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O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, reconheceu que os dados do primeiro semestre do ano relativos aos crimes cometidos no país apontam para "algum aumento da criminalidade violenta". Sublinhando que se tratam de "situações que não devem ser minimizadas", o membro do Governo garantiu que vão ser adoptadas "as medidas necessárias" para responder e evitar estes casos.
"Os dados apontam para algum aumento da criminalidade violenta e grave no primeiro semestre", quando comparado com os primeiros seis meses de 2007, admitiu o ministro da Presidência, reconhecendo que são "situações que não devem ser minimizadas".
Público, 28.08.2008
Eu diria que agora "até um cego vê" o aumento da criminalidade violenta.
Agora que parecemos caminhar para uma situação sem retorno, em que a violência concretizada (não a potencial) vai ter que ser violentamente reprimida, cabe perguntar: quem explica como foi possível esta transformação do nosso país ? quem assume a responsabilidade ?
Durante anos minimizou-se os sinais, desculpabilizou-se com pretextos étnicos e sociais inaceitáveis, tolerou-se todo o tipo de indisciplinas e pactuou-se com os mais óbvios atropelos.
Autoridades e "fazedores de opinião" bem-pensantes inviabilizaram, cada um à sua maneira, as actuações preventivas e cautelares, a montante do momento dos crimes, durante anos. Por desleixo ou preconceito alguns continuam mesmo a fazê-lo. Mesmo perante o alarme dos factos.
Volto a perguntar: não há por aí ninguém que assuma a responsabilidade pelas vítimas, inocentes ou não, que vamos ter durante os próximos anos ?
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Carta aberta de profissionais da saúde
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Exmo. Sr. Presidente da República Portuguesa, Prof. Dr. Marcelo Rebelo de
Sousa,
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República, Dr. José Aguiar-Branc...
Há 1 hora
3 comentários:
Por acaso...
Desconfio sempre, talvez por tique, de "fenómenos" cuja percepção me chega, fundamentalmente, através do maior ou menor "berreiro" que provocam nos meios de comunicação social.
Considero a imprensa livre um dos principais esteios das democracias representativas e do moderno estado de direito, e a ela cabe, sem dúvida, um importantíssimo papel de denúncia e até de pressão sobre os governos.
Não devemos no entanto, ou pelo menos é essa a minha opinião, deixar que uma visão demasiado romântica (falo de mim, já a tive...) da imprensa nos tolde à realidade de hoje: os meios de comunicação social são, na generalidade, instrumento de grandes grupos económicos. Na pior das hipóteses, são efectivamente usados para pôr em prática agendas inconfessáveis, no mais brando dos casos, são simplesmente movidos por interesses "de tesouraria", básicos e de curto prazo.
Digo isto porque gostava, sinceramente, de ter acesso a estatísticas. Números, secos e frios. É apenas uma outra forma, diferente, de "veneno", eu sei... mas não me importava de ser, neste caso, "envenenado" pelas duas vias antes de tomar uma posição.
É que não tenhamos dúvidas: em cada redacção de jornal ou de telejornal há um senhor, a quem chamam editor-chefe ou chefe de redacção, que em cada dia decide que notícias vão aparecer nas páginas/alinhamentos, e com que destaque. E esses senhores perceberam, recentemente, que há uma nova "onda" para surfar, que é a do crime dito "violento". Vende jornais e aumenta as audiências...
Durante anos e anos a fio ri-me de ver nas páginas do "24 Horas" e, maximamente, do "Crime", dezenas de notícias semanais, por vezes diárias, referentes a crimes "violentos", ligados a roubos ou não. Sempre achei deplorável essa via de facilidade populista, e compreendia bem que a restante imprensa não embarcasse no mesmo barco. Os crimes, esses, na "realidade real", existiam mesmo. Estou a falar de há cinco anos, de há dez anos.
Por isso me pergunto, e gostava francamente de me aproximar um pouco mais de uma resposta: até que ponto há um verdadeiro aumento deste tipo de crimes, e a partir de que ponto há apenas uma maior visibilidade que lhes é dada na imprensa e na TV.
Faz lembrar, sem tirar nem pôr, o caso Maddie e a onda, que ainda durou alguns meses, de atenção obcessiva dada aos casos de desaparecimento de crianças. Parecia que era um fenómeno novo, tal a discrepância abissal de "tempo de antena" entre o antes e o depois. Felizmente algumas pessoas mais responsáveis, e ligadas à "realidade real", tiveram o bom senso de dizer que já há muitos e muitos anos que se verifica um número considerável de desaparecimentos, não fosse vir alguém dizer que se estava a assistir a um "alarmante recrudescimento"...
Note-se: não duvido que, num tempo de crise indesmentível, por mais que eu ache que há uma forte componente de hipérbole perceptiva nessa crise, possa haver algum aumento de crimes, especialmente relacionados com o roubo, ou seja, com dinheiro. É perfeitamente possível.
Do que eu duvido é que esse aumento seja tão grande quanto nos é dado imaginar por um circo mediático que já não me convence...
Escusado será dizer que, partindo deste ponto prévio, nem sequer vale a pena discutir quantas e quais cabeças do actual governo deverão cair em nome do "far-west" que deixaram - presumivelmente - instalar-se!
Mário,
Percebo aquilo que dizes sobre os aproveitamentos da comunicação social. Eu próprio sou normalmente bastante céptico quando me cheira a "campanha mediática".
Penso que se trata neste caso de algo muito diferente.
Não estou sequer interessado em discutir as estatísticas, em saber se a criminalidade aumentou ou diminuiu em abstracto.
Se há uma ano aconteciam, como agora, seis assaltos num único dia, com uso de armas de fogo, e não eram noticiados isso é que estava mal pois se trata de algo muito relevante.
O que eu sei é que agora esses assaltos são noticiados, o que acho bem, e estão a provocar uma enorme reacção entre os portugueses. Essa reacção é um problema,em si mesmo, e parece-me um erro a malta de esquerda subestimar isso. Outros tirarão partido do medo.
Os crimes não têm todos os mesmos efeitos sobre o cidadão comum e por isso as estatísticas podem ser enganadoras misturando coisas de tipo diferente.
Os assaltos profissionais, a carrinhas de bancos, ou as guerras entre gangs, ou os crimes passionais, são coisas que o cidadão não vê como uma ameaça para si próprio mesmo que deplore tais violências.
Mas ter medo de entrar no seu banco, ou na sua farmácia, ou que entrem na sua casa, ou que o ataquem enquanto estaciona o automóvel, isso são coisas que causam uma profunda perturbação.
Os assaltantes incompetentes e "espontâneos" são aqueles que mais medo provocam pois as suas acções são imprevisíveis e incompreensíveis na maior parte dos casos. Podem levar às mais caóticas situações de violência, daquelas em que o cidadão não tem forma de se precaver por mais que tente.
O que eu acho que é mais inadmissível, pelas descrições dos assaltos ultimamente acontecidos, é que parece terem deixado criar um tal sentimento de impunidade que qualquer pateta decide, de um momento para o outro, pegar numa arma e assaltar um banco.
Isto não é admissível e, caso não tenha as respostas adequadas, vai levar às maiores barbaridades.
Percebo-te perfeitamente.
Mas também me parece que se estão a perfilar medidas adequadas. Se o "ruído" diminuísse, se calhar também ajudava...
Para a "esquerda", seja lá o que isso agora for, estou-me francamente marimbando...!
Nem de propósito, acaba de sair no Público:
"o gabinete emitiu ao início desta tarde um comunicado a indicar a subida registada foi mais próxima dos 15 por cento. Apesar deste aumento, o GCS sublinha que esta percentagem é inferior às de 2004 e 2006.
Quanto à criminalidade participada, o gabinete indica que cresceu sete por cento em relação a 2007, sendo o número global de crimes participados essencialmente idêntico ao de 2003 e 2004. No comunicado, o GCS reconhece, contudo, que a tendência de crescimento em relação ao ano transacto implica um esforço acrescido de prevenção e de repressão do crime.
Na reunião plenária de hoje, o Gabinete Coordenador de Segurança apreciou ainda a execução da Estratégia de Segurança para 2008, considerando que esta constitui uma resposta adequada ao crime e, sobretudo, à criminalidade violenta e grave.
O Gabinete Coordenador de Segurança considera ainda no seu comunicado de "maior relevância" a alteração à Lei das Armas de forma a permitir a prisão preventiva em todos os casos de posse ilegal de arma ou prática de crimes com arma e "para elevar a eficácia da acção de polícia, sempre em estreita cooperação com as autoridades judiciárias"
Por graça, repara neste comentário deixado por um leitor:
"A SIC que não ganha uma nas audi~encias resolveu pegar neste tema ..e fez mal por várias razões1.colocou um bom jornalista a fazer este frete ao Balsemão...2 Passa a ideia par quem nos visita que isto é País de 4 mundo....dá palco e holofote a arruaceiros.....Podem ter feito alguma mossa na concorrência~mas fizeram mal ao país"
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