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quarta-feira, novembro 02, 2016

"Comparar o que é comparável"



"Comparar o que é comparável"
Anda por aí uma algazarra que pretende convencer-nos de que aquilo que se gastou num ano não tem nada a ver com o orçamento de gastos para o ano seguinte.
O quadro anexo, e a mais básica experiência pessoal, mostram precisamente que o valor que gastámos é uma das melhores bases para a previsão daquilo que gastaremos.
Há realmente uma tradição, deplorável, de orçamentar valores que se sabe à partida serem impossíveis por insuficientes. Mas o facto de esse erro ser antigo não nos deve impedir de criticar quem nele persiste.
O objectivo parece ser óbvio; fazer passar um orçamento que de outra forma apresentaria défices inaceitáveis.
Nota curiosa: o governo socialista gastou menos com a Educação, em 2016, do que os governos neoliberais no auge da crise em 2012, 2013 e 2014.

terça-feira, maio 19, 2015

Uma tragédia nas TVs



Uma tragédia nas TVs
hoje, como é hábito, os exames do 4º ano foram apresentados com dramatismo, com repetidas perguntas sobre o nervosismo feitas às crianças.
Felizmente são essas mesmas crianças que revelam bom senso e se apressam a desdramatizar as provas.
Para muitos o dia dos primeiros exames é mesmo um dia de festa, o acesso a um novo estatuto, que as crianças legitimamente vêem como uma coisa positiva.

quinta-feira, março 17, 2011

De pequenino se torce

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DN 14.03.2011

"De pequenino se torce o pepino" e se ensaia a promessa demagógica.
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domingo, março 13, 2011

Carta aberta à geração “à rasca”

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Nasci há 65 anos num país onde não se podia criticar o governo. Os melhores filmes só se podiam ver no estrangeiro. Os melhores livros só por baixo da mesa e a olhar por cima do ombro.
Juntei-me humildemente aos que lutavam para acabar com tal estado de coisas e vivi durante anos no pavor de ser descoberto.
A meio do meu curso universitário, aos 22 anos, mandaram-me para a guerra “defender as províncias ultramarinas”. Lá estive dois anos a arriscar a vida, sem jornais, sem televisão e sem sequer imaginar o que viria a ser um telemóvel.
O Maio de 68 chegou atrasado e requentado ao país dos mosquitos em que passava a minha melhor juventude.
Quando voltei, com 25 anos, estava a leste da realidade do meu país e a maior parte dos meus amigos tinham-se dispersado pelas periferias e nunca mais voltámos a conviver regularmente.
Arranjei realmente um bom emprego mas aos 29 anos encarceraram-me a mim e à minha mulher. Por pouco levavam também o meu puto de 3 anos.
O 25 de Abril tirou-me da cadeia e impediu que eu perdesse tudo quanto tinha construído até então. O resto da história já vocês, melhor ou pior, conhecem.

Durante todo esse tempo nunca me passou pela cabeça declarar-me parvo ou vir para a rua dizer que estava à rasca. O estado do país preocupava-me demasiado para me procupar com a minha própria pessoa.

Conto-vos isto para vos convencer de que não há razões para desesperar.
Acho bem que se manifestem mas acho que isso não chega. E não levem para lá os vossos pais pois eles já têm problemas da coluna, e outros. Vendo bem eles são o vosso principal seguro de vida e não convém que se vão abaixo enquanto podem receber a pensão de reforma.
Não há ninguém que possa resolver o vosso problema. Nem o governo, mesmo que quisesse (o que é duvidoso). Nem as empresas que, como é da sua natureza, só vos contratarão se entenderem que podem ganhar dinheiro com isso.
O governo não tem dinheiro para mandar cantar um cego e não estou a ver o Belmiro a contratar uns milhares de sociólogos e de especialistas em relações internacionais.

Não queiram ser como os vossos pais. Não se resignem a uma vidinha de empregados por tuta e meia que sonham comprar um carrito e um T3 para os lados da Buraca.
Vocês é que têm que criar um mundo diferente, uma sociedade de novo tipo.
Ponham bombas, recusem os empregos marados e tornem-se hippies, boicotem produtos e empresas, criem cooperativas e mostrem-lhes o que valem.
Em suma façam qualquer coisa.
Mas por amor de Deus não fiquem à espera de que alguém resolva os vossos problemas.

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terça-feira, dezembro 07, 2010

Quem se importa com os professores?

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Um dos números mais curiosos que se pode encontrar no relatório Pisa 2010 é como Portugal é um dos países que mais chumba os seus alunos. Quando falamos de dinheiro, o nosso País gasta comparativamente pouco por aluno mas é dos que paga melhor aos professores.

1 - Reprovações
A taxa de reprovação dos estudantes portugueses é das mais altas dos países da OCDE. 35% dos alunos portugueses chumbam um ou mais anos, enquanto a média da OCDE é de apenas 13%. Números mais altos encontram-se apenas na França, Luxemburgo e Espanha. Já na Noruega, Coreia e Japão não há reprovações e na Islândia o valor também não chega ao 1%.

2 - Hábitos de Leitura
35,6% dos estudantes portugueses dizem que ler é uma das suas actividades preferidas, em comparação com os 32,9% da OCDE. Já no que respeita a leituras ‘online', os portugueses passam mais tempo em relação à média da OCDE a ler ‘emails' e em ‘chats' e menos a ler jornais na Internet.

3 - Salários dos professores
Os salários médios dos professores primários na OCDE, após 15 anos de experiência, são 113% do PIB per capita. Em Portugal, o mesmo índice é de 155%. Este número mantém-se para os professores do Ensino Secundário, enquanto na OCDE os professores secundários ganham entre 118% e 125% do PIB per capita, após 15 anos de carreira. Os países em que os professores ganham mais, segundo o relatório PISA, são Portugal, Coreia, México, Alemanha e Suíça. Os países onde os professores ganham menos são, por exemplo, Hungria, Islândia e Estónia, em comparação com o PIB per capita.

4 - Gastos por aluno
Portugal gasta, por aluno, 42.322 euros (usando Poder Paridade Compra ou PPP). A média da OCDE fica nos 51.511 euros por aluno, mas países como Espanha (55.781 euros por alunos, usando o PPP) ou Itália (58.200 euros) ultrapassam largamente esse valor.

Económico, 07.12.2010

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segunda-feira, setembro 20, 2010

Um discurso à procura de um gato fedorento

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A mensagem "retro" difundida por Isabel Alçada na semana passada é um meteorito que veio não se sabe bem de onde e que, ao atravessar a estratosfera, se desintegrou nas mais diversas direcções.
Uma das mais notáveis consequências deste meteorito foi ter acordado uma insuspeitada veia humorística em Manuela Ferreira Leite. Cansada de pregar no deserto, eis o que ela publicou no Expresso de ontem:  

Querido povo,
Umas pessoas más andam para aí a dizer que temos muitas dívidas e que daqui a nada já não vos podemos dar mais caramelos.
Nós, o vosso Governo, somos muito amigos e preocupamo-nos muito em dar-vos o melhor, por isso não deem ouvidos a estranhos nem abram a porta a ninguém sem nós deixarmos.
A senhora ministra da educação já disse aos meninos e meninas que espera deles muitas alegrias, que lavem as mãozinhas e não risquem as paredes das escolas novas. Todos têm de nos dar alegrias, bater-nos palmas, portarem-se muito bem e agradecer todos os dias o que nós distribuímos a quem é amigo e obediente. Deixem lá as preocupações, os maus vão pagar os impostos que forem precisos para que os bons durmam confiantes e vão ver que tudo vai acabar bem porque nós zelamos por vós, agora e sempre!
Os mais idosos sabem, porque aprenderam na escola, que mandar é muito ingrato e difícil, por isso devem todos ter a ambição de obedecer. Há coisas que é sempre bom recordar, a bem da nação.
Beijinhos amigos do vosso querido Governo.

Fico a revolver-me de gozo ao imaginar o sketch que Ricardo Araújo Pereira podia ter feito com este texto se Isabel Alçada fosse ministra de Santana Lopes.
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terça-feira, setembro 07, 2010

Escolas novas ou nova escola ?



Primeiro Ministro anunciou a inauguração de 100 novas escolas durante a comemoração dos 100 anos da República, dia 5 de Outubro. Depois do brilharete das creches segue-se a girandola das escolas. Para glória própria.

Só é pena que se fale das escolas novas como se fossem a nova escola de que o país precisa e que tarda em nascer.

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quinta-feira, setembro 02, 2010

Doutores ou engenheiros

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Nos anos 30 do século XIX, Almeida Garrett cunhou o famoso chiste “Foge, cão, que te fazem barão. Para onde? Se me fazem visconde.”
Numa tentativa de o adaptar ao Portugal actual sugiro  "Foge, rafeiro, que te fazem engenheiro. Vá para onde for chamam-me doutor.”



Vem isto a propósito do texto "Doutores ou engenheiros" que publiquei no "Delito de Opinião" respondendo a um simpático convite do Pedro Correia.  Trata deste tema.

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domingo, agosto 15, 2010

Que grande pódio



As universidades de Lisboa e do Porto estão entre as 500 melhores universidades do mundo, segundo o Academic Ranking of World Universities, da Universidade de Jiaotong, de Xangai, na China.
No topo da lista estão Harvard, que ocupa o primeiro lugar pelo oitavo ano consecutivo, seguida de Berkeley que, relativamente ao ano passado, subiu um lugar e trocou com Stanford que está agora na terceira posição.

Nos primeiros 100 lugares predominam as universidades norte-americanas, aliás, os EUA ocupam 17 dos 19 primeiros lugares, entre estes estão as britânicas Cambridge, em quinto, e Oxford, em décima posição. Em 20.º lugar aparece a Universidade de Tóquio. Este ranking tem sido muito criticado por manter em lugares cimeiros as escolas dos EUA e deixar de fora as instituições europeias.

As universidades de Lisboa e do Porto aparecem entre as 401 e 500 melhores instituições. A partir da centésima posição, as instituições estão agrupadas de cem em cem e por ordem alfabética, desconhecendo-se o lugar em que se encontram.
Para António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa (UL) "é uma honra estar incluída nas 500 melhores universidades do mundo. É excelente que a Universidade do Porto também esteja; e é fundamental que mais universidades portuguesas entrem nesta lista. É um trabalho que temos a obrigação de fazer, colectivamente". No entender de Marques dos Santos, reitor da Universidade do Porto (UP), este ranking é um "indicador idóneo e respeitado" e reflecte que a estratégia que a instituição tem desenvolvido é "correcta e auspiciosa".
Público 15.08.2010

Considerar uma honra estar entre as 500 melhores parece evidenciar uma preocupante falta de ambição. Caramba, apesar de tudo somos um país com mais de 800 anos e situado na Europa.
Se ser 500º é saudado como uma honra o que é que se consideraria normal ou desprestigiante ?

VEJA AQUI A LISTA DAS UNIVERSIDADES
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sexta-feira, maio 07, 2010

Aferir o futuro


Mais de 230 mil alunos realizam hoje a Prova de Aferição de Matemática, teste que visa a recolha de dados relevantes sobre os níveis de desempenho dos estudantes.

Aqui fica um exemplo dos exercícios apresentados aos nossos jovens.

Enunciado
Sendo x o valor em euros do gigantesco endividamento do Estado Português, sendo y o enorme investimento exigido pelas "grandes obras" propostas pelo governo e sendo z a taxa de juro cobrada pelos especuladores dos mercados financeiros:

Descreva a sequência dos cálculos necessários para estimar a sua taxa de IRS quando atingir os 35 anos de idade não usando nunca, na sua resposta, qualquer variante ou sinónimo do termo "emigrar".

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quarta-feira, dezembro 30, 2009

Demérito

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Em toda esta trapalhada dos professores o mais grave nem é o oportunismo dos partidos que cedem em toda a linha à chantagem corporativa (até na AR o grupo profissional mais numeroso é o dos professores). Nem mesmo as consequências financeiras de tais cedências.

O mais grave é que, com estes professores, teremos várias gerações educadas na ilusão de que o Orçamento de Estado é um poço sem fundo e que a igualdade se obtém protegendo a incompetência.

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segunda-feira, outubro 26, 2009

Português de Yale critica estagnação do superior

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Miguel Poiares Maduro, ex-advogado geral no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias e professor da Universidade de Yale diz que universidades nacionais continuam muito conservadoras e pouco dadas a valorizar o mérito.
Apesar do "investimento" dos últimos anos, as universidades portuguesas continuam muito fechadas em si mesmas, eternizando a cultura da "substituição do professor pelo seu assistente" , "conservadoras" no ensino e pouco dadas a procurar e valorizar o "mérito" no seu corpo docente. Quem o afirma é Miguel Poiares Maduro, o primeiro professor português na Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Em conversa com o DN, Poiares Maduro - que terminou recentemente um mandato de seis anos como advogado geral no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (ver texto ao lado) confessou "alguma desilusão" com a falta de evolução das universidades portuguesas nos anos que passou no Luxemburgo.
"Portugal teve nos últimos anos um investimento em termos de recursos financeiros no ensino superior que, do meu ponto de vista, não teve os frutos que deveria ter", considerou, defendendo que, se no plano da "investigação", houve melhorias assinaláveis, no que diz respeito à qualidade da oferta educativa das universidades nada se alterou.
"Há até de certa forma quase duas culturas em Portugal", explicou. "Uma cultura científica nos projectos de investigação, muito mais europeia, muito mais internacional, muito mais meritocrática, muito mais avançada . E outra, nas universidades, de um ensino que é muito mais conservador e tradicional e que não evoluiu", lamentou.
Para Poiares Maduro, as reformas do sector nos últimos anos - do regime jurídico das instituições ao novo sistema de graus e diplomas de Bolonha - não produziram ainda efeitos ao nível da qualidade da oferta educativa.
E mesmo as parcerias internacionais no ensino e investigação promovidas pelo Governo - por exemplo com o MIT e as universidades de Austin e Carnegie Melon - foram projectos "com alguns benefícios" mas não soluções.
Segundo defendeu, as medidas do Governo deveriam ser orientadas, isso sim, para se criarem "mecanismos de incentivos correctos para se alterar a cultura" das instituições.
Entre eles propôs a obrigatoriedade de as instituições "recrutarem a maioria do seu corpo docente fora da universidade, para se fazer uma selecção com base no mérito", e de se criarem instrumentos que permitam "flexibilizar" as remunerações dos professores, "premiando os que têm paralelamente uma carreira melhor em forma de ensino e investigação".
O jurista defende que, actualmente as instituições capazes de se afirmar internacionalmente "são ilhas".
Uma categoria onde incluiu a Universidade Católica de Lisboa - na qual vai também orientar agora um projecto de pós-graduação internacional da área do Direito.

DN, 26.10.2008

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sexta-feira, outubro 02, 2009

Abertura do ano escolar

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Hoje de manhã, na Expo, ao longo do Tejo, reinava o chavascal que se ilustra mais acima, fotografado com recurso ao telemóvel.
À medida que esta geração, formada sob a orientação pedagógica da Super Bock, vai ascendendo aos mais altos cargos da nação o futuro do país vai-se tornando mais cambaleante.
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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Autolicenciou-se




Amadeu Lima de Carvalho, antigo secretário da SIDES, empresa que detinha a Universidade Independente, teve uma das mais brilhantes carreiras académicas em Portugal. Antes de saírem os primeiros licenciados em Direito da UnI, já Amadeu Lima de Carvalho o era e, no mesmo dia, conseguiu dois certificados de mestrado: um em Recursos Humanos e um segundo em Direito.
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O caso mereceu a atenção do MP, porque o curso de Direito da UnI apenas obteve aprovação ministerial através de uma portaria de 22 de Maio de 1995, "E os primeiros licenciados acabaram o curso no ano de 1999", refere o MP. O passo seguinte do antigo gestor da SIDES foi a inscrição na Ordem dos Advogados (OA). Tentou a entrada directa (sem fazer exames como advogado estagiário), apresentando um diploma, datado de 1 de Setembro de 2004, da UnI que lhe conferia o grau de mestre em Recursos Humanos.
A Ordem não aceitou dizendo que Amadeu Lima de Carvalho não era "doutor, muito menos em Direito", nem aceitou o mestrado em Recursos Humanos.
Não há problema. Com mesma data, 1 de Setembro de 2004, apareceu um novo diploma, certificando que Amadeu Lima de Carvalho era Mestre em Direito. Um funcionário da OA também foi acusado e acabou despedido "com justa causa".

DN. 04.02.2009
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Se se autolicenciou então deve ser um autodoutor.
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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Mutatis mutandis

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"As imagens que mostram o cérebro humano em acção, no preciso instante em que se dedica a uma tarefa específica, tornaram-se indispensáveis em neurociências. Mas elas podem ser enganadoras, registando também a actividade "premonitória". Foi o que mostrou uma experiência com dois macacos que tinham eléctrodos implantados no cérebro." Público 02.02.2009

"A massificação dos doutoramentos, que triplicaram em dez anos, abriu a porta ao negócio e à falsificação. Vendem-se teses por milhares de euros e alguns são plágios. Só pontualmente é que os professores dão conta de que se trata de cópias, facilitadas pelas bases de dados na Internet." DN 02.02.2009
Eu já andava desconfiado mas os jornais de hoje confirmam.
Um macaco com um teclado acabará sempre por escrever os Lusíadas, desde que lhe seja dado tempo suficiente. Mutatis mutandis para os doutorandos com acesso à "banda larga".
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quinta-feira, janeiro 08, 2009

Quem "cata ventos" colhe tempestades

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"O PS chumbou hoje os projectos do PSD, Bloco de Esquerda e “Os Verdes” para suspender a avaliação dos professores, com os votos favoráveis de todos os partidos da oposição parlamentar. O documento social-democrata contou com a abstenção dos socialistas Manuel Alegre, Teresa Portugal, Júlia Caré, Eugénia Alho e da independente socialista Matilde Sousa Franco.
No que diz respeito aos projectos do BE e do PEV, Matilde Sousa Franco também se absteve. Os deputados Manuel Alegre, Teresa Portugal, Júlia Caré e Eugénia Alho votaram a favor.
A votação de hoje, que contou com o secretário-geral da Fenprof (Federação Nacional dos Professores), Mário Nogueira, na assistência, aconteceu apenas às 18h00 e não a seguir ao debate iniciado às 15h00 devido ao funeral do pai de um deputado social-democrata. "

Público, 08.01.2009

Esta tentativa de remediar as faltas dadas numa votação anterior deveria envergonhar quem a promoveu. Além do mais estas propostas de "suspensão da avaliação" são oportunistas, destinadas a ganhar "de borla" a simpatia dos professores, e revelam total falta de sentido de Estado.

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terça-feira, dezembro 30, 2008

Para quem não viu...

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Quando chegámos, aquilo que tinham para nos contar era uma história incompreensível que metia guerras coloniais, Salazares, emigrações em massa e outras tragédias escolhidas com exemplar mau gosto. Além disso, havia também os vinte e cincos de Abril e os primeiros de Maio, que vocês insistiam em rodear de monossílabos e interjeições. Então, para explicar o que tinham para nos oferecer, fizeram livros chatos, filmes ainda mais chatos e pouco mais. Depois, acusaram-nos de não entender. A culpa não era vossa. Não, nada disso. Vocês explicaram-nos tudo muito bem. A culpa era nossa, por aparecermos nos inquéritos de rua do telejornal a gaguejar, ou a dizer que o Marcello Caetano era um cantor brasileiro.
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Há assuntos acerca dos quais não podemos falar, são interditos. Nós não estávamos lá, não sabemos nada e, por isso, temos de nos calar. Até porque, afinal, nós somos uns privilegiados. Não passámos por aquilo que vocês passaram. Vivemos neste mundo confortável que vocês construíram para nós. Sim, porque foram vocês que nos trouxeram pela mão a este lugar onde, com uma licenciatura, dezasseis anos de escola, podemos aspirar a dobrar camisolas na Zara, a arrumar livros na Fnac ou, fardados, a fugir dos clientes que procuram informações no Ikea. Com sorte, um contrato de seis meses. Com sorte, um estágio não remunerado.
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José Luís Peixoto
VISÃO 25.12.2008
(para leitura integral clicar na imagem)
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sexta-feira, dezembro 12, 2008

As promessas

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O governo deu como encerradas as negociações sobre avaliação de professores para este ano lectivo, mantendo-se inflexível na defesa do seu modelo. O anúncio foi feito pelo secretário de estado Jorge Pedreira, que apelou aos sindicatos para aceitarem a "legitimidade democrática do Governo para governar". Esquerda.Net

Não se pode prometer nada. Bastou que eu tivesse prometido votar no PS em 2009 no caso de Sócrates mostrar firmeza perante os professores e eis que o homem acaba com a palhaçada das negociações e desata a "legislar para cumprir" cheio de motivação. Vamos lá a ver se o homem se aguenta...

Depois de muitos anos a ser vítimas das promessas dos políticos em campanha parece chegada a hora das promessas dos potenciais votantes. É a vida, habituem-se...

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quarta-feira, dezembro 10, 2008

O gesto é tudo

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"Tem havido problemas de audição, de ouvir as vozes que gritaram forte e, certamente, não gritaram tanto contra, mas em favor de um melhor projecto de educação", afirmou o responsável no final de uma reunião que juntou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D.Jorge Ortiga, e representantes de oito dos onze sindicatos que integram a Plataforma Sindical dos Professores."
JN, 09.12.2008

Se o problema é de audição há que procurar resolvê-lo pelos vários métodos possíveis.
Mário Nogueira e os professores resolveram mandar às "ortigas" o estado laico e a sua escola para envolver na sua luta um aliado equívoco.
Durante a troca de galhardetes D. Jorge, olhando Nogueira, deve ter pensado: "que rico pároco estaria por trás deste bigode se as más companhias da juventude o não têm desviado do caminho do Senhor". E tem razão. Posso fácilmente imaginá-lo arremetendo o discurso ,e o megafone, contra outro belzebu que não a ministra.
Sempre com a preocupação de ser úteis aqui deixamos a linguagem gestual recomendada ao Ministério para a próxima negociação (não, querido leitor, o gesto que está a imaginar não faz parte deste alfabeto) .


sexta-feira, dezembro 05, 2008

Atenção aos sinais

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Esta sondagem do Expresso parece dar razão a João Pinto e Castro que, no Jugular, escreveu o post "Mais uma grandiosa manifestação, mais uma greve sem precedentes, e a maioria absoluta estará assegurada" e à Fernanda Câncio, no mesmo blog, com "um, dois, três, vamos contar outra vez".
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