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Em Novembro de 1995 visitei Cuba. Andei por Havana, Trinidad, Cienfuegos e Varadero.
Para ver mais fotografias feitas nessa ocasião clique AQUI
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quarta-feira, dezembro 16, 2009
Cuba em 1995
Hora da publicação: 17:03 2 comentários
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domingo, agosto 31, 2008
Obama segundo VPV
."A escolha unânime de Barack Obama para candidato à Presidência consolou muito a esquerda. A esquerda tem uma teoria segundo a qual o "declínio" da América se deve exclusiva ou principalmente a George Bush e será reversível (ou, pelo menos, sustido) por um governo "progressista" em Washington. É uma estranha teoria em gente que há trinta anos se esforça por limitar o poder da América com o célebre "contra-peso" da "Europa". Mas sucede que a "Europa" está dividida, fraca e sem destino e que a esquerda precisa de uma América segura e colaborante para recuperar alguma influência no mundo. E foi assim que Obama se acabou por tornar num inesperado salvador. Com a França entregue a Sarkosy, a Alemanha a Merkel e a Inglaterra a Brown, não existia outro.
...
O segundo mal-entendido da esquerda sobre Obama é o de que ele vai infalivelmente restabelecer a "imagem" e papel predominante da América. Tudo indica que não vai. Como Clinton, Obama tenderá para o isolacionismo, porque a única maneira de consolidar a sua presidência é a reforma interna. A mudança de que ele tanto falou é a mudança da desigualdade de Bush para novas formas de igualdade. O decréscimo do rendimento da classe média e da baixa classe média, a incerteza e o caos do mercado de habitação, a "deslocalização", o desemprego, os 47 milhões de americanos sem seguro de saúde e, principalmente, uma fiscalidade iníqua passarão à frente de qualquer compromisso internacional suprimível ou adiável. Obama tentará reduzir ao mínimo a presença americana no Afeganistão e no Iraque e negociar um "saída" aceitável. E, quanto ao resto, tratará do que interessa à América (a China, a Rússia, a Índia). A "Europa" pesa pouco."
Vasco Pulido Valente, Público, 30.08.2008
Ainda não encontrei nenhuma resposta de esquerda a este "ataque" de VPV.
Confesso o meu receio de que isso se deva a uma grande dose de verdade naquilo que ele diz embora também exista à esquerda uma visão mais céptica.
Tenho a sensação de que a eventual eleição de Obama o irá colocar no centro de um furacão económico e geo-estratégico sem precedentes. Tal como já aconteceu no passado com os democratas podemos vir a ter a surpresa de ver Obama fazer algumas coisas a que nem Bush se atreveu.
Hora da publicação: 00:40 0 comentários
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sábado, junho 14, 2008
Quanto custa comer ? quanto custa pensar ?

Food expenditure for one week: 375.39 Euros or $500.07

Food expenditure for one week $341.98

Food expenditure for one week: 214.36 Euros or $260.11

Food expenditure for one week: 1,862.78 Mexican Pesos or $189.09

Food expenditure for one week: 582.48 Zlotys or $151.27

Food expenditure for one week: 387.85 Egyptian Pounds or $68.53

Food expenditure for one week: $31.55

Food expenditure for one week: 224.93 ngultrum or $5.03

Food expenditure for one week: 685 CFA Francs or $1.23
Hora da publicação: 11:58 1 comentários
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segunda-feira, abril 14, 2008
Mais uma queda do Império Americano
O Courrier Internacional dá conta, em Abril, do livro publicado recentemente nos Estados Unidos por um tal Parag Khanna e intitulado "The Second World - Empires and Influence in the New Global Order".
O autor, dizem, é "investigador superior do American Strategy Program da New America Foundation", especialista em Geopolítica e nas questões da globalização. Na fotografia parece demasiado jovem para tantos saberes mas quem sou eu para duvidar.
Como não existe ainda tradução do livro o Courrier brinda-nos com um resumo, feito pelo autor, das suas principais teses.
O primeiro comentário que me ocorre fazer é que se trata de uma obra claramente destinada aos americanos e que se insere na categoria a que eu chamaria "assustar para convencer".
O resumo publicado pelo Courrier intitula-se "A queda do Império Americano" o que não podia ser mais apropriado.
O enredo é o seguinte: os americanos vão ter que partilhar o poder global com a Europa (UE) e com a China. Um triângulo cuja geometria o senhor Parag acaba por não esclarecer; escaleno, isósceles ou equilátero ?
Mas porque é que acontece uma "desgraça" destas ? o senhor Parag responde:
"A exibição unipolar dos Estados Unidos provocou contramovimentações diplomáticas e financeiras para impedir os EUA de construirem uma ordem mundial alternativa"
Como todos sabemos, e agora se confirma, não se pode dar muito nas vistas.
Parece-me que o autor trata a Europa com demasiada benevolência e optimismo, o que se compreende como uma liberalidade de argumentista, atribuindo-lhe virtualidades mas omitindo os óbvios emperramentos e círculos viciosos.
A Europa, acho eu, até está no enredo só para enfeitar pois a verdadeira chatice é a China e o seu expansionismo económico. Mesmo assim, e para assustar mais os americanos, o senhor Parag esquece-se de referir algumas desvantagens óbvias dos chineses. A língua, por exemplo, impede a China de se converter numa potência geradora de modelos de comportamento ao nível global.
Para dar uma achega ao senhor Parag aqui deixo a minha antevisão, humildemente e sem custos, já que não pertenço a nenhuma "America Foundation":
- A China converte-se na fábrica do mundo e, juntamente com os outros populosos países asiáticos, desloca não só a produção como os mercados para o Pacífico. As principais indústrias, tecnologias, serviços às empresas e bolsas de valores desenvolver-se-ão nas margens do mar da China e serão responsáveis pelo grosso da actividade económica do planeta.
- Os States, que passarão a designar-se VegasLand tornar-se-ão uma "potência de nicho", imbatíveis no entertenimento e na indústria do "life style". Os seu habitantes serão na sua maioria croupiers, actores, cantores, empregados da hotelaria e motoristas.
- Quanto ao continente europeu, que em cimeira dos 45 adoptará o nome "MusEuropa", especializar-se-á na cultura e no ambiente. Será aqui na MusEuropa que os chineses poderão experimentar sensações exóticas como frequentar o SNS à borla e fingir que têm pensões de reforma do tipo Caixa Geral de Aposentações. Também haverá excursões centradas em experiências radicais como passear e respirar sem máscara e tomar banho num rio sem vestir fato de mergulhador.
O resto do mundo será uma grande quinta de onde virão as couves e os bifes.
E viveremos felizes enquanto o aquecimento global permitir.
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Hora da publicação: 17:25 0 comentários
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terça-feira, janeiro 15, 2008
Sabedoria

Querido filho, estás a cometer no Iraque o mesmo erro
que eu cometi com a tua mãe: não retirei a tempo...
.´(autor desconhecido)
Hora da publicação: 01:38 1 comentários
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domingo, outubro 21, 2007
A informação como ficção e a ficção como informação
Hora da publicação: 21:41 0 comentários
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terça-feira, agosto 07, 2007
Golpe quase perfeito
Em "Golpe quase perfeito" de Lasse Hallstrom, Clifford Irving (Richard Gere) vê-se confrontado com as "regras do mercado" enquanto escritor que pretende projectar a sua obra.
Revoltado resolve reagir num plano em que, presume, está em vantagem; a pura ficção.
Já que não publicam os seus livros então ele inventa uma entrevista com o mais famoso, pelo secretismo e exoterismo, dos empresários americanos Howard Hughes.
O desenlace kafkiano mostra que Howard Hughes, actuando qual "mão invisível", é exímio a manobrar quer a realidade quer a ficção.No sistema comunicacional com que Clifford Irving se confronta a ficção e a realidade podem perfeitamente misturar-se a bem da rentabilidade.
Ficção e realidade precisam cada vez mais de se confundir para nós continuarmos a comprar.
É caso para dizer: quem é que precisa da second life ?
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Hora da publicação: 11:06 0 comentários
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sexta-feira, julho 20, 2007
Por culpa de Fidel
Não é “um grande filme”, mas vê-se bem e faz-nos pensar. Principalmente àqueles que viveram naquele mesmo período acontecimentos daquele tipo e facilmente se recordam como protagonistas de histórias semelhantes.
Se tomarmos como ponto de focagem as duas crianças, nomeadamente a quase adolescente Anna, poderemos começar por pensar que se está perante um processo normal de crescimento, em que elas são confrontadas com modelos diferentes de comportamentos na família e nos grupos sociais onde estão inseridas, sendo apenas incidental o facto de neste caso essas diferenças terem raiz politica.
E penso que assim é, mas com uma ressalva: esse carácter politico não é indiferente, porque permite não só pôr em perspectiva as acções dos adultos através da evolução das crianças, mas também questionar um dos mais importantes “nós górdios” das ideologias ou, mais simplesmente, das tomadas de posição: a certeza.
Permite-nos também reflectir sobre os motivos que levaram cada um de nós a seguir por um caminho e não por outro (reflexão muito oportuna, agora que florescem os livros de memórias!), e sobre o real contributo que muitas acções, executadas sem duvida com entusiasmo e espírito generoso, acabaram por ter para os objectivos que se pretendia atingir.
No final do filme, em contraponto à sensação de inutilidade que aquele grupo de activistas sente perante a queda de Allende, perfila-se Anna que aprendeu, entre outras coisas, que “espírito de grupo” não é o mesmo que “carneirada”, que não há certezas absolutas e definitivas e que o mais importante é sempre decidir pelo nosso próprio juízo critico.
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Hora da publicação: 21:47 1 comentários
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terça-feira, julho 17, 2007
Encompassing the Globe
A exposição "Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries" é "de longe a maior, quer pelo número de peças quer pelo número de instituições e pessoas que as disponibilizaram quer pelo espaço ocupado".
Esta declaração foi feita por James Gordon, Director do Departamento de Informação da Smithsonian Institution.
A exposição inaugurada em Washington por Cavaco Silva no dia 20 de Junho estará aberta ao público até 16 de Setembro. Ocupará "todo o espaço de exibição da Sackler Gallery e uma parte do adjacente National Museum of African Art".
Em foco, estarão Portugal e o encontro de culturas proporcionado pelas viagens portuguesas dos séculos XVI e XVII.
Segundo a última relação das obras a expor divulgada pela Smithsonian, as 260 peças são provenientes de 89 instituições e 16 coleccionadores particulares, sendo o Tokyo National Museum, com 16 objectos, a instituição que mais obras fornece para a exposição.
Vêm depois o Nationalmuseet, de Copenhaga, com 13 objectos, o Museu Nacional de Arte Antiga, de Lisboa, e o British Museum, de Londres, com 12.
Há 60 instituições ou coleccionadores que disponibilizaram apenas uma obra para esta exposição.
( clique aqui para ver uma colecção de objectos presentes na exposição )
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Hora da publicação: 00:38 0 comentários
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terça-feira, maio 15, 2007
Impressões Fotográficas de Buenos Aires
Quatro meses depois de ter regressado da Argentina publico, finalmente, as minhas impressões fotográficas da grande urbe (clique AQUI).
Talvez por ter ouvido demasiados elogios Buenos Aires foi para mim uma desilusão.
Penso que as pessoas ficam bem impressionadas com o "ar europeu" da cidade mas, para mim, isso acaba por dar a sensação de estar perante uma cópia de segunda categoria.
Não tendo monumentos notáveis nem qualidades paisagísticas (o "mar de la plata" quase não se vê da cidade e, onde se vê, tem águas barrentas) a cidade vive essencialmente do ambiente criado pelo tango, Evita e os bifes pantagruélicos.
Há um "cheiro" no ar, uma mistura de Espanha e de Itália, com travo a emigrantes pobres que depois enriqueceram.
Talvez seja daqueles sítios que já tiveram o seu tempo...
Hora da publicação: 12:28 1 comentários
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quinta-feira, março 01, 2007
Grandes momentos
Também pode clicar na imagem.
Hora da publicação: 01:02 1 comentários
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sábado, fevereiro 10, 2007
CUBA 2007
O Mário Redondo visitou Cuba em Janeiro 2007. Veja AQUI as fotografias que ele fez.
Hora da publicação: 17:37 0 comentários
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terça-feira, fevereiro 06, 2007
Patagónia, um novo "far-west"
No Sul da Patagónia, dividido pela Argentina e pelo Chile,há grandes paisagens intocadas e povoações com ar precário e caótico.
Os índios primitivos foram quase totalmente exterminados.
Acabo de publicar sessenta imagens, recolhidas por mim nessas longínquas terras austrais, que podem ver clicando AQUI
Hora da publicação: 08:31 0 comentários
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domingo, janeiro 14, 2007
Apocalisto
Em má hora resolvi ver o filme de Mel Gibson.
Cedi à tentação porque acabara de regressar da América do Sul e também por curiosidade.
Apocalypto é obra de um mentecapto que nos quer pregar moral defendendo, sem nunca demonstrar, que a destruição da civilização Maia e a colonização que se seguiu foram a consequência da sua própria decadência. Esta "ideia" não é de forma alguma explorada no filme limitando-se a constar de uma legenda introdutória.
Trata-se de uma tese reaccionária que culpabiliza os colonizados por o serem e que ignora todas as outras facetas, tecnológicas e outras, que explicam a supremacia militar.
Como se tal não bastasse o homem parece ter querido fazer um mostruário de lugares comuns: lá está o oportuno eclipse e também a fuga através da cascata que enxameiam todos os "filmes de acção" passados naquelas paragens.
A violência constante é tão excessiva quanto ridícula. E, segundo dizem, o ridículo mata mais do que qualquer outra coisa...
Hora da publicação: 12:23 0 comentários
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terça-feira, janeiro 09, 2007
Até amanhã
Passei o dia em Santiago do Chile, preparando-me para regressar já amanhã.
De manhã assisti a uma cerimónia de render da guarda e fiquei com a sensação de que o Chile é um pouco esquizofrénico, oscilando entre o espírito libertário e a influência das disciplinas germânicas. Esta não será uma observação muito original mas a verdade é que fiquei impressionado.
Almocei no Mercado Central e aproveitei para comparar os peixes deles com os nossos. Por enquanto ainda nao encontrei nenhum país com mercados de peixe melhores do que os nossos.
Antes de me arrastar até ao hotel passei pelo Museu Chileno de Arte Precolombina . Fiquei maravilhado.
Até já.
Hora da publicação: 21:32 2 comentários
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domingo, janeiro 07, 2007
O cabo dos trabalhos
Terminei hoje uma viagem de 3 dias, num navio, pelo sul da Patagónia que culminou no lendário Cabo Horn debaixo de uma tempestade.
Trata-se de uma região grandiosa com inumeras ilhas, canais, fiordes e glaciares.
Fico optimista quando vejo estas vastidões ainda não degradadas pelo homem. Felizmente uma parte muito grande da América do Sul ainda esta bastante preservada e constitui uma enorme reserva de recursos.
Em pleno estreito de Magalhães ainda é possivel visitar uma ilha com milhares de ninhos de pinguins.
Num outro plano constata-se a fragilidade do cimento social destas sociedades da Argentina e do Chile, por exemplo.
O nacionalismo não tem o lastro do tempo e os heróis fundadores padecem de um certo ridículo.
Torna-se patente que uns quantos usaram as lutas da independência como pretexto para abocanhar quantidades gigantescas de terra, e de outras riquezas.
Puerto Natales, Chile
Hora da publicação: 01:58 0 comentários
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quarta-feira, janeiro 03, 2007
A cidade mais ao Sul do Mundo
E cá estamos nós na cidade de Ushuaia a 1000 kilometros apenas da Antártida. Ushuaia é a cidade mais ao Sul em todo o mundo (é difícil pensar que estamos a sul da Austrália).
Acabo de encher a barriga de santola e acho que esta cidade, embora caótica do ponto de vista urbanístico, é demasiado normal para aquilo que eu imaginava nestas latitudes.
A cidade está na margem do Canal Beagle (o nome do navio de Darwin) e já ao Sul do Estreito de Magalhães.
Amanha embarcaremos num cruzeiro que nos levará ainda mais perto do cabo Horn.
Hora da publicação: 02:56 0 comentários
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segunda-feira, janeiro 01, 2007
Reveillon Austral
Ontem festejámos a passagem do Ano em Calafate, 3 horas de avião a sul de Buenos Aires. Ao grupo da excursão até se juntaram dois japoneses entusiamados mas quase incompreensíveis que meneavam os sambas aplicadamente.
Calafate é uma pequeníssima e colorida povoação que cheira a "far west", improvisando e explodindo ao ritmo dos fluxos turísticos que se dirigem ao glaciares andinos.
Hoje fomos ao espantoso glaciar Perito Moreno e andámos de barco junto à parede de gelo com 50 metros de altura e 2000 de comprimento. O gelo parecia iluminado, de azul, por dentro. Absolutamente fantástico.
Ainda bem que Calafate é tão remoto pois se assim não fosse teríamos ordas de turistas poluindo a majestade do lugar.
Hora da publicação: 19:49 1 comentários
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sábado, dezembro 30, 2006
Buenos Aires, querida ?
Estou desde o dia 29 em Buenos Aires.
A cidade é imensa e a mais europeia da América do Sul.
A sua grande especialidade sao os fantásticos bifes e o omnipresente tango e está tudo dito.
No bairro marginal de La Boca, com o seu estádio Bombonera e as casas de cores berrantes, percebi finalmente o fenómeno Maradona.
Há um "cheiro" no ar, uma mistura de Espanha e de Itália, com travo a emigrantes pobres que depois enriqueceram.
Hora da publicação: 21:59 1 comentários
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domingo, agosto 06, 2006
Costa Rica: um país pintado de verde
Ao sétimo dia, antes de descansar, Deus pegou numa paleta, só com tons de verde, e divertiu-se a pintar um pedaço de terra entalado entre o Atlântico e o Pacífico. Isto podia ser uma lenda sobre a origem de um país que foi baptizado por Cristóvão Colombo e onde passei agora alguns dias.
O olhar do turista sofre sempre de um certo estigmatismo, mas não deixa por isso de ser legítimo. E foi com ele que gostei de ver a Costa Rica. Passei por cinco das suas sete províncias e parece que fiz cerca de 1.300 km por terra e por rio, o que já dá para ter algumas opiniões.
O país tem quatro milhões de habitantes, é pouco maior do que metade de Portugal e cerca de um terço da sua área é protegida ecologicamente. Está na moda como destino turístico (mas ainda se circula sem multidões) e diz-se que é a Suiça da América Latina – talvez porque tem montes e não tem exército, mas não há neve nem relógios de cuco e, sobretudo e felizmente, não há suíços.
Voltando ao verde. Com um clima tropical e subtropical, tem uma selva luxuriante, com uma flora variadíssima. Atinge-se facilmente quase 100% de humidade – aliada garantida de mosquitos devoradores e inimiga de máquinas fotográficas digitais (que deixam rapidamente de funcionar, provisória ou definitivamente).
Gostei especialmente de um dos parques naturais em que estive: Tortuguero, na costa atlântica. Por razões ecológicas, não é acessível por estrada. Tem um aeroporto minúsculo, mas o meio habitual de se chegar é por rio, numa viagem de quase duas horas. É então que se mergulha no verde. Por vezes, caminha-se por trilhos com vegetação tão cerrada que se ouve chover sem que a chuva chegue ao chão. É-se acordado a meio da noite por trovões e chuvadas monumentais e, às cinco da manhã, por simpáticos macacos roncadores. Foi lá que vi a cabeçada de Zidane na final do Mundial – estranha e única imagem de um outro mundo. Bem mais saudável foi ver as tartarugas – também verdes — que vieram desovar na praia em noite de lua cheia. Tudo verde? Nem por isso: vi rãs encarnadas. Confesso que fiquei rendida, eu que nem sequer sou muito dada a expedições ecológicas.
Há muitos outros parques, vulcões, termas paradisíacas em cascatas a várias temperaturas, borboletas azuis, etc., etc. Levaria horas a contar histórias.
Além disso, há um país para tentar perceber minimamente.
A Costa Rica é considerada um caso de sucesso e percebe-se porquê: além do Atlântico e do Pacífico, «entalam-na» o Panamá e a Nicarágua, vizinhos não muito desejáveis. Entre guerrilhas sandinistas de um lado e Noriegas do outro, a Costa Rica mantém uma sólida democracia desde 1949. Entrou nesse ano em vigor uma constituição que atribuiu direito de voto universal aos dezoito anos (inclusive às mulheres e aos negros) e que aboliu as forças armadas. Iniciou-se assim um historial de pacifismo, especialmente significativo no contexto geoestratégico em que o país se insere.
O sistema político é presidencialista, com a presidência da república e a chefia do governo asseguradas pela mesma pessoa. Foi este ano reeleito para o cargo Oscar Arias Sánchez que já o ocupara entre 1986 e 1990. Datam de então a sua firme oposição a que os Estados Unidos utilizassem a Costa Rica como base para atacarem a guerrilha nicaraguense e um Prémio Nobel da Paz que lhe foi concedido, em 1987, por ter conseguido que alguns países da América Central (Nicarágua, Guatemala, El Salvador e Honduras) chegassem a acordo sobre um plano de paz que ele próprio elaborou. O presidente é assessorado por dois vice-presidentes, cargos que, no actual governo, são ocupados por mulheres.
Vários indicadores revelam o sucesso de que se fala. Apenas um e dos mais significativos: o grau de literacia é muito superior ao dos vizinhos mais próximos e ultrapassa também o de Portugal: 96% versus 93,3%, com os mesmos critérios, devido a uma diferença de 5%, no caso das mulheres, a favor da Costa Rica!... Aliás, a aposta na educação desde 1949 é apontada como uma das causas do referido sucesso e faz com que, a par do turismo e da agricultura, a indústria de «microchips» e o desenvolvimento de «software» estejam já entre as principais fontes de receita. As telecomunicações são excelentes (tive cobertura de rede de telemóvel e «roaming» mesmo no meio da selva) e, num dos hotéis em que estive, paguei $12 por uma sopa mas a utilização da Internet era gratuita e ilimitada. A estabilidade política, os elevados níveis de qualificação das pessoas e o turismo atraem cada vez mais investimentos estrangeiros. O índice de pobreza terá diminuído significativamente nos últimos quinze anos e a taxa de desemprego é inferior à portuguesa.
Dito isto, a Costa Rica é um país modesto. As estradas são más (péssimas, por vezes), a arquitectura de luxo não passou por ali, as povoações são aglomerados feiosos, as pessoas têm um ar muito simples. Visto a distância, Portugal parece um país de milionários, Lisboa é Paris quando recordada em S. José. Qualquer coisa está errada: ou uns vivem abaixo do que podem, ou os outros acima. De que lado estará o erro? Daqui a alguns anos, alguém verá. Eu tenho a minha opinião – oxalá me engane.
Hora da publicação: 19:20 1 comentários
Etiquetas: america latina, continente americano, Joana Lopes, viagens2006