segunda-feira, fevereiro 04, 2019
Paradoxo
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segunda-feira, janeiro 04, 2016
As causas do Banif (e dos outros)
As causas do Banif (e dos outros)
O Expresso publicou, no dia 24/12, um artigo importantíssimo para se perceber os mecanismos e as tramóias que levaram o sistema bancário ao tapete.
O quadro aqui apresentado, que faz parte do referido artigo, mostra claramente que o destino da banca estava traçado quando Sócrates foi corrido do governo.
Os bancos tinham acumulado "imparidades" que foram aparecendo à luz do dia e transformaram os lucros (e dividendos) faustosos, do tempo do sr. engenheiro, em prejuizos, necessidades de capitalização e, no limite, resoluções e custos para os contribuintes.
Há que desconfiar daqueles que querem resumir este problema aos últimos quatro anos, para fazer de Passos o bode expiatório, e que afunilam a análise nos "erros da regulação".
Coitado do regulador, foi submergido por uma avalanche de vigarices acumuladas que ninguém poderia limpar impunemente.
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quarta-feira, setembro 16, 2015
Os lesados somos nós todos
As televisões continuam a mostrar imagens pungentes dos "lesados do BES", como se fossem todos modestos reformados ou emigrantes que "ficaram sem nada".
No entanto prova-se que não é bem assim, que por trás dos protestos andará a mãozinha de centenas de poderosos, que tinham investido naquela "Dona Branca" milhões e milhões de euros.
O aproveitamento eleitoral, partidário, dos "lesados do BES", também está em curso e é feito pelos mesmíssimos políticos que estão a lamentar o adiamento da venda do Novo Banco. Que eles próprios ajudaram a boicotar.
quarta-feira, agosto 06, 2014
Bernie Madoff
Bernie Madoff
acabei de ver um documentário sobre o caso Madoff.
Depois disso, por comparação, percebi que o caso BES é ridículo e insignificante. Quer na dimensão, quer na forma como afectou as suas vítimas, quer na incompetência dos reguladores e das instituições.
Conclusão: estas vigarices não são exclusivo do nosso país, e não revelam nada de especial sobre o regime vigente nem sobre o ambiente de negócios nacional.
quarta-feira, janeiro 28, 2009
Os despedimentos são notícia ?
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"O agravamento da crise económica mundial e a divulgação de resultados precipitaram ontem anúncios simultâneos de corte de milhares de postos de trabalho na Europa e nos Estados Unidos. Oito multinacionais, que no seu conjunto empregam mais de um milhão de trabalhadores, anunciaram despedimentos de mais de 72 mil pessoas." DN 27.01.2009
Está a tornar-se rotina, nos noticiários, a listagem das empresas que “dispensaram” trabalhadores juntamente com as agruras do inverno e saga dos pais biológicos. Aos milhares vão sendo apresentados como resultado de uma qualquer perversão do sistema.
E se não fosse assim? Se o sistema estivesse agora, isso sim, a mostrar a sua verdadeira capacidade de empregar, de dar emprego? Se aquilo a que antes estávamos habituados fosse uma anormalidade conseguida artificialmente pelos "truques da financeirização”?
É precisamente isto que eu venho dizendo desde 1990, sem grande eco aliás.
O sistema económico em que vivemos padece de duas contradições que se agravam de dia para dia:
1) para funcionar, o sistema precisa de quem compre mas cada unidade produtiva procura pagar o menos possível em salários para preservar a sua rentabilidade.
2) para vencer a concorrência, cada unidade produtiva tem que se diferenciar no mercado, tem que inovar, mas tal não é garantido pelo aumento do número de empregados.
Pode dizer-se, como síntese, que é cada vez mais difícil ter lucros contratando pessoas.
Por causa destas duas contradições, porque a oferta cresce muito mais do que a procura, o sistema foi tendo que se apropriar dos salários passados (sob a forma de poupanças que se investem e se evaporam na bolsa) e dos salários do futuro (sob a forma dos fundos de pensões especulativos e do crédito fácil). Até que, recentemente, alguém gritou “o rei vai nu” e se gerou a actual situação de “crise”.
Se esta análise é correcta só temos duas hipóteses: ou repomos a situação anterior ou inventamos uma nova forma de organizar as relações de produção e distribuição em sociedade.
O resto são ilusões, oportunismos e demagogias.
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quinta-feira, janeiro 15, 2009
Economia de circo
Depois da famigerada "economia de casino", que tanto atormenta o nosso Mário Soares, só nos faltava agora a economia de circo, que nos é proposta pela publicidade de uma grande instituição financeira. Cuidado com as escorregadelas.
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quarta-feira, novembro 12, 2008
Quem regula o regulador ?
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domingo, novembro 09, 2008
O mito da "regulação"
." O ex-presidente do Banco Português de Negócios (BPN) José de Oliveira e Costa tem uma reforma de cerca de três mil euros por mês como director do Banco de Portugal. Segundo apurou o Correio da Manhã, a autoridade de supervisão já pagou mais de 600 mil euros em pensões desde que, em 1991, Oliveira e Costa se reformou como director (o topo da carreira) após 29 anos ao serviço da autoridade de supervisão."
Correio da Manhã, 07.11.2008
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"No Banco de Portugal conhece Cavaco Silva, que, anos mais tarde, o convidará enquanto ministro das Finanças para a vice-presidência do BNU. Daqui transita para o BPSM, onde permanece até 1985. Nessa data Cavaco Silva surge de novo no seu destino, nomeando-o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, cargo que exerce durante seis anos, tendo como ministros Miguel Cadilhe e Miguel Beleza. Após a saída do Governo é escolhido para representar Portugal no Banco Europeu de investimentos (BEI), regressando em 1994. Após ocupar o lugar de deputado do PSD, vai pela primeira vez para a presidência de um banco, o Finibanco de Álvaro da Costa Leite.Durante três anos lidera o processo de expansão, saindo depois para presidir aos destinos do Banco Português de Negócios."
Público, 15.02.2008
Esta biografia é especialmente dedicada àqueles que acreditam que os problemas como o do BPN, ou do BCP, se resolvem com a "regulação" do Estado.
Como é fácil verificar os que fazem a "regulação" até podem ser os mesmo que levam, mais tarde, os bancos à ruína. Digamos que vão aternando e assumindo, à vez, os diversos papéis...
A acção, ou omissão, das "entidades competentes" em cada momento pode até integrar-se em subterrâneas guerras de grupos em que, por exemplo, uma nacionalização pode ser apenas uma forma de transferir "activos" de um grupo para outro através de uma posterior privatização.
O Estado pode funcionar apenas como plataforma giratória, e dilatória, destas transferências...
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segunda-feira, outubro 06, 2008
O grande mergulho
"A Bolsa de Lisboa registou hoje a sua maior queda de sempre, liderando a tendência na Europa face à ausência de resposta conjunta da União Europeia à crise financeira internacional. "
(ver Público de hoje)
Nem as promessas de Bush nem as hesitações da UE parecem ter restaurado a confiança, pelo contrário.
Quase parece haver uma acção concertada para levar os políticos a assumir mais responsabilidades e dar garantias.
Depois das pensões perdidas nos fundos falidos agora parece ser a vez das poupanças em acções.
Até quão fundo nos levará este mergulho ?
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sábado, setembro 20, 2008
Não derrube o capitalismo, compre-o
O Financial Times afirmou na quinta-feira que o fundo soberano de investimentos do país asiático negocia a compra de 49% do capital do Morgan Stanley. No fim de semana passado, o mesmo fundo participou ao lado do Bank of America da fracassada negociação para a compra do Lehman Brothers e, em 2007, já tinha desembolsado US$ 3 bilhões por uma fatia do Blackstone e US$ 5 bilhões por 9,9% do Morgan Stanley.
Com sobra de dinheiro no momento em que a liquidez secou no mercado mundial, a China seria um dos candidatos óbvios para investir no setor financeiro norte-americano, não fosse a desconfiança política que marca o relacionamento entre os dois países.
Pequim adotou uma estratégia muito mais cautelosa de internacionalização depois que sua oferta de US$ 18,5 bilhões para a compra da petroleira Unocal teve que ser abandonada em 2005 em conseqüência da reação negativa dos congressistas dos Estados Unidos, que viam na aquisição uma ameaça aos interesses estratégicos de seu país".
Talvez seja o medo da China a verdadeira razão por que o Estado americano deitou a mão ao mercado, insuflou confiança e promoveu a elevação das cotações na bolsa. (Até Obama apoia)
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terça-feira, setembro 16, 2008
A prudência do marketing
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"O BCP é o banco cujos produtos estão mais expostos às potenciais perdas decorrentes da falência do banco dos EUA.
A sua exposição ascende a 74,843 milhões de euros, distribuídos por nove fundos.
Num deles, o Millennium Prudente, a carteira contém 24,498 milhões num produto de investimento (ETF) denominado iShares Lehman AGG Bond, que representa cerca de 8,5% da carteira."
DN, 16.09.2008
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Hora da publicação: 17:15 0 comentários
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Mudança de mãos, apenas
. The number one spot in the rankings, compiled by the Boston Consulting Group, was occupied by the Industrial and Commercial Bank of China, with market capitalisation of nearly 340 billion dollars (218 billion euros). In second place was China Construction Bank, followed by HSBC of Britain, Bank of China, Bank of America and Citigroup of the United States. The study found that banks in North America and Western Europe had suffered a loss of 695 billion dollars in market capitalisation at the end of 2007 while their counterparts in emerging market countries Brazil, Russia, China and India had seen their market capitalisation increase by 753 billion dollars. Major US and European banks have suffered losses and asset writedowns stemming from the near collapse of US subprime - high risk - mortgage sector, which undermined the value of billions of dollars' worth of their mortgage-backed securities. AFP 2008 Em suma, não vale a pena embandeirar em arco pensando que os capitalistas estão a falir só porque alguns bancos americanos se afundaram. Como se pode ver há quem esteja a ocupar o seu lugar. Esta crise é, no essencial, uma mudança de mãos.
Three Chinese institutions were among the world's top four banks at the end of 2007 at a time when the market capitalisation of Western banks was suffering from a global financial crisis, a study showed Wednesday.
Hora da publicação: 12:08 0 comentários
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Para o epitáfio do Lehman Brothers
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"A nossa incapacidade de realizar previsões em ambientes sujeitos a Cisnes Negros, aliada à generalizada falta de consciência desta realidade, leva a que determinados profissionais, apesar de acreditarem ser especialistas, na verdade não o são. Com base no seu registo empírico não sabem mais sobre o seu objecto de estudo que a maioria da população, mas são muito melhores a dissertar sobre o mesmo - ou, pior, a confundir-nos com modelos matemáticos complexos. Há também uma forte probabilidade de que usem gravata."
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Nassim Nicholas Taleb em "O Cisne Negro, O impacto do altamente improvável"
Hora da publicação: 09:15 0 comentários
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sexta-feira, agosto 15, 2008
Os ricos pagaram a crise ?
Hora da publicação: 22:27 0 comentários
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sábado, julho 12, 2008
Operação "Buraco Negro"
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O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu hoje que o segredo de justiça do processo “Operação Furacão” chegou ao fim, afirmando que “os arguidos devem ter acesso imediato aos autos” (Público, 11.07.2008).
Mais lhe valera ter rebaptizado o "Furacão" como "Buraco Negro" tal é a força de atracção com que ele parece querer arrastar as maiores empresas e as mais influentes personalidades para o seu âmago.
Tal como o seu gémeo no BCP, que Teixeira dos Santos dizia há dias cândidamente ter sido "ocultado" pelos seus beneficiários e portanto escapado à vigilância da CMVM, estes processos são a revelação de um sistema, do sistema em que vivemos.
Já não se discute, nem tal faria sentido, se os prevaricadores serão castigados. Quando se analisa a lista dos indiciados, o elenco dos advogados que os defendem e a panóplia de instituições que pelo menos pactuaram ou fecharam os olhos aos atropelos percebe-se que da montanha só pode sair um rato.
Se assim não fosse a condenação teria de abater-se sobre o próprio regime.
Hora da publicação: 17:43 0 comentários
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quarta-feira, fevereiro 27, 2008
O meu leitor insuspeitado
Belmiro de Azevedo criticou hoje os bancos, "que, para garantirem lucros, aumentam os preços prejudicando o cliente, que é o mesmo que o Estado faz quando não tem dinheiro quando aumenta os impostos".
"É preocupante a atitude dos bancos: se os custos sobem os lucros têm que subir, é um raciocínio perigoso, estatal", sublinhou o responsável à margem do primeiro encontro da PME Inovação, organizado pela Cotec.
Nota-se que Belmiro foi influenciado pelo que escrevi AQUI e AQUI.
Belmiro é um verdadeiro neo-liberal e por isso não lhe dão muitas abébias em Portugal. Ao contrário do que pensa a maior parte dos comentadores o que vigora no nosso país é uma espécie de economia de casta, um capitalismo feudal, e não o liberalismo económico.
A realidade tem a mania de estragar as análises mais na moda.
Hora da publicação: 09:11 2 comentários
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domingo, janeiro 06, 2008
Tiro o chapéu a VPV
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Impressiona a unanimidade que se gerou contra as moscambilhas do BCP e da CGD; Pacheco Pereira, António Barreto, Miguel Sousa Tavares, Saarsfield Cabral, Vasco Pulido Valente, e muitos outros.
Os principais influenciadores de opinião desancaram as manobras de accionistas, administradores e ministros.
Vai ser curioso observar o desfecho desta luta entre a opinião pública e a desfaçatez dos poderosos.
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segunda-feira, dezembro 31, 2007
Uma novela que vai abrilhantar 2008
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domingo, dezembro 30, 2007
Sentido de oportunidade
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quarta-feira, dezembro 26, 2007
Try a Job Swap ou a "Dança das Cadeiras"
Mal refeito das ternuras do Natal ligo o rádio e fico a saber que o Armando Vara foi convidado para saltar de administrador da CGD para administrador do BCP. Como o Presidente da CGD, que fez o convite, também salta abrem-se na CGD dois apetitosos lugares.
O locutor informa de que um desses lugares parece já estar reservado para o ministro Manuel Pinho. O outro será certamente ocupado por alguém que o merece muito. Ambos facilitarão a remodelação ministerial do governo Sócrates.
Na minha infância havia um jogo chamado "rapa, tira, deixa e põe"...
Apetece citar o Miguel Sousa Tavares no Expresso desta semana:
"Repito o que de há muito venho dizendo: em termos de cidadania, há duas espécies de portugueses - os que vivem a pagar ao Estado e os que vivem a tirar ao Estado. E o resto é conversa de comendadores ou de ‘benfeitores’."
Hora da publicação: 12:22 1 comentários
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