Clint Eastwood morreu
mas apenas em sentido figurado, ao fazer o seu novo filme "Cry Macho".
Nunca o devia ter feito.
"Unforgiven" -1992- foi um dos poucos filmes que me pôs em lágrimas (assim de repente lembro-me de dois filmes sobre racismo "To kill a mockingbird" -1962- e "Invictus" (2009) que tiveram o mesmo efeito).
Clint fez muitos outros filmes inesquecíveis como "Absolute Power", "Mystic River" e Million dollar baby", para não ir mais longe.
Nos últimos anos o cowboy Clint Eastwood perseguia implacavelmente outra "injustiça", a velhice.
"Gran Torino" de 2008 e "The Mule", de 2018, fizeram dele um símbolo de resistência e sobrevivência.
Os velhos como eu estavam sempre à espera que ele mostrasse o seu charme e aplicasse alguns inesperados murros naqueles que se atreviam a zombar da sua idade.
Por isso não devia ter filmado "Cry Macho", onde surge de tal forma depauperado que a sua proverbial fleuma perde toda a graça. E os socos que dá não são credíveis.
Tudo muito fraquinho, previsível e piegas.
Em suma, com esta morte simbólica do Clint perdemos mais uma fonte de conforto psicológico.