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quinta-feira, maio 04, 2017

Motoretas da Indochina






Motoretas da Indochina
são a mobilidade de milhões mas também são transporte de cargas pesadas, estabelecimento comercial, assento e até cama. 
Um caos organizado que fura por todos os intervalos e cujas regras misteriosas todos parecem conhecer.
O tempo das bicicletas, neste seu habitat primordial, já ficou para trás.

 

quarta-feira, maio 03, 2017

O pesadelo são os turistas




O pesadelo são os turistas
estamos no belíssimo Templo das Caras, em Siem Reap, não muito longe de Angkor Wat. Mas podíamos estar noutro monumento qualquer.
É preciso fazer malabarismos para conseguir ver (quanto mais fotografar) as vetustas pedras.
Hordas de "orientais" insistem em se fazer fotografar à frente de tudo e mais alguma coisa. E quando não são eles que nos tapam a vista são as varas das selfies brandidas à moda de improvisados espadachins.
É a proverbial foto-recordação multiplicada por mil.



segunda-feira, maio 01, 2017

Comunismos de Outdoor





O Cambodja, o Laos e o Vietname parecem seguir caminhos paralelos, na esteira do grande irmão chinês. Isto apesar dos nacionalismos e dos ressentimentos históricos de muitos séculos.
Os partidos comunistas mandam na política mas evitam intervir na economia. Os negócios privados proliferam e basta olhar as ruas para ver que milhões sobrevivem de um pequeno comércio qualquer na beira da estrada.
Esta situação paradoxal, que não me foi dado aprofundar, parece repousar na reputação histórica dos partidos comunistas, especialmente no caso do Vietname, pelo seu papel na heróica luta de resistência contra as invasões estrangeiras.
O museu em Saigão, mesmo para quem acompanhou a guerra dia a dia nos anos 60 e 70, é um soco no estômago. Os túneis guerrilheiros de Cu Chi arrepiam.
Mas os cuidados de saúde são pagos quer nos hospitais privados quer nos públicos, embora mais baratos nestes últimos.
A educação também pode ser garantida pelo Estado ou pelos privados.
A Air Vietnam (quem diria?) é privada embora o Estado mantenha uma quota minoritária. Mas a televisão é completamente Estatal.
Perguntei pelo desemprego mas percebi imediatamente que não vigora lá o nosso conceito; lá, quem perde o emprego salta imediatamente para uma actividade qualquer por conta própria (são incontáveis os serviços de pequeno almoço, à porta dos escritórios, servidos a partir de motoretas por exemplo).
As motoretas estão por toda a parte e furam por todos os espaços disponíveis; só em Saigão estima-se que haja 9 milhões.
Não consegui perceber como é possível manter tal situação politico-social embora as taxas de crescimento altas sejam uma boa pista.
O turismo está em grande e a proximidade da China pode vir a transformar a costa de Danang numa grande Marbella.
Danang, Hanói, Hué, e muitas outras estavam em todos os noticiários da minha juventude, à mistura com B52 e toneladas de bombas.
Passei por lá um pouco aturdido com a normalidade dos Karaokes que agora se vêem por todo o lado.
Acho que temos que lhes mandar as manas Mortágua para elas meterem aquilo nos eixos.

sábado, junho 26, 2010

Sinais de esperança



Mesmo com as crises alimentar e económica, que provocou sérios danos no emprego, o mundo está a avançar na concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). Mas esse progresso é lento e para que as metas sejam alcançadas até 2015 os países devem acentuar os seus esforços, indica um relatório das Nações Unidas.
O documento, divulgado esta semana, em vésperas das cimeiras do G8 e do G20, que reúnem as principais economias do planeta este fim-de-semana em Toronto, no Canadá, indica que a pobreza extrema diminuiu, o combate a doenças como o HIV/sida e a malária tem dado frutos, o acesso a água potável aumentou e há avanços na escolarização básica, designadamente em África.
Só que noutras áreas críticas, como a saúde materna, a mortalidade infantil e o acesso a saneamento básico, é preciso percorrer um longo caminho para manter a esperança de alcançar os ODM - fixados há dez anos com a intenção de lutar contra a pobreza extrema e reduzir as suas consequências em domínios como a fome, a saúde e a educação.
"A pobreza extrema caiu de 46 por cento em 1990 para 27 por cento, e deve baixar para 15 por cento em 2015, em grande parte devido aos avanços na China, Ásia do Sul e Sudeste da Ásia", referem as Nações Unidas. Os 15 por cento desejados significariam, ainda assim, que 920 milhões de pessoas estariam nessa altura a viver abaixo do limiar de pobreza fixado em 1,25 dólares por dia (à volta de um euro). Apesar da evolução, o relatório reconhece que a fome e a má nutrição estão a crescer em regiões como a Ásia do Sul e que persiste o fosso entre ricos e pobres e comunidades urbanas e rurais que torna o mundo desigual.
 
Público, 26.06.2010
 
No meio de todas as dúvidas e perplexidades do momento presente, em especial na Europa, é bom saber que a nível global há uma evolução positiva da humanidade. Talvez não devamos estar tão centrados só em nós mesmos e nos nossos problemas.

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segunda-feira, março 09, 2009

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Jesus Never Fails

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António Júlio Duarte expõe 30 fotografias, no Museu da Electricidade em Lisboa, que mostram uma Goa que não é a das nossas recordações. Chama-lhe "Jesus Never Fails", ele lá sabe porquê.
Fui lá hoje, vale bem a pena.
António Júlio Duarte - que no final do ano passado deixou o colectivo Kamera Photo - consegue muitas vezes captar a essência dos lugares pela estranheza e fealdade, sem a ajuda e o conforto do reconhecível, do já visto, do belo.
Até 15 de Março 2009.
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quarta-feira, dezembro 03, 2008

Uma imagem, uma revolução

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"Não se sabe o que pensa o rei Bhumibol Adulyadej sobre a PAD e a sua reivindicação de proteger a monarquia de um alegado golpe do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra para transformar o reino numa república. Mas o Rei já criticou as políticas económicas do Governo e a sua mulher foi ao funeral de um manifestante morto em confrontos com a polícia, em Outubro, fazendo recear que a neutralidade do Palácio estivesse em perigo.
Esperava-se que ontem, numa cerimónia militar por ocasião do seu 81º aniversário, se referisse à crise - como fez há um ano quando pediu a união nacional para as legislativas - mas acabou não dizer nada sobre o assunto.
Os tailandeses interrogam-se se o Rei, considerado um semideus, vai tentar tirar os seus súbditos desta perigosa situação. Quem sabe se amanhã, no discurso ao país."
PÚBLICO 03.12.2008
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Tenho muita dificuldade em compreender o que se passa na Tailândia mas há uma coisa que me parece evidente: uma fotografia destas é suficiente para justificar uma revolução.
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quarta-feira, julho 30, 2008

Profundidade

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Vivemos um tempo de acessórios, em que raramente são discutidos os verdadeiros problemas, substituídos pelos aspectos laterias que os adornam. Não se discutem as propostas mas a legitimidade de quem as formulou, não se discutem as causas e as formas da pobreza realmente existente mas as metodologias estatísticas e a quem elas servem, não se discute a emergência brutal da economia chinesa na transformação da nossa sociedade mas apenas os défices democráticos que persistem no gigante oriental.
Perante tanta superficialidade sabe bem constatar que há alguém a tentar ir mais fundo e bater recordes de profundidade. Os cientistas russos tentam descer até ao ponto mais baixo do fundo do lago Baikal, na Sibéria, a mais de 1600 metros de profundidade.(ver aqui)

O lago, que visitei em 1980, é uma pérola da natureza situada a cerca de setenta quilómetros de Irkutsk. Com mais de seiscentos quilómetros de comprimento e oitenta de largura constitui o maior reservatório de água doce do planeta no centro do gigantesco continente. É tão grande que se todos os rios da terra depositassem nele as suas águas levariam pelo menos um ano para o encher.

Ainda guardo em minha casa um calhau rolado que recolhi nas margens do lago. Faz companhia a muitos outros vindos das mais estranhas paragens.

sábado, junho 14, 2008

Quanto custa comer ? quanto custa pensar ?

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1 - Germany: The Melander family of Bargteheide
Food expenditure for one week: 375.39 Euros or $500.07

2 - United States: The Revis family of North Carolina
Food expenditure for one week $341.98

3 - Italy: The Manzo family of Sicily
Food expenditure for one week: 214.36 Euros or $260.11

4 - Mexico: The Casales family of Cuernavaca
Food expenditure for one week: 1,862.78 Mexican Pesos or $189.09

5 - Poland: The Sobczynscy family of Konstancin-Jeziorna
Food expenditure for one week: 582.48 Zlotys or $151.27

6 - Egypt: The Ahmed family of Cairo
Food expenditure for one week: 387.85 Egyptian Pounds or $68.53

7 - Ecuador: The Ayme family of Tingo
Food expenditure for one week: $31.55

8 - Bhutan: The Namgay family of ShingkheyVillage
Food expenditure for one week: 224.93 ngultrum or $5.03

9 - Chad: The Aboubakar family of Breidjing Camp
Food expenditure for one week: 685 CFA Francs or $1.23

segunda-feira, abril 14, 2008

Mais uma queda do Império Americano

O Courrier Internacional dá conta, em Abril, do livro publicado recentemente nos Estados Unidos por um tal Parag Khanna e intitulado "The Second World - Empires and Influence in the New Global Order".
O autor, dizem, é "investigador superior do American Strategy Program da New America Foundation", especialista em Geopolítica e nas questões da globalização. Na fotografia parece demasiado jovem para tantos saberes mas quem sou eu para duvidar.
Como não existe ainda tradução do livro o Courrier brinda-nos com um resumo, feito pelo autor, das suas principais teses.
O primeiro comentário que me ocorre fazer é que se trata de uma obra claramente destinada aos americanos e que se insere na categoria a que eu chamaria "assustar para convencer".
O resumo publicado pelo Courrier intitula-se "A queda do Império Americano" o que não podia ser mais apropriado.
O enredo é o seguinte: os americanos vão ter que partilhar o poder global com a Europa (UE) e com a China. Um triângulo cuja geometria o senhor Parag acaba por não esclarecer; escaleno, isósceles ou equilátero ?
Mas porque é que acontece uma "desgraça" destas ? o senhor Parag responde:

"A exibição unipolar dos Estados Unidos provocou contramovimentações diplomáticas e financeiras para impedir os EUA de construirem uma ordem mundial alternativa"

Como todos sabemos, e agora se confirma, não se pode dar muito nas vistas.
Parece-me que o autor trata a Europa com demasiada benevolência e optimismo, o que se compreende como uma liberalidade de argumentista, atribuindo-lhe virtualidades mas omitindo os óbvios emperramentos e círculos viciosos.

A Europa, acho eu, até está no enredo só para enfeitar pois a verdadeira chatice é a China e o seu expansionismo económico. Mesmo assim, e para assustar mais os americanos, o senhor Parag esquece-se de referir algumas desvantagens óbvias dos chineses. A língua, por exemplo, impede a China de se converter numa potência geradora de modelos de comportamento ao nível global.

Para dar uma achega ao senhor Parag aqui deixo a minha antevisão, humildemente e sem custos, já que não pertenço a nenhuma "America Foundation":

- A China converte-se na fábrica do mundo e, juntamente com os outros populosos países asiáticos, desloca não só a produção como os mercados para o Pacífico. As principais indústrias, tecnologias, serviços às empresas e bolsas de valores desenvolver-se-ão nas margens do mar da China e serão responsáveis pelo grosso da actividade económica do planeta.

- Os States, que passarão a designar-se VegasLand tornar-se-ão uma "potência de nicho", imbatíveis no entertenimento e na indústria do "life style". Os seu habitantes serão na sua maioria croupiers, actores, cantores, empregados da hotelaria e motoristas.





- Quanto ao continente europeu, que em cimeira dos 45 adoptará o nome "MusEuropa", especializar-se-á na cultura e no ambiente. Será aqui na MusEuropa que os chineses poderão experimentar sensações exóticas como frequentar o SNS à borla e fingir que têm pensões de reforma do tipo Caixa Geral de Aposentações. Também haverá excursões centradas em experiências radicais como passear e respirar sem máscara e tomar banho num rio sem vestir fato de mergulhador.



O resto do mundo será uma grande quinta de onde virão as couves e os bifes.

E viveremos felizes enquanto o aquecimento global permitir.

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quarta-feira, abril 02, 2008

No Vale de Katmandu

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Em Março de 2008 tive oportunidade de passar três dias no Nepal, mais concretamente no Vale de Katmandu (quem quiser ver as fotografias que produzi só tem que clicar AQUI).
Coincidiu com a campanha eleitoral para uma Assembleia Constituinte cuja votação decorrerá no dia 10 de Abril próximo. Uma longa monarquia que acabou por se tornar odiosa, e depois ridícula, vai provavelmente ser descartada pelos nepaleses.
Tive oportunidade de observar o activismo desenfreado do partido maoista que só recentemente abandonou a prática da guerrilha.
Também aconteceram durante a minha estadia os primeiros recontros dos refugiados tibetanos com a polícia nepalesa, com o pretexto da China.
Não assiti a estas manifestações mas constatei que os refugiados tibetanos em Katmandu têm, à vista desarmada, um nível de vida bem superior ao dos nepaleses.



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O povo do Nepal pareceu-me bastante afável. As zonas urbanas apresentam muitas das mazelas habituais quando se verificam migrações muito intensas em períodos muito curtos. Não há infraestruturas, o lixo acumula-se, as construções são de muito má qualidade. Grande parte da população tenta desesperadamente obter algum rendimento dos turistas.

Em contrapartida os campos, pelo menos na zona que visitei, parecem viver uma certa prosperidade e a qualidade das habitações e do ordenamento do território surpreendeu-me pela positiva.

Do ponto de vista turístico o Nepal, para além das montanhas, oferece um conjunto de monumentos "medievais" impressionante.

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sexta-feira, março 28, 2008

Anti-CNN



O site www.anti-cnn.com mostra vários exemplos da manipulação de textos e imagens com que se alimenta a campanha contra a China a propósito do Tibete.

Muitos gostariam de impor à China uma amputação do tipo Kosovo. Infelizmente para eles a China não é a Sérvia, nem do ponto de vista militar nem económico, pelo que esse projecto colonialista tem fraca viabilidade.

Se é verdade que devem ser respeitadas as particularidades culturais de cada região (o desenvolvimento económico recente da China está sem dúvida a destruir muitas tradições mesmo fora do Tibete) também é verdade que tal não pode ser resolvido pelo sistemático desmembramento dos países. Tal constituiria um processo sem fim de consequências inimagináveis.

Aqueles que se afadigam a favor do Tibete, entre os quais Sarkozy e Condoleezza Rice, esquecem-se oportunisticamente do País Basco, da Bélgica e de muitos outros casos de diferendos baseados em razões étnicas e nacionais.
As ideias de separatismo são ainda mais perigosas quando se baseiam em factores de índole religiosa e pretendem estabelecer novos estados confessionais, como é o caso do Tibete.

terça-feira, março 25, 2008

O Norte da Índia em 100 imagens

Quem estiver interessado em percorrer o Norte da Índia através das imagens que recolhi basta-lhe clicar numa destas três fotografias (das 115 que o slideshow mostra).









domingo, março 23, 2008

O Tibete como pretexto

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Em Outubro do ano passado escrevi um post intitulado "Arma de arremesso de Bush ? " em que me interrogava sobre a condecoração dada pelo presidente americano ao Dalai Lama.
Toda esta trapalhada dos incidentes no Tibete vem confirmar os meus piores receios.
O candidato republicano, um homem musculado, só pode ser beneficiado se aumentarem as tensões em volta do principal concorrente económico da América.
A proximidade dos jogos olímpicos, cuidadosamente escolhida, proporciona também uma excelente oportunidade para impedir a China de brilhar.
Sendo o Tibete uma parte incontestada da RPC, que a comunidade internacional aceita sem reservas, como se esperava que as autoridades reagissem às destruições e agressões (pouco budistas) desencadeadas sem qualquer razão que as justifique neste momento ?
Será que se pretende inverter uma evolução do PC chinês, que todos reconhecem, no sentido de paulatinamente aliviar os entraves à liberdade civil dos chineses ?
Alguns chineses com quem tenho falado não menosprezam de forma alguma as transformações ocorridas nos últimos anos mas entre nós até há quem o faça.
No Público de hoje Jorge Almeida Fernandes escreve um texto sintomaticamente intitulado "A obsessão chinesa do caos". Presumo que o citado autor já deve ter governado vários estados com mais de mil milhões de habitantes e que, da sua larga experiência, já concluiu que a China não tem razões para tais receios. Este tipo de irresponsáveis, a que se juntam os nossos "budistas" de trazer por casa, está sempre pronto para mais uma campanha a favor dos perseguidos, especialmente se se encontram a milhares de quilómetros e estão na moda.

sexta-feira, março 21, 2008

O que ficou da Índia


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Cheguei da Índia afectado pelos exageros do ar condicionado, que era forçado a alternar com o calor dos locais visitados onde era comum a poeirada e os fumos de pequenas fogueiras feitas com lixo. Quase toda a gente no meu grupo foi atingido, de uma forma ou de outra, por tosses e entupimentos respiratórios vários.

Agora que está na hora de encerrar este capítulo apetece, como sempre, o brilharete de uma síntese. Só que a Índia não é país para sínteses; é ao mesmo tempo exótico e familiar, uma espécie de matriz de onde viemos mas que hoje nos surpreende.

Confesso que me surpreendeu o "atraso" da Índia; não pode ambicionar grandes voos um país onde vacas e outras alimárias se passeiam pelas vias do tráfego (realizando o sonho da nossa ACAM), onde há esquinas de lixo a céu aberto, onde a religião impregna o dia-a-dia em vez de ser uma luz orientadora do destino.

A presença do islamismo, embora minoritária, é aliás uma fonte de tensão que se sente claramente. Pareceu-me que a influência cultural dos muçulmanos é maior do que os 15% que as estatísticas lhes atribuem.

Os invasores muçulmanos vindos do Afeganistão no século XVI dominaram a Índia, e a sua cultura milenar, até à chegada dos ingleses no século XIX. Ainda recentemente eu havia referido Akbar, o maior dos imperadores, sem saber que viria agora a estar no que resta dos seus palácios. Esse domínio deixou marcas profundas.

Os monumentos desse perído, fabulosos, estão em certos casos tão mal mantidos que emboram tenham poucas centenas de anos paracem muito mais arcaicos. Os monumentos hindus, muito mais antigos têm um encanto muito especial (As colunas de Qutub Minar, e os templos de Khajurao, por exemplo).

As infraestruturas são muito deficientes e limitam as possiblidades do turismo. É penoso gastar um dia inteiro para fazer um percurso de 300 km por estrada. O aeroporto de Delhi, onde aterrei uma vez e levantei duas vezes, é um caso sério de desorganização e de confusão. No regresso a Lisboa cheguei ao aeroporto às 23 para poder embarcar às três e meia da manhã.

Eu sei que há pólos de excelência, realizações importantes no plano tecnológico mas, pelo que observei em cerca de mil quilómetros de estrada, isso constitui uma gota num enorme oceano. Grande parte da população dedica-se à agricultura e há também centenas de milhões de pequeníssimos comerciantes.




Nas ruelas, à beira das estradas, por todo o lado estes pequeníssimos comerciantes encontram "loja" nem que seja um metro quadrado de solo. Este imenso bazar, que segue o padrão que também encontramos no magrebe, distingue-se pela sua esmagadora dimensão.
Se é verdade que nas imediações das atracções turísticas esses comerciantes terão possibilidade de fazer excelentes negócios já ao longo do país remoto, em pequeníssimas vilórias, não compreendo como pode ser rentável esta extensíssima rede comercial. Deve ser a minha noção de rentabilidade que não se aplica no caso em apreço.

Em conclusão e finalmente em síntese; eu consigo imaginar a China sem miséria daqui a 20 anos. A Índia não.

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sábado, março 15, 2008

Homenagem às mulheres indianas

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Como bom turista lá fui ver o maravilhoso Taj Mahal. Na verdade vi-o ao pôr do Sol, do outro lado do rio e depois ao nascer do Sol.

Na fase das fotografias para a posteridade dei com um grupo de jovens americanos que saltavam como possessos para tentar aparecer nas fotografias por cima do Taj Mahal. Enfim uma cena pouco edificante.

O Taj é sem dúvida um maravilha de equilíbrio e imponência.

Uma outra maravilha da Índia, que não posso calar, são as mulheres.

Trabalham como "moiras" mesmo quando são hindus mas os seus esvoaçantes saris têm sempre uma infinita elegância, quer trabalhem no campo, ou nas obras, ou noutra coisa qualquer.

Numa terra em tantos aspectos caótica e degradada as mulheres são um oásis de beleza e de serena força. Todas elas mereciam também um Taj Mahal.


quinta-feira, março 13, 2008

Khajurao, a veneração do sexo

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No caminho de Varanasi para Agra fiz uma paragem em Khajurao.
Nesta pequena cidade encontra-se um conjunto de monumentos muito especiais, classificados pela UNESCO como património da humanidade, construídos entre o século IX e o século XI.
Ricamente trabalhados em calcário têm vindo a desaparecer com a passagem do tempo mas ainda lá se podem ver interessante estatuária sobre as virtualidades do sexo. Aqui fica uma das muitas imagens que recolhi no local.

quarta-feira, março 12, 2008

Varanasi, a antiquíssima



Ontem à noite em Varanasi vi o maior caos de tráfego a que já me foi dado assistir em dias da minha vida. Burros, vacas, padiolas, riquexós, lambretas, automóveis e bicicletas aos milhares.
O que me perturba é pensar que este formigueiro se estende, neste país, a outras mil milhões de pessoas (um número que continua a crescer).

De barco percorri as margens do ganges, à noite e de madrugada, e presenciei as cremações como todo o bom turista. Confesso que os rituais funerários que vi no Nepal me impressionaram mais.

Em Varanasi estes cultos são antiquíssimos e o local é habitado há mais de três mil anos. O tempo aqui pesa.

Passámos num templo lindíssimo que está paredes meias com uma mesquita, acrescento colonialista posterior, que tem dado origem a muitos conflitos com os muculmanos. Havia tropa por todo o lado.

Hoje sigo para Khajurao.

segunda-feira, março 10, 2008

Fazer política "à vista" dos Himalaias


A um mês da votação que vai ditar o futuro da monarquia no Nepal pode dizer-se que os maoistas (ex-guerrilheiros) ganham de longe a guerra das pichagens em Katmandu.
Não consigo perceber se tal se deve apenas a uma grande militância, do tipo daquela que fazia o MRPP parecer um vencedor provável de todas as eleições.
Também ainda não consegui perceber se estes maoistas têm alguma relação umbilical com a China actual.

Hoje tive oportunidade de visitar uma zona rural, a 2000 metros de altitude, onde fui deparar com três aguerridos jovens que, de megafone em punho, tentavam ganhar os camponeses para a votação.

Não sei se tiveram sucesso mas a verdade é que encontrei o seu calendário em casas modestas e em pequenas tascas à beira do caminho.



P.S. Acabo de ver na BBC Internacional que os tibetanos se estão a levantar contra a China e que terá havido disturbios e confrontos com a polícia em Katmandu. Eu não dei por nada.

Katmandu, 10.03.2008

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domingo, março 09, 2008

Katmandu, Nepal



Cheguei ontem a este simpático (e pobre) país que está há algum tempo a tentar acabar com uma monarquia bastante odiada.

Pelo que me disseram haverá uma votação de tipo constitucional dentro de um mês para decidir mandar embora o rei que, neste momento, tem um poder muito limitado.
Nas ruas já se notam e vêem as campanhas que incluem um Partido Comunista, os guerrilheiros maoistas, socialistas, e um Partido do Congresso à semelhança do indiano.

O Nepal está entalado entre a Índia e a China e sofre óbvia influência dos dois.

A pobreza é de tal ordem que têm que desligar o fornecimento de luz à população durante 8 horas diárias.

Não tenho tempo para as montanhas e por isso ficarei pelas cidades e pelos espantosos monumentos e praças "medievais".

Até depois...