quarta-feira, janeiro 17, 2018

A retórica dos acidente rodoviários



A retórica dos acidente rodoviários
Ainda recentemente o ministro Cabrita fez anuncio de medidas repressivas que se integram numa antiga campanha de mistificação acerca dos acidentes rodoviários.
Quer-se fazer crer que os portugueses são em geral uns selvagens na estrada e que necessitam de um Cabrita qualquer que os meta na ordem. Todos os outros factores estruturais e/ou conjunturais são omitidos para centrar as atenções no comportamento supostamente muito pior do que nos restantes países.
Este quadro publicado a nível da UE mostra que, afinal, ao contrário da retórica fundamentalista, Portugal está perto da média europeia neste capítulo.
Julgo que a nossa vantagem em relação a muitos dos países que estão pior do que nós é termos uma grande rede de autoestradas e termos, em média, um parque automóvel mais moderno.

3 comentários:

José Lopes disse...

Caro Sr. Penin Redondo
Sou um frequentador muito regular do seu blog e aprecio em geral o que escreve.
Mas neste particular, estou em franco desacordo. Sobretudo nas cidades e nas estradas nacionais que atravessam as aldeias, e vivo numa, os aceleras, em regra jovens ao volante de carros muito rotativos, são um perigo real pela velocidade a que andam, provavelmente como não se verifica em nenhum outro país europeu.
Por isso, estou totalmente de acordo com o que disse o Ministro Cabrita. É claro que os 30 km/h que anunciou para as cidades, na prática vão ser os 40. O que está bem.
Cumprimentos.
José Maria Lopes

F. Penim Redondo disse...

Caro José Lopes, é verdade o que diz mas essas pessoas são uma minoria. Já hoje não cumprem o limite de velocidade e, se no futuro o limite baixar, continuarão a não cumprir.

Mike Delta @facebook.com disse...

Como velho condutor (e acelera!) nunca deixam de me surpreender a caterva de medidas que se tomam para criar mais e mais obstáculos à circulação automóvel e que, curiosamente, nunca são acompanhadas por medidas de igual alcance para melhorar a qualidade da estrutura rodoviária (mega-obras de estadão excluídas, bem entendido).

Desde as deficiências manifestas e conhecidas na formação dos novos condutores, até aos problemas de concepção, realização, sinalização e manutenção das vias, o rol é basto e longo, carregando sobejas possibilidades de intervenção que nunca se revelam tão prioritárias como a repressão dos condutores -- bem como do respectivo assalto à sua carteira.

Compare-se, no gráfico acima as posições de países vizinhos com são Portugal e Espanha, considere-se as manifestas diferenças que é possivel aferir no terreno e... pasme-se.