Estou desde o dia 29 em Buenos Aires.
A cidade é imensa e a mais europeia da América do Sul.
A sua grande especialidade sao os fantásticos bifes e o omnipresente tango e está tudo dito.
No bairro marginal de La Boca, com o seu estádio Bombonera e as casas de cores berrantes, percebi finalmente o fenómeno Maradona.
Há um "cheiro" no ar, uma mistura de Espanha e de Itália, com travo a emigrantes pobres que depois enriqueceram.
sábado, dezembro 30, 2006
Buenos Aires, querida ?
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domingo, agosto 06, 2006
Costa Rica: um país pintado de verde
Ao sétimo dia, antes de descansar, Deus pegou numa paleta, só com tons de verde, e divertiu-se a pintar um pedaço de terra entalado entre o Atlântico e o Pacífico. Isto podia ser uma lenda sobre a origem de um país que foi baptizado por Cristóvão Colombo e onde passei agora alguns dias.
O olhar do turista sofre sempre de um certo estigmatismo, mas não deixa por isso de ser legítimo. E foi com ele que gostei de ver a Costa Rica. Passei por cinco das suas sete províncias e parece que fiz cerca de 1.300 km por terra e por rio, o que já dá para ter algumas opiniões.
O país tem quatro milhões de habitantes, é pouco maior do que metade de Portugal e cerca de um terço da sua área é protegida ecologicamente. Está na moda como destino turístico (mas ainda se circula sem multidões) e diz-se que é a Suiça da América Latina – talvez porque tem montes e não tem exército, mas não há neve nem relógios de cuco e, sobretudo e felizmente, não há suíços.
Voltando ao verde. Com um clima tropical e subtropical, tem uma selva luxuriante, com uma flora variadíssima. Atinge-se facilmente quase 100% de humidade – aliada garantida de mosquitos devoradores e inimiga de máquinas fotográficas digitais (que deixam rapidamente de funcionar, provisória ou definitivamente).
Gostei especialmente de um dos parques naturais em que estive: Tortuguero, na costa atlântica. Por razões ecológicas, não é acessível por estrada. Tem um aeroporto minúsculo, mas o meio habitual de se chegar é por rio, numa viagem de quase duas horas. É então que se mergulha no verde. Por vezes, caminha-se por trilhos com vegetação tão cerrada que se ouve chover sem que a chuva chegue ao chão. É-se acordado a meio da noite por trovões e chuvadas monumentais e, às cinco da manhã, por simpáticos macacos roncadores. Foi lá que vi a cabeçada de Zidane na final do Mundial – estranha e única imagem de um outro mundo. Bem mais saudável foi ver as tartarugas – também verdes — que vieram desovar na praia em noite de lua cheia. Tudo verde? Nem por isso: vi rãs encarnadas. Confesso que fiquei rendida, eu que nem sequer sou muito dada a expedições ecológicas.
Há muitos outros parques, vulcões, termas paradisíacas em cascatas a várias temperaturas, borboletas azuis, etc., etc. Levaria horas a contar histórias.
Além disso, há um país para tentar perceber minimamente.
A Costa Rica é considerada um caso de sucesso e percebe-se porquê: além do Atlântico e do Pacífico, «entalam-na» o Panamá e a Nicarágua, vizinhos não muito desejáveis. Entre guerrilhas sandinistas de um lado e Noriegas do outro, a Costa Rica mantém uma sólida democracia desde 1949. Entrou nesse ano em vigor uma constituição que atribuiu direito de voto universal aos dezoito anos (inclusive às mulheres e aos negros) e que aboliu as forças armadas. Iniciou-se assim um historial de pacifismo, especialmente significativo no contexto geoestratégico em que o país se insere.
O sistema político é presidencialista, com a presidência da república e a chefia do governo asseguradas pela mesma pessoa. Foi este ano reeleito para o cargo Oscar Arias Sánchez que já o ocupara entre 1986 e 1990. Datam de então a sua firme oposição a que os Estados Unidos utilizassem a Costa Rica como base para atacarem a guerrilha nicaraguense e um Prémio Nobel da Paz que lhe foi concedido, em 1987, por ter conseguido que alguns países da América Central (Nicarágua, Guatemala, El Salvador e Honduras) chegassem a acordo sobre um plano de paz que ele próprio elaborou. O presidente é assessorado por dois vice-presidentes, cargos que, no actual governo, são ocupados por mulheres.
Vários indicadores revelam o sucesso de que se fala. Apenas um e dos mais significativos: o grau de literacia é muito superior ao dos vizinhos mais próximos e ultrapassa também o de Portugal: 96% versus 93,3%, com os mesmos critérios, devido a uma diferença de 5%, no caso das mulheres, a favor da Costa Rica!... Aliás, a aposta na educação desde 1949 é apontada como uma das causas do referido sucesso e faz com que, a par do turismo e da agricultura, a indústria de «microchips» e o desenvolvimento de «software» estejam já entre as principais fontes de receita. As telecomunicações são excelentes (tive cobertura de rede de telemóvel e «roaming» mesmo no meio da selva) e, num dos hotéis em que estive, paguei $12 por uma sopa mas a utilização da Internet era gratuita e ilimitada. A estabilidade política, os elevados níveis de qualificação das pessoas e o turismo atraem cada vez mais investimentos estrangeiros. O índice de pobreza terá diminuído significativamente nos últimos quinze anos e a taxa de desemprego é inferior à portuguesa.
Dito isto, a Costa Rica é um país modesto. As estradas são más (péssimas, por vezes), a arquitectura de luxo não passou por ali, as povoações são aglomerados feiosos, as pessoas têm um ar muito simples. Visto a distância, Portugal parece um país de milionários, Lisboa é Paris quando recordada em S. José. Qualquer coisa está errada: ou uns vivem abaixo do que podem, ou os outros acima. De que lado estará o erro? Daqui a alguns anos, alguém verá. Eu tenho a minha opinião – oxalá me engane.
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sexta-feira, agosto 04, 2006
Provença via Barcelona
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quinta-feira, junho 22, 2006
A China vista pelo Mário
O Mário Redondo disponibilizou um conjunto de imagens recolhidas na China que podem ser vistas aqui
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sábado, junho 17, 2006
CHINA, Capítulo 3
Hora da publicação: 12:49 0 comentários
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sexta-feira, junho 09, 2006
CHINA, Capítulo 2
Em conformidade com a ameaça feita há alguns dias já podem ver a segunda fornada das imagens que captei na China.
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domingo, junho 04, 2006
CHINA - Capítulo 1
Continuo a "lutar" contra as nefastas consequências da era digital.
Nas actuais circunstâncias tecnológicas pode-se regressar da China com um número de imagens tal que somos forçados a dedicar-lhes atenção durante várias semanas.
É nessa fase que me encontro.
Para aliviar um pouco o desânimo resolvi pegar numas dezenas de fotos e publicá-las na internet, mas o trabalho continua quer no plano documental quer no plano estético.
Espero que gostem desta primeira safra.
(clique aqui para ver a exposição)
Hora da publicação: 17:18 0 comentários
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quarta-feira, maio 10, 2006
Tapar o Sol com uma peneira...
Como devem ter visto eu fiz vários posts neste blog enquanto estive em viagem pela China.
O que foi irritante, para além de muitas vezes ter que usar nos hotéis as versões chinesas dos programas, foi constatar que não me era permitido aceder ao blog que acabara de actualizar.
Não se tratava de qualquer perseguição pessoal, na verdade não consegui aceder a nenhum blog alojado no Blogger. Também não consegui aceder ao DOTeCOMe Forum que é uma ferramenta da voy.com.
Enfim, os nossos amigos chineses parecem querer "tapar o Sol com uma peneira" apesar de ser claro que estão ansiosos por se bronzear...
Hora da publicação: 16:21 0 comentários
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sexta-feira, maio 05, 2006
Impressões de uma viagem à China
Alguém disse que os 1.300 milhões de chineses são, neste momento, o mais importante recurso natural do planeta e que o século XXI será, em grande medida, o resultado da forma como tal recurso vier a ser usado.
Escapando ao determinismo mecanicista implícito nesta opinião prefiro dizer que o futuro da sociedade humana será brutalmente influenciado por aquilo em que se tornarem os incontáveis chineses (e também os indianos).
Uma viagem de treze dias pela China não pode fazer muito mais do que proporcionar um série de “impressões”, que valem por ocorrerem no local mas que não pretendem senão dar conta da perplexidade do viajante.
A realidade física ultrapassa as expectativas mesmo quando se parte com alguma bagagem de leituras sobre o país, a magnitude das transformações em curso sente-se “na pele”.
O gigantismo institucional de Pequim, que numa só avenida tem vários hotéis do tamanho do Ritz de Lisboa, rivaliza com o modernismo caótico de Xangai, cujo ritmo de crescimento pode ser simbolizado pelo combóio-bala que nos transporta ao aeroporto, a 400 km à hora, sobre tecnologia “magnética” da Siemens.
No Sul, onde se situam as “zonas económicas especiais” de Macau e Hong-Kong, a China dispõe de cinco aeroportos internacionais num raio de 150 km em torno da cidade de Guangzhou (Cantão).
À volta das cidades, a perder de vista, vão-se erguendo os “dormitórios” de 20 e 30 andares para onde são “desterrados” os moradores dos bairros tradicionais que, no centro, darão lugar aos arranha-céus das multinacionais. Segundo nos disseram os moradores são avisados com apenas algumas semanas de antecedência e recebem modestas ajudas para o realojamento.
Parece no entanto haver uma diferença notória entre as cidades grandes e as cidades pequenas como Xian, que tem apenas (?) quatro milhões de habitantes. Nestas, embora exista também uma actividade comercial desenfreada e as ruas também estejam apinhadas, é ainda possível observar certos “requintes orientais” que as tornam muito mais aprazíveis.
A ginástica praticada ao amanhecer nas praças e jardins, onde muitas vezes se encontram instalados autênticos “parques infatis” para idosos, e a proliferação de esplanadas nas avenidas que preservam uma arquitectura e uma escala mais humana são sinais de um saber viver que surpreende agradavelmente quem vem das grandes metrópoles.
Também se sentem mais as tradições religiosas e as superstições. Os chineses têm, por exemplo, um conjunto de superstições relacionadas com os números que chegam a tomar aspectos caricatos (muitos hotéis não têm quartos no quarto andar pela simples razão de o 4 ser tradicionalmente associado à morte).
Em Pequim disseram-nos que a gigantesca praça Tiananmen se encontra encerrada à noite por se recear a repetição no local de imolações pelo fogo praticadas por membros da seita Falungong.
Sociedade em mutação
Milhões de pessoas que assistiram aos exageros da “revolução cultural” têm agora, de novo, que suportar enormes transformações no seu modo de vida.
Migrar do campo para a cidade, ser deslocado de um bairro antigo no centro para a periferia, ver lojas cheias de produtos estrangeiros com preços inacessíveis, percorrer muitos quilómetros entre as “colmeias” da periferia e o emprego, as mais das vezes em bicicleta ou à boleia de uma bicicleta alheia.
As bicicletas são aos milhões, cuidadosamente arrumadas nos “parques de estacionamento”, mas parecem estar a ser substituídas, em larga escala, pelas motoretas e as motas. Nas entradas das cidades sucedem-se os “stands” com milhares de motas alinhadas à espera dos clientes.
Enquanto os casais só poderem ter um filho a motivação para o automóvel será menor mas alguns cruzamentos já sofrem engarrafamentos consideráveis de VW, Audi e Hyundai (quase tudo fabricado na China) que representam uma parte considerável dos automóveis existentes, isto com base na mera observação casuística.
Os felizes pequineses proprietários de automóveis são as vítimas do inusitado contratempo constituído pelas tempestades de areia que se abatem regularmente sobre Pequim. O vento trás as poeiras directamente do deserto da Mongólia Interior e deposita-as sobre os seus carros que, de manhã após este “nevão”, estão uma verdadeira lástima. Como há muita mão de obra até cheguei a ver uma mulher, com um aspirador, a limpar o pó de um parque de estacionamento...
Nos locais turísticos vê-se muita gente oriental, muitos com ar de camponeses, as mais das vezes “lutando” com as recém-compradas câmaras fotográficas e tentando caber na imagem juntamente com o Mausoléu de Mao Tse Tung. Tal indicia um activo turismo interno, e a proliferação de gadgets, mas confesso que também pode tratar-se de coreanos, ou japoneses, que eu não tenho meios para os destrinçar.
O número de vendedores ambulantes é enorme e é possível regatear até valores impensáveis caindo no ridículo de “combater” por uma redução de vinte cêntimos, perdendo toda a noção de razoabilidade. Onde quer que pare um autocarro é-se rodeado de vendedores ambulantes que agitam os seus produtos entre os quais se destacam os “lolex”, corruptela de uma famosa marca de relógios.
O comércio é intensíssimo e com horários muito alargados. Qualquer retardatário pode ainda assim redimir-se numa grande quantidade de mercados de rua, com as suas coloridas bancas, onde mal nos aproximamos somos bombardeados com o proverbial “just looking”. Suponho que os vendedores tantas vezes ouviram a expressão, dita pelos estrangeiros passantes, que devem pensar tratar-se de uma forma de saudação.
Há muito pouca gente a falar bem inglês, mesmo em Hong-Kong, mesmo nas recepções dos hotéis.
Dois países um sistema
Parafraseando, e desafiando, o slogan oficial temos que confessar que não conseguimos detectar o “carácter socialista” da R. P. China.
O fosso entre os mais ricos e os mais pobres é abissal e parece crescente, os sectores económicos na mão dos privados aumentam constantemente e só muito poucos parecem estar destinados a permanecer sob controlo do Estado e cada vez maior número de pessoas ganha o seu sustento como assalariado nas empresas privadas.
Como se isto não bastasse é também preciso acrescentar que a educação e a saúde são pagas pelos cidadãos que não beneficiam do “Estado Social” que tantos de nós consideram adquirido e irreversível. Uma das guias contou-nos que o avô, com mais de 80 anos, em cada internamento hospitalar que lhe acontecia deixava os filhos “de tanga”. No caso concreto dos sete filhos só três têm condições económicas para partilhar a despesa.
Por tudo isto penso que aos dois países, Taiwan e RPC, corresponde um e um só sistema económico. Pelo que vi nas televisões e nos jornais, a unificação será apenas uma questão de tempo.
Os negócios assim o esperam e os políticos assim farão.
Segundo consta a explosiva Xangai está sob forte influência dos dinheiros de Taiwan que, de certa forma, estão a regressar a casa já que eram de Xangai os mais influentes empresários que fugiram para a ilha.
Os sinais da política são muito discretos, como se a China se tivesse rendido sem condições ao mais seco pragmatismo. Um retrato enorme de Mao sobre as portas de acesso à cidade proibida, no seu isolamento, quase parece descabido.
Os homens de negócios foram autorizados a pertencer ao partido comunista o que tem possibilitado situações inacreditáveis como a construção, para residência de um dirigente, de uma réplica de um grande palácio francês na China, com frescos nos tectos e repuxos de bronze no lago fronteiro. Mesmo quando não são atingidos tais extremos temos ainda assim os “condomínios fechados” de grande luxo.
As denúncias de corrupção das autoridades e de confusão entre os cargos públicos e os interesses privados são abundantes.
A China parece ser constituída por uma massa enorme de camponeses pobres e operários das periferias, no limiar da subsistência, por uma “classe média” que muitos estimam nos 200 milhões, ancorada nas multinacionais e no funcionalismo e nos serviços e uma minoria de ricos e muitíssimo ricos.
É para estes últimos que existem as lojas Dior, Chanel, Rolls Royce, Ferrari e outras.
O povo miúdo, para quem se vão abrindo apesar de tudo novas possibilidades económicas, frequenta o MacDonalds ao Domingo e vai aprendendo, conforme pode, as virtualidades do consumismo. Para encher o ego popular lá estão os arranha-céus, como a torre Jin Mao em Xangai, que com os seus 88 andares é a quarta mais alta do mundo. Uma ilusão de chegar mais alto do que os americanos.
A questão que se põe não é, quanto a mim, se a R.P.China está ou não a resvalar para um qualquer tipo de capitalismo, mais ou menos selvagem, mais ou menos parasitado a partir de fora.
A verdadeira questão que não consigo esclarecer é a da eventual existência de um desígnio nacionalista no desencadear das transformações em curso, do grau de controlo que tal nacionalismo realmente exerce sobre os acontecimentos e das intenções de tal nacionalismo se, e quando, tiver sucesso na consolidação da China como potência económica global.
Não havendo na R. P. China formas democráticas de legitimação e “controle” do poder é quase impossível estabelecer um nexo claro entre o interesse público e popular e as manobras do Estado e do “nacionalismo económico” que este parece favorecer.
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sexta-feira, abril 28, 2006
O carro de Santana na China
Está resolvido mais um grave problema, que tanto atormentou a nossa imprensa e o Prof. Carmona Rodrigues.
O famoso carro do Santana foi visto a circular em Pequim (ainda ostentando o nome do ex-dono) o que nos faz supor que terá sido adquirido por um dos activos comerciantes da comunidade chinesa em Lisboa e levado para o oriente.
Libertos desta preocupação talvez possamos começar a tratar dos verdadeiros problemas da cidade...
Hora da publicação: 16:53 0 comentários
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terça-feira, abril 25, 2006
25 de Abril em HONG KONG
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sábado, abril 22, 2006
A primeira fase
Guangzou, China, 22 de Abril 2006.
Hoje alguem (chines) disse-me que na China existem enormes desigualdades; por um lado os muito ricos e por outro os muito pobres.
Minutos depois essa mesma pessoa afirmou ser necessario obter um visto para os chineses visitarem Hong-Kong e Macau pois essas regioes especiais vivem em economia capitalista enquanto o resto do pais vive em regime comunista.
Foi nessa altura que perguntei se, havendo as tais desigualdades enormes, nao seria contraditorio classificar a China como comunista.
Foi-me respondido que esta e' apenas a fase inicial do comunismo.
Quando plenamente desenvolvido entao o comunismo possibilitara' a prosperidade a todos os chineses. Essa primeira fase tem uma duracao indeterminada.
Isto foi dito sem pestanejar.
Fiquei sem argumentos...
Hora da publicação: 14:34 0 comentários
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sexta-feira, abril 21, 2006
Um mundo (in)diferente
Guilin, China, 21 de Abril de 2006.
Passei o dia, de barco e de carripana, por entre as espantosas colinas do rio Li perto da cidade de Guilin.
Parece que toda esta regiao, anteriormente no fundo do mar, emergiu ha' milhoes de anos e a chuva e o vento esculpiram as caprichosas formas que ladeiam o rio ao longo de muitas dezenas de quilometros.
Ao fim do dia passeava-me nas ruas, sempre apinhadas e agitadas, pensando como tudo e' diferente da ideia que eu tinha antes de ca' chegar. A maior parte dos portugueses nunca ouviu sequer falar de Guilin e no entanto na cidade e nos seus arredores agitam-se e teimam quatro milhoes de chineses, indiferentes a essa indiferenca.
Numa enorme praca um Hotel, que ja' figura no Guiness dos recordes, despeja entre as 9:30 e as 9:40 milhares de litros de agua pelos seus 11 andares abaixo criando assim a maior cascata artificial do mundo. O povinho junta-se no local para apreciar este numero de circo e beneficiar do fresco que ele liberta.
Depois la' vieram os omnipresentes "mercadillos" de rua, como diz o guia, e a sensacao de absoluta necessidade de fugir das multidoes que sempre nos envolvem.
Tambem a China e' um fundo do mar que emerge inexoravelmente.
Hu Jintao, ainda ontem o vi na CNN, diz que a China e os States partilham muitos interesses e que em conjunto vao derrotar o terrorismo, o que tambem pode significar que vao conjuntamente policiar o mundo.
Ate' quando se mantera' esta concordia entre rivais ?
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quinta-feira, abril 20, 2006
Cada vez mais alto
Xangai, 20 de Abril 2006.
Dos dez edificios mais altos do mundo cinco situam-se na China.
Isso mostra com quem a China se quer comparar ou confrontar.
Ontem subi 'a torre Jin Tao na companhia de hordas de chineses, com ar de camponeses, obviamente galvanizados com os 88 andares de aco e betao.
Xangai e' o futurismo de que todos os chineses falam como referencia em todos os sitios por onde passei. E' pena parecer-se tanto com Las Vegas...
Hora da publicação: 00:46 0 comentários
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terça-feira, abril 18, 2006
Taichi ao amanhecer
Xian, China, 18 de Abril 2006.
Hoje acordei as 6:30 e pouco depois abri o cortinado e espreitei pela janela do quarto no decimo nono andar.
A enorme praca em frente 'a "Camara Municipal" estava polvilhada de praticantes das mais variadas formas de exercicio fisico: Taichi, corrida, badminton, etc.
Xian e' uma cidade chinesa de media dimensao, com os seus 8 milhoes de habitantes, que muita gente associa aos guerreiros de terra-cota enterrados no mausoleu do primeiro imperador chines ha' mais de dois mil anos.
Xian foi, nem mais nem menos, o ponto de partida da rota da seda, cidade visitada por Marco Polo e capital do Imperio durante cerca de mil anos. Pergaminhos nao lhe faltam.
Hoje, depois das visitas da praxe aos locais turisticos, andei pelas ruas durante horas apreciando a espantosa vivacidade do comercio e dos pequenos restaurantes. A cidade e' muito aprazivel e revela uma forma de estar e apreciar a vida que nao tem nada a ver (para muito melhor) com Pequim.
As lojas de roupa jovem sao muito numerosas e, exceptuando os problemas do idioma, eu senti-me como se estivesse em Lisboa.
Os incidentes que resultam da enorme dificuldade da comunicacao enchem os dias de gargalhadas e mostram a principal desvantagem dos chineses no seu percurso para se tornarem uma grande potencia economica mundial; enquanto nao forem capazes de ensinar ingles a centenas de milhoes de jovens terao muita dificuldade em se "globalizar" em certos dominios economicos.
Num infantario que visitei ha' dias tomei consciencia de que aprender chines, na sua forma escrita, e' ja' um empreendimeto de monta. Tambem aprendi que a fonetica e' ensinada em paralelo e que para tal sao usados caracteres praticamente identicos aos nossos. Fiquei convencido que paulatinamente os chineses adoptarao os caracteres ocidentais.
Outra coisa de que me convenci, a ver televisao, foi que os capitalistas de Taiwan estao ansiosos por se juntar 'a "mainland".
Para ja' e' tudo. Lamento nao ter os nossos acentos disponiveis e tambem o facto de nao poder ver estes meus posts depois de publicados.
Por alguma razao que me escapa eu posso adicionar entradas ao meu blog DoteCome mas depois estou impedido de ver o que acabou de ser publicado.
Misterios...
Hora da publicação: 15:28 0 comentários
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domingo, abril 16, 2006
O jogo chines
Estou em Pequim ha' dois dias e ainda nao parei de me surpreender com o ambiente de transformacao que se mete pelos olhos dentro.
Os arranha-ceus vao batendo novos recordes em altura mesmo quando ja' esta' em construcao aquele que os vai destronar dentro de alguns meses.
As sedes das grandes multinacionais sucedem-se ao longo das gigantescas avenidas e os bairros pobres escondem-se por detras ate' serem expulsos por um novo empreendimento.
A tactica oriental parece ser a utilizacao dos "imperialistas" para dar um "grande salto em frente" embora deixando-os ganhar bastante dinheiro nesse processo. Numa segunda fase os chineses tratarao de tirar partido da sua dimensao e da sua proverbial persistencia.
Este e' um jogo complexo cujas consequencias e implicacoes e' bastante dificil abarcar.
(desculpem a falta da acentuacao)
Hora da publicação: 12:18 2 comentários
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