terça-feira, outubro 28, 2014
Processo Kafkiano
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segunda-feira, outubro 27, 2014
Quem é afinal o pirata ?
A ascensão de Costa na CML iniciou-se, e foi muito ajudada, por acusações de corrupção aos seus adversários (nomeadamente Carmona Rodrigues) que os tribunais vieram agora dizer não terem fundamento (http://www.dn.pt/inicio/
Enquanto Costa se instalava confortávelmente no poder autárquico aqueles a quem ele atirou uma bola de lama andaram a penar nos tribunais, durante dez anos, para conseguirem a absolvição.
O Parque Mayer e a antiga Feira Popular continuam baldios e o futuro dirá que outros prejuizos esta golpada do Costa trará à cidade de Lisboa.
Esta gente é perigosa e prepara-se para voltar ao governo.
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quarta-feira, setembro 19, 2007
A farsa volta à cena no Parque Mayer ?
O jornal Público de ontem, pela pena de Luís Filipe Sebastião, noticiava:
"Os eleitos do PS e do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Lisboa querem saber o valor que o terreno do Parque Mayer tinha na altura em que foi permutado com parte dos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos. Na proposta que amanhã vão apresentar ao executivo camarário prevê-se a criação de uma comissão para avaliar o terreno e determina-se que os serviços camarários informem sobre todos os processos com firmas do grupo Bragaparques.
Segundo um comunicado do gabinete do vereador José Sá Fernandes, na reunião camarária será apresentada uma proposta do BE e do PS para a constituição de uma comissão com a finalidade de avaliar o terreno do Parque Mayer em 5 de Julho de 2005, data da escritura pública da sua permuta com uma parte dos terrenos onde estava instalada a Feira Popular, em Entrecampos.
A avaliação deve levar em conta "os índices de construção máximos permitidos pelos instrumentos de ordenamento territorial e regras urbanísticas aplicáveis, nomeadamente as resultantes do Plano Director Municipal em vigor".
O texto propõe que a comissão seja constituída por Alfredo José de Sousa, ex-presidente do Tribunal de Contas, Issef Ahmad, antigo director-geral do Património, e António Jorge Matos Fernandes, que foi administrador da sociedade Teixeira Duarte. A comissão deverá elaborar o relatório final "no prazo máximo de três meses".
Sendo sabido que: (1) Os partidos em causa estavam na câmara à data em que a permuta aconteceu, (2) Que a actual vereação resultou de eleições em que se esgrimiram acusações de corrupção contra a vereação anterior, (3) Que há muito se noticia a acção da PJ na investigação do negócio citado, (4) Que o valor de uma propriedade imobiliária não resulta de uma tabela mas sim de julgamentos feitos, na circunstância, pelos intervenientes no mercado, pergunta-se:
a) O que impediu o PS e o BE de obter a avaliação do Parque Mayer em tempo útil como lhes competia ?
b) Se o valor do Parque Mayer é desconhecido com que fundamento acusaram a vereação anterior ?
c) Porque não serve a avaliação que a PJ certamente vai efectuar no quadro da sua investigação ?
d) Os três meses dados à comissão de avaliação proposta destinam-se a simular um rigor que o atraso com que o seu trabalho se inicia não deverá permitir ?
e) É apenas mais uma farsa que sobe à cena no Parque Mayer ?
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sexta-feira, agosto 03, 2007
Carta Aberta a António Costa e Sá Fernandes
Deixem-me começar por saudar a vossa tomada de posse, no passado 1 de Agosto, e desejar-vos o maior sucesso a bem de Lisboa.
Tomo esta iniciativa como cidadão nascido em Lisboa e residente nela, ou nas cercanias, há 62 anos.
Fiquei muito surpreendido por verificar que os temas da corrupção e da gestão ruinosa da anterior vereação desapareceram dos vossos discursos. Também não consigo entender como é que Sá Fernandes vai “cuidar das buganvílias” em vez de se dedicar aos temas que o tornaram conhecido dos lisboetas.
Por favor não me venham dizer que o assunto está entregue às entidades competentes; por esse caminho ainda chegamos às eleições de 2009 sem conclusões ou, ainda pior, “em águas de bacalhau”.
As insinuações e acusações que foram feitas antes da queda do anterior executivo camarário e mesmo depois durante a campanha eleitoral, pela sua gravidade, obrigam-vos a estudar os documentos a que agora vos foi dado acesso, os processos de trabalho que agora dependem do vosso julgamento e os comportamentos administrativos que agora vos compete avaliar.
Seria muito mais coerente pôr Sá Fernandes a dirigir um “Grupo de Trabalho contra a Corrupção e a Gestão Ruinosa” que, no prazo de alguns meses, divulgasse os contornos de todas as operações ilegítimas ou reprováveis, os nomes dos autarcas nelas envolvidos e dos funcionários da Câmara coniventes ou cúmplices. E também as medidas recomendadas para evitar a repetição de casos semelhantes no futuro.
Sem prejuízo das responsabilidades judiciais, que são de outro âmbito, compete-vos atribuir e sancionar as responsabilidades políticas, administrativas e disciplinares.
Se o Presidente e o vereador da Câmara de Lisboa o não fizerem correrão o risco de ver os cidadãos concluir uma de duas coisas; ou que pactuam com os desmandos e as ilegalidades ou que, afinal, todas as denúncias não passavam de manobras politiqueiras.
Não se esqueçam dos 62 % de abstencionistas do dia 15 de Julho.
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segunda-feira, julho 16, 2007
Prontos para um demagogo ou o ocaso dos partidos
A votação em Lisboa demonstra também, numa escala nunca antes verificada, a decadência do sistema partidário em Portugal. Vejamos:
1. Os partidos tradicionais da direita são simplesmente arrasados.
2. António Costa "ganha" as eleições com os votos de 10% dos lisboetas inscritos. Tem menos 17.000 votos que o vilipendiado e derrotado Carrilho.
3. O PCP perde 13.500 votos e passa de 11,42 para 9,53 %. Nos anos oitenta chegou a ter 27,5 %.
4. O BE perde 8.900 votos e passa de 7,91 para 6,81 % mesmo depois do "brilharete" de ter conseguido provocar eleições
5. Carmona, o arguido independente, tem sozinho mais votos do que os seus algozes, PCP e BE, juntos.
6. Roseta, com meia dúzia de tretas, arranja em dois meses mais votos do que um partido com uma história gloriosa como o PCP.
7. 62 % dos cidadãos de Lisboa recusam-se a participar na votação.
A isto nos conduziu a guerra sem quartel e sem princípios que os partidos têm conduzido nos últimos anos. Uma guerra em que tem valido tudo para alcançar o poder e em que, mais do que as causas, são os interesses que pontificam.
Ou seja, parecem estar criadas as condições para o surgimento de um demagogo qualquer, um Berlusconi ou um Chavez, que nos conduza finalmente para a "República das Bananas" que julgávamos não ser.
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domingo, julho 15, 2007
86.000 votos pelo cano abaixo
O que tantos tanto receavam aconteceu.
Apesar de o tempo não ser adequado para idas à praia a abstenção disparou nas eleições para a Câmara de Lisboa.
Já tinha dito que isso se deveria às pobríssimas ideias da campanha mas, depois de ver os resultados, vou ainda mais longe: os eleitores estão a deixar de votar porque sentem que não vale a pena. Vou explicar.
Há dois anos houve 119.837 cidadãos de Lisboa que votaram em Carmona Rodrigues. Tente-se imaginar o que essas pessoas devem sentir quando vêem a sua escolha arrastada pela lama mediática como um banana corrupto.
Por um lado podem pensar que tudo não passa de suspeições que nenhum tribunal validou ainda mas isso não resolve a angústia dessas pessoas. Das duas uma:
1) ou Carmona é realmente um banana corrupto e então os seus votantes ficam desmoralizados e consideram-se indignos de votar agora noutro candidato que pode vir a revelar-se igualmente mau
2) ou Carmona afinal não é um banana corrupto e então os seus votantes devem concluir que há nesta democracia mecanismos perversos que conseguem sobrepor-se e anular, "na secretaria",uma votação democrática
Esta pode ser a explicação para o facto de as forças de direita (Carmona+PSD+CDS), no seu conjunto, terem perdido 65.713 votos para a abstenção em comparação com 2005.
Mas então como se explica que as forças de esquerda (Roseta+PS+PCP+BE) tenham também perdido, no seu conjunto, 19.676 votos ? O PCP e o BE reduzem mesmo as suas percentagens de 11,42 para 9,53 %, no primeiro caso, e de 7,91 para 6,81 % no segundo.
Talvez os cidadãos não simpatizem especialmente com uma política baseada na denúncia. Mesmo que reconheçam a pertinência das denúncias pressentem que as denúncias, quando a justiça não as confirma em tempo útil, podem transformar-se numa arma perigosíssima para a democracia.
António Costa, ou a sua lista, ainda não tinham sido eleitos e já eram acusados de "interesses nos terrenos do aeroporto", "projectos ocultos na zona ribeirinha", "pacto secreto com Carmona", etc, etc. Onde é que isto nos leva ?
Já tenho dito e repito: há comportamentos na nossa vida política que estão a arrastar a democracia para o abismo. Talvez o mais grave seja a incapacidade para aceitar os resultados das eleições quando quem ganha é o adversário.
Cada vez mais constatamos que os eleitos, mal tomam posse, são imediatamente sujeitos a tratos de polé e, se não se cuidam, destruídos mesmo ao nível da sua vida privada, escolar ou profissional.
De forma falaciosa apresenta-se a intolerância e o espírito anti-democrático como se fossem apenas as normais, e democráticas, diferenças de opinião e de proposta.
O principal problema de Lisboa está, como antes estava, nesta perversão da democracia.
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sábado, julho 14, 2007
Museu no Terreiro do Paço
Hoje é dia de eleições em Lisboa. Como eu gostaria que esta proposta, que eu tantas vezes imaginei e que ontem Manuel de Matos Fernandes publicou no Expresso, tivesse sido feita por um dos candidatos à presidência da Câmara.
O leitor recordar-se-á das notáveis exposições produzidas ao longo de uma década pela Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. Francamente, parece-me absurdo que as novas gerações tenham de esperar por nova data redonda para ver tratado e celebrado com aquela qualidade o momento maior da nossa História. Até porque tais datas e festejos afins raramente são a ocasião mais propícia para pensar o passado de forma lúcida e mobilizadora.
Lamento, enfim, que o esforço então desenvolvido não tenha levado a um projecto museológico sobre Os Descobrimentos Portugueses e a Expansão Europeia, tratando com equilíbrio e rigor as contribuições dos diversos países nela envolvidos, bem como as civilizações encontradas pelos europeus.
Num projecto com esta orientação há os temas incontornáveis, que conjugados com a mostra de objectos de grande simbolismo - astrolábios, portulanos, Tratado de Tordesilhas, carta de Pêro Vaz de Caminha, primeiras edições da ‘Peregrinação’ e de ‘Os Lusíadas’, os Painéis do Infante e a Adoração dos Magos com o índio do Brasil - com os achados da arqueologia subaquática e com o recurso às técnicas de realidade virtual (como a simulação de uma tempestade no Cabo da Boa Esperança) tornariam a visita atractiva para o grande público.
Além do que fica acima referido, outros aspectos há menos óbvios mas nem por isso menos importantes.
Nenhum outro povo europeu da Expansão exerceu e recebeu influências no campo da Arte em grau comparável aos portugueses. A inclusão de peças como marfins afro-portugueses, marfins, jóias e móveis hindo-cingalo-portugueses, sedas e porcelanas sino-portuguesas, biombos japoneses com figuras portuguesas, azulejos portugueses de inspiração oriental, conferiria ao projecto características de Museu de Arte. Que seriam reforçadas com a abordagem ao património construído, fortificações, monumentos religiosos e civis, cidades fundadas e desenhadas pelos portugueses.
Deveria ser contemplada a língua portuguesa, bem como as comunidades fora da lusofonia que se sentem ligadas a Portugal, como Goa, Malaca, Flores, Nagasáqui.
A construção do Brasil deveria ter tratamento destacado, tendo em conta a importância que terá no mundo futuro e o número de brasileiros que nos visitam.
O Museu teria programas preparados para visitas dos diversos graus de ensino. Para lá do público nacional, seria particularmente atractivo para os cidadãos dos países que participaram na expansão europeia, dos países do Novo Mundo ou daqueles que connosco mais intensamente contactaram, como a Índia, o Japão e a China. Mas com a abrangência atrás esboçada seria rapidamente considerado imperdível para estudiosos ou simples apreciadores em domínios como as artes decorativas, a arquitectura, a oceanografia, a cartografia, a arqueologia subaquática. Trata-se pois de um imenso público potencial!
Um Museu como este não existe em lado nenhum. Se há país em que ele se justifica é o nosso. Edificado em Lisboa, no Terreiro do Paço, seria a âncora que a Baixa necessita para a sua reanimação. Aí instalado, o Museu deveria contemplar a história do sítio: o Paço da Ribeira, a Casa da Índia, o Terramoto, a Reconstrução Pombalina, o Regicídio, a madrugada de 25 de Abril. Perto, deveria estar fundeada a fragata ‘D. Fernando II e Glória’ (sem destino depois da reabilitação para a Expo-98).
É sabido até que ponto certos projectos museológicos podem tornar-se poderoso trunfo na competitividade entre cidades (e entre países). Este projecto, conduzido com inteligência e ambição, pode ser O Museu de impacto planetário que nos falta.
O que ele poderia contribuir para a imagem que os portugueses têm de si próprios e para aquela que os milhões que anualmente nos visitam vão guardar é inestimável. E a influência que essa outra imagem pode ter no nosso futuro ainda mais.
Manuel de Matos Fernandes
Professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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O voto por Lisboa
O primeiro exemplo, francamente, parece-me muito mal escolhido. Se houve coisa que foi tema obrigatório da campanha foi a frente ribeirinha. Todos se pronunciaram que ela fosse entregue à cidade e que não continuasse a ser gerida pelo Porto de Lisboa.
Parece que o Fernando desconhece como, já quase no final da campanha, foi revelado que o mandatário de António Costa, José Miguel Júdice, tinha sido encarregue pelo Governo, há já pelo menos quatro meses, de gerir aquela zona, sem que ninguém até ao momento soubesse de alguma coisa, excepto o próprio António Costa e Carmona Rodrigues, que sabia mas não dizia nada.
Por outro lado, foram muito falados os projectos que o Porto de Lisboa tinha para essa frente, um hotel do Grupo Altis, que está a ser construído na doca do Bom Sucesso e que é da autoria do número dois da lista de António Costa, o Arq. Manuel Salgado; o edifício que está a ser feito na zona do Cais do Sodré, que irá albergar instituições da União Europeia, e o novo terminal de cruzeiros previsto para Santa Apolónia. Quase todos os candidatos deram passeios pelo Tejo mostrando a importância daquela frente e propondo a passagem da sua gestão para a Câmara. Só que houve alguns que tinham esqueletos no armário e não os quiseram revelar, como era o caso de António Costa e de Carmona.
Quanto à proposta concreta do António Ressano Garcia Lamas, ela implica muito dinheiro e a intervenção activa do Governo. Muito mais fácil e quase imediata é atribuir a gestão da frente ribeirinha à Câmara e impedir a construção nessa zona. Parece-me que neste caso o Fernando não tem razão.
Quanto ao número de funcionários que alguém, em tese de doutoramento, mostrou que eram excessivos e que logo pressurosamente o Público se encarregou de divulgar, penso que é um assunto bastante mais complexo, que não pode ser resolvido à Garcia Pereira, que propôs imediatamente a eliminação de não sei quantos funcionários.
Sei que o Fernando tem uma senha contra os trabalhadores da função pública, mas com certeza que nenhum candidato proporia o seu despedimento, até porque isso não é possível nos termos da actual legislação e o tema merece mais reflexão do que a simples proposta de eliminação de postos de trabalho.
Para terminar, e sem necessitar de me justificar, eu voto Sá Fernandes.
Hora da publicação: 17:54 5 comentários
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Cristo ou Ninguém
Tem-se falado muito sobre os perigos da abstenção e amanhã, depois de conhecidos os resultados, os analistas vão alongar-se sobre o tema. O Verão e a praia vão ser culpados pelos "elevados níveis de ausência nas urnas".
Ao menos desta vez, como sou votante em Loures, não serei acusado pelos meus amigos de ter um comportamento anti-social.
A abstenção tem, quanto a mim, uma causa muito mais importante: nenhum candidato apresentou propostas capazes de entusiasmar o povo.
Não vi nenhum candidato reagir, por exemplo, às propostas de António Ressano Garcia Lamas para desembaraçar Lisboa do Combóio entre Pedrouços e o Cais do Sodré, libertando a frente ribeirinha. Também nenhum pegou no estudo de João Seixas
acerca do sobredimensionamento que estrangula as finanças de Lisboa.
Duvido que os lisboetas se mobilizem em torno do projecto de António Costa de "pagar as dívidas aos fornecedores" mas até o "radical" Bloco de Esquerda adopta os princípios burgueses relativos ao pagamento das dívidas para que a Câmara possa ser "uma pessoa de bem".
António Costa, o presumível vencedor das eleições, tem um Plano de Emergência para garantir a "manutenção dos cemitérios da cidade" e promete fechar o Terreiro do Paço, aos Domingos, já a partir de Agosto.
Em suma, medidas de fundo, com consequências enormes na fruição da cidade e na qualidade de vida dos lisboetas.
quinta-feira, julho 12, 2007
Bem me parecia
Não, não se trata de anunciar as próximas eleições. Nem o "Pézão" Ricardo Oliveira, nem o Xande Macaco, nem o Carlão concorrem para a presidência da CML.
Qualquer semelhança com a campanha em curso é pura coincidência...
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terça-feira, julho 10, 2007
Chamem o Marquês !
Acabo de assistir ao debate promovido pela RTP com os 12 candidatos à presidência da CML. Parece-me que este debate não deve ter sossegado os lisboetas.
A lei em vigor vai proporcionar um executivo camarário onde estarão 6 ou 7 dos 12 que hoje se digladiaram. Mesmo ignorando as alfinetadas ridículas entre os candidatos foi patente a inexistência de um processo de convergência dos discursos. Dir-se-ia que quanto mais o debate se prolongava mais longe se ia ficando de qualquer conclusão. Desta discussão parece que não nasce a luz.
Dir-me-ão que isto é próprio dos debates de campanha mas eu respondo com uma pergunta: conseguem imaginar aquelas mesmas pessoas, à volta de uma mesa de trabalho, a convergir em tempo útil para uma decisão relevante ? Eu não.
Apetece dizer: chamem o Marquês !
P.S. Ninguém sentiu a obrigação de referir o demolidor estudo de João Seixas publicado há dias no Público. É a famigerada táctica do avestruz...
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quarta-feira, julho 04, 2007
Lisboa doente
O Público de hoje apresenta dados sobre a escandalosa gestão da Câmara de Lisboa nos últimos decénios. O que dizem os candidatos ? Quem assume a responsabilidade ? Como se propõem estirpar este verdadeiro cancro da cidade ?
Câmara de Lisboa é recordista no número de funcionários per capita
A média de antiguidade no cargo dos quadros dirigentes da autarquia ultrapassa os 20 anos.Há elevados índices de absentismo entre os trabalhadores da Câmara de Lisboa, que se estendem até às envelhecidas chefias da autarquia. As faltas não justificadas atingiam em 2004 uma média de 9,6 por cento. No caso dos dirigentes da autarquia, subiu até aos 8,7 por cento.
Estes dados fazem parte da tese de doutoramento em Geografia Urbana e Sociologia do Território que João Seixas apresentou em Abril na Universidade Autónoma de Barcelona. A governação de Lisboa é o tema e o investigador está especialmente habilitado para o desenvolver: foi consultor da autarquia cerca de dois anos e nesta qualidade coordenou um abrangente diagnóstico da cidade, no qual participaram nomes como o do economista Augusto Mateus.
João Seixas explica como 12 mil trabalhadores, três centenas de departamentos e divisões e 53 freguesias compõem uma estrutura autárquica praticamente ingovernável.
A câmara tem dez trabalhadores por cada mil habitantes. Em Madrid e Barcelona, esse ratio é de cerca de metade, e mesmo municípios onde os índices de satisfação dos habitantes são altos, como Oeiras, não chega a oito trabalhadores por mil habitantes. No Porto há 6,86 funcionários por cada mil habitantes. O problema é tanto mais complexo quanto esta quantidade espantosa de funcionários de Lisboa não é sinónimo de serviços bem prestados. Os espaços verdes de Lisboa estão impecáveis? Não, constata o investigador, que entrevistou dezenas de pessoas para o trabalho - vereadores, peritos das áreas em questão e chefias camarárias, entre outros. Mas são mais de 3500 os funcionários da direcção municipal que cuida dos jardins.
Quase metade dos trabalhadores da câmara tem níveis de escolaridade "baixos ou mesmo muito baixos", o que ajuda a explicar o recurso à contratação de pessoal fora da autarquia. A média de antiguidade nos quadros dirigentes ultrapassa os 20 anos - "sendo este o grupo com a estrutura etária mais envelhecida, onde a média de idades se situa nos 50 anos."
Apesar de todo o cenário apontar para uma "deficiente cultura de responsabilidade e de serviço público", isso não impediu que, em 2004, "um em cada quatro funcionários tivesse progredido na carreira ou sido promovido". A tese fala dos "pequenos poderes arbitrários" nos serviços e da repartição dos cargos de chefia negociada "entre os aparelhos partidários com expressão eleitoral." A estes não interessa a profunda reforma que o investigador pensa que se impõe, de modo a aproximar a autarquia do quotidiano da cidade. "A organização executiva da câmara demonstra deficiente capacidade de responsabilização decisória", analisa.
A mudança passa também pela alteração da divisão "completamente obsoleta" da cidade em freguesias minúsculas e sem poderes para fazer coisa alguma. A proximidade ao cidadão implicaria a substituição das freguesias pelos chamados distritos urbanos, como noutras cidades europeias. São minicâmaras que podem ajudar a administração da cidade a sair do autismo e a acompanhar no terreno os novos problemas e dinâmicas da vida urbana, sejam o auxílio aos idosos, a criação de creches onde são precisas ou o apoio ao comércio de proximidade. Muito prometida nas campanhas eleitorais, esta reorganização nunca se efectuou, até por causa das alterações que geraria nos equilíbrios partidários.
Aqueles que têm governado a cidade preferem concentrar esforços em projectos de grande envergadura, nem sempre mobilizadores da população. É a "festivalização" ou a "mobilização do espectáculo" ("e financeira de determinados sectores da economia"), patente em empreendimentos como o da reconversão do Parque Mayer.
Ana Henriques
in Público, 4 Julho 2007
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quinta-feira, junho 28, 2007
terça-feira, junho 19, 2007
Devolver a palavra ao povo
A confusão autárquica em Lisboa e a convocação de eleições, com Carmona e parte da vereação arguidos num processo, foi apenas o culminar de um longo estertor de acções e omissões em que quase todos os partidos estão comprometidos.
Quando as principais forças políticas tomaram finalmente a decisão de derrubar o executivo insistiram num mote de belo efeito: “devolver a palavra ao povo”. Não como uma inevitabilidade para a qual tinham contribuído mas sim como uma receita infalível para a resolução do imbróglio.
Cabe então perguntar se as eleições que se aproximam nos permitem, ao menos, ter a esperança de que os problemas de Lisboa se resolvam ?
Infelizmente, à luz das primeiras sondagens, a resposta a esta pergunta parece ser NÃO. Vejamos porquê:
- Tínhamos uma câmara apoiada por uma maioria na Assembleia Municipal. Agora parece que vamos ter guerra entre as duas instituições.
- Tínhamos uma maioria possível, na Câmara, pela simples aliança de dois partidos da mesma área política. Agora não se vislumbra o contorno de uma nova maioria.
- Tínhamos cinco partidos que se digladiavam na Câmara. Agora teremos quatro ou cinco partidos e mais dois independentes que o são em conflito com os partidos. Não parece mais fácil de conciliar.
- Tínhamos um Presidente independente embora eleito nas listas de um partido. Agora teremos um Presidente que é um alto dirigente partidário, ex-ministro, autor de leis autárquicas controversas e favorável à Ota.
Parece assim provável a invasão da Câmara pelas guerras contra o Governo do PS e portanto as convergências na Câmara, dadas as divergências a nível nacional, serão ainda mais difíceis.
São dados como certos no executivo camarário António Costa, Negrão, Carmona, Roseta, Ruben e Sá Fernandes. Eis então o que falta decidir :
- O Ruben levará com ele algum camarada ?
- O “Zé” terá a companhia de algum bloquista ?
- O Telmo entra ou não entra ?
- O Negrão fica à frente do Carmona ?
- A Roseta fica à frente do “Zé” ?
- O Carmona e a Roseta elegem quantos acólitos ?
- O Costa terá maioria se se aliar ao Negrão ?
Se esta última hipótese acontecer voltam a mandar em Lisboa os dois partidos que votaram tudo o que foi decidido nos últimos anos.
“Devolve-se a palavra ao povo” para isto ?
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segunda-feira, junho 11, 2007
"Embarga Cá" Fernandes
Certos autarcas surgem nas eleições, de forma oportunista, brandindo a famigerada obra feita. "Embarga Cá" Fernandes foi o único que conseguiu fazer da obra desfeita um trunfo político.
Quem o quer ver é rodeado de projectos.
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domingo, junho 10, 2007
“Panaceia” Costa
Quer se trate dos fogos florestais, das morosidades da justiça ou da confusão das forças de segurança é ele o homem certo. Agora também para salvar a capital não se sabe bem de quê.
Remédio tão geral, para a calvície e para os calos e também para a comichão, era nos meus tempos baptizado como “banha da cobra”. Hoje é o “Panaceia” Costa.
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sábado, junho 09, 2007
Telmo, "O Desejado"
Aproveito também esta oportunidade para desmentir, formalmente, que o Paulo tenha tido que impor, à força, a minha candidatura. E muito menos ao Doutor Nobre Guedes.
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sexta-feira, junho 08, 2007
Roseta, Arquitecta "não dependente"
Ser candidato independente é, hoje em dia, um grande problema.
"Arquitecta Independente" facilmente se confunde com "Arquitecta pela Independente" e refutar esta última interpretação pode ser visto como um ataque ao Senhor Primeiro Ministro.
Pelo sim pelo não é melhor Roseta apresentar-se como "não dependente".
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quinta-feira, junho 07, 2007
Ruben, "O Navegador Solitário"
Tem estampada no rosto a felicidade das certezas.
"Navegar é preciso" mesmo quando não se sabe muito bem para onde.
Parece que não mas é um navegador cada vez mais solitário.
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quarta-feira, junho 06, 2007
Negrão, "O Voluntário"
Na escola punha sempre o dedo no ar para ir ao quadro e continuou assim pela vida fora.
Uma coisa temos que reconhecer: é um cavalheiro que nunca perde a compostura mesmo quando tem que fazer um frete a pedido do chefe.
Infelizmente para ele esta atitude é muitas vezes interpretada como subserviência.
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