quarta-feira, agosto 27, 2008

Meu querido mês de Agosto

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O filme de Miguel Gomes é um portento. A não perder de preferência antes de o mês acabar. Uma espécie de "Liga dos últimos" musical, dedicado aos pequenos conjuntos das aldeias, para as cidades verem como é o mundo impensável do pinhal interior quando os emigrantes voltam em busca de um mítico passado. Um país que nunca leu o "Arrastão" ou o "5DIAS" por incrível que pareça.

A realidade suculenta dos enchidos e das casas de granito vai-se dissolvendo no corrosivo ideário pimba, e na sua moral, e converte-se em (im)pura ficção. Os autores do filme aparecem nas últimas sequências, aturdidos, titubeantes, como se o filme lhes tivesse pregado uma partida.

"Aquele Querido Mês de Agosto" foi filmado durante os verões de 2006 e 2007, em concelhos da região centro: Arganil, Góis, Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital e Tábua.
O filme conta no seu elenco com os actores não profissionais e naturais dos locais onde se desenrola a acção: Sónia Bandeira, Fábio Oliveira, Andreia Santos, Armando Nunes, Manuel Soares.
Conta ainda com a participação especial de Luís Marante, o mítico cantor e compositor romântico do Agrupamento Musical Diapasão.

Mais abaixo pode ouvir o tema que inspirou o título do filme, cantado por Dino Meira.

9 comentários:

Joana Lopes disse...

Só vi hoje que já é Setembro, mas é realmente uma maravilha!!!

Claro que também me lembrei da blogosfera...

F. Penim Redondo disse...

É nesses momentos que percebemos como a blogosfera acaba por ser um microcosmos, em certa medida um mundo irreal.
É bom para desdramatizar...

Anónimo disse...

o meu querido mes de agosto é senão o pior dos piores filmes que ja tive o desprazer de ver em toda a minha vida, é mesmo MUITO MAU...

Anónimo disse...

Mau filme? Meu caro amigo(a) anónimo permita-me discordar.

Para mim, trata-se de um filme que espelha a realidade de muitas zonas do interior, da cultura popular, de pessoas sem grandes perspectivas/oportunidades na vida mas que ainda assim são felizes á sua maneira.

O título não podia ter sido melhor escolhido, por excelência é em Agosto que existe mais vida e alegria nessas zonas, Agosto é onde tudo e nada acontece. Digo tudo porque é nessa altura que os imigrantes regressam ás suas origens, a "estrangeirada" vai passar uns dias a inspirar ar puro, aparecem imensos fogos, há festas populares em todas as terrinhas e a concentração motard em Góis... Digo nada, porque aos olhos dos senhores de berço e das madammes finas, a quem usualmente se chama de "tias", tudo isto é "paupérrimo", pimba e não é chique.
Tudo e nada é uma questão de perspectiva.

Daqui a 30 anos eu vou rever esse filme e dizer: esse é o meu Portugal pequenino e tenho saúdades dele. Tenho saúdades de quando estas terrinhas ainda reuniam 50 pessoa no Verão. Tenho saúdades dessas pessoas que não foram contaminadas pelo progresso e pela uniformização que a globalização trouxe.

Não estou de acordo consigo, mas compreendo-o! Na minha opinião este filme só pode ser "bem bebido" por alguém que nunca tenha tido contacto aprofundado com a realidade exposta e seja estrangeiro ou por uma pessoa que divida o seu tempo entre a vida rural e a vida citadina, uma pessoa que saiba ver as diferenças e dar-lhes valor!

Unknown disse...

Bom, moro no Brasil, e assisti a esse filme ontem a noite, e me desculpem, mas não fui capaz sequer de suportar o filme inteiro, e pela primeira vez na minha vida abandonei uma apresentação antes do fim; que HORROR, que filme triste, documentário de péssima qualidade, não trouxe nada de novo, nem de melhor ou pior a minha vida, um total vazio em duas horas de exibição, tomadas sem lógicas, sem rumo, sem vontade... Pior filme da minha vida. Pois não se trata disso, e sim de uma brincadeira de mal gosto desse diretor criativamente nulo. A cena final que cortou minha vontade, eram duas pessoas falando sobre quão ruim era o filme que elas estavam a fazer... Uma piada de mal gosto essa cena. Total falta de respeito com o espectador que foi assistir. Na minha cessão o melhor que aconteceu foi o ronco de um idoso que DORMIU no filme, causando risos de meia dúzia de pessoas que lá assistiram a essa desgraça de amontoados de imagens.
Que arrependimento, que ninguém mais vá assistir esse filme se dependesse de mim, querendo uma pouco de conhecimento, entretenimento, sabedoria, ou qualquer coisa que lhe ajude a ter momentos agradáveis...

Sara Soares disse...

Este filme é maravilhoso. Ponto. Claro que cada qual tem o direito à sua opinião, mas o filme é um misto muito interessante entre ficção e documentário. É um hino à portugalidade, é um resgate do interior do pais, é necessário e realista. eu recomendo.

Anónimo disse...

Realmente o filme só pode ser entendido por pessoas que não estão viciadas aos efeitos especiais, e assim percebem a realidade da ficção ai exibida, sou brasileira e foi com prazer que vi na tela grande ,a cidade da qual ouvia falar, a radio a qual eu ouço, enfim fiz uma viagem de 2 horas e meia a Portugal e agradeço ao autor do filme. Parabens , ficou um gostinho de quero mais.

Unknown disse...

Eu vi o filme na RTP2 e achei cinco estrelas...

Isabel Oliveira disse...

Este sim é um filme português que gostei de ver! Estou cansada de filmes com cenários lisboetas e histórias repetidas. Muito bom, muito nosso! Adorei!