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quarta-feira, abril 10, 2019

Terror e Miséria no Terceiro Reich




Terror e Miséria no Terceiro Reich
Bertolt Brecht/António Pires
O texto do Brecht, excelente, propunha-se denunciar a ascensão nazismo a partir do exílio na Dinamarca. Foi escrito entre 1935 e 1938, antes da guerra, e mostra o medo e a cobardia a fazerem o seu caminho na própria intimidade das famílias.
Trazer de novo esta peça aos palcos, neste momento, tem um significado. Retrata a compreensível preocupação com o crescimento dos movimentos populistas por toda a parte.
No entanto eu creio que a demonstração, mais uma vez, da irracionalidade do nazismo e da sua ferocidade talvez não seja a ferramenta ideal para o prevenir. Nem creio que tal demonstração tenha faltado desde que a guerra acabou.
Também duvido da eficácia de uma linha de argumentação baseada na implicita culpabilização do povo anónimo da Alemanha.
O que nós precisamos de estudar e compreender são os erros que os partidos tradicionais cometeram na Alemanha dos anos vinte e trinta. E também o contexto social e económico em que tais erros ocorreram.
O resto foram apenas consequências.
Mas se alguma coisa se pode aprender com este conseguido espectáculo é o valor da tolerância.
Quando assistimos aos jogos de palavras, à medrosa escolha das palavras, às insinuações baseadas em palavras ditas em público, não podemos deixar de nos lembrar do que se passa actualmente nas redes sociais.
Os linchamentos baseados em terminologia e a inquisição semântica em vigor nem sempre são praticados por nazis, nem sequer por pessoas de direita.
Ficha técnica:
Bertolt Brecht, texto; António Pires, encenação; Adriano Luz, Inês Castel-Branco, João Barbosa, Mário Sousa, Rafael Fonseca, Francisco Vistas, João Maria, Sandra Santos, Carolina Serrão, Jaime Baeta, Manuel Encarnação ou Tomás Andrade e Nicholas MacNair (músico), interpretação.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

A ópera de três euros

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Está nos escaparates uma excelente edição em DVD do filme de Pabst, realizado em 1931, baseado em "A ópera de três vinténs" (Die Dreigroschenoper) de Brecht/Weill.
Esta iniciativa da editora espanhola Divisa permite-nos rever o clássico do teatro musical transformado por Pabst numa obra prima do cinema.
A fotografia é espantosa e do elenco do filme consta a lendária Lotte Lenya no papel de Jenny.

No tempo que vivemos, recheado de casos de corrupção por resolver e de hesitações da justiça, este filme belíssimo produz ressonâncias poderosas apesar dos seus quase 80 anos.
Banqueiros, bandidos, chefes da polícia e pretensas instituições de caridade misturam-se, traficam e convergem de forma premonitória e genial.
Os assaltantes que deixam de roubar bancos porque passam a ser banqueiros, os pedintes usados como tropa de choque nas guerras entre as mafias e o chefe da polícia que cai em desgraça mas é cooptado pelos meliantes para administrador de empresa são apenas alguns dos episódios que nos soam familiares.
Brecht, Weill e Pabst ensinam-nos a perceber o mundo que nos cerca. Só falta saber se hoje, tal como então, estamos a viver uma fase de decadência prenunciadora da barbárie.
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sábado, novembro 07, 2009

Pela geminação entre Lisboa e Chicago

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As guerras entre os gangsters em Chicago começavam quase sempre quando uma das partes rompia acordos sobre territórios ou sobre áreas de negócio exclusivas. Alguns episódios recentes da vida política portuguesa trouxeram-me à memória essas histórias.
Uma vez quebrados os acordos de "cavalheiros" iniciavam-se as carnificinas em que os gangs se massacravam sem quartel. Alguns episódios recentes da vida política portuguesa trouxeram-me à memória essas histórias.
Al Capone nasceu em Brooklyn mas tornou-se famoso como boss da associação criminosa Chicago Outfit (o seu cartão de visita apresentava-o no entanto como negociante de móveis). Alguns episódios recentes da vida política portuguesa trouxeram-me à memória essas histórias.
Apesar de ter cometido incontáveis assassinatos a sua carreira só terminou em 1931 quando foi acusado de uma mera fuga ao fisco.
Não sei se durante os seus anos áureos de criminoso também havia quem entendesse não poder comentar os seus crimes antes que a sentença de um tribunal tivesse transitado em julgado.
Alguns episódios recentes da vida política portuguesa trouxeram-me à memória essas histórias.
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domingo, fevereiro 15, 2009

Saudades ?

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Directas do PS reelegem José Sócrates com 96%, Convenção do BE confirma Francisco Louça por 79%, Comité Central do PCP mantém Jerónimo de Sousa com 4 abstenções, e CDS reelege Paulo Portas com 96%.

O único partido que, mais recentemente, se afasta deste padrão é o PSD que na última escolha do líder repartiu os votos por 3 candidatos, tendo Manuela Ferreira Leite saído vencedora com 38%.

E o que me deixa ainda mais intrigado nisto tudo é que o PSD é precisamente o único partido que desce nas sondagens. Será que temos algum gene avesso a escolhas? Ou será saudades da União Nacional?

(texto roubado no "a presença das formigas" com a devida vénia)

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