Mostrar mensagens com a etiqueta cinema 2012. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cinema 2012. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, outubro 04, 2012

AS LINHAS DE WELLINGTON

.



AS LINHAS DE WELLINGTON
São uma batalha que se perde em demasiadas escaramuças.
Em vez de se ancorar em duas ou três estórias, consistentes, através das quais entrevíssemos os eventos históricos, o filme pendura um sem número de historietas episódicas numa espécie de reconstituição das manobras dos exércitos em confronto.
Assim, os actores, que até são bons, nunca chegam ao estatuto de personagens densas antes circulando penosamente como portadores das fardas.
Ao fim de duas horas e meio o espectador, já um pouco cansado, luta desesperadamente para ver algum sentido naquele discurso prolixo.


.

sexta-feira, junho 15, 2012

COSMOPOLIS




é um filme em sintonia com o nosso tempo. 
Um selfmade boy percorre, na sua limousine hi-tec, um mundo caótico e violento enquanto a sua fortuna se esboroa no casino global da alta finança.
Cronenberg fala de um mundo demasiado complexo, que reduz a lógica económica a estilhaços, e em que a revolta é apenas um modo de afirmação e não uma alternativa.
O protagonista/capitalista enceta um caminho suicida em direcção ao cadafalso, como quem está cansado de esperar pela morte e vê num eventual algoz uma desesperada via de saída.

domingo, abril 22, 2012

TABU



O filme tem um começo magnífico, surpreendente e desafiante, que me fez lembrar Bunuel.
Termina como se fosse uma fotonovela da "Crónica Feminina", convencional e previsível. É uma escolha a que o realizador tem direito mas que não me convenceu muito.

quinta-feira, março 01, 2012

A Magia de Hugo

.





Fui ver o filme de Scorcese ainda sob o efeito da enorme desilusão provocada por "O Artista", de que falei há dias.
Curiosamente os dois filmes têm muito em comum. Quanto a mim ambos tratam do tema da "obsolescência" dos artistas (em Hugo a acção decorre por entre relógios e autómatos). "O Artista" fala de um actor que não foi capaz de se adaptar ao advento do cinema sonoro e Hugo fala de um artista, Méliès, que vê nascer depois da guerra um mundo novo ao qual o seu cinema já não se adequa.
Mas enquanto que no primeiro todo o filme gira à volta do drama pessoal, no segundo é a obra de Méliès, ou o que dela possa restar, o que mais importa. No primeiro caso o fim feliz concretiza-se quando o actor desempregado arranja trabalho, no segundo o "happy end" advém do reconhecimento da genialidade de uma obra mesmo que datada no plano estilístico.
Onde a diferença é enorme é na criatividade e riqueza de referências. Eu bocejei durante o filme francês mas não sosseguei durante a história do Hugo, inesperada, facetada e profunda.
Curiosamente até a intervenção canina é muito relevante em ambos os filmes.
Por tudo o que ficou dito não compreendo como é que o Oscar para o melhor filme e para o melhor realizador pode ter sido dado a "O Artista" em detrimento de Hugo.

"A Invenção de Hugo" é um tratado sobre o cinema como uma modalidade da magia. Não por acaso Méliès tinha sido ilusionista antes de ser cineasta.

terça-feira, fevereiro 28, 2012

A Morte d"O Artista"

.




“O ARTISTA” 

triunfou com três dos mais nobres óscares: melhor filme, melhor realizador, melhor actor (Jean Dujardin), a que se juntaram os prémios para guarda-roupa e partitura original. Eu pergunto a mim próprio porquê.


Aparentemente bastou-lhe uma ideia engraçada (imitar os filmes mudos) e um tema estafado (as derrapagens provocadas pelas curvas tecnológicas, neste caso a passagem do mudo ao sonoro).

O filme não prima pela originalidade no tratamento do tema e a trama segue um percurso entediante que o espectador adivinha ao fim de um minuto de projecção. Não há surpresa, não há revelação, não se aprende nada com este filme.
O realizador perdeu uma boa oportunidade para demonstrar, como fizeram Chaplin e outros, que mesmo sem som é possível fazer grandes obras que não provoquem bocejos durante duas horas.



Já me esquecia, do filme salva-se um cão engraçadíssimo.




.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

A Dama de Ferro, o filme

.




Começo por confirmar que o trabalho da actriz Meryl Streep é mesmo excepcional para poder passar imediatamente ao assunto.
O filme de Phyllida Lloyd tem um impacto enorme pois, ao contrário do que quase todos esperam, não trata do personagem histórico Margaret Thatcher. 

Não há qualquer valoração política da figura histórica, apenas a descrição das reacções, positivas e negativas, que ela desencadeou tanto no povo como nos seus pares.
Com essa manobra inutiliza as críticas que acusam o filme de não retratar a acção política de Thatcher com fidelidade.
O que está em causa no filme é um percurso de vida singular que demonstra, de forma magistral, a fragilidade das glórias humanas. E também a solidão que sofre, e a coragem que precisa de ter, qualquer grande político quer seja de esquerda ou de direita.
A figura de Thatcher, a fria e odiosa Thatcher, é a matéria prima ideal para falar da trágica condição humana. Uma opressão que afecta a humanidade inteira.
Calculo que seja difícil a certas pessoas olhar este filme nos olhos, viciados como andam em fazer da política um exercício de diabolização pessoal dos adversários.





.