quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Um carnaval sem samba



Ontem passei a tarde em Lazarim, no concelho de Lamego, onde o carnaval ainda não foi "infectado" pelo samba. O pessoal mistura-se com as máscaras esculpidas em madeira







e depois acaba tudo à volta das panelas do feijão.



O prato forte durante a tarde de terça-feira são os testamentos dos compadres e das comadres que consistem, no essencial, em "rebentar as broncas" aos jovens da terra.

Aqui vão alguns exemplos das quadras lidas no largo da aldeia perante os foliões:




Quando tocares no apito
Não o mostres a ninguém
Apenas à namorada
Para ela o tocar também

Não sei que raio vos deu
Parece que é comichão
Passais a vida a coçar
O instrumento com a mão.

Sois todos uns paneleiros
Que não valem 2 vinténs
Ninguém quer de vós saber
Até vos mijam os cães.



[excerto do Testamento do Compadre de 2000]

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