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Anda pela Europa uma estranha vaga de pensamentos que faz lembrar um sujeito mal-afamado, de bigode curto e ambições largas. Um inquérito recente, realizado em sete países europeus e noticiado anteontem em diversos jornais, revela que 31 por cento dos inquiridos considera os judeus culpados pela crise económica global. Não só: também acham que falam demasiado do que lhes aconteceu no Holocausto; que são mais leais a Israel do que ao seu próprio país; que têm demasiado poder nas finanças internacionais; e que têm demasiado poder no mundo dos negócios, velho estereótipo que conduziu o mundo ao que se sabe.
Surpresa: a Espanha é um dos países onde tais preconceitos anti-semitas revelam maior adesão, 64 por cento quanto à "lealdade", 74 por cento quanto ao excessivo poder financeiro.Estas percentagens correspondem a um universo de 3500 adultos que, entre 1 de Dezembro e 13 de Janeiro, puderam expressar a sua opinião em países como a Áustria, França, Hungria, Polónia, Alemanha, Espanha e Reino Unido.
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E Portugal, onde não perguntaram nada sobre o assunto? Vai bem, obrigado. Voltaram os temas fracturantes, gozo de uns e irritação de outros. Os casamentos gay para depois das eleições, primeiro há-de vir o voto, que já puseram a Igreja em alvoroço. Ou a eutanásia, que um grupo de bravos socialistas vai levar ao congresso do PS. Caíram ambos com estrondo em cima do Freeport, como saudavelmente convinha.
Mas, acima de tudo, foi ontem revogada em Diário da República a Lei 4/90, que estabelecia "as características gerais a que devem obedecer os bolos e cremes de pastelaria". Já não é necessária. Há uma lei europeia sobre "critérios microbiológicos aplicáveis aos géneros alimentícios" onde os bolos de creme cabem muito bem.
"Ideias perigosas e bolos de creme", Nuno Pacheco, Público 12.02.2009 (excertos)
Recordando alguns dos nossos livros de cabeceira em 2024
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Eu
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José Pimentel Teixeira
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Há 5 horas
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