quinta-feira, julho 14, 2011

"Que mais irá me acontecer'"

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O que parecia inconcebível começa a ganhar contornos de possível 
"gigantesca calamidade financeira" caso falhe acordo para aumentar 
o limite da dívida, afirma o presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke.
A imprensa dos EUA está hoje em efervescência devido à forma como as conversações entre a Casa Branca e o Partido Republicano têm decorrido, tendo culminado com a saída do presidente Barack Obama da reunião de quarta-feira à noite de forma "abrupta", refere o New York Times, na edição digital.
Enquanto a reunião decorria, a agência de notação financeira Moody's colocava sob vigilância o 'rating' máximo dos EUA, com perspectivas de corte no futuro, caso não haja acordo entre as principais forças políticas para aumentar o nível da dívida, que se encontra, neste momento em 14,29 biliões de dólares, algo que a Standard & Poor's também já tinha ameaçado.
O Washington Post 'online' fala num cenário "potencialmente catastrófico", enquanto o Financial Times descreve as negociações entre a Casa Branca e os republicanos como "rancorosas", ao passo que o Los Angeles Times fala em "falência desastrosa" caso haja mesmo um 'default' no dia 2 de agosto.
O diferendo não é apenas entre democratas e republicanos, mas também dentro das próprias fileiras do Partido Republicano, refere o Washington Post, com o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell a avisar que uma falência pode "destruir" a marca do partido.
No Wall Street Journal, o antigo chefe de gabinete adjunto do presidente George W. Bush, Karl Rove, rotula a capital norte-americana de "disfuncional", acusando o presidente Obama de ser um "liberal incompetente", enquanto, do outro lado do espetro, o colunista E.J. Dionne, Jr. escreve no Washington Post que o líder dos EUA mostrou que "a redução do défice não é agora, e nunca foi, a prioridade dos republicanos".
DN, 14.07.2011


A nossa geração assistiu ao impensável desmoronamento da URSS e à pulverização da "cortina de ferro", que parecia dar início ao domínio sem freio dos States. Agora temos no horizonte a inacreditável implosão do império americano,  com que tantos sonharam, mas não é possível qualquer regozijo pois ninguém consegue perceber que tipo de barbárie virá a seguir.
No ponto a que as coisas chegaram, com toda esta imprevisibilidade, é caso para dizer, parafraseando as telenovelas, "que mais irá me acontecer?"

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