quinta-feira, janeiro 05, 2017
As cores do mundo só existem nos nossos olhos.
Hora da publicação: 11:54 0 comentários
Etiquetas: Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, teses-textos
quarta-feira, janeiro 04, 2017
O Universo
Hora da publicação: 19:33 0 comentários
Etiquetas: Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, teses-textos
segunda-feira, novembro 02, 2015
Juvenil, 2 de Novembro 1965
Hora da publicação: 12:40 0 comentários
Etiquetas: anos 60, Diário de Lisboa, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, memorias-biografias
segunda-feira, setembro 21, 2015
Faz hoje exactamente 50 anos
Hora da publicação: 18:51 0 comentários
Etiquetas: anos 60, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, memorias-biografias
segunda-feira, agosto 17, 2015
Faz hoje 50 anos
Hora da publicação: 19:16 0 comentários
Etiquetas: anos 60, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, memorias-biografias
quinta-feira, julho 02, 2015
Hora da publicação: 00:47 0 comentários
Etiquetas: anos 60, anos 70, Fernando Penim Redondo, guerras-batalhas, Guiné, lingua-poesia, memorias-biografias
segunda-feira, junho 22, 2015
Hora da publicação: 10:29 0 comentários
Etiquetas: anos 60, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, memorias-biografias
segunda-feira, maio 11, 2015
Está a fazer 50 anos
Hora da publicação: 11:44 0 comentários
Etiquetas: anos 60, Diário de Lisboa, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, memorias-biografias
segunda-feira, janeiro 05, 2015
A matéria é um cérebro imenso
quinta-feira, dezembro 12, 2013
Soneto
Hora da publicação: 18:01 0 comentários
Etiquetas: cartoons2013, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia
sexta-feira, dezembro 02, 2011
Uma folha que sobreviveu 50 anos
Hora da publicação: 08:57 1 comentários
Etiquetas: anos 60, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, memorias-biografias
sexta-feira, junho 10, 2011
Qué da minha Raquel?
.
________________________________________________________________
Sete anos é o tempo que levo de serviço nesta blogosfera e ainda não sei muito bem quem é a minha Raquel. Começo, portanto, a servir outros sete anos.
É nisto que dá comemorar o aniversário do blog no dia de Portugal e de Camões.
.
.
Hora da publicação: 12:53 6 comentários
Etiquetas: datas-lutas, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia
quinta-feira, julho 15, 2010
Toda a sabedoria popular num único post
A ambição cerra o coração
A pressa é inimiga da perfeição
Águas passadas não movem moinhos
Amigo não empata amigo
Amigos amigos negócios à parte
Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura
A união faz a força
A ocasião faz o ladrão
A ignorância é a mãe de todas as doenças
Amigos dos meus amigos, meus amigos são
A cavalo dado não se olha a dente
Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo
Antes só do que mal acompanhado
A pobre não prometas e a rico não devas.
A mulher e a sardinha, querem-se da mais pequenina
A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo
A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado
A galinha do vizinho é sempre melhor que a minha
A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata
A necessidade aguça o engenho
A noite é boa conselheira
A preguiça é mãe de todos os vícios
A palavra é de prata e o silêncio é de ouro
A palavras ocas orelhas moucas
A pensar morreu um burro
A roupa suja lava-se em casa
Antes só que mal acompanhado
Antes tarde do que nunca
Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o desamparam
Ao rico não faltes, ao pobre não prometas
As palavras voam, a escrita fica
As conversas são como as cerejas, vêm umas atrás das outras
Até ao lavar dos cestos é vindima
Água e vento são meio sustento
Águas passadas não movem moinhos
Boi velho gosta de erva tenra
Boca que apetece, coração que padece
Baleias no canal, terás temporal
Boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia
Boa romaria faz, quem em casa fica em paz
Boda molhada, boda abençoada
Burro velho não aprende línguas
Burro velho não tem andadura e se tem pouco dura
Cada cabeça sua sentença
Chuva de São João, tira vinho e não dá pão
Casa roubada, trancas à porta
Casarás e amansarás
Criou a fama, deite-se na cama
Cada qual com seu igual
Cada ovelha com sua parelha
Cada macaco no seu galho
Casa de ferreiro, espeto de pau
Casamento, apartamento
Cada qual é para o que nasce
Cão que ladra não morde
Cada qual sabe onde lhe aperta o sapato
Com vinagre não se apanham moscas
Coma para viver, não viva para comer
Com o direito do teu lado nunca receies dar brado
Candeia que vai à frente alumia duas vezes
Casa de esquina, ou morte ou ruína
Cada panela tem a sua tampa
Cada um sabe as linhas com se cose
Cada um sabe de si e Deus sabe de todos
Casa onde entra o sol não entra o médico
Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém
Cesteiro que faz um cesto faz um cento,se lhe derem verga e tempo
Com a verdade me enganas
Com papas e bolos se enganam os tolos
Comer e o coçar o mal é começar
Devagar se vai ao longe
Depois de fartos, não faltam pratos
De noite todos os gatos são pardos
Desconfia do homem que não fala e do cão que não ladra
De Espanha nem bom vento nem bom casamento
De pequenino se torce o pepino
De grão a grão enche a galinha o paparrão
Devagar se vai ao longe
De médico e de louco, todos temos um pouco
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és
Diz o roto ao nu 'Porque não te vestes tu?'
Depressa e bem não há quem
Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer
Depois da tempestade vem a bonança
Da mão à boca vai-se a sopa
Deus ajuda, quem cedo madruga
Dos fracos não reza a história
Em casa de ferreiro, espeto de pau
Enquanto há vida, há esperança
Entre marido e mulher, não se mete a colher
Em terra de cego quem tem olho é rei
Erva daninha a geada não mata
Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão
Em tempo de guerra não se limpam armas
Falar é prata, calar é ouro
Filho de peixe, sabe nadar
Gaivotas em terra, tempestade no mar
Guardado está o bocado para quem o há de comer
Galinha de campo não quer capoeira
Gato escaldado de água fria tem medo
Guarda o que comer, não guardes o que fazer
Homem prevenido vale por dois
Há males que vêm por bem
Homem pequenino ou velhaco ou dançarino
Ignorante é aquele que sabe e se faz de tonto
Junta-te aos bons, serás como eles, junta-te aos maus, serás pior do que eles
Lua deitada, marinheiro de pé
Lua nova trovejada, 30 dias é molhada
Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão
Longe da vista, longe do coração
Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar
Mal por mal, antes na cadeia do que no hospital
Manda quem pode, obedece quem deve
Mãos frias, coração quente
Mais vale ser rabo de pescada que cabeça de sardinha
Mais vale cair em graça do que ser engraçado
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo
Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto
Madruga e verás trabalha e terás
Mais vale um pé no travão que dois no caixão
Mais vale uma palavra antes que duas depois
Mais vale prevenir que remediar
Morreu o bicho, acabou-se a peçonha
Muita parra pouca uva
Muito alcança quem não se cansa
Muito come o tolo mas mais tolo é quem lhe dá
Muito riso pouco siso
Muitos cozinheiros estragam a sopa
Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe
Nuvem baixa sol que racha
Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu
Nem tudo o que reluz é ouro
Não há bela sem senão
Nem tanto ao mar nem tanto à terra
Não há fome que não dê em fartura
Não vendas a pele do urso antes de o matar
Não há duas sem três
No meio é que está a virtude
No melhor pano cai a nódoa
Nem contas com parentes nem dívidas com ausentes
Nem oito nem oitenta
Nem tudo o que vem à rede é peixe
No aperto e no perigo se conhece o amigo
No poupar é que está o ganho
Não dá quem tem, dá quem quer bem
Não há sábado sem sol, domingo sem missa nem segunda sem preguiça
O saber não ocupa lugar
Os cães ladram e caravana passa
O seguro morreu de velho
O prometido é devido
O que arde cura o que coça sara e o que aperta segura
O segredo é a alma do negócio
O bom filho à casa retorna
O casamento e a mortalha no céu se talha
O futuro a Deus pertence
O homem põe e Deus dispõe
O que não tem remédio remediado está
O saber não ocupa lugar
O seguro morreu de velho
O seu a seu dono
O sol quando nasce é para todos
O óptimo é inimigo do bom
Os amigos são para as ocasiões
Os opostos atraem-se
Os homens não se medem aos palmos
Para frente é que se anda
Pau que nasce torto jamais se endireita
Pedra que rola não cria limo
Para bom entendedor meia palavra basta
Por fora bela viola, por dentro pão bolorento
Para baixo todos os santos ajudam
Por morrer uma andorinha não acaba a primavera
Patrão fora, dia santo na loja
Para grandes males, grandes remédios
Preso por ter cão, preso por não ter
Paga o justo pelo pecador
Para morrer basta estar vivo
Para quem é, bacalhau basta
Passarinhos e pardais,não são todos iguais
Peixe não puxa carroça
Pela boca morre o peixe
Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber
Pimenta no cu dos outros para mim é refresco
Presunção e água benta, cada qual toma a que quer
Quando a esmola é grande o santo desconfia
Quem espera sempre alcança
Quando um não quer, dois não discutem
Quem tem telhados de vidro não atira pedras
Quem vai à guerra dá e leva
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte
Quem sai aos seus não degenera
Quem vai ao ar perde o lugar e quem vai ao vento perde o assento
Quem semeia ventos colhe tempestades
Quem vê caras não vê corações
Quem não aparece, esquece; mas quem muito aparece, tanto lembra que aborrece
Quem casa quer casa
Quem come e guarda, duas vezes põe a mesa
Quem com ferros mata, com ferros morre
Quem corre por gosto não cansa
Quem muito fala pouco acerta
Quem quer festa, sua-lhe a testa
Quem dá e torna a tirar ao inferno vai parar
Quem dá aos pobres empresta a Deus
Quem cala consente
Quem mais jura é quem mais mente
Quem não tem cão, caça com gato
Quem diz as verdades, perde as amizades
Quem se mete em atalhos não se livra de trabalhos
Quem não deve não teme
Quem avisa amigo é
Quem ri por último ri melhor
Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha
Quanto mais te agachas, mais te põem o pé em cima
Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto
Quem diz o que quer, ouve o que não quer
Quem não chora não mama
Quem desdenha quer comprar
Quem canta seus males espanta
Quem feio ama, bonito lhe parece
Quem não arrisca não petisca
Quem tem boca vai a Roma
Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão
Quando um cai todos o pisam
Quanto mais depressa mais devagar
Quem entra na chuva é pra se molhar
Quem boa cama fizer nela se deitará
Quem brinca com o fogo queima-se
Quem cala consente
Quem canta seus males espanta
Quem comeu a carne que roa os ossos
Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro
Quem muito escolhe pouco acerta
Quem nada não se afoga
Quem nasceu para a forca não morre afogado
Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele
Quem não sabe é como quem não vê
Quem não tem dinheiro não tem vícios
Quem não tem panos não arma tendas
Quem não trabuca não manduca
Quem o alheio veste, na praça o despe
Quem o seu cão quer matar chama-lhe raivoso
Quem paga adiantado é mal servido
Quem parte velho paga novo
Quem sabe faz, quem não sabe ensina
Quem tarde vier comerá do que trouxer
Quem te cobre que te descubra
Quem tem burro e anda a pé mais burro é
Quem tem capa sempre escapa
Quem tem cem mas deve cem pouco tem
Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita
Quem tudo quer tudo perde
Quem vai ao mar avia-se em terra
Quem é vivo sempre aparece
Querer é poder
Recordar é viver
Roma e Pavia não se fez em um dia
Rei morto, rei posto
Se em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota
Se sabes o que eu sei, cala-te que eu me calarei
Santos da casa não fazem milagres
São mais as vozes que as nozes
Toda brincadeira tem sempre um pouco de verdade
Todo o homem tem o seu preço
Todos os caminhos vão dar a Roma
Hora da publicação: 08:49 2 comentários
Etiquetas: citações-coincidências, etno-antropologia, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, museus-patrimonio
quarta-feira, julho 01, 2009
Uma imagem ou mil palavras ?
. Uma imagem vale mais do que mil palavras. É velha esta forma de comparar a força cognitiva e comunicativa das imagens e dos textos mas, para além de velha, ela é também inadequada.
Um texto, e antes dele a linguagem em que se expressa, é uma pura convenção. Mesmo quando os idiomas são ideográficos os símbolos que os integram resultam de regras ou de tácitos sociais.
As imagens, pelo contrário, estão tão longe de ser convencionadas que nem sequer percebemos bem quais as regras que usamos para as interpretar. São menos sociais mesmo quando incluem objectos que socialmente têm algum significado.
Raramente nos damos conta de que interpretar imagens, e tomar decisões com base nelas, é um dos actos que praticamos mais frequentemente nas nossas vidas, pelo menos no período em que estamos acordados.
O mundo entra-nos naturalmente pelos olhos e muito antes de saber ler qualquer texto, ou até entender qualquer palavra dita, já essas imagens nos permitem conhecer e actuar sobre o espaço e a comunidade à nossa volta.
Se caíssemos num planeta desconhecido mas iluminado, onde não entendessemos mesmo nada dos símbolos, ainda assim seriam os olhos e as imagens que eles captam a nossa única hipótese de sobreviver.
Quer o pensamento quer a interpretação do mundo podem existir mesmo sem palavras mas isso não significa que, por exemplo, as ideias deste texto fossem facilmente transmitidas recorrendo apenas a imagens.
Também não costumamos pensar que um texto escrito, quando se apresenta a um potencial leitor começa por ser, para esse leitor, “apenas” uma imagem.
Antes de chegar ao sentido de um texto temos que passar por várias fases; (1) reconhecer que estamos perante a imagem de um livro, (2) abrir uma página e nessa imagem localizar os caracteres, (3) verificar se os caracteres são conhecidos (podem ser chineses ou árabes e, portanto, meras imagens para a maior parte de nós), (4) determinar a língua/convenção que devemos usar para a descodificação do texto e depois, só depois, (5) estaremos perante um texto e começaremos a ler.
Muitos pensam que o aforismo “uma imagem vale mais do que mil palavras” significa que não conseguiríamos descrever com mil palavras o conteúdo de uma imagem o que, em muitos casos, até pode ser verdade. Mas esse não é o sentido mais profundo do ditado.
Mesmo que nos seja possível descrever uma imagem com mil palavras demoramos muito mais tempo a ler as mil palavras, e a captar o seu significado, do que a interpretar a imagem que lhes deu origem.
Imaginemos por instantes que conduzimos um automóvel com os olhos vendados e baseados em explicações verbais sobre a estrada e o comportamento de cada veículo ou peão que nos rodeia e teremos um vislumbre da enorme diferença de velocidade entre imagens e textos.
O cinema tira partido dessa velocidade na interpretação das imagens e constrói a sua narrativa com base num vertiginoso “descubra as diferenças” que nós jogamos nas calmas enquanto somos bombardeados com imagens sucessivas. Como dizia Godard “O cinema é a verdade a 24 imagens por segundo”.
Dir-se-á que o texto é sempre de autoria humana e que, portanto, só deve ser comparado com as imagens feitas por homens, quer eles sejam pintores, arquitectos ou fotógrafos. Ao contrário dos textos, que são combinações particulares dos componentes da língua, aceites como um resultado intelectual, íntimo, das experiências vividas, as pinturas e fotografias são vistos como pedaços arrancados, mesmo quando sofrem tranformação, do rosto visível da realidade envolvente. Por outro lado tais pedaços, fotografias ou quadros, são sempre inevitavelmente lidos por quem os observa como mais um objecto presente no vasto palco imagético do mundo.
O que acabamos de dizer não significa que não seja dado um tratamento especializado a tais objectos. Nomeadamente à fotografia que ainda é, para muitos, a representação mais fidedigna do “mundo real”.
Mas as razões do fascínio que a fotografia desperta e a particular leitura de que os objectos fotográficos disfrutam ficará para outra ocasião.
.
Hora da publicação: 11:43 1 comentários
Etiquetas: Fernando Penim Redondo, fotografia-imagem, lingua-poesia, teses-textos
sexta-feira, maio 22, 2009
Requerimento a Fernanda
domingo, setembro 21, 2008
Poesia, para desenjoar da política.
.
Vão ter lugar em Lisboa, nos próximos dias 24 e 25 de Setembro, duas sessões de apresentação dos mais recentes 3 livros de poesia de Amadeu Baptista editados pela Cosmorama: “O Bosque Cintilante” (Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, 2007), “Sobre as Imagens” (Prémio Nacional de Poesia Palavra Ibérica, 2008) e “Poemas de Caravaggio” (Prémio Nacional de Poesia Natércia Freire, 2007).
As apresentações estarão a cargo de Armandina Maia (O Bosque Cintilante), Joana Ruas (Poemas de Caravaggio) e Inês Ramos (Sobre as Imagens).
24 de Setembro na Fábrica Braço de Prata, 20 horas
25 de Setembro na Fnac Chiado, 18h30.
Hora da publicação: 16:10 0 comentários
Etiquetas: Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, livros-revistas
quinta-feira, setembro 04, 2008
Quadra triste (a uma bandeira invertida)
Hora da publicação: 12:26 0 comentários
Etiquetas: blogosfera-comentadores, cartoons2008, estado-governo, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia
quarta-feira, setembro 03, 2008
Massiel canta Bertolt Brecht
.
A era digital tem destas alegrias. Um disco de 1970, há muito perdido com o colapso do analógico, volta a encantar-me reencarnado em CD, por um milagre de Santa Amazon.
Sei de cor e salteado todas as canções, cantadas em castelhano, deste disco de Massiel (a espanhola vencedora do Festival da Eurovisão de 1968 com a canção La, La, La). Esta improvável cantora de Brecht / Weill / Eisler, não sei bem explicar porquê, faz uma interpretação fabulosa dos mesmos standards que já ouvi tantas vezes por tantas excelentes cantoras.
As canções incluídas no disco provêm do espectáculo, “A los hombres futuros, yo Bertolt Brecht”, em que Massiel fazia parceria com Fernando Fernán Gómez .
A editora, que também vende, é a RAMA LAMA. Aqui fica um cheirinho:
Hora da publicação: 12:32 0 comentários
Etiquetas: afectos, anos 70, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia, musica-dança
quarta-feira, maio 14, 2008
A cor do horto gráfico
.
Esta coisa do Acordo Ortográfico parece-me ser mais um não-problema.
Como quase tudo no nosso país está a ser tratado como uma disputa entre claques.
Depois de ouvir e ler muito sobre o tema cheguei à conclusão de que não virá ao mundo nem grande bem, nem grande mal, por causa deste acordo.
Ele é fundamentalmente um sinal diplomático, um gesto simbólico com o qual eu estou totalmente de acordo. É preciso pensar largo, universalmente, tendo sempre em mente a comunidade mundial dos falantes.
Depois há um outro nível de irrelevância da ortografia. Trata-se de uma “lei” sem sanções. Passada a fase dos ditados escolares cada um escreve como calha e não sofre qualquer sanção por isso. Até nos meios de comunicação e nos documentos oficiais podem encontrar-se "variações" ortográficas que não invalidam as notícias nem os contratos.
No plano da comunicação pode argumentar-se que algumas regras têm que ser respeitadas sob risco da incomunicabilidade. Mas também é verdade que certas manipulações da ortografia enriquecem a comunicação, em vez de empobrecer, pela sugestão de novas semânticas.
O mesmo se passa aliás com a sintaxe que, a ser sempre respeitada, limitaria gravemente a linguagem poética.
Num mundo ideal cada pessoa deveria, em cada momento, ter liberdade para gerir a sua comunicação através do equilíbrio entre a inteligibilidade, a ortografia criativa e a linguagem poética. A “ortografia oficial” seria usada nos documentos formais ou de carácter científico.
Estas dissertações foram desencadeadas pelo texto de Rui Tavares no Público de 14 de Maio (ver aqui), que recomendo, intitulado "Uma boa decisão". Diz ele a abrir:
“Vasco Graça Moura escreveu um poema celebrando o sexto aniversário do blogue de Pacheco Pereira, cujo título é Abrupto, e aproveitou a ocasião para lhe lamentar a queda do "p" pelo novo acordo ortográfico, jurando que havia de pôr luto se o abrupto ficasse abruto. É bonito, sim senhor. Mas não é verdade: o "p" em abrupto não é uma consoante muda e, pronunciando-se, continuará na palavra escrita.
Aproxima-se um dia decisivo para a questão ortográfica e a confusão, voluntária ou involuntária, é geral. A confusão, acima de tudo, dá jeito. No meio disto, até há quem pense que o que está em discussão é Portugal ratificar ou não o Acordo Ortográfico. Mas não é.
Portugal já ratificou o Acordo Ortográfico. Há mais de 15 anos. Aquilo que na sexta-feira se votará no Parlamento português é uma modificação que se introduziu, entretanto, para permitir a entrada de Timor-Leste e aceitar que o acordo entre em vigor depois de ratificado por três países.”
.
Hora da publicação: 17:24 1 comentários
Etiquetas: cartoons2008, comunicação-manipulação, Fernando Penim Redondo, lingua-poesia
segunda-feira, maio 05, 2008
Os meus anos 60

Nos últimos tempos temos sido bombardeados com o Maio de 68. Não há cão nem gato que não se queira pronunciar sobre o glamoroso evento.
Eu, que vivi esse Maio e os tempos que se lhe seguiram na guerra da Guiné, penso que é necessário pôr “água na fervura” e mostrar que em 1968 já a revolução dos costumes e atitudes estava muito adiantada e que não foi no Maio de Paris, como muitos pretendem fazer crer, que todas as rebeldias se inventaram.
Para o efeito vou dedicar um post à cronologia de cada um dos anos que antecederam 68.
Eu comecei a década com 15 anos, em 1960, publicando um ingénuo poema nacionalista de influência pessoana no jornal escolar “Caminhando”.
.
.

....................Quando fez o mundo, Deus semeou ilhas
....................Uma aqui, outra acolá, de quando em quando.
....................Contas de rosário, distando muitas milhas
....................Nas suas águas não passaram quilhas
....................Até os portugueses as irem desfiando.
....................Ilhas portuguesas onde bate o mar
....................Elemento de incógnita beleza.
....................Sabeis quem nele vos vem beijar ?
....................As lágrimas que ele próprio fez chorar,
....................Por o cruzar, à gente Portuguesa.
Em 1969, no último ano da década escrevi, ainda na Guiné, um poema posteriormente publicado na Vértice (1971) e que vale a pena comparar com o anterior para perceber o caminho percorrido.
.
.

Pelo meio tinha ficado muita coisa; a entrada para a Universidade (Económicas), a publicação de poemas no saudoso Juvenil do Diário de Lisboa, o casamento, o início da actividade laboral como professor do secundário, a adesão ao PCP, a eleição para a direcção do Cineclube Universitário de Lisboa, as primeiras viagens a Paris e, a partir de 1968, a definitiva transformação provocada pela participação na guerra colonial.
Hora da publicação: 16:09 0 comentários
Etiquetas: anos 60, Fernando Penim Redondo, Guiné, lingua-poesia, memorias-biografias