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quinta-feira, agosto 22, 2024
quinta-feira, fevereiro 17, 2022
António Passaporte em Cascais
sexta-feira, novembro 06, 2020
sobre ser
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Etiquetas: exposições, Fernando Penim Redondo, fotografia-imagem
segunda-feira, março 16, 2020
sexta-feira, dezembro 20, 2019
segunda-feira, agosto 19, 2019
Dia Mundial da Fotografia
Em vez de balas
No dia 1 de Maio de 1968, o Tenente largou do Tejo, rumo à Guiné, a bordo da fragata Corte Real. Era então um jovem fuzileiro, de 22 anos, recém casado, que interrompera os estudos de Economia na Universidade de Lisboa.
Subiu e desceu os principais rios da Guiné comandando as missões a partir das lanchas da Armada. Navegou no Cacheu até Farim, no Mansoa, no Geba e no Rio Grande de Buba. Ligou por mar a foz desses grandes rios e também foi a Catió, a Bolama e aos Bijagós.
A guerra era uma realidade penosa para quem como ele, jovem militante comunista, se opunha ao domínio colonial e defendia a independência das colónias. Partilhou esse drama pessoal com a sua mulher, que trabalhou como professora de História no então Liceu Honório Barreto.
A fotografia constituiu um paliativo. Ao fotografar a dignidade do povo guineense, a beleza das suas mulheres, o porte dos seus homens e o encanto das suas crianças, ele tinha a impressão de estar a fazer um gesto de amizade no contexto da guerra.
Quase não fotografou a guerra e os aparatos militares.
Dedicava-se a registar as gentes da tabanca, dos campos do arroz, os pescadores, e a garotada negra.
Felupes com os seu cachimbos, balantas em trajes de fanado, mandingas com as suas longas vestes. Rostos, corpos e gestos impressos a preto e branco.
No contexto da guerra estas eram coisas preciosas, que corriam perigo, mas que um disparo da câmara fotográfica dava a ilusão de resgatar para sempre.
Fotografias em vez de balas.
A fotografia, para o Tenente, ficaria definitivamente marcada por aquele momento inicial na Guiné. A fotografia como forma de viver, ou de sobreviver. Afirmação íntima contra a inevitabilidade do tempo e contra as inevitabilidades de cada tempo.
A fotografia não mais o abandonou. E aos setenta anos, como aos vinte, continua a desempenhar o seu papel de argamassa interior, lingando os tijolos da memória.
(Extractos do livro "Crónicas de um Tenente", 2019)
(a fotografia de cima foi feita pelo meu amigo José Carlos Alves Almeida)
segunda-feira, agosto 12, 2019
Em vez de balas
Exposição de Fotografias (Guiné 1968/69)
16 de Agosto a 7 de Setembro
Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana
Dia 7 Setembro, 16 horas, apresentação do livro "Crónicas de um Tenente"
https://www.cascais.pt/
Hora da publicação: 16:51 0 comentários
Etiquetas: exposições, Fernando Penim Redondo, fotografia-imagem
segunda-feira, julho 08, 2019
No regresso do Vale de Água
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sexta-feira, julho 05, 2019
O Verão está aí
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domingo, junho 30, 2019
Loures Arte Pública
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terça-feira, junho 18, 2019
Palácio de Diocleciano
Hora da publicação: 13:13 0 comentários
Etiquetas: Fernando Penim Redondo, fotografia-imagem, viagens2019
sábado, junho 08, 2019
Crónicas de um Tenente
Hora da publicação: 21:11 0 comentários
Etiquetas: anos 60, continente africano, Fernando Penim Redondo, fotografia-imagem, guerras-batalhas, Guiné, livros-revistas, teses-textos
sábado, maio 18, 2019
CONFISSÕES DE UM COLECCIONADOR
CONFISSÕES DE UM COLECCIONADOR
A colecção de câmaras fotográficas antigas é uma espécie de lar da terceira idade, uma Babel de olhares desmemoriados.
As máquinas foram chegando dos quatro cantos do mundo, com seus achaques, deixando para trás, sabe-se lá onde, as suas memórias de celulóide.
Umas têm as lentes toldadas pelas cataratas do vidro, outras disparam devagar na dolorosa artrite dos seus obturadores e outras ainda sofrem da incontinência luminosa causada pelos orifícios nos foles.
Mas todos aqueles olhos que tanto viram ao longo do século XX, nos mais desvairados locais e situações, parecem agora pasmados pelo vazio dos seus interiores negros de onde os homens, invejosos e cansados das imagens fátuas do cérebro, arrancaram as películas em que o tempo se suspendera.
Este Alzheimer fotográfico do já visto só pode ser revertido fotografando outra vez.
A cada nova velha máquina que desperto do seu sono, qual bela adormecida, sinto-me um príncipe encantado.
Excita-me imaginar o que elas sentem quando abrem os seus olhos há tanto tempo cerrados. Quase tudo o que eu lhes possa mostrar, quando as disparo, deve ser para elas uma espantosa novidade.
Umas, posso imaginá-las na Chicago elegante dos anos vinte e tento perceber o seu choque quando abrem a lente para a arquitectura vanguardista da Expo.
Outras, podem muito bem ter servido para um fazendeiro boer fotografar as suas orgulhosas plantações, ou para um nababo do Pundjab eternizar o palácio e os seus adornos femininos; mas agora piscam o seu obturador em remotas aldeias transmontanas.
Elas viajaram no tempo e no espaço para, nos meus braços, sair da sua prolongada letargia.
É ao fotógrafo que cabe levar as máquinas a olhar e registar de novo, num reviver de mecanismos e gestos. Reter as suas memórias num enrolar de filme e depois pô-las frente a frente com as suas próprias obras.
Ao fazer isso, o fotógrafo reinventa a sua própria biografia. Repetindo os modos que há muito esquecera ou descobrindo os gestos que nunca tinha feito.
O visor à altura do olho ou da cintura, o avanço da película com alavanca ou com rotação da lente, a focagem por estimativa ou por sobreposição, a medição da luz pelo selénio ou pelo cádmio, o empunhar da câmara com dois dedos ou com as duas mãos, o disparo espontâneo ou encenado, um olho que pisca ou então um olho que arregala, são determinantes do que se pode fotografar e de como se fotografa.
Os desenvolvimentos tecnológicos e ergonómicos que percorreram o século XX não constituem apenas uma parada de tentativas e de abandonos, de sucessos e de fracassos; cada nova realização da técnica e do design transformou o gesto de fotografar de forma irremediável.
Ao reconstituir essa caminhada desvendamos as razões que tornaram incontornável o acto de fotografar.
Hora da publicação: 15:17 0 comentários
Etiquetas: Fernando Penim Redondo, fotografia-imagem, teses-textos
sábado, março 16, 2019
domingo, março 03, 2019
segunda-feira, fevereiro 18, 2019
sexta-feira, dezembro 28, 2018
“Photo Ark”
Hora da publicação: 22:21 0 comentários
Etiquetas: ambiente-natureza, exposições, Fernando Penim Redondo, fotografia-imagem
quarta-feira, novembro 28, 2018
Amanhã
Hora da publicação: 21:37 0 comentários
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