, perdão, de medo da Natureza, que causa tsunamis porque alguém cometeu adultério, perdão, não pagou a "compensação de carbono" da última vez que andou de avião. Têm razão em ter medo? Bem, os presságios, perdão, os sinais estão aí: descobriu-se na semana passada uma estátua de Nossa Senhora a chorar lágrimas de sangue, perdão, uma fotografia da Angelina Jolie a chorar lágrimas de sangue. O mais grave é que esse sangue tinha o nível de colesterol altíssimo, típico de uma alimentação à base de comida não kosher, perdão, de junk food proveniente de multinacionais imperialistas. Ah! Se fôssemos todos crentes, perdão, verdes.
Resta-nos rezar, perdão, comprar um carro eléctrico, para evitar que se abata sobre nós "um dilúvio que, tudo inundando, eliminará debaixo do céu todo o ser animal, com sopro de vida. Tudo o que existe na terra perecerá". Tal como está escrito no Génesis, 7-16, perdão, 7-17.
Se uma árvore cai na floresta sem ninguém por perto, faz barulho? A árvore talvez não, mas um ambientalista dos que estiveram em Copenhaga, ui!, faz de certeza. E muito. Põe-se aos berros a dizer que a árvore caiu por nossa culpa. Porque não fomos bons, perdão, porque ainda não trocámos as lâmpadas antigas pelas económicas.
O discurso ambientalista actual é tão útil quanto um passageiro de avião histérico a gritar "vamos cair!" quando há turbulência. Se bem que um ecologista talvez ficasse contente se o avião caísse a meio da viagem, reduzindo a pegada de carbono em metade.
Agora, se o Homem é, de facto, o maior responsável pelo aquecimento global, espero que aplique o know-how à indústria dos micro-ondas, inventando um que aqueça globalmente a comida, em vez de só parcialmente. Estou farto de comer sopa que está quente à superfície, mas gelada em baixo. Se se consegue fazer com um planeta, não há razão para não se fazer com uma canja.
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quarta-feira, outubro 21, 2009
Saramago no Olimpo
. Se defendemos, justamente, que Saramago tem o direito de expressar as suas opiniões sejam elas quais forem, então há uma coisa que não podemos fazer: negar esse mesmo direito a quem o critica.
Mas é isso que têm estado a fazer muitos críticos dos críticos de Saramago.
Se Saramago pode dizer: “Deus é vingativo, rancoroso e não é de confiança" então, para sermos coerentes, os seus críticos podem igualmente usar adjectivos pesados para qualificar o escritor.
Não podemos defender a liberdade de expressão, por um lado, e pretender limitá-la, por outro.
Se assim não fosse, se negássemos a possibilidade de o criticar, então Saramago gozaria de um estatuto superior às igrejas e a Deus.
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terça-feira, outubro 20, 2009
Saramago e Barois
. No DN de hoje Ferreira Fernandes invoca o Jean Barois a propósito da polémica que envolve Saramago.
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