sábado, fevereiro 12, 2011

Em suma, estamos lixados


A moção de censura do BE, se for rejeitada como tudo leva a crer, constituirá um brinde magnífico para José Sócrates.

Com a sua inegável prosápia, na sequência de uma censura abortada ao governo, voltará a maravilhar os portugueses com a habitual panóplia de sucessos imaginários para perpetuar a colonização do Estado pelos incontáveis boys.
Se os alemães se resignarem a abrir os cordões à bolsa lá virá de novo o fascínio saloio pelas tecnologias, mais uma girândola de renováveis e mesmo novas miragens de obras faraónicas. O Estado Social a crédito pode até vir a render, como sempre tem rendido, um resultado eleitoral geitoso.

À esquerda, o PCP e o BE, incapazes de se reinventar, continuarão a remoer os sonhos inconfessados do capitalismo de estado, disfarçado com o activismo sindical, num caso, e com as propostas fracturantes, no outro.

À direita, o PSD e o CDS, reféns dos velhos poderes económicos, tergiversarão sobre o liberalismo económico. Uma aventura que a população, anestesiada com o biberom dos subsídios e do paternalismo estatal, hesita em aceitar. Mesmo com a expectativa de uma maioria absoluta no parlamento a direita sabe que soçobrará na rua qualquer veleidade de transformação.  

Em suma, estamos lixados.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Oh, Fernando ! Explica-me lá melhor essa coisa dos sonhos inconfessados do PCP sobre o capitalismo de estado. Desculpa lá a ignorância...mas há os que persistem fora do campo iluminado. Não acedemos todos, ao mesmo tempo, a essa possibilidade de entender as contradições e confusões do nosso tempo. Por vezes, isso demora gerações.Não te estou a ensinar nada sobre esta questão. Em todo caso embora concorde que estamos lixados é bom sublinhar que os que lutam até ao fim da vida e são por isso imprescindíveis, como dizia Brecht, são um farol da luta e da esperança de um mumdo melhor que é preciso merecer e honrar. Acredito nos amanhãs que cantam. E não me peçam para pedir desculpa por isso, aí, verdaddeiramento, eu afino.
Saudações
João Pedro

PS. Venham mais notícias da Nova China !!!

Luís Maia disse...

Eu acho que tu não pensas assim, mas ...

Em muitas coisas na vida, sobretudo na política nos tempos actuais, a utilização das frases feitas, entram no nosso quotidiano, como se fossem verdade ou pelo menos que fossem SEMPRE verdade.

Existe o hábito de utilizar a expressão de vivermos actualmente num sistema de "Estado Social a crédito", quando se pretendem criticar algumas despesas orçamentais sociais, como quem não tem dinheiro não pode acudir aos mais desfavorecidos.

Soa bem dizer isto, só que é preciso lembrar que todas as despesas em Portugal, são a crédito, sejam elas sociais ou não. ou se quisermos ser mais correctos, poder-se-ia dizer que se não fosse o desperdício inútil ou gastos em obras de fachada igualmente desnecessárias, já haveria dinheiro a pronto, para pagar as despesas do Estado Social.

A opção pelo tipo de gastos que se pretende efectuar com o dinheiro dos portugueses, é que devia determinar o cariz político de cada partido, não a sua designação, socialista, popular, ou social, que muitos ostentam e são mentirosas.