quinta-feira, outubro 27, 2016
quarta-feira, outubro 26, 2016
Notícias da aldeia global
Hora da publicação: 20:25 0 comentários
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terça-feira, outubro 25, 2016
O insólito
O insólito
a Sul de Santiago cruzei-me na estrada com este grupo que trotava, compenetrado, não sei para onde.
Ainda parei, atónito, mas não podia protestar já que circulavam dentro da sua faixa de rodagem e nem sequer iam em excesso de velocidade.
Como a estrada estava deserta não cheguei a perceber se tinham forma de fazer pisca quando estivessem para ultrapassar.
Hora da publicação: 20:12 0 comentários
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quarta-feira, outubro 19, 2016
O "Tratado Orçamental" não tem a culpa
Hora da publicação: 12:45 0 comentários
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sexta-feira, outubro 14, 2016
Manobras imbecis.
Manobras imbecis.
O caso do "imposto imobiliário", entre outros, mostra a total irresponsabilidade do governo. Um imposto de 0,3% sobre o que exceda valor patrimonial de 1,2 milhões rende o quê? Em troca de uma ridicularia gerou-se o pânico nos investidores que neste momento devem estar a pensar que isto é um país de doidos.
E a Mariana faz figura de quê?
Hora da publicação: 21:04 0 comentários
Etiquetas: cartoons2016, Fernando Penim Redondo, governo Costa
sábado, outubro 08, 2016
Os "nórdicos"
Os "nórdicos" costumam ser dados como exemplo quando se trata de direitos sociais.
Infelizmente somos incapazes de copiar também as suas práticas políticas. Cinco partidos, da direita à esquerda, puseram-se de acordo para a reforma do sistema de pensões.
A partir daí os pensionistas deixaram de ser arma de arremesso eleitoral e sabem sempre quanto vão receber.
E sabem sempre que vão receber.
Por cá os partidos preferem as decisões casuísticas, para poderem aparecer como benfeitores, tratando o povo como uma massa dependente e não como cidadãos.
Hora da publicação: 21:00 0 comentários
Etiquetas: citações-coincidências, Fernando Penim Redondo, velhice-reformas
quarta-feira, outubro 05, 2016
Cartas da guerra (quem as não tem?)
Cartas da guerra (quem as não tem?)
Fui ver o filme de Ivo M. Ferreira que tem como base as cartas que António Lobo Antunes enviou à sua mulher, Maria José, quando estava a combater em Angola (como médico).
É preciso dizer desde já que o filme é magnífico e que a fotografia tem uma elevadíssima qualidade.
Para aqueles que também escreveram cartas durante a guerra (eu, por exemplo, guardo dezenas e dezenas) o filme é especialmente tocante.
Aquilo que importa no filme é a ilustração angustiante da incomunicabilidade nesses tempos remotos em que, por incrível que pareça aos mais jovens, não havia telemóveis, nem skype.
Escrevia-se uma carta e recebia-se o retorno um mês depois.
Como é que uma pessoa apaixonada, ou em vésperas de ser pai, pode lidar com isto, suportar isto?
As cartas de Lobo Antunes, lidas ao longo do filme em off, mostram como todas e cada uma das palavras soam curtas, insignificantes nesses momentos.
As declarações e os sentimentos são repetidos, e repetidos, da mesma ou sob diferentes formas, como se fosse necessário martelar um sentido que nunca mais se alcança.
Hora da publicação: 21:58 0 comentários
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segunda-feira, outubro 03, 2016
O senhor Matias
O senhor Matias é alentejano há 76 anos.
Começou a guardar porcos quando tinha 11 e a sua vida foi uma sucessão de rebanhos, parelhas e juntas.
Está sentado em frente à casa, com as costas apoiadas na taipa. Anoitece.
A mulher foi a Grândola, "ao tratamento". Cortaram-lhe uma perna há semanas. Foi diabetes, parece.
Só volta lá para a meia-noite, quando vier a ambulância dos bombeiros.
O senhor Matias ouve os cães ladrar por trás da casa, mas não vê bem as ovelhas que mordiscam as poucas ervas verdes do fim do Verão. Tem os olhos embaciados pelas cataratas.
O senhor Matias podia ir enxotar as ovelhas, que talvez tenham fugido para a estrada, mas a ciática não deixa.
O senhor Matias já não a sentia há trinta anos e pensava que escapava mas, há uns meses, ela voltou com redobrada força.
A noite vai caindo e já tremelicam umas luzitas para os lados da aldeia mas o senhor Matias não as vê. A ambulância dos bombeiros ainda tarda e os sacanas dos cães nunca mais se calam.
Podia ir lá atrás dar-lhes um berro mas não se atreve a cair, ao tropeço de uma pedra.
Não há aumento de pensões que resolva esta tristeza, que o problema do senhor Matias nem é económico. Que o digam as ovelhas e os porcos que chafurdam no fim do quintal.
Não há geringonça de esquerda, ou de direita, capaz de acabar com esta tristeza quando a noite cai.
Talvez algum chaparro.
Hora da publicação: 21:59 0 comentários
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