quinta-feira, outubro 07, 2010

Afinal sempre há almoços grátis

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Tóquio, 5 out (EFE).- O Banco do Japão (BOJ) baixou nesta terça os juros virtualmente para zero, em um movimento inesperado e sem data para finalização que tenta escorar a recuperação econômica e resistir a persistente deflação japonesa.
Após a reunião mensal de dois dias, a entidade emissora decidiu por unanimidade baixar o preço do dinheiro a uma categoria entre zero e 0,1%, retornando a política de juros zero utilizada pela última vez entre 2001 e 2006.
A política de juros em zero tenta facilitar, até o extremo de oferecer "dinheiro de graça", que as entidades financeiras tomem emprestado e coloquem dinheiro em circulação na economia, um convite ao gasto e, portanto, a inflação.

Trata-se portanto de voltar ao tradicional "gaste agora o que talvez venha a ganhar no futuro".
Ainda há quem não tenha percebido que o endividamento é a tábua de salvação, inescapável, do capitalismo actual. A oferta de mercadorias da era das réplicas digitais, que é a nossa, é brutalmente superior à procura.
Isso obriga a uma fuga para a frente que não pode ter fim.
A "dívidas soberanas", tal como as plebeias, não são aberrações do sistema. São a sua normalidade.
Já falei sobre esta questão em 2003, num livro sobre o Digitalismo.

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