terça-feira, outubro 09, 2012

A Esparrela da TSU





Cada vez mais me convenço de que o anuncio das mexidas na TSU, por Passos Coelho, foi uma manobra planeada para permitir a passagem do Orçamento 2013.
Todos concordam que é demasiado estúpido anunciar o aumento das contribuições dos trabalhadores ao mesmo tempo que se anuncia a descida dos encargos para as empresas, ainda por cima nas vésperas de duas importantes manifestações.
Também ninguém compreende por que é que tal medida foi anunciada isoladamente, desligada de todo o pacote de austeridade do OE 2013.
O resultado desta aparente inépcia foi, no entanto, muito favorável ao governo.
Os promotores das manifestações agarram-se à TSU que parecia ser um maná caído dos céus. Tendo dirigido a energia das pessoas contra a TSU o posterior recuo do governo criou um anti-climax.
O OE 2013, que comporta sacrifícios bem mais intensos, surge agora como um recuo, como uma coisa quase boa por contraposição à TSU que tinha sido transformada num gigantesco papão.
O próprio papel do CDS, que pretensamente luta dentro do governo para minorar os sacrifícios deixou toda a gente na expectativa quanto ao desenlace.
Como se isso não bastasse a União Europeia anunciou aos quatro ventos que anuira às medidas que "substituem" a TSU, deixando a oposição na contingência de afrontar tal magnanimidade.
Uma coisa é certa, nunca mais se notou qualquer reacção exaltada contra a austeridade, como se as manifestações tivessem servido essencialmente para esvaziar o balão da indignação.
PPC pode dizer, com propriedade: "E o burro sou eu"?


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