terça-feira, dezembro 28, 2021

Num Futuro perto de si

 


Num Futuro perto de si

quarta-feira, novembro 10, 2021

ANDALUZIA


ANDALUZIA
Já lá não ia há muitos anos. Fiquei surpreendido.
Todos sabemos que a Andaluzia tem preciosidades como Sevilha, Granada e Córdoba. Mas tem muito mais.
Nesta viagem descobri Ronda, outra jóia, os "pueblos blancos", os dolmens de Antequera, o "Caminito del Rey" e a cidade de Málaga.
Qualquer uma destas coisas merece o esforço da visita.
Na Andaluzia proliferam as oliveiras, aos milhões, pelas planícies e pelas serras. Num alinhamento que quase choca.
As cidades são cuidadas e cheias de monumentos e museus.
Basta dizer que em Málaga existe um museu do Picasso, uma "delegação" do Thyssen e outra do Guggenheim.
Um pouco mais a sul são as praias mediterrânicas, que pouco distam da Sierra Nevada com os seus 3000 de altitude.
Há muito para explorar na Andaluzia que, penso, é a mais interessante região turística de Espanha.

sexta-feira, outubro 22, 2021

O imposto silencioso


 

segunda-feira, outubro 11, 2021

O burro


Como os combustíveis estão caríssimos optámos pelo burro.
É mais barato e salva o planeta. Mas vai carregadinho, coitado.

sexta-feira, outubro 08, 2021

NOBEL


 

quarta-feira, outubro 06, 2021

Leitura obrigatória


 

sábado, setembro 18, 2021

Clint Eastwood morreu


Clint Eastwood morreu
mas apenas em sentido figurado, ao fazer o seu novo filme "Cry Macho".
Nunca o devia ter feito.
"Unforgiven" -1992- foi um dos poucos filmes que me pôs em lágrimas (assim de repente lembro-me de dois filmes sobre racismo "To kill a mockingbird" -1962- e "Invictus" (2009) que tiveram o mesmo efeito).
Clint fez muitos outros filmes inesquecíveis como "Absolute Power", "Mystic River" e Million dollar baby", para não ir mais longe.
Nos últimos anos o cowboy Clint Eastwood perseguia implacavelmente outra "injustiça", a velhice.
"Gran Torino" de 2008 e "The Mule", de 2018, fizeram dele um símbolo de resistência e sobrevivência.
Os velhos como eu estavam sempre à espera que ele mostrasse o seu charme e aplicasse alguns inesperados murros naqueles que se atreviam a zombar da sua idade.
Por isso não devia ter filmado "Cry Macho", onde surge de tal forma depauperado que a sua proverbial fleuma perde toda a graça. E os socos que dá não são credíveis.
Tudo muito fraquinho, previsível e piegas.
Em suma, com esta morte simbólica do Clint perdemos mais uma fonte de conforto psicológico.

sexta-feira, agosto 27, 2021

Testa di Moro


Testa di Moro

Já em 1989, em Siracusa, eu ficara apaixonado pelos jarrões em forma de cabeça, esmaltados e quase sempre polícromos. As lojas que se dedicam a esse comércio tinham sido, e voltaram a ser em 2014, locais de deslumbramento.
Vim a saber que às “testas di moro”, que é como se chamam, está associada uma lenda que, dizem, remonta ao domínio muçulmano por volta do ano 1100.
Uma bela rapariga siciliana, de olhos cor de mar, terá então atraído as atenções de um “mouro”, por quem se apaixonou. O romance ficou em perigo quando se soube que o amante deveria regressar à sua terra natal, onde o esperavam a mulher e os filhos.
Desesperada, a moça decapitou o “mouro”, enquanto ele dormia, e usou a sua cabeça para plantar uma flor no seu terraço. Todos os dias a regava com as suas próprias lágrimas e a flor cresceu bela e desmesuradamente.
Os vizinhos, espantados com tal sucesso, resolveram imitá-lo fazendo, também eles, vasos em forma de cabeça. Assim terá nascido esta tradição siciliana.
Percorridas várias lojas, para poder fazer uma escolha fundamentada, lá tomei a difícil decisão de escolher a que vos mostro.

sexta-feira, agosto 06, 2021

Um dia olhei o espelho e vi um velho


 

Um dia olhei o espelho e vi um velho. Com surpresa mas sem mágoa. Desde criança que invejo os velhos, como baús desconjuntados a transbordar memórias.

Nós somos provavelmente a primeira geração que teve a possibilidade prática de registar, em fotografia, o que viveu do nascimento até à morte. Ao longo de milénios o passado dos velhos só podia ser "visto" em longos monólogos ou, melhor ainda, intuído num inesperado brilho dos seus olhos cansados.
Os velhos são a infinita liberdade de quem não espera nada, de quem espera o nada.

domingo, julho 25, 2021

O Costistão


 

sábado, julho 03, 2021

O regresso à cidade medieval ?

O regresso à cidade medieval ?
Vão-se multiplicando os acidentes envolvendo ciclistas, trotinetes, peões e motoretas das Ubers.
Isso não me espanta pois as ruas das cidades estão cada vez mais caóticas, com vários tipos de veículos a entrecruzarem-se manobrados por pessoas com diferentes motivações e conhecimento do código da estrada (e mesmo língua e da geografia citadina).
Nuns casos predomina a atitude lúdica descontraída (mas o trânsito é uma coisa muito séria), noutros a azáfama do trabalho à tarefa (conduzindo motoretas a olhar para o GPS do telemóvel), e na maioria o tradicional stress dos movimentos pendulares casa/trabalho/casa (horas roubadas à vida familiar).
Esta mistura de coisas tão diferentes no mesmo espaço viário tem forçosamente que produzir graves consequências.
Os poderes públicos têm que decidir de uma vez se deixam que se instale o caos medieval nas cidades ou se impedem que carros, autocarros, eléctricos, bicicletas, motoretas de distribuição de pizzas e trotinetes se misturem nas mesmas faixas de rodagem.

sexta-feira, junho 04, 2021

Elefante branco


 

quarta-feira, abril 21, 2021

Incontornável


 

quinta-feira, abril 08, 2021

O meu avô dos olhos claros




O meu avô dos olhos claros
era homem de longos silêncios
interrompidos por pragas
que eu, miúdo da cidade, não entendia
"ah codorniz, peixeira do mar"
O meu avô dos olhos claros
talvez uma semente que ficara
de alguma invasão francesa
contorcia um bigode arruivado
sobre dez réis de gente
O meu avô dos olhos claros
sacou uma dúzia de filhos
da pequena leira à volta da casa
onde a avó de tez cigana
estendia os panos de secar figos
O meu avô dos olhos claros
bebia o seu copito, de raiva,
contra uma pobreza que nem imaginamos
e resmungava antigos ditados
quando as centopeias minavam o pão
O meu avô dos olhos claros
levou-me à pequena eira
e deixou-me pisar as uvas na adega
mas acho que nunca o conheci
acho que nunca ninguém o conheceu
O meu avô dos olhos claros
acabou na prosaica Amadora
tolerado em casa de uma filha
e pedia esmola à porta da estação
para ter a sensação de estar vivo
O meu avô dos olhos claros
desapareceu no silêncio
tal como sempre viveu
com os olhos cada vez mais claros
do que viu e do que sofreu
O meu avô dos olhos claros
morreu há um ror de anos
nunca teve cinco minutos de fama
os filhos foram-se todos
e dos netos pouco resta
O meu avô dos olhos claros
visitou-me hoje, inesperadamente,
e eu soçobrei à sua tragédia vulgar
e senti a sua herança como nunca
agora que só eu o posso lembrar

sábado, abril 03, 2021

Farto de discursos piedosos


 

quinta-feira, março 25, 2021

O confinamento é um meio e não um fim.


Racionalidade no combate à pandemia (3)
O confinamento é um meio e não um fim.
Duas frases equívocas marcaram recentemente as nossas vidas: "Vai ficar tudo bem" e "Fique em casa".
O "Vai ficar tudo bem" teve os resultados conhecidos.
O "Fique em casa" entranhou-se de tal forma que nos esquecemos da razão do seu aparecimento.
Ficar em casa é uma maneira de evitar contágios, ou seja, é um meio e não um fim. Só existe porque os cidadãos são tratados como patetas incapazes de gerir os seus comportamentos de forma a evitar os contágios, em casa ou fora dela.
Estar num descampado, ou dentro do automóvel, é tão pouco contagiante como estar dentro de casa. Estar a mais de dois metros de alguém e usar máscara é, em termos práticos, tão pouco contagiante como estar fechado em casa.
Mas neste momento estamos obcecados com a "letra da lei" em vez do "espírito da lei", já não se discute se um dado comportamento é de risco mas sim se o estado de emergência o permite.
As "forças da ordem" dão-se ao luxo de importunar, e identificar, cidadãos que passeiam numa praia deserta em vez de andarem a evitar ajuntamentos e confraternizações em praças e miradoiros das nossas cidades.
E o nosso orgulho cívico, que nunca foi grande coisa maltratado por décadas de ditadura, tarda em se fazer ouvir.

terça-feira, março 23, 2021

Racionalidade no ataque à pandemia (2)


Racionalidade no ataque à pandemia (2)
Num país como o nosso, em que as segundas casas são muito comuns, devia ser legislado um “pacote casa citadina-carro-casa secundária” para efeitos de confinamento. Em que as casas e o carro fossem englobados como fazendo parte da residência. O isolamento sanitário é o mesmo em qualquer dos interiores.
E não são só os ricos que têm casas fora da cidade. Há até pessoas modestas que cultivam hortas e têm criação para consumo próprio e necessitam de lá se deslocar com regularidade.

quinta-feira, março 11, 2021

11.03.1975


 Onde eu andava, neste dia, há 46 anos

sábado, fevereiro 13, 2021

Imperdível.


Gonçalo M. Tavares publicou ontem no Expresso esta pérola. Imperdível.

sexta-feira, fevereiro 12, 2021

Chocante.



Chocante.

Em número de mortes por milhão de habitantes estamos em terceiro lugar.

Bem vinda seria uma explicação para este facto surpreendente e terrível.

quarta-feira, fevereiro 03, 2021

Estirpes


 

segunda-feira, janeiro 04, 2021

O que a casa gasta