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quinta-feira, maio 16, 2013

quinta-feira, novembro 17, 2011

quinta-feira, outubro 27, 2011

Religiosidade peruana

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Um album de fotografias, feitas por mim em Setembro 2011, sobre a religiosidade dos peruanos pode ser visto AQUI.

segunda-feira, outubro 03, 2011

A "não inscrição"



Mais um caso notável para ilustrar as teses de José Gil sobre a "não inscrição" dos portugueses. Na Grécia atira-se cocktails molotov à polícia, enquanto isso em Portugal discute-se um relatório policial sobre a possibilidade de no futuro se virem eventualmente a registar desacatos.

terça-feira, setembro 20, 2011

Erotismo pré-colombiano

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Pode ver aqui uma colecção de peças de cerâmica eróticas, pré-colombianas, fotografadas no Museu Arqueológico Rafael Larco Herrera de Lima, Peru.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Uma espécie... de praga

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Uma espécie... de praga.

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terça-feira, outubro 19, 2010

Ex-votos da Senhora D'Aires

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Na Senhora D'Aires, de ao pé de Viana (Alentejo), têm-se feito e pago muitas promessas.
Veja AQUI uma reportagem dos ex-votos populares.

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quinta-feira, outubro 14, 2010

Rui Palha - para redescobrir as ruas de Lisboa

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Rui Palha, um grande fotógrafo das gentes de Lisboa, acaba de publicar o seu livro "Fotografias de Rua".
Já está à venda na Livraria Barata e é a sua oportunidade para descobrir o fotógrafo e redescobrir a cidade.
Recomendo absolutamente.

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segunda-feira, setembro 27, 2010

Nem tanto ao mar nem tanto à terra

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O que mais me impressionou nesta fotografia, publicada na Visão, nem foi a mulher de burka mas a "cara de pau" dos candidatos no Afeganistão.
Eu, que acho os nossos candidatos demasiadamente sorridentes, fiquei chocado com a severidade destes rostos.
Não captam os votos com demagogia barata, como fazem os nossos; sou levado a pensar que o fazem assustando os eleitores. Nem tanto ao mar nem tanto à terra, digo eu.
Há outros mundos no nosso planeta.


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terça-feira, setembro 21, 2010

Meu querido mês de Setembro

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Alvalade foi medieval no Domingo passado.  Se quer ver mais...

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quarta-feira, agosto 25, 2010

Hereros

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A exposição "HEREROS", do fotógrafo brasileiro Sérgio Guerra, é uma realização notável a não perder.
Na Perve Galeria, em Alfama (R. das Escolas Gerais 17-23), podemos ver uma tocante e belíssima revelação desta etnia que habita o Namibe (Angola, Namíbia e Botswana).
Os Herero subdividem-se em vários grupos - mukubais, muhimbas, muhacaonas e muchavícuas. Em 1904, 80% foram massacrados pelas tropas alemãs do general Lothar Von Trotha, na Namíbia. Actualmente são 240.000.
A exposição dura só até 18 de Setembro. 

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quinta-feira, julho 15, 2010

Toda a sabedoria popular num único post



A ambição cerra o coração

A pressa é inimiga da perfeição

Águas passadas não movem moinhos

Amigo não empata amigo

Amigos amigos negócios à parte

Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura

A união faz a força

A ocasião faz o ladrão

A ignorância é a mãe de todas as doenças

Amigos dos meus amigos, meus amigos são

A cavalo dado não se olha a dente

Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo

Antes só do que mal acompanhado

A pobre não prometas e a rico não devas.

A mulher e a sardinha, querem-se da mais pequenina

A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo

A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado

A galinha do vizinho é sempre melhor que a minha

A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata

A necessidade aguça o engenho

A noite é boa conselheira

A preguiça é mãe de todos os vícios

A palavra é de prata e o silêncio é de ouro

A palavras ocas orelhas moucas

A pensar morreu um burro

A roupa suja lava-se em casa

Antes só que mal acompanhado

Antes tarde do que nunca

Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o desamparam

Ao rico não faltes, ao pobre não prometas

As palavras voam, a escrita fica

As conversas são como as cerejas, vêm umas atrás das outras

Até ao lavar dos cestos é vindima

Água e vento são meio sustento

Águas passadas não movem moinhos

Boi velho gosta de erva tenra

Boca que apetece, coração que padece

Baleias no canal, terás temporal

Boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia

Boa romaria faz, quem em casa fica em paz

Boda molhada, boda abençoada

Burro velho não aprende línguas

Burro velho não tem andadura e se tem pouco dura

Cada cabeça sua sentença

Chuva de São João, tira vinho e não dá pão

Casa roubada, trancas à porta

Casarás e amansarás

Criou a fama, deite-se na cama

Cada qual com seu igual

Cada ovelha com sua parelha

Cada macaco no seu galho

Casa de ferreiro, espeto de pau

Casamento, apartamento

Cada qual é para o que nasce

Cão que ladra não morde

Cada qual sabe onde lhe aperta o sapato

Com vinagre não se apanham moscas

Coma para viver, não viva para comer

Com o direito do teu lado nunca receies dar brado

Candeia que vai à frente alumia duas vezes

Casa de esquina, ou morte ou ruína

Cada panela tem a sua tampa

Cada um sabe as linhas com se cose

Cada um sabe de si e Deus sabe de todos

Casa onde entra o sol não entra o médico

Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém

Cesteiro que faz um cesto faz um cento,se lhe derem verga e tempo

Com a verdade me enganas

Com papas e bolos se enganam os tolos

Comer e o coçar o mal é começar

Devagar se vai ao longe

Depois de fartos, não faltam pratos

De noite todos os gatos são pardos

Desconfia do homem que não fala e do cão que não ladra

De Espanha nem bom vento nem bom casamento

De pequenino se torce o pepino

De grão a grão enche a galinha o paparrão

Devagar se vai ao longe

De médico e de louco, todos temos um pouco

Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és

Diz o roto ao nu 'Porque não te vestes tu?'

Depressa e bem não há quem

Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer

Depois da tempestade vem a bonança

Da mão à boca vai-se a sopa

Deus ajuda, quem cedo madruga

Dos fracos não reza a história

Em casa de ferreiro, espeto de pau

Enquanto há vida, há esperança

Entre marido e mulher, não se mete a colher

Em terra de cego quem tem olho é rei

Erva daninha a geada não mata

Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão

Em tempo de guerra não se limpam armas

Falar é prata, calar é ouro

Filho de peixe, sabe nadar

Gaivotas em terra, tempestade no mar

Guardado está o bocado para quem o há de comer

Galinha de campo não quer capoeira

Gato escaldado de água fria tem medo

Guarda o que comer, não guardes o que fazer

Homem prevenido vale por dois

Há males que vêm por bem

Homem pequenino ou velhaco ou dançarino

Ignorante é aquele que sabe e se faz de tonto

Junta-te aos bons, serás como eles, junta-te aos maus, serás pior do que eles

Lua deitada, marinheiro de pé

Lua nova trovejada, 30 dias é molhada

Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão

Longe da vista, longe do coração

Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar

Mal por mal, antes na cadeia do que no hospital

Manda quem pode, obedece quem deve

Mãos frias, coração quente

Mais vale ser rabo de pescada que cabeça de sardinha

Mais vale cair em graça do que ser engraçado

Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo

Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto

Madruga e verás trabalha e terás

Mais vale um pé no travão que dois no caixão

Mais vale uma palavra antes que duas depois

Mais vale prevenir que remediar

Morreu o bicho, acabou-se a peçonha

Muita parra pouca uva

Muito alcança quem não se cansa

Muito come o tolo mas mais tolo é quem lhe dá

Muito riso pouco siso

Muitos cozinheiros estragam a sopa

Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe

Nuvem baixa sol que racha

Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu

Nem tudo o que reluz é ouro

Não há bela sem senão

Nem tanto ao mar nem tanto à terra

Não há fome que não dê em fartura

Não vendas a pele do urso antes de o matar

Não há duas sem três

No meio é que está a virtude

No melhor pano cai a nódoa

Nem contas com parentes nem dívidas com ausentes

Nem oito nem oitenta

Nem tudo o que vem à rede é peixe

No aperto e no perigo se conhece o amigo

No poupar é que está o ganho

Não dá quem tem, dá quem quer bem

Não há sábado sem sol, domingo sem missa nem segunda sem preguiça

O saber não ocupa lugar

Os cães ladram e caravana passa

O seguro morreu de velho

O prometido é devido

O que arde cura o que coça sara e o que aperta segura

O segredo é a alma do negócio

O bom filho à casa retorna

O casamento e a mortalha no céu se talha

O futuro a Deus pertence

O homem põe e Deus dispõe

O que não tem remédio remediado está

O saber não ocupa lugar

O seguro morreu de velho

O seu a seu dono

O sol quando nasce é para todos

O óptimo é inimigo do bom

Os amigos são para as ocasiões

Os opostos atraem-se

Os homens não se medem aos palmos

Para frente é que se anda

Pau que nasce torto jamais se endireita

Pedra que rola não cria limo

Para bom entendedor meia palavra basta

Por fora bela viola, por dentro pão bolorento

Para baixo todos os santos ajudam

Por morrer uma andorinha não acaba a primavera

Patrão fora, dia santo na loja

Para grandes males, grandes remédios

Preso por ter cão, preso por não ter

Paga o justo pelo pecador

Para morrer basta estar vivo

Para quem é, bacalhau basta

Passarinhos e pardais,não são todos iguais

Peixe não puxa carroça

Pela boca morre o peixe

Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber

Pimenta no cu dos outros para mim é refresco

Presunção e água benta, cada qual toma a que quer

Quando a esmola é grande o santo desconfia

Quem espera sempre alcança

Quando um não quer, dois não discutem

Quem tem telhados de vidro não atira pedras

Quem vai à guerra dá e leva

Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte

Quem sai aos seus não degenera

Quem vai ao ar perde o lugar e quem vai ao vento perde o assento

Quem semeia ventos colhe tempestades

Quem vê caras não vê corações

Quem não aparece, esquece; mas quem muito aparece, tanto lembra que aborrece

Quem casa quer casa

Quem come e guarda, duas vezes põe a mesa

Quem com ferros mata, com ferros morre

Quem corre por gosto não cansa

Quem muito fala pouco acerta

Quem quer festa, sua-lhe a testa

Quem dá e torna a tirar ao inferno vai parar

Quem dá aos pobres empresta a Deus

Quem cala consente

Quem mais jura é quem mais mente

Quem não tem cão, caça com gato

Quem diz as verdades, perde as amizades

Quem se mete em atalhos não se livra de trabalhos

Quem não deve não teme

Quem avisa amigo é

Quem ri por último ri melhor

Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha

Quanto mais te agachas, mais te põem o pé em cima

Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto

Quem diz o que quer, ouve o que não quer

Quem não chora não mama

Quem desdenha quer comprar

Quem canta seus males espanta

Quem feio ama, bonito lhe parece

Quem não arrisca não petisca

Quem tem boca vai a Roma

Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão

Quando um cai todos o pisam

Quanto mais depressa mais devagar

Quem entra na chuva é pra se molhar

Quem boa cama fizer nela se deitará

Quem brinca com o fogo queima-se

Quem cala consente

Quem canta seus males espanta

Quem comeu a carne que roa os ossos

Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro

Quem muito escolhe pouco acerta

Quem nada não se afoga

Quem nasceu para a forca não morre afogado

Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele

Quem não sabe é como quem não vê

Quem não tem dinheiro não tem vícios

Quem não tem panos não arma tendas

Quem não trabuca não manduca

Quem o alheio veste, na praça o despe

Quem o seu cão quer matar chama-lhe raivoso

Quem paga adiantado é mal servido

Quem parte velho paga novo

Quem sabe faz, quem não sabe ensina

Quem tarde vier comerá do que trouxer

Quem te cobre que te descubra

Quem tem burro e anda a pé mais burro é

Quem tem capa sempre escapa

Quem tem cem mas deve cem pouco tem

Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita

Quem tudo quer tudo perde

Quem vai ao mar avia-se em terra

Quem é vivo sempre aparece

Querer é poder

Recordar é viver

Roma e Pavia não se fez em um dia

Rei morto, rei posto

Se em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota

Se sabes o que eu sei, cala-te que eu me calarei

Santos da casa não fazem milagres

São mais as vozes que as nozes

Toda brincadeira tem sempre um pouco de verdade

Todo o homem tem o seu preço

Todos os caminhos vão dar a Roma

Tristezas não pagam dívidas

Uma mão lava a outra

Uma desgraça nunca vem só

Vão-se os anéis e ficam-se os dedos

Vozes de burro não chegam aos céus

Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades

quarta-feira, abril 29, 2009

Egípcios

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Um conjunto de imagens recolhidas em Março no Egipto, entre Luxor e Abu Simbel, pode ser visto AQUI.

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terça-feira, março 31, 2009

Núbios

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A minoria núbia do Egipto viu as suas terras invadidas pelas águas quando foi construída a grande barragem em Assuão. Os que não partiram e se misturaram vivem actualmente em meia-dúzia de aldeias construídas para o efeito.
Visitei recentemente uma delas e pude constatar que, pelo menos aparentemente, a sua vida agora depende quase totalmente da venda de produtos aos turistas.

Apesar da beleza dos rostos e dos trajes, da alegria das cores, há muita artificialidade nas suas vidas. Ou então sou eu que estou equivocado.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

A "outra metade" da humanidade

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Por mero acaso coincidem no dia de hoje, 26 de Janeiro, as comemorações do Novo Ano Chinês (que já referimos aqui) e o grande feriado nacional da Índia, o Dia da República, em que se tornou Estado soberano (26 de Janeiro de 1950).
Sem nós darmos por nada, virados para o nosso precioso umbigo, há cerca de doil mil e quinhentos milhões de seres humanos em festa do outro lado do planeta.

É a "outra metade" da humanidade que só conhecemos como exotismo e a que só concedemos a condição de folclore.
No entanto a grandeza do fenómeno devia comover-nos ou, no mínimo, provocar-nos tonturas. Sem pieguices.
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quinta-feira, agosto 28, 2008

O Amolador


FR, Lisboa 27.08.2008


O som da gaita de beiços não enganava: fui à janela e lá em baixo, conduzindo pela mão a sua “bicicleta” cheia de ferramentas e chapéus de chuva, lá estava ele, o amolador.
Corri a buscar uma faca e fui ter com ele. O homem pôs o seu avental de couro, subiu para a bicicleta e começou a pedalar, fazendo girar a roda de afiar onde ia com movimentos estratégicos, encostando o gume da faca.
Fiquei fascinada a olhar, a ver as pequenas chispas que saltavam.
E lembrava-me: o amolador vinha com a sua musica/pregão que, segundo se dizia anunciava as chuvas, e as vizinhas traziam as facas e tesouras para amolar, as panelas de alumínio para pôr “pingos” nos buracos, os tachos de barro estalados para consertar com “gatos”, e os chapéus de chuva para qualquer vareta nova.
Por 4 euros, durante uns minutos, eu tinha outra vez 10 anos.


P. S. Quanto à “lenda” de os amoladores anunciarem o regresso das chuvas, eu não sei nada, mas as previsões meteorológicas anunciam chuva para hoje a partir do fim da tarde...


(da nossa "enviada especial à praceta", Maria Rosa Redondo)



(um amolador em 1900)

quinta-feira, julho 17, 2008

O silêncio dos blogoesféricos





(texto de Rosa Redondo enviado para publicação pela autora)

O filme "Tropa de Elite" de José Padilha é um murro no estômago. Como era de esperar já disseram sobre ele os lugares comuns do costume e já lhe colaram os rótulos habituais. Curiosamente, em Portugal, em especial na blogoesfera, tem-se falado pouco sobre ele; talvez porque temos receio de ser confrontados com alguns cantos mais “obscuros” do nosso íntimo e de ter de pôr em causa alguns dos princípios “bonitos” em que nos apraz fundamentarmo-nos.

Uma excepção é a inteligente crítica que Jorge Leitão Ramos publicou no Expresso de 12 de Julho (“Tiro e Queda”) e que perfilho quase sem reticências.

Acrescentarei só que uma das coisas que o filme nos mostra é que o “sistema” cujos indícios vemos na corrupção “hard” da policia, na corrupção “soft” das ONG, no poder brutal dos bandos da droga, não pode ser desmantelado de dentro, porque se auto-regenera. E o conceito de “de dentro” é muito amplo; inclui o modelo produtivo, social e governativo, o corpo legislativo e judicial, a organização policial...

Há uma frase do capitão Nascimento que não pára de me ressoar na cabeça: “Só rico com consciência social é que não sabe que guerra é guerra.”

Outra grande questão “quente” é a da legalização da venda e consumo de droga. É preciso ter a coragem de a abordar sem moralismos. É já um lugar comum, mas nem por isso é menos verdade, que a “Lei Seca” foi a fortuna dos gangsters.

A ver. Absolutamente.

Rosa Redondo, 17.07.2008

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sexta-feira, março 21, 2008

O que ficou da Índia


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Cheguei da Índia afectado pelos exageros do ar condicionado, que era forçado a alternar com o calor dos locais visitados onde era comum a poeirada e os fumos de pequenas fogueiras feitas com lixo. Quase toda a gente no meu grupo foi atingido, de uma forma ou de outra, por tosses e entupimentos respiratórios vários.

Agora que está na hora de encerrar este capítulo apetece, como sempre, o brilharete de uma síntese. Só que a Índia não é país para sínteses; é ao mesmo tempo exótico e familiar, uma espécie de matriz de onde viemos mas que hoje nos surpreende.

Confesso que me surpreendeu o "atraso" da Índia; não pode ambicionar grandes voos um país onde vacas e outras alimárias se passeiam pelas vias do tráfego (realizando o sonho da nossa ACAM), onde há esquinas de lixo a céu aberto, onde a religião impregna o dia-a-dia em vez de ser uma luz orientadora do destino.

A presença do islamismo, embora minoritária, é aliás uma fonte de tensão que se sente claramente. Pareceu-me que a influência cultural dos muçulmanos é maior do que os 15% que as estatísticas lhes atribuem.

Os invasores muçulmanos vindos do Afeganistão no século XVI dominaram a Índia, e a sua cultura milenar, até à chegada dos ingleses no século XIX. Ainda recentemente eu havia referido Akbar, o maior dos imperadores, sem saber que viria agora a estar no que resta dos seus palácios. Esse domínio deixou marcas profundas.

Os monumentos desse perído, fabulosos, estão em certos casos tão mal mantidos que emboram tenham poucas centenas de anos paracem muito mais arcaicos. Os monumentos hindus, muito mais antigos têm um encanto muito especial (As colunas de Qutub Minar, e os templos de Khajurao, por exemplo).

As infraestruturas são muito deficientes e limitam as possiblidades do turismo. É penoso gastar um dia inteiro para fazer um percurso de 300 km por estrada. O aeroporto de Delhi, onde aterrei uma vez e levantei duas vezes, é um caso sério de desorganização e de confusão. No regresso a Lisboa cheguei ao aeroporto às 23 para poder embarcar às três e meia da manhã.

Eu sei que há pólos de excelência, realizações importantes no plano tecnológico mas, pelo que observei em cerca de mil quilómetros de estrada, isso constitui uma gota num enorme oceano. Grande parte da população dedica-se à agricultura e há também centenas de milhões de pequeníssimos comerciantes.




Nas ruelas, à beira das estradas, por todo o lado estes pequeníssimos comerciantes encontram "loja" nem que seja um metro quadrado de solo. Este imenso bazar, que segue o padrão que também encontramos no magrebe, distingue-se pela sua esmagadora dimensão.
Se é verdade que nas imediações das atracções turísticas esses comerciantes terão possibilidade de fazer excelentes negócios já ao longo do país remoto, em pequeníssimas vilórias, não compreendo como pode ser rentável esta extensíssima rede comercial. Deve ser a minha noção de rentabilidade que não se aplica no caso em apreço.

Em conclusão e finalmente em síntese; eu consigo imaginar a China sem miséria daqui a 20 anos. A Índia não.

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segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Carnaval em Lazarim (2007)
















Em 2007 visitei Lazarim durante o Carnaval e falei disso neste post. Trata-se de uma festa popular famosa em todo o país por causa das suas belas máscaras de madeira.
Pode ver uma selecção das fotografias que então fiz clicando AQUI


quarta-feira, dezembro 12, 2007

A luta continua


A paranóia regulamentadora que se vem abatendo sobre os cidadãos quer agora atacar antigos costumes alimentares e a espantosa riqueza cultural que eles representam (veja o aterrorizante artigo de António Barreto sobre esta matéria).
Os imbecis que decidem estas coisas num escritório qualquer numa qualquer Bruxelas estão a ir longe de mais e, neste caso concreto, encontrarão certamente uma feroz resistência.
Nem que seja necessário passar os petiscos à clandestinidade.
A luta continua...