O verdadeiro partido do TAXI
Durante muito tempo o CDS, por ter poucos deputados, foi considerado o "partido do taxi".
Ora o verdadeiro "partido do taxi" é o Chega. Não só por ter poucos deputados mas essencialmente por dizer na AR coisas que só costumávamos ouvir nos taxis. Coisas do tipo "isto só lá vai com dois salazares".
Enquanto foi só o senhor Antunes do talho a dizer que, na sua modesta opinião, os pedófilos deviam "ficar sem os tintins" nós achámos a coisa um pouco bizarra e não demos grande importância.
Quando a D. Justina do quarto andar nos encontrou na escada e desatou a vociferar contra a "deputada gaga", que tinha vindo da Guiné (onde estava tão bem) para lançar a confusão, encolhemos os ombros e levámos à conta da solidão em que ela vivia.
Quando descobrimos, intrigados, que o senhor Rocha da mercearia tinha um sapo à porta do estabelecimento julgámos que fosse uma campanha a favor de alguma espécie em perigo de extinção.
Mas quando o senhor Antunes, a D. Justina e o merceeiro Rocha, e milhares como eles, elegeram o Ventura para a Assembleia da República, houve um "sobressalto cívico".
Agora anda toda a gente a falar no "cordão sanitário".
Podemos, em caso de necessidade, meter o Ventura num táxi e pagar ao motorista para o levar até aos confins de Vladivostok.
Já o senhor Antunes, a D. Justina e o Rocha da mercearia, e os muitos milhares que pensam como eles é que é uma chatice.
Talvez possamos encher os estádios todos do país, agora que o futebol está sem clientes. Mas acho pouco democrático.