domingo, abril 30, 2006

A presidência do Pirilampo Mágico


Sempre tive uma embirração, irracional mas irreprimível, pelo Pirilampo Mágico.
Conheço-o desde que apareceu, há vinte anos. Chegava à empresa onde eu trabalhava pela mão de um colega que, muito louvavelmente, colaborava com a instituição que inventou o boneco. Trazia todos os anos um enorme saco de plástico transparente cheio dos pequenos seres – de todas as cores, de olhos esbugalhados.
O que me irritava era que os ditos seres não tinham a vida efémera de qualquer emblema de peditório. Teimavam em perdurar e conseguiam-no, de preferência colados no topo dos ecrãs dos computadores – alinhados, um de cada cor, à espera do próximo. Toque «kitsch» para humanizar a tecnologia, versão empresarial do galo de Barcelos em cima da TV.
Eu guardava os bichos numa gaveta porque não ousava deitá-los no caixote do lixo. Não sei bem porquê, mas tinha a vaga sensação de que a senhora que fazia a limpeza me acharia sacrílega se o fizesse. Comecei a trazê-los para casa e passaram a ser excelentes brinquedos para o meu gato.

Vem isto a propósito de uma notícia que li no «Expresso» (mesmo que seja falsa não tem importância): o «Roteiro para a Inclusão», liderado pelo nosso PR, deverá arrancar com a gala comemorativa dos vinte anos do Pirilampo Mágico, patrocinada pela primeira-dama.

Senti um clique, fez-se-me luz. Desde ontem que não consigo pensar em Aníbal e Maria Cavaco Silva sem os associar ao Pirilampo Mágico. Imagino o Palácio de Belém invadido por batalhões das inefáveis criaturas, filas coloridas enfeitando os parapeitos da marquise da Lapa e as janelas dos portugueses. Entrámos numa nova era. Tudo passou a fazer sentido, até o discurso do 25 de Abril.

O Nuno Brederode diz que o compromisso cívico lhe faz lembrar «a ideia de felicidade que subjaz aos anúncios de champô» e «Dickens, mas na estética da família Trapp» (DN, 30/4). Acho demasiado complicado: quem subiu a pulso não é obrigado a saber quem foi Dickens.
Luzes de pirilampos e alguma magia e está no papo!

sexta-feira, abril 28, 2006

O carro de Santana na China



Está resolvido mais um grave problema, que tanto atormentou a nossa imprensa e o Prof. Carmona Rodrigues.

O famoso carro do Santana foi visto a circular em Pequim (ainda ostentando o nome do ex-dono) o que nos faz supor que terá sido adquirido por um dos activos comerciantes da comunidade chinesa em Lisboa e levado para o oriente.

Libertos desta preocupação talvez possamos começar a tratar dos verdadeiros problemas da cidade...

terça-feira, abril 25, 2006

25 de Abril em HONG KONG





Hong Kong, 25 de Abril de 2006


Neste dia memoravel envio um abraco para todos os amigos.

sábado, abril 22, 2006

A primeira fase


Guangzou, China, 22 de Abril 2006.

Hoje alguem (chines) disse-me que na China existem enormes desigualdades; por um lado os muito ricos e por outro os muito pobres.

Minutos depois essa mesma pessoa afirmou ser necessario obter um visto para os chineses visitarem Hong-Kong e Macau pois essas regioes especiais vivem em economia capitalista enquanto o resto do pais vive em regime comunista.

Foi nessa altura que perguntei se, havendo as tais desigualdades enormes, nao seria contraditorio classificar a China como comunista.

Foi-me respondido que esta e' apenas a fase inicial do comunismo.
Quando plenamente desenvolvido entao o comunismo possibilitara' a prosperidade a todos os chineses. Essa primeira fase tem uma duracao indeterminada.

Isto foi dito sem pestanejar.
Fiquei sem argumentos...

sexta-feira, abril 21, 2006

Um mundo (in)diferente


Guilin, China, 21 de Abril de 2006.

Passei o dia, de barco e de carripana, por entre as espantosas colinas do rio Li perto da cidade de Guilin.

Parece que toda esta regiao, anteriormente no fundo do mar, emergiu ha' milhoes de anos e a chuva e o vento esculpiram as caprichosas formas que ladeiam o rio ao longo de muitas dezenas de quilometros.

Ao fim do dia passeava-me nas ruas, sempre apinhadas e agitadas, pensando como tudo e' diferente da ideia que eu tinha antes de ca' chegar. A maior parte dos portugueses nunca ouviu sequer falar de Guilin e no entanto na cidade e nos seus arredores agitam-se e teimam quatro milhoes de chineses, indiferentes a essa indiferenca.

Numa enorme praca um Hotel, que ja' figura no Guiness dos recordes, despeja entre as 9:30 e as 9:40 milhares de litros de agua pelos seus 11 andares abaixo criando assim a maior cascata artificial do mundo. O povinho junta-se no local para apreciar este numero de circo e beneficiar do fresco que ele liberta.

Depois la' vieram os omnipresentes "mercadillos" de rua, como diz o guia, e a sensacao de absoluta necessidade de fugir das multidoes que sempre nos envolvem.

Tambem a China e' um fundo do mar que emerge inexoravelmente.

Hu Jintao, ainda ontem o vi na CNN, diz que a China e os States partilham muitos interesses e que em conjunto vao derrotar o terrorismo, o que tambem pode significar que vao conjuntamente policiar o mundo.

Ate' quando se mantera' esta concordia entre rivais ?

quinta-feira, abril 20, 2006

Cada vez mais alto


Xangai, 20 de Abril 2006.

Dos dez edificios mais altos do mundo cinco situam-se na China.
Isso mostra com quem a China se quer comparar ou confrontar.

Ontem subi 'a torre Jin Tao na companhia de hordas de chineses, com ar de camponeses, obviamente galvanizados com os 88 andares de aco e betao.

Xangai e' o futurismo de que todos os chineses falam como referencia em todos os sitios por onde passei. E' pena parecer-se tanto com Las Vegas...

terça-feira, abril 18, 2006

Taichi ao amanhecer



Xian, China, 18 de Abril 2006.

Hoje acordei as 6:30 e pouco depois abri o cortinado e espreitei pela janela do quarto no decimo nono andar.

A enorme praca em frente 'a "Camara Municipal" estava polvilhada de praticantes das mais variadas formas de exercicio fisico: Taichi, corrida, badminton, etc.

Xian e' uma cidade chinesa de media dimensao, com os seus 8 milhoes de habitantes, que muita gente associa aos guerreiros de terra-cota enterrados no mausoleu do primeiro imperador chines ha' mais de dois mil anos.

Xian foi, nem mais nem menos, o ponto de partida da rota da seda, cidade visitada por Marco Polo e capital do Imperio durante cerca de mil anos. Pergaminhos nao lhe faltam.

Hoje, depois das visitas da praxe aos locais turisticos, andei pelas ruas durante horas apreciando a espantosa vivacidade do comercio e dos pequenos restaurantes. A cidade e' muito aprazivel e revela uma forma de estar e apreciar a vida que nao tem nada a ver (para muito melhor) com Pequim.

As lojas de roupa jovem sao muito numerosas e, exceptuando os problemas do idioma, eu senti-me como se estivesse em Lisboa.

Os incidentes que resultam da enorme dificuldade da comunicacao enchem os dias de gargalhadas e mostram a principal desvantagem dos chineses no seu percurso para se tornarem uma grande potencia economica mundial; enquanto nao forem capazes de ensinar ingles a centenas de milhoes de jovens terao muita dificuldade em se "globalizar" em certos dominios economicos.

Num infantario que visitei ha' dias tomei consciencia de que aprender chines, na sua forma escrita, e' ja' um empreendimeto de monta. Tambem aprendi que a fonetica e' ensinada em paralelo e que para tal sao usados caracteres praticamente identicos aos nossos. Fiquei convencido que paulatinamente os chineses adoptarao os caracteres ocidentais.

Outra coisa de que me convenci, a ver televisao, foi que os capitalistas de Taiwan estao ansiosos por se juntar 'a "mainland".

Para ja' e' tudo. Lamento nao ter os nossos acentos disponiveis e tambem o facto de nao poder ver estes meus posts depois de publicados.

Por alguma razao que me escapa eu posso adicionar entradas ao meu blog DoteCome mas depois estou impedido de ver o que acabou de ser publicado.

Misterios...

domingo, abril 16, 2006

O jogo chines

Estou em Pequim ha' dois dias e ainda nao parei de me surpreender com o ambiente de transformacao que se mete pelos olhos dentro.

Os arranha-ceus vao batendo novos recordes em altura mesmo quando ja' esta' em construcao aquele que os vai destronar dentro de alguns meses.

As sedes das grandes multinacionais sucedem-se ao longo das gigantescas avenidas e os bairros pobres escondem-se por detras ate' serem expulsos por um novo empreendimento.

A tactica oriental parece ser a utilizacao dos "imperialistas" para dar um "grande salto em frente" embora deixando-os ganhar bastante dinheiro nesse processo. Numa segunda fase os chineses tratarao de tirar partido da sua dimensao e da sua proverbial persistencia.

Este e' um jogo complexo cujas consequencias e implicacoes e' bastante dificil abarcar.

(desculpem a falta da acentuacao)

terça-feira, abril 11, 2006

Como é que alguém se pode congratular com tais exemplos ?



Quer o caso da França quer o da Itália revelam, de forma dolorosa, as debilidades da "esquerda".
Na França desencadearam uma luta extremamente aguerrida por um objectivo ridículo.
O problema não é o CPE mas sim o facto de o "sistema" capitalista já não estar em condições de assegurar o sustento das novas gerações que insistem em ser assalariadas.

De uma penada abriram caminho para o Sarkozy e fizeram mais uma demonstração da pusilanimidade e impotência de um Estado de quem, no entanto, tudo esperam.

Trata-se de uma vitória de Pirro de uma esquerda incapaz de "inventar" um futuro diferente para a sua juventude.O que vai acontecer é que o patronato continuará alegremente a deslocalizar para a China e para a Índia...

Em Itália, onde não se chega a perceber se a política é para rir ou para chorar, a "esquerda" arregimentou uma molhada cuja única lógica parece ser o facto de todos odiarem Berlusconi, o que é pouco para um projecto.

Apesar disso não conseguiram ter uma vitória convincente contra um adversário que é uma anedota (ao menos em Portugal o Sócrates afinfou uma maioria absoluta à conta do Santana...)

Como é que alguém se pode congratular com tais exemplos ?

segunda-feira, abril 10, 2006

IBM e o holocausto


E esta?

Descobri hoje este livro e era difícil resistir a comprá-lo.
Não sei o que vale, o autor é um judeu polaco e a «tese» é que com a ajuda de código Hollerith, cartões perfurados e IBM, «Hitler foi capaz de automatizar a perseguição aos judeus». Pelo que já vi, parece me que o Mr. Thomas Watson não fica muito bem na fotografia...

Vou dedicar algum tempo pascal a esta leitura e voltarei aqui se valer a pena.

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Edwain Black, «IBM e o holocausto – A aliança estratégica entre a Alemanha nazista e a mais poderosa empresa americana», Editora Campus, Rio de Janeiro, 2001, 584 p.

Há quem esteja pior...


A cena política em Itália parece ser ainda mais caricata do que a nossa...

Fizemos tanto barulho por causa do Santana mas é a Itália que tem um Berlusconi que consegue um feito invulgar, completar uma legislatura sem ser corrido.

Passamos a vida a lamentar a divisão da nossa esquerda mas é na Itália que o Prodi tem que andar a colar os "cacos" com 14 aliados.

Pode ser que isso nos ajude a recuperar a fé...

sábado, abril 08, 2006

Tango desnudo



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quinta-feira, abril 06, 2006

Que ganhem os melhores e que a seguir se calem
















Assiti ontem, gostosamente, à transmissão televisiva do jogo de futebol entre duas equipas com excelentes jogadores brasileiros acolitados por alguns comparsas de diversas nacionalidades.

Quando terminou decidi ver o noticiário da RTP mas, para meu espanto, o noticiário abriu com imagens do jogo que eu acabara de ver no mesmíssimo canal.

Já farto do tema, e das filosóficas tiradas dos jogadores, resolvi mudar para a SIC Notícias. Em má hora pois aí decorria um debate em que várias sumidades discorriam sobre as razões da derrota.

Dediquei-me à internet até à meia-noite na esperança de que esse período fosse suficiente para acalmar a paranóia. Puro engano, o noticiário da meia-noite da SIC Notícias abriu precisamente com as imagens do jogo, isto depois de terem passado o serão a tratar desse assunto.

Este comportamento dos canais televisivos (e outros) é insuportável.
Não consigo entender como é que a derrota de uma das equipas de brasileiros, os que vestiam de vermelho mas jogavam pior, pode ser considerada pelas estações portuguesas uma tragédia nacional digna de tal cobertura.

A verdade é que a equipa dos portugueses, a verdadeira, só entra em campo em Junho na Alemanha.
Mesmo esses só devemos querer que ganhem por ser os melhores.
Se forem nabos, mesmo sendo portugueses, devem perder.

segunda-feira, abril 03, 2006

E esta, hein ??

Em estilo de provocação, já que fará saltar muitas almas "políticamente sensíveis", reproduzo esta notícia do Público de 28 de Março. Isto tem pano para mangas...
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"Um novo pensamento do mundo contemporâneo através de um equilíbrio entre o liberal e o social.
O secretário de Estado adjunto e da Justiça, José Conde Rodrigues, apresentou ontem na Universidade Católica Portuguesa o livro A Política sem Dogma, ensaios sobre o liberalismo de esquerda.
O autor defende que o pensamento liberal não é exclusivo da direita. "O liberalismo contrapôs-se contra o antigo regime como pensamento de esquerda. Era a esquerda por por contraponto à direita", disse José Conde Rodrigues.

José Conde Rodrigues afirma também que "o primado da responsabilidade pessoal e virtudes civícas" não pertence a um pensamento político conservador. "Sempre foi uma herança da social-democracia o respeito pelos outros que procuram liberdade e se afirmam como pessoas", disse.A apresentação e prefácio da obra são da responsabilidade de Guilherme d"Oliveira Martins, que considera o livro uma "referência importante", no estudo do pensamento político. "Ao ler e reler muitos dos ensaios que compõem este livro encontrei um especial rigor e exigência", disse o antigo ministro da Presidência do governo de António Guterres.O actual presidente do Tribunal de Contas considera também que o livro corresponde à situação actual: "Tem a enorme virtude de fazer dialogar estes princípios [rigor e exigência] com a realidade." Para Guilherme d"Oliveira Martins, o socialismo liberal é o "assumir das raízes do pensamento do sécúlo XIX".

O ex-ministro considera-o fiel a três revoluções: a britânica, a norte-americana e a francesa. Revoluções essas que assentam no "constitucionalismo liberal e numa cultura de direitos e deveres, de que é paradigma a Declaração Universal dos Direitos de Humanos, e na consagração de instrumentos sociais de justiça distributiva e de coesão capazes de favorecer a moralização e emancipação, em nome da dignidade da pessoa humana". E afirma que é aquilo que Raymond Aron designou como "síntese democrático-liberal", correspondente ao complexo de direitos civis, políticos e sociais inerentes às democracias modernas, combinando as diversas liberdades, numa acepção participativa e de não impedimento".

Guilherme d"Oliveira Martins defende ainda que o trabalho de José Conde Rodrigues tem uma visão supranacional, sem esquecer o Estado-nação: "O nosso autor faz uma evolução do âmbito da acção política de hoje. Tem a preocupação de considerar a reflexão sobre a vida política sem esquecer a importância do Estado-nação, mas compreende que as razões resultam ao nível supra-estadual.""Esse elemento "Sem Dogma", que José Conde Rodrigues foi buscar a Mário Sottomayor Cardia, com inteira justiça, obriga-nos a pensar os novos caminhos do mundo contemporâneo a partir de um equilíbrio entre os argumentos liberal e social", afirma Guilherme d"Oliveira Martins no prefácio da obra.

Para o autor o livro não "pretende resumir um pensamento político, uma actualidade mas também não lhe foge porque corresponde a uma análise da vida política". E defendeu o papel do indivíduo na história: "É o indivíduo que vai mudando a história." José Conde Rodrigues considerou que há um tabu sobre a "matriz liberal". E defende a importância dos valores: "Devemos lutar por criar oportunidades para todos, pedir responsabilidades a todos, formar uma comunidade que englobe todos e buscar o universo dos valores que é fundamental."O secretário de Estado sublinhou a importância da liberdade e a afirmação do indivíduo: "A importância e o primado da liberdade , que tem de ser confrontados com novos direitos e uma reflexão do papel do Estado e do indivíduo."Ainda no prefácio, a que o autor recorreu no seu discurso, Guilherme d"Oliveira Martins diz que o livro "não passará despercebido, sobretudo para quem quiser conhecer os mais recentes caminhos do pensamento político, em especial na área do que Carlo Rosselli, Norberto Bobbio ou mais recentemente Monique Canto Sperber designaram como "socialismo liberal"".Presentes na apresentação da obra estiveram o ministro da Justiça Alberto Costa, o bastonário da Ordem dos Advogados, Rogério Alves, e o presidente do Supremo Tribunal Administrativo, Santos Serra.

sábado, abril 01, 2006

Os ricos que paguem a crise ?


As cotadas do PSI-20 ( PT, BCP, SONAE, BES, etc.) atingiram lucros recorde em 2005, subindo cerca de 85% face a 2004.Os resultados líquidos obtidos davam para financiar uma vez e meia o aeroporto da Ota. As mais-valias e os resultados extraordinários financeiros foram decisivos para esta "performance".

As 20 empresas de referência da Euronext Lisbon atingiram um conjunto de resultados líquidos recorde, registando um crescimento de cerca de 85% face ao ano anterior, com base em indicadores contabilísticos e perímetros de consolidação comparáveis.

Em 2004, os lucros conjuntos das empresas integrantes deste índice rondaram os 2.570milhões de euros. A soma dos lucros das cotadas no PSI-20 ascendeu, assim, a 4.743,6 milhões de euros, um montante que segundo os últimos dados conhecidos dava para financiar "uma Ota e meia", uma vez que o investimento previsto para o novo aeroporto internacional de Lisboa está avaliado em cerca de três mil milhões de euros.

Até parece chegada a altura de os ricos pagarem a crise no entanto o Governo anunciou ontem que no mesmo ano, 2005, o défice das contas do Estado ascendeu a 8.800 milhões de euros. Ou seja, a totalidade dos lucros dos 20 maiores potentados económicos portugueses só cobre cerca de metade dos "prejuízos" do Estado.

Os números mostram que certas palavras de ordem vão ter que ser repensadas para não andarmos a propalar ilusões com base em objectivos irrealizáveis.

Já é altura de percebermos, nós todos os que nos reivindicamos da esquerda, que isto só lá vai com um novo tipo de sociedade, não só mais justa mas também incomparávelmente mais produtiva.