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terça-feira, janeiro 10, 2023

A última vez que fomos felizes


 

A última vez que fomos felizes
O futuro parecia radioso na segunda metade dos anos 90.
Ainda me lembro da sensação de progresso e da reconfortante (aparente) ausência de ameaças.
Cavaco fora substituído por Guterres, com o seu discurso doce e cheio de bondade ecuménica.
Em 1996 Soares deu lugar a Sampaio na Presidência, também ele um perfil humanista e brando.
A Guerra Fria e o terror atómico eram uma coisa do passado.
Não havia guerra na Europa, nem pandemias.
A ameaça climática global era um assunto remoto.
Lisboa Capital da Cultura, em 1994, trouxera-nos uma aura cosmopolita que seria confirmada, em 1998, com a grande Expo Mundial.
E no mesmo ano Saramago recebeu o prémio Nobel, fazendo vibrar o nacionalismo cultural.
A economia cresceu entre 1995 e 2000 a um ritmo que nunca mais aconteceu até aos dias de hoje.
A Dívida Pública ainda não era um problema.
Estávamos todos galvanizados com a ideia de vir a usar a mesma moeda que os países da Europa desenvolvida.
É difícil de explicar aos mais jovens a bonomia daqueles tempos.
Com a viragem do século tudo mudou.
Tivemos a debandada de Guterres e de Durão Barroso.
Vieram as trapalhadas do Santana como prólogo ao pesadelo Sócrates.
Em 2004 a Dívida Pública já era o dobro da de 1995.
Talvez por obra da Expo, da Ponte Vasco da Gama e dos estádios do Euro 2004 (que nem sequer ganhámos).
Em suma, fomos imprudentes e desleixados.
Levados por discursos piedosos e irrealistas dos governantes, gastando demais, inebriados por ilusões de progresso sem alicerces nem sustentabilidade.
Esta parábola parece-me adequada ao início de um novo ano.
Talvez faça pensar.

quarta-feira, outubro 19, 2016

O "Tratado Orçamental" não tem a culpa


O "Tratado Orçamental", assinado em Março de 2012, não pode ser responsável por este continuado descalabro

quinta-feira, setembro 11, 2014

O crescimento "socialista"

O crescimento "socialista"
os candidatos do PS a primeiro ministro fartam-se de falar no crescimento como a panaceia da salvação.
Vale pois a pena ver como o seu camarada Hollande prometeu, e está a falhar, a salvação da França com crescimento económico.
A França acaba até de pedir novo adiamento no prazo que lhe foi dado para endireitar as contas. Uma figura triste.

http://internacional.elpais.com/internacional/2014/09/10/actualidad/1410341421_205941.html

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Um gráfico importante

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Há quem veja a cor de rosa e há quem veja tudo negro.
Mas só os fanáticos se recusam a perceber o significado deste gráfico.

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domingo, setembro 15, 2013

Marretada

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As reais proporções da marretada 2008-2013

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sexta-feira, junho 07, 2013

A génese do buraco

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Between 2000 and 2012, Portugal's economy grew less on a per capita basis
 than the U.S. during the Great Depression or Japan during its lost decade 
(revista "The Atlantic").


Os responsáveis por isto são agora os paladinos do crescimento- que nunca conseguiram- como alternativa à austeridade que eles próprios provocaram.

sexta-feira, junho 22, 2012

Estamos a jogar para nulos ?

Para quem pensa que não há esperança na austeridade, leia bem o boletim desta segunda-feira do Instituto Nacional de Estatística sobre o Comércio Internacional de Portugal:
Nos primeiros quatro meses do ano, a taxa de cobertura das importações pelas exportações já vai em 81,8 por cento! Há quantas décadas não acontecia isto?
E se retirarmos os combustíveis e lubrificantes da conta – a dependência do petróleo, o saldo da balança comercial já é positivo em 150 milhões de euros só nestes meses!
Opinião de
José Gomes Ferreira
Subdiretor de Informação SIC



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Porque será que a Assembleia da República omite estas questões essenciais e continua a glosar o fait-divers e os telefonemas do Relvas ?


quarta-feira, janeiro 04, 2012

Peçam um resgate ao planeta Marte



"Não é só na Europa que as necessidades de financiamento dos Estados atingem neste ano valores sem precedentes, num teste exigente à sobrevivência do euro. Lideradas pelo Japão, as maiores economias mundiais vão ter de ir buscar aos mercados montantes gigantescos para continuarem a funcionar sem rupturas.
As contas foram feitas pela agência Bloomberg e resultam num número astronómico: as maiores economias mundiais precisam de angariar 7,6 biliões de dólares (5,8 biliões de euros) para "tapar" os défices orçamentais de 2012 e refinanciar dívida que se vence."
Jornal de Negócios 04.01.2012

Então afinal é o próprio planeta que está falido? 
Peçamos então um resgate urgente ao planeta Marte

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domingo, dezembro 04, 2011

O EFEITO "TITANIC"




Miguel Sousa Tavares no Expresso de hoje


A Itália está na iminência de pedir tam­bém resgate financeiro e a Espanha e a Bélgica estão apenas em fila de espera. A Inglaterra vai proceder a novo corte brutal da despesa publica para controlar o défice, ao mesmo tempo que tenta evitar a entrada em recessão, tal como a Franca e... a Alemanha. Os Estados Unidos, sem as limitacoes impostas ao Banco Central Europeu, fazem moeda sem querer saber da inflação mas apostados em evitar a todo o custo que o défice seja controlado á custa da economia. 


Neste mundo em desagregação, onde o poder politi­co se transferiu dos Estados pa­ra os mercados e a crise das dividas soberanas e o único factor económico que conta, os lideres politicos estão paralisados — uns por incompetência, outros por falta de coragem, outros por teimosia irracional. Sarkozy é um palhaço nas mãos de Angela Merkel e a chanceler alemã, com o navio a meter água por todos os lados, só se interessa em discutir as regras de navegação e castigar quem deixou entrar água a bordo. Vamos ao fundo, parece inevitável. O euro, segundo o "Financial Times", tem apenas mais umas semanas de vida; depois dele, vai a União Europeia e, depois dela, vai todo o sistema económico globalizado em que vivíamos como no melhor dos mundos.

Não e preciso ser particularmente inteligente para perceber que Portugal, no meio deste naufrágio geral, é menos do que um camarote de terceira classe a bor­do do "Titanic". Se o naufrágio se consumar, vamos perder tudo o que conquistámos nos ultimos vinte anos: euro, Europa, ajuda externa, crédito barato, bem-estar, reformas garantidas. Vamos retroceder vinte anos, mas nao te-mos, obrigatoriamente, de retro­ceder quarenta: não é preciso também sacrificar a democracia. 

A ultima coisa de que precisamos é de entrar em guerras fratricidas, do tipo "se me tiram o 13º mês tambêm têm de tirar o do meu vizinho". Esta estupida guerra antipatriótica (inaugurada por quem tinha a responsabilidade de dar o exemplo oposto, o Presidente da Republica) não vai conduzir a nenhuma repartição equitativa de sacrificios, mas apenas a uma luta feia e suicidária por um lugar a bordo dos salva-vidas do "Titanic". Já foi explicado, mas, pelos vistos, há quem faça questão de fingir que não entende: a razão pela qual o Governo vai retirar os subsidios de Na­tal e de férias à função publica e não aos trabalhadores privados, é porque os funcionários públicos são despesa do Estado e os outros não. E do que agora se trata é de diminuir a despesa públi­ca e não de sobrecarregar ainda com mais impostos uma econo­mia moribunda. Podia-se, de fac­to, acrescentar a receita do Esta­do com um imposto extraordinário que retirasse os subsidios a to­do o sector privado, mas isso ape­nas serviria para conduzir a me­nos poupança, menos consumo, mais falências no comércio e serviços, mais desemprego e mais recessão.

Na esteira das reflexões intempestivas do Presidente e abrigados por elas, logo tivemos ou­tros sectores, como as Forgas Ar­madas e a magistratura, a confundirem o corte dos seus subsi­dios com a questão central do momento e até com uma ofensa à Constituição e uma ameaça à democracia. Eles e o professor de Finanças Públicas que nos preside ignoram, por certo, o que seja a vida fora da protecção de um emprego público garantido para sempre, porque nunca a experimentaram. De certo não sabem que, antes mesmo de os funcionários públicos serem atacados pelo orçamento, já muitos trabalhadores do sector privado tinham visto os seus salários diminuídos e 300.000 deles viram o seu emprego acabar. Nao sabem que, "lá fora", e ao contrário do que acontece nas empresas públicas, a regra do jogo é simples: se uma empresa não consegue receitas que cubram as despesas, fecha.

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Aliás, no turbilhão planetário em que estamos envolvidos, imaginar que a reposigao dos subsídios da função pública ou a mera invocação do boi sagrado que é a nossa Constituição, ajudaria a re-solver o que quer que fosse é menos do que ingenuidade. 
A Inglaterra vai despedir 700.000 fun-cionários públicos nos próximos três anos. Despedir: não é apenas cortar-lhes o vencimento ou os subsídios, o que já foi feito, também. E, apesar disso, que ninguém tenha dúvidas de que a Constituição inglesa, nao escrita, e a democracia inglesa vao resistir a isso, como resistiram a coisas bem piores. E seguramente que os tribunais ingleses não vão avocar um direito especial de serem oposição a um governo eleito. Porque, na hora em que o país está ameaçado, a nação une-se, para defender o essen­tial. 


A última vez que, a pretexto da crise financeira, nos esquecemos de que o essential é a demo­cracia e a liberdade, aconteceu o 28 de maio de 1926 e cinquenta anos de ditadura. É facil matar o mensageiro, quando não gostamos da mensagem: já o fizeram os gregos, os irlandeses, nós, os espanhóis e os italianos. Nenhum governo resiste a esta cri­se, mas, ao menos, caem por meios democráticos ou semelhantes. Mas, se forem os magistrados, os militares ou a rua a derrubar os governos legítimos, entregamos o poder a quem — ao Otelo? Aos meninos indignados? Ou a um novo Salazar?

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quinta-feira, novembro 24, 2011

A EuroBronca dos EuroBonds

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As bocas do Durão sobre os Eurobonds e as bocas do Cavaco sobre as capacidades impressoras de notas do BCE arrastaram a Alemanha para o pântano.
Os "mercados" agora receiam que a Alemanha venha a ter que pagar as dívidas todas dos PIIGS e, por causa disso, a Alemanha teve ontem dificuldade em financiar-se como costumava fazer.
Até agora tínhamos na Europa dois tipos de países; os mais ou menos falidos como Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália e os países que mereciam confiança, que tinham potencial para pagar o que deviam, com a Alemanha à cabeça.
Depois deste momento fatal não há na Europa ninguém que mereça respeito, a quem se empreste sem medo.
Foi pior a emenda do que o soneto.


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terça-feira, novembro 08, 2011

Não pagamos!!!

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Penso que há um equívoco quando se diz "não pagamos", como se fosse uma solução. É que nós ainda não estamos a pagar nada, estamos apenas a tentar reduzir o ritmo de crescimento da nossa dívida. 
Portanto parar os sacrifícios actuais significa apenas deixar a dívida continuar a crescer descontroladamente. Mas essa via tem um pequeno problema: para a dívida continuar a aumentar tem que haver alguém que nos empreste dinheiro, o que não acontecerá em tais circunstâncias. 
Em síntese, ou nós aprendemos a viver com menos, a empobrecer controladamente  ou, em alternativa, há alguém que nos fecha a torneira e empobrecemos à bruta e no meio do caos.
Convém estar consciente de que, no fundo, é uma destas duas coisas que podemos escolher.  

quarta-feira, outubro 12, 2011

Algumas leituras equívocas da crise



Circulam no espaço público, a propósito da crise, algumas leituras equívocas e mistificadoras:

1. Quando se diz "os cortes na saúde vão prejudicar os doentes" está-se a omitir que os cortes, eles próprios, não são causa mas sim consequência do empobrecimento anterior e do endividamento do país.

2. Quando se discursa sobre os direitos adquiridos e o "retrocesso civilizacional" está-se a escamotear que tais coisas só existem enquanto houver recursos materiais para as manter.
Nada, nem ninguém, está em condições de garanti-las incondicionalmente e é por isso que há no mundo países em que se morre de fome ou por falta de cuidados médicos elementares.

3. Discute-se a crise, quase sempre, como se a superação significasse um regresso à situação económica e social que antecedeu a sua eclosão.
Trata-se de uma mistificação pois o que está a suceder, para já, é uma tentativa de aterragem de emergência dois degraus mais abaixo, correspondentes ao empobrecimento que o nosso país registou nos últimos anos e que a crise se limitou a desvendar.
Por isso há que assumir que no fim desta aterragem de emergência, e esperemos que seja suave, estaremos todos em geral mais pobres.

4. Quem diz estar à espera de ver quais são as medidas do governo para relançar o crescimento económico, e voltar a subir os degraus do desenvolvimento, parece não perceber o essencial.
O desenvolvimento económico depende essencialmente das escolhas e decisões dos cidadãos, das empresas e de outras organizações produtivas. Se estes agentes não decidirem, de forma massiva, aumentar a produtividade e gerar mais riqueza, dentro do país, não há governo que nos valha.  

quinta-feira, julho 21, 2011

A salvação da Grécia




Hoje é dia de stress test para os líderes europeus. Depois de um ano e meio a meter a cabeça na areia, a estratégia de avestruz da União Europeia conduziu-nos à beira do colapso.
Se logo no início se tivesse, com rapidez e com um mínimo de solidariedade, resolvido o problema da dívida grega - de uma economia que não vale senão 2% do PIB europeu, é bom lembrá-lo -, teríamos sido poupados ao calvário por que a Europa tem passado, assim como ao momento extremamente difícil que agora se vive.
Manuel Maria Carrilho no DN de hoje

Manuel Maria, como muitos outros, dá a entender que os "líderes europeus" são, no seu conjunto, um bando de avestruzes tontas. Tenho alguma dificuldade em imaginar tanta inépcia junta, tanta incapacidade para ver o que é tão evidente para o nosso Manuel Maria. Será que Merkel, para mais uma mulher, chegou a líder num país como a Alemanha apesar da sua tontice? Passemos adiante.
Manuel Maria repete hoje um lugar comum que se estabeleceu na praça com foros de verdade incontestável: a necessidade absoluta de a Europa proceder à "resolução pronta e completa do problema da dívida grega". Confesso que não compreendo o que se pretende, creio tratar-se de uma daquelas ideias a que as pessoas se agarram desesperadamente como os náufragos se agarram às tábuas soltas do casco.
Enquanto a Grécia, tal como Portugal, não forem países económicamente viáveis, que dispensem as mesadas (com juros) dos "tontos" líderes europeus, 
mandar-lhes dinheiro é como despejar baldes de água num areal. Ninguém no seu perfeito juízo ficará a despejar baldes de água eternamente mesmo que seja suficientemente rico para sustentar vários destes "rendimentos mínimos" europeus.


Daqui resulta para mim uma conclusão muito simples: a salvação da Grécia só pode ser obra dos gregos.


terça-feira, março 29, 2011

Poors of Spirit

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O ministro da Economia escusou-se hoje a comentar, perante os deputados da comissão de Assuntos Económicos, as novas previsões do Banco de Portugal (BdP), acusando o PSD de tentar fazer da comissão um palco para esse debate.
Explicou que a rejeição da actualização do Plano de Estabilidade e Crescimento apresentada pelo Governo na Assembleia da República é responsável pela descida generalizada do 'rating' das empresas, bancos e da própria República portuguesa.
A descida do 'rating'  não tem portanto nada a ver com o "Relatório da Primavera" do Banco de Portugal que prevê uma contracção do PIB de 1,4% em 2011, um défice externo de 8,9% e a continuação da recessão em 2012, aumentando assim a nossa dificuldade em pagar a dívida acumulada.
As agências de 'rating' são mesmo umas pobres de espírito ou melhor, em inglês técnico, "standard & poors of spirit".

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terça-feira, janeiro 04, 2011

Crise e sacríficio

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Portugal foi fortemente afectado pela crise económica em 2010 (??), mas o ano que agora terminou foi o melhor dos últimos oito para o sector automóvel, que não registava vendas tão elevadas desde 2002, indicam os dados ontem publicados pela ACAP-Associação Automóvel de Portugal.
Entre Janeiro e Dezembro comercializaram-se 223.491 ligeiros de passageiros, o que representou uma subida de 38,8 por cento face a 2009. Este número só tinha sido melhor em 2002, quando o mercado registou 228.574 ligeiros comercializados.

Público 03.01.2011

Esta notícia, como outras que publiquei recentemente acerca dos levantamento e pagamentos com cartões de crédito, mostram que a narrativa sobre a crise é mais uma ficção perniciosa.
Era bom que os portugueses percebessem que, no que toca a sacrifícios, ainda não viram nem da "missa a metade". Talvez assim evitassem precipitar-se na compra de carros novos importados, provavelmente a crédito, aumentando o já enorme endividamento externo.
O Belmiro de Azevedo costumava gabar-se de só trocar de carro de dez em dez anos; talvez seja essa a atitude certa para enriquecer. Já o nosso governo, e também a nossa oposição, falam dos "enormes sacrifícios" actuais do povo quando deviam era estar a prepará-lo para o intenso empobrecimento que, com toda a probabilidade, nos atingirá a todos num futuro próximo.

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terça-feira, dezembro 28, 2010

Portugueses afinal têm confiança no futuro

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Estes números da SIBS parecem reflectir um comportamento irresponsável por parte dos portugueses ou então sou eu que não estou a perceber.
Então o futuro não se apresenta carregado de ameaças?
Para além de dissiparem as poupanças das famílias estas compras contribuem para o desiquilibrio das contas já que grande parte dos produtos provem da importação.
Não me venham dizer que estes movimentos todos foram feitos pelos accionistas da PT.


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segunda-feira, dezembro 13, 2010

Morte e ressurreição de Keynes

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segunda-feira, outubro 18, 2010

A assobiar para o ar

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O que mais me espanta na situação actual é a preocupação em impedir a crise desta semana, em tentar enganar "os mercados" nem que seja mais uns dias aprovando um orçamento qualquer.
Já nem falo do passado. Não há responsáveis? Onde estiveram os deputados durante todos os anos em que se cavou o buraco actual? Não é para isso que pagamos um "regime democrático"? E os partidos "à esquerda", que tanto se mobilizam em defesa de certas corporações, porque não fizeram a insurreição enquanto o país ainda não tinha sido totalmente delapidado?
Onde estava o juiz Carlos Moreno, que agora escreveu um livro, durante estes anos todos? Só o casmurro do Medina Carreira, honra lhe seja feita, é que gritou que vinha aí o lobo. E vinha mesmo.
Mas há que falar do futuro. Não haverá futuro enquanto não percebermos como, e porquê, caímos neste atoleiro. Para evitar repetir os mesmos erros.
Para haver um futuro alguém tem que ter a coragem de romper com o marasmo do sistema. Alguém tem que assumir um projecto de futuro em que seja possível acreditar e, à luz dele, determinar todos os sacrifícios que forem necessários.
Isto não vai lá pelo método habitual, com troca de favores nos camarins e depois assobiar para o ar para o "mercado" ver.

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sexta-feira, outubro 08, 2010

O consumo "interno"

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Argumenta-se muito que a redução do rendimento disponível das famílias, por efeito das medidas de austeridade, terá um impacto negativo na actividade económica. Para avaliar esse impacto é necessário perceber como seria gasto o rendimento perdido dessa forma pelos consumidores.
Em Portugal, infelizmente, muito do consumo privado concorre para o aumento das importações, e o aumento do PIB de países terceiros, e não para o PIB nacional.
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quarta-feira, setembro 08, 2010

Plano inclinado



Estado volta a pagar mais juros para se endividar

O Estado português emitiu hoje dívida no montante de 1039 milhões de euros, em duas emissões com prazos de três anos e onze anos, pagando juros bastante mais altos do que nas últimas emissões com prazos semelhantes.
O juro médio pago na emissão a onze anos, que vence em Abril de 2021, foi de 5,973 por cento, quando no final do mês passado o IGCP fez uma emissão a dez anos por que pagou um juro médio de 5,312 por cento. No final de Julho, uma emissão a 13 anos pagou um juro de 5,377 por cento. A última emissão a 11 anos foi a 10 de Março, com uma taxa média de 4,171 por cento.
Na emissão a três anos, o juro médio é de 4,086 por cento, quando foi de 3,597 por cento na emissão com o mesmo prazo feita a 9 de Junho.
ver mais no Público, 08.09.2010
 
Este plano inclinado (o nome do programa da SIC Notícias foi mesmo bem escolhido) em que nos encontramos é tenebroso.
Eu como cidadão estaria disposto a fazer muito mais sacrifícios para ajudar a sair o mais depressa possível deste processo de empobrecimento. Serei só eu?

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