terça-feira, outubro 27, 2015

O peixe miúdo na caldeirada do Costa



O peixe miúdo na caldeirada do Costa 
Muito se tem dito e escrito sobre as motivações do PS para, sem mais nem menos, resolver fazer esta caldeirada.
A mim interessa-me mais tratar da decisão do PCP e do BE de abandonar o seu posicionamento estratégico de partidos anti-sistema para se converterem em muletas de um dos pilares do "arco da governação".
O que ganham em abdicar de uma vantagem estratégica, que atrai todos os que almejam uma sociedade radicalmente diferente, para se tornarem acólitos na já gasta "alternância democrática"? Umas migalhas para os funcionários públicos e para os pensionistas.
Partidos como o PCP e o BE não existem para minorar as injustiças do sistema actual, existem para conceber e construir um sistema alternativo.
A sua incapacidade para realizar essa tarefa empurra-os para um radicalismo e imediatismo quase ridículo julgando, como D. Quixote, que derrubando os moinhos do governo de Passos Coelho estão a derrubar o sistema.
Quem já tenha lidado com o militante médio do PS, por exemplo nas empresas e sindicatos, sabe perfeitamente que a última coisa que lhe passa pela cabeça é pôr em causa o sistema. Mas é precisamente com o PS, o partido por excelência do regime e das suas negociatas, que o PCP e o BE se propõem fazer a sua "ruptura".
Já tinham demonstrado ser incompetentes como revolucionários mas podiam evitar esta imagem de quem se encanta com um prato de lentilhas.

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