quinta-feira, dezembro 22, 2022
domingo, dezembro 11, 2022
sábado, novembro 05, 2022
domingo, setembro 04, 2022
O Facebook é a antítese do Marx.
O Facebook é a antítese do Marx.É uma "fábrica" que trabalha com matéria prima gratuita (que nós damos) e cujos trabalhadores se limitam a criar e manter a infraestrutura. Vendem publicidade mas no seu produto não há incorporação de trabalho vivo.
As televisões também vendem publicidade mas, para isso, todos os dias têm que produzir programas (a maior parte dos quais são realmente deploráveis, mas envolvem trabalho).
O Facebook pode aumentar as vendas para o dobro sem ter que contratar mais trabalhadores. Ou seja, não vive da exploração dos próprios trabalhadores mas sim dos otários que publicam fotografias e textos. Como no caso deste post, que deve ter feito Marx revolver-se no túmulo.
Hora da publicação: 17:15 0 comentários
Etiquetas: digitalismo-pós_capitalismo, Fernando Penim Redondo, marx-marxismos
terça-feira, julho 26, 2022
Os slides que nunca mostrarei
Os slides que nunca mostrarei
Em 1996 fiz uma das viagens mais belas da minha vida, da qual guardo paradoxalmente uma memória triste.
Saímos de Sacramento, de casa da minha irmã, com os dois filhos (com 21 e 25 anos), numa "banheira" alugada.
Queria mostrar aos rapazes algumas maravilhas naturais da América.Passámos pelo Yosemite, atravessámos o parque das Sequóias Gigantes, e descemos até ao sul, à latitude de Los Angeles.Inflectimos para o interior, pelo deserto do Mojave, sempre dormindo nos motéis, como se estivéssemos num filme americano. Sempre a abrir no fast food, guardando senhas de um para obter desconto no próximo. Para os rapazes era o delírio.
Como não podia deixar de ser parámos em Las Vegas e deambulámos de casino em casino, ofuscados pelo neon.O passo seguinte foi o Grand Canyon, onde não tivemos coragem de descer mesmo até ao fundo, e depois o grande deserto pintado dos filmes do farwest. Acontece que chegámos já de noite e com uma trovoada de relâmpagos. O carro avançava na escuridão e, de vez em quando, um relâmpago mostrava os pináculos de rocha à nossa volta. Inesquecível.
Acordámos no dia seguinte, na pitoresca Mexican Hat, onde nos deliciámos com um pequeno almoço servido por "índias" e alegrado pelos colibris que bebiam nos ibiscos vermelhos.Então metemo-nos num jeep, com um velho navajo, e passámos o dia por rochedos e grutas, que tresandavam a desaparecidos rituais indígenas.Não quero maçar-vos com mais detalhes, que seriam muitos e saborosos, mas desapropriados.De barriga cheia, tomámos a direcção do regresso. Não sem antes dar um salto ao ponto mais baixo do planeta em Death Valley.
Eu tivera a precaução de reservar alojamento a uns 70 km de Los Angeles, para evitar entrar à noite naquele dédalo de autoestradas onde já antes havia penado.
O local aprazado da pernoita era S. Bernardino, e eu reservara dois quartos no motel. Quando lá chegámos percebemos que não era bem aquilo que tínhamos imaginado.Não por sermos os únicos brancos do bairro, isso não nos incomodava. A questão é que o nosso motel tinha uma frequência bizarra de travestis espadaúdos e "loiras" demasiado bronzeadas, e nas esquinas próximas pareceu-nos haver um correpio de comércio suspeito.Nunca me ocorreria classificar aquele motel como tendo "ambiente familiar".Acantonámos a família toda num dos quartos, o que nos permitiu imaginar como se sentiriam os bravos da cavalaria quando sitiados pela tribo Apache.
A noite decorreu sem sobressaltos e no dia seguinte visitámos Los Angeles, e depois tomámos a estrada do Pacífico até Monterey e S. Francisco.Uma viagem e peras que os putos nunca mais esqueceram nem esquecerão, durante a qual eu tinha feito uns vinte rolos de slides com a minha fiel Pentax.
Agora imaginem o que sentiriam se perdessem todas as imagens de uma viagem como esta, de certa forma irrepetível.Foi precisamente o que me aconteceu. Regressado a Lisboa, e tendo posto os rolos a revelar, foi-me comunicado pelo gerente da loja que um saco com todos os meus slides (cerca de 800) havia sido roubado.
É verdade que obtive uma indemnização, mas continuo a não me conformar com aquele "buraco" nas minhas extensas memórias fotográficas.
São os slides que nunca mostrarei e, pior do que isso, os slides que eu próprio nunca vi.
quinta-feira, julho 21, 2022
"The cold is in the head"
quinta-feira, junho 30, 2022
Quando há demasiados aeroportos
Hora da publicação: 13:09 0 comentários
Etiquetas: cartoons2022, Fernando Penim Redondo, governo Costa
quarta-feira, abril 27, 2022
Adeus Senhor Haffman
terça-feira, abril 19, 2022
O IMPLICADO
O IMPLICADO
Fui ver, há dias, o filme com este título dedicado à vida de Salgueiro Maia e, em particular, à forma como o "regime" lidou com a sua "rebeldia".
Não é fácil retratar um homem que carrega o fardo da pureza revolucionária, na morte tal como em vida.
Tenho muitas dúvidas acerca da atribuição destes epítetos, como se estivéssemos a estabelecer um padrão ideal de comportamento.
As escolhas que Maia fez na sua vida, são legítimas e mesmo louváveis; mas delas não pode resultar uma condenação em abstracto de quem tenha tomado caminhos diferentes.
Depois de uma revolução realizada por militares não é própriamente um crime que alguns de entre eles queiram ter carreira política na fase posterior. O que eles fizerem, e a forma como eles o fizerem, deverão ser a base de qualquer julgamento que deles queiramos ter.
Da mesma forma se procedeu quanto à "antiguidade" da militância política. Mesmo quando se dizia: "este acordou para a política quando tal deixou de ser perigoso e passou até a ser uma forma de vingar na vida".
Mesmo nesses casos não passou de um dichote sem consequências notórias.
Outra "clivagem", que nunca teve efeitos nefastos, poderia ter ocorrido entre os militantes políticos clandestinos que lutaram durante décadas contra o fascismo, e os militares que o derrubaram num acto súbito e de curta duração. Nunca houve grandes queixas por terem sido os militares a receber os louros do 25 de Abril apesar de os militantes políticos também terem feito um longo e silencioso sacrifício para o alcançar.
Voltando ao nosso Salgueiro Maia, o filme retrata-o como alguém que assumia com veemência os "valores militares" embora de forma crítica que não fechava os olhos a injustiças.
Havia nele também as qualidades e os defeitos do provincianismo, uma reprovação tácita dos gestos mundanos e cosmopolitas.
A sua convicção, e a sua coragem, tinham algo de telúrico. A sua coragem em momentos chave pode realmente ter decidido a sorte do 25 de Abril.
Em consequência desta renovada atenção dada ao Salgueiro Maia acabei por descobrir algumas afinidades e coincidências.
Ele, tal como eu, chamava-se Fernando José. Uma fórmula que há muito passou de moda. Hoje não conheço nenhum jovem com tal nome.
Tínhamos quase a mesma idade, ele nasceu em 1944 e eu em 1945. Ele nasceu imediatamente antes e eu depois de a Grande Guerra terminar.
Ele, tal como eu, fez a guerra da Guiné. Chegou lá dois anos depois de eu ter regressado a Lisboa.
Mas o que mais me encantou foi descobrir uma fotografia de Salgueiro Maia quando era criança e compará-la com outra que me foi tirada na mesma idade (eu sou o da esquerda).
O penteado, a roupa, o sorriso e a postura são extremamente parecidos, quiçá obedecendo às mesmas regras de um ritual da época (meados dos anos cinquenta).
Um toque irresistível é dado pelos emblemas na lapela. Ele era do Benfica e eu, já então, do Sporting.
Nesse plano estávamos em lados opostos mas algo me diz que ele seria um daqueles benfiquistas com quem até gosto de trocar brincadeiras.
segunda-feira, abril 11, 2022
sexta-feira, março 04, 2022
quinta-feira, fevereiro 17, 2022
António Passaporte em Cascais
domingo, janeiro 09, 2022
Em Tianjin é assim...
Na cidade chinesa de Tianjin (onde estive em 2009) vão testar 14 milhões de pessoas por terem detectado dois infectados com Omicron. Contam fazê-lo em 24 horas !!!!