quinta-feira, setembro 27, 2007

As três meninas


Os deuses devem estar loucos.
O telejornal da RTP (e se calhar também os outros) abriu com três meninas.
A já inevitável Maddie, que afinal não estava na fotografia de Marrocos, mais a Esmeralda que vai ser devolvida ao "pai biológico" e ainda outra, cujo nome esqueci, que com dois anos de vida foi presumivelmente morta pela mãe ao pontapé.

Esta pedofilia mediática, este "lá vai água" hertziano, este refastelar nas baixezas humanas faz-me compreender aqueles que já desistiram de ver televisão, ler jornais, e outras coisas mais.

Depois disto a peixeirada do PSD não passa de mais uma brincadeira de crianças.

4 comentários:

Anónimo disse...

Há muita gente que é da opinião de que a Esmeralda deve ficar com o casal que tomou conta dela até hoje e que nunca cumpriu as determinações do Tribunal de entregar a criança ao pai. Lembro que o pai da menina requereu a sua guarda logo três dias depois de ter tido conhecimento de que era realmente o pai. Tudo se tem infelizmente arrastado até agora.

Vou contar um história que qualquer pessoa se lembra:

A daquela menina raptada numa maternidade do Norte do país há cerca de um ano e cuja raptora está em prisão preventiva e a ser agora julgada pelo crime.

A criança estava bem tratada! Ninguém dúvida que a Sra desejou muito uma criança, tanto que correu o risco de ser descoberta (como aconteceu) e ser presa. Durante todo o tempo que tratou da menina certamente que desenvolveu por ela um sentimento de amor. Para aquela mulher, aquela criança era a sua menina.

Por outro lado, ninguém dúvida que para a menina, a Sra. que a raptou era a sua mãe, pois era a única que durante todo este tempo conheceu como mãe, tratou e brincou com ela e lhe deu carinho. Até nem compreende o que se está a passar: porque é que está longe da sua "mãe"?! Ao ser agora entregue a uma mulher que desconhece (a mãe biológica) a criança sofreu também um choque psicológico.

Conclusão:
Assim, se seguirmos o raciocínio das pessoas que acham que a Esmeralda deve ficar com o casal que há muitos anos não acata ordens do Tribunal (tudo em nome do superior interesse da criança), então a criança que foi objecto de rapto também deveria permanecer com a única mulher que reconhecia como mãe. Eu não concordo!

Zé da Burra o Alentejano

F. Penim Redondo disse...

Oh da guarda, até aqui sou perseguido por este assunto hediondo, eu que não gosto de me meter na vida de ninguém.

Vou ali buscar o desinfestante e já venho.

Anónimo disse...

Mais sobre a ESMERALDA

1.º) Gostava de saber qual é o homem minimamente sensato que aceitaria a paternidade só porque a mãe lhe diz que é o pai, tendo em atenção as fundadas suspeitas que o Tribunal até reconheceu. Daí a ter sido o Tribunal a mandar fazer os testes de paternidade. Um Tribunal não manda fazer esses testes às suas custas se não houverem dúvidas fundamentadas quanto à paternidade, pois, de contrário, teria que ser o interessado a custeá-los;

2.º) Como já referi o pai da Esmeralda requereu ao Tribunal a guarda da filha, apenas três dias depois de ter sido notificado da paternidade;

3.º) Continuam a chamar "PAIS" ao casal que tem tido a guarda de criança e ao qual nunca chegou a ser concedida a adopção, mesmo tendo sido pedida porque era necessária a prévia autorização do pai;

4.) O casal tem tido a menina durante já muitos anos e não têm acatado as ordens do Tribunal, daí o facto de terem já passado tantos anos, o que se lamenta;

5.º) Se o casal tivesse tido em consideração o interesse da criança teria chegado facilmente à conclusão que o pai era a pessoa mais indicada para ficar com ela e teria acatado as ordens do Tribunal, não teria deixado passar todos estes anos até no interesse psicológico da criança. Poderiam até ficar amigos;

6.º) Qualquer criança está sujeita a um drama semelhante de deixar de repente de ver os seus pais e passar a viver com outras pessoas. Poderia referir várias maneiras de isso poder acontecer, mas refiro apenas uma: se os pais forem vítimas de um acidente de automóvel e ambos morrerem: a criança terá que se adaptar à nova situação e, por vezes, a uma nova família?

7.º) Com o passar do tempo a Esmeralda irá compreender a situação e não lhe vai faltar informação sobre o assunto, será que vai concordar com o rapto, a que esteve sujeita e que impediu de ter vivido sempre com o seu verdadeiro pai que a queria?

8.º) A menina será por lei herdeira do pai, quando aquele morrer, e não da família com quem vive agora;

CONCLUSÃO:
O facto da menina ter cinco anos e este caso ainda se arraster tem um culpado, que é o Estado Português, que não foi capaz de investigar, julgar e fazer cumprir a sentença em tempo aceitável: Porque demoraram os testes tanto tempo? porque demorou tanto o julgamento do caso? porque não foram cumpridas sucessivas ordens do Tribunal, relativamente ao assunto?

Zé da Burra o Alentejano

Anónimo disse...

Primeiro quero dizer que não sou jurista e as minhas opiniões baseiam-se apenas no que me parece sensato.

Houve um erro para o qual fui alertado e reconheço e que foi o seguinte: afirmei eu que “o Tribunal apenas custeava os testes de paternidade se houvessem suspeitas fundamentadas”. Porém, conforme me foi dito, o teste será sempre feito se o homem indicado como pai não reconhecer essa qualidade. Porém, há um caso em que não é assim e foi nesse que eu baseei o meu raciocínio: Se a mulher for casada o marido é automaticamente registado como pai. A sua presença nem sequer é necessária. Em caso de impugnação por parte do pai, os testes de paternidade só são feitos às custas do Tribunal se houverem suspeitas consideradas com fundamento pelo Tribunal. Conheci um caso desses!