quarta-feira, setembro 22, 2010

China tira fabricantes automóveis alemãs da crise

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A Alemanha exportou 128.000 automóveis para a China no primeiro semestre de 2010, mais 6.000 que em todo o ano anterior, segundo o Instituto Federal de Estatística, em Wiesbaden.
O valor total das exportações de veículos para a China entre Janeiro e Junho atingiu 4,4 mil milhões de euros, o que representou 6,1% do total das referidas exportações neste período.
A China assumiu assim o quinto lugar nas exportações de carros alemães no primeiro semestre, a seguir ao Reino Unido (339.000 unidades), aos EUA (257.000), Itália (204.000) e França (180.000).
Face à estagnação dos principais mercados europeus neste domínio a grande procura na China foi a principal alavanca para retirar as marcas automóveis alemãs da crise que atravessaram em 2009, e a aposta no mercado chinês assume dimensões cada vez maiores para a Daimler, Volkswagen e BMW.
Segundo um estudo do Deutsche Bank o número de automóveis matriculados na China deverá subir de 80 milhões para 130 milhões até 2014.
O mesmo estudo prevê ainda que nos próximos anos haverá cerca de 400 milhões de chineses a ganhar dinheiro suficiente para comprar um carro.
Devido às elevadas taxas alfandegárias sobre carros de luxo, e às perspectivas deste mercado, as principais marcas automóveis alemãs começaram a abrir mais fábricas na China.
Diário Digital 21.09.2010

Os alemães conseguem fazer crescer o seu PIB porque têm produtos para vender no exterior que interessam a quem tem dinheiro para comprar. 
Até parece uma equação simples.

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2 comentários:

Vitor M. Trigo disse...

Fernando,
Parece-me evidente, e até já escrevi várias vezes sobre isto, que os alemães não podem deixar de aproveitar esta oportunidade soberana.
Há, no entanto, que relevar alguns detalhes desta euforia:

1. O PIB está a ser influenciado, sem dúvida, mas não tanto como possa parecer à primeira vista. Razão? Algumas fábricas AUDI, Mercedes, e BMW já não conseguem satisfazer os pedidos chineses e estão a deslocalizar a fabricação para a China, onde encontram mão-de-obra em sobra, matéria-prima sem dificuldade,e, além disso fugindo às elevadas taxas de importação. Ora, a produção alemã na China não afecta o PIB alemão;

2. As exportações crescentes para a China começam a preocupar os industriais alemães que já chamam a atenção para e excessiva dependência do "milagre chinês", que pode vir a conhecer algum revés.

Não faz sentido aqui justificar estas afirmações, coisa que já fiz nos textos que publiquei sobre a China e a Alemanha.

Vide http://lugaraopensamento.blogspot.com/
em especial, sobre o sector automével, o post de ontem.

F. Penim Redondo disse...

Vitor,
o crescimento enorme que é apresentado no meu post refere-se a exportações da Alemanha para a China, nada tendo a ver com os carros que são produzidos na própria China.