quarta-feira, março 11, 2009

Um campo mais seco ?

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A editora Campo das Letras continua à espera, mas sem esperança, de um investidor que evite o encerramento da empresa, fundada em 1994 no Porto. Segundo Jorge Araújo, director e detentor de 51 por cento das acções, já foi apresentado, entretanto, um pedido de insolvência.
"Esperamos por um investidor mas de uma forma menos esperançosa. Possivelmente não vamos conseguir", disse ao PÚBLICO.
Sem data para ver resolvido o problema da Campo das Letras, Jorge Araújo afirmou que os tribunais têm, em tempo de crise, inúmeros processos de insolvência nas mãos. Houve, entretanto, um contacto de um potencial investidor, mas não passou de um interesse verbal.
As quebras nas vendas e a falência da Empresa Comércio Livre (ECL), responsável pela distribuição dos livros, agravaram a situação financeira da editora. A ECL deixou dívidas por saldar e, para recuperar a Campo das Letras, seria necessário um milhão de euros.
"Tornámos a nossa situação pública e contactámos algumas pessoas, mas até agora não conseguimos investidores", disse Jorge Araújo.
A editora nortenha tem 1407 títulos no seu catálogo e três milhões de livros produzidos. Representa 536 autores portugueses e 318 estrangeiros, entre os quais os prémios Nobel Elias Canetti ou Pablo Neruda. Cerca de 46 autores são prémios literários, como Maria João Reynaud, que fez a primeira edição na Campo das Letras. Na área infanto-juvenil publicou 344 obras.
No seu site, define-se como uma editora independente que pretende "dar um contributo para a formação do gosto literário e a promoção da leitura, mas intervir de forma activa no campo do pensamento democrático de esquerda".

Público, 11.02.2009

É triste. Ainda espero não ver desaparecer uma organização que realmente promove a cultura em Portugal. Foi na "Campo das Letras" que publiquei. Lá encontrei sempre abertura de espírito.
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