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quarta-feira, janeiro 16, 2019

Acontecimento improvável e simbólico


Acontecimento improvável e simbólico.
Como muitas vezes acontece a condenação faz-se com base em crimes que não serão, provávelmente, os mais graves que praticou.
Pela primeira vez temos uma condenação deste tipo levada às últimas consequências (que venham outras mais para acabar com as tradicionais impunidades) .
Demorou muito mas acabou por acontecer.

domingo, janeiro 04, 2015

Cínicos



Cínicos
fazem bicha em Évora para visitar o "engenheiro" na sua cela mas, quando ele estava com dificuldades económicas, depois de ter servido o PS durante anos, não o ajudaram.
Foi por isso que ele teve que recorrer ao seu amigo Santos Silva que se mostrou incansável e presente em todas as circunstâncias.
As dificuldade de Sócrates eram enormes; Basta dizer que além do empréstimo da CGD (120.000 euros) e da oferta da mãe de 75% do valor da venda do apartamento no Edifício Heron (450.000 euros) ainda teve que recorrer repetidamente ao seu amigo Santos Silva.
Ser Ex-PM deve dar muita despesa...

quarta-feira, dezembro 31, 2014

"Aquilo que acredita ser a sua verdade"

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Á saída do Estabelecimento Prisional de Évora, António Costa referiu aos jornalistas que encontrou José Sócrates como já todos o conhecemos: com o espírito lutador de "quem vai lutar por aquilo que acredita ser a sua verdade".

"Aquilo que acredita ser a sua verdade" (disse António Costa), é difícil inventar uma frase mais assassina a fingir-se solidária.
O cinismo campeia no mundo da política e o PS assobia para o lado como se não tivesse inventado Sócrates e não o tivesse "vendido" aos eleitores e não se tivesse servido dele durante vários anos.
Como é possível que o PS agora fique passivamente à espera das conclusões da justiça, sem ter opinião e sem mexer uma palha para perceber se durante um governo seu, um primeiro ministro seu praticou a corrupção.
E os outros partidos também se fazem desentendidos.
O juiz Alexandre atacou os "vistos gold" e logo a AR se movimentou e toda a gente assumiu a culpa dos visados. O juiz Alexandre atacou o Salgado e logo a AR criou uma Comissão Parlamentar para esgravatar no bas-fond capitalista assumindo-se como uma espécie de "Casa dos Segredos".
Mas quando o juiz Alexandre atacou Sócrates, por indícios de ilícitos praticados em funções públicas que a AR deveria ter fiscalizado, toda a gente falou de outra coisa.
Não deveria o Parlamento estar a investigar que decisões do governo anterior podem ter tido motivações corruptas e que prejuizos foram causados ao país por tais eventuais desmandos?

segunda-feira, dezembro 15, 2014

Eu prendia era este

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Eu prendia era este
enquanto que o "senhor engenheiro" é bem apessoado e janota o seu advogado tem ar de labrego.
Eu sei que há quem tenha tido azar com o aspecto físico que lhe coube em sorte mas a verdade é que este advogado tem, a julgar pela postura, um assinalável ar mafioso.
O "senhor engenheiro", pelo contrário, para usar um dito popular, "ninguém o leva preso".


(Isto é uma dissertação acerca da influência do aspecto físico, da forma de falar e da atitude em geral no modo como avaliamos as pessoas que não conhecemos. No caso de alguém que é acusado de corrupção parece-me um erro de casting contratar um advogado com esta pinta. Mas o "engenheiro" é que sabe.)

terça-feira, novembro 25, 2014

O incomparável José Sócrates



O incomparável José Sócrates
João Miguel Tavares no Público

Durante muitos anos, eu fiz parte do grupo dos “obcecados”. De cada vez que falava em José Sócrates num texto – e falei muitas vezes –, as pessoas suspiravam, os leitores criticavam, os amigos gozavam, os colegas bocejavam.

Diziam: lá vem ele outra vez, mas porquê esta obsessão?, Sócrates já nem sequer está no governo, este tipo nunca lhe perdoou tê-lo processado, a fulanização em política é uma forma de populismo.
E durante muitos anos, eu tentei explicar pacientemente, persistentemente, teimosamente, que José Sócrates era diferente, que era único, que não se podia comparar a ninguém, que ele era a pior coisa que nos tinha acontecido desde o PREC. Porque se é certo que o ex-primeiro-ministro teve muitos opositores, boa parte deles, de Daniel Oliveira a Pacheco Pereira, sempre se recusaram a ver em Sócrates o que não se via em nenhum outro – por muitas falhas que lhe fossem apontadas, ele era tratado como mais um, os problemas eram menos dele do que do “sistema”, os seus erros e as suas mentiras, diziam os grandes intelectuais anti-fulanização, eram partilhados por muitos mais.
Com o correr do tempo, os “obcecados” foram diminuindo. Após o fim da era socrática, as televisões afastaram-se, os jornais respeitáveis viraram costas, e os colunistas sérios puseram ar de enjoado. Restou o Correio da Manhã, o Sol, em parte a Sábado, recorrentemente acusados de obsessão persecutória, quando qualquer pessoa que soubesse fazer contas de somar sabia não haver qualquer justificação possível para a vida que José Sócrates levava em Paris. Mas parece que neste respeitoso Portugal insistir em fazer perguntas óbvias passa por má educação. Perguntava-se uma vez e Sócrates não respondia. Perguntava-se duas vezes e Sócrates não respondia. E quando se perguntava a terceira vez já se estava a criticar o jornal por insistir na pergunta em vez de se criticar Sócrates por recusar a resposta.

Nem agora, após José Sócrates ter sido detido para interrogatório, essa sede de generalização parece saciada. Ele é preso e avançam de imediato as profecias apocalípticas: é o fim do regime que se aproxima; é a política, como um todo, que é atingida. Não, senhores, não. O regime tem imensas falhas e a política infindáveis problemas, mas Passos Coelho tem toda a razão quando afirma que nem toda a gente é igual. E José Sócrates, graças a Deus, não é igual a ninguém. Ele é o special one da indistinção entre verdade e mentira, pela simples razão de que nunca viu diferença entre uma e outra. A sua detenção não é o fim do regime. Pelo contrário: foi durante o seu consulado que o regime esteve quase morto. O que está agora a acontecer é o oposto disso: é o regime a funcionar outra vez.

E a funcionar apesar de todas aqueles que, confundindo mais uma vez as prioridades, estão muito preocupados com a detenção de Sócrates ao sair de um avião ou por a SIC ter filmado um carro a ir-se embora do aeroporto. Ai, meu Deus, que os jornalistas foram informados! Eu, de facto, preferia que os jornalistas não tivessem sido informados. Mas preferia muito mais que José Sócrates não tivesse sido – e a verdade é que ele foi escandalosamente informado e protegido pela justiça durante anos a fio. Num país onde quase não há busca sensível que seja feita sem que os visados estejam prevenidos, eu diria que há fugas de informação bem mais perniciosas do que aquelas que beneficiam a comunicação social. Andaram dez anos a fazer-nos passar por parvos. Se calhar já chega.

segunda-feira, novembro 24, 2014

CURRICULO IMPRESSIONANTE

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(compilado pelo jornal Expresso 23.11.4014)
As sombras de Sócrates
O nome do ex-primeiro-ministro esteve envolto durante muitos anos em processos de corrupção, mas nunca foi oficialmente suspeito de nada. Até agora.
A primeira vez que José Sócrates foi denunciado por corrupção foi em 1997, há 17 anos. Longe ainda de se tornar líder do Partido Socialista e ganhar as eleições legislativas, o político estreara-se num governo socialista em 1995, assumindo o cargo de secretário de Estado do Ambiente no executivo de António Guterres. Só muito mais tarde surgiram os casos mais conhecidos e polémicos: o Freeport em 2005, que coincidiu com sua ascensão a primeiro-ministro, e, em 2007, o processo da conclusão da sua licenciatura em engenharia civil na Universidade Independente. Em nenhum deles, no entanto, foi constituído arguido.
Cova da Beira. É a história mais antiga a envolver o nome de José Sócrates num alegado esquema de corrupção e está relacionada com a Covilhã, a terra onde cresceu e começou a sua vida profissional. As quatro cartas enviadas à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Judiciária entre 1997 e 1998 eram bastante detalhadas. Diziam que Sócrates teria recebido 150 mil contos (750 mil euros) em "luvas" por causa do concurso público para a construção do aterro sanitário promovido pela associação de municípios da Cova da Beira (de que faz parte a Covilhã). Teria sido ele, segundo as denúncias, a nomear a equipa técnica que escolheu o vencedor.
A investigação demorou dois anos a arrancar e, uma década depois, em 2007, acabaram por ser acusadas três pessoas: Horácio Luís de Carvalho, dono da empresa, a HLC, que ganhou o concurso público, pelo crime de corrupção ativa; António José Morais, engenheiro e professor universitário, dono da empresa AS&M, responsável pela análise das propostas a concurso, pelo crime de corrupção passiva; Ana Simões, sócia de Morais e sua mulher à data dos factos, pelo mesmo crime. Os três foram absolvidos em Janeiro de 2013, apesar de o Ministério Público ter recolhido provas de transferências de 58 mil euros de uma conta offshore de Horácio Luís de Carvalho para uma offshore do casal, ambas na ilha de Jersey. A Polícia Judiciária ainda tentou fazer buscas, no início da investigação, à casa de Sócrates, mas o procurador titular do caso achou que eram descabidas.
O ex-primeiro foi, de qualquer forma, ouvido por escrito como testemunha durante a fase de julgamento, negando qualquer envolvimento no concurso. Embora não tivesse sido acusado, Carlos Santos Silva, amigo de longa data de Sócrates e detido esta semana por crimes em que estão os dois implicados, esteve também ligado ao caso Cova da Beira. O seu nome surgia nas denúncias como uma pessoa muito próxima do então secretário de Estado do Ambiente, sendo que era sócio de Horácio Luís de Carvalho numa empresa chamada Conegil, que por sua vez fazia parte do consórcio da HLC que ganhou a adjudicação do aterro.
Licenciatura. Um blogue esteve na origem da divulgação do caso, em março de 2007. Aparentemente, José Sócrates teria obtido o grau de engenheiro civil concluindo a licenciatura na Universidade Independente de forma irregular, em 1996. Quatro das cinco cadeiras feitas naquela instituição tinham sido ministradas por António José Morais, o engenheiro acusado de corrupção no caso Cova da Beira. E os monitores das cadeiras estavam todos eles igualmente envolvidos no concurso público da Cova da Beira, trabalhando como consultores para a empresa de Morais e ajudando-o a escolher tecnicamente qual a melhor proposta.
Nesse mesmo ano, Morais foi nomeado diretor do Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do Ministério da Administração Interna por Armando Vara, amigo e colega de governo de José Sócrates. E viria a atribuir uma série de trabalhos de fiscalização de obras ao arquitecto Fernando Pinto de Sousa, pai de Sócrates.
Quanto à quinta cadeira, de Inglês Técnico, foi dada pelo próprio reitor da universidade, Luís Arouca, com o exame a ser realizado a um domingo, à mesa de um restaurante. O Ministério Público abriu um inquérito-crime mas arquivou-o logo a seguir, passado dias, alegando que não se provava o eventual crime em causa: falsificação de documento (neste caso, do certificado de habilitações).
Ainda assim, um conjunto de 16 escutas que constavam de um processo-crime relacionado com a gestão da Universidade Independente acabaram por ser divulgadas mais tarde pelo Correio da Manhã. Eram conversas entre Arouca e José Sócrates, gravadas em março de 2007, em que o então primeiro-ministro pedia ao reitor para que não revelasse a um jornalista do Público os nomes dos seus professores.
Freeport. Foi o mais mediático dos processos que envolveram Sócrates. Tornou-se do conhecimento público mal o inquérito-crime foi aberto, em plena campanha eleitoral, quando José Sócrates concorreu pela primeira vez a primeiro-ministro, em 2005, contra Santana Lopes. O enredo envolvia a aprovação ambiental do projecto de outlet Freeport, em Alcochete, numa zona de proteção especial, em 2002, no final do segundo governo de Guterres, quando Sócrates ainda era ministro do Ambiente.
Numa primeira fase, até 2007, o que saiu na imprensa foi contraditório. Sócrates aparecia como suspeito, mas soube-se que a denúncia envolveu um assessor de Santana Lopes, Miguel Almeida, o que retirou credibilidade à tese de que o então ministro teria recebido 500 mil contos em ´luvas'. O caso seria relançado nos media em 2009, quando a TVI divulgou um vídeo clandestino que constava de um processo paralelo em Londres e em que uma das figuras-chave na aprovação ambiental do outlet, o consultor inglês Charles Smith, admitia terem sido pagas luvas ao político, explicando que isso teria sido feito através de um primo.
Apesar de não poder ser admitido como prova em Portugal, o vídeo catapultou a investigação ao caso. A Procuradoria-Geral da República resolveu transferir o processo do Ministério Público do Montijo para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e destacou dois procuradores para trabalharem a tempo inteiro com a Polícia Judiciária de Setúbal.
Mas no fim o que veio a dominar o processo foi a forma intempestiva como terminou o inquérito, no verão de 2010, com um despacho que incluía 27 perguntas que ficaram por fazer a Sócrates, por falta de tempo. O então ainda primeiro-ministro, já no seu segundo mandato, constara sempre como suspeito não oficial, mas nunca foi constituído arguido ou ouvido sequer como testemunha. Dois consultores, Charles Smith (o homem do vídeo) e Manuel Pedro, foram acusados do crime de extorsão. A tese oficial passou a considerar que, afinal, não tinha havido corrupção. A história teria sido inventada pelos intermediários para poderem receber mais dinheiro do grupo Freeport. Os dois foram a julgamento e o tribunal absolveu-os em 2012, dez anos depois dos acontecimentos.

Face Oculta. Foi o seu último escândalo e rebentou depois de ter sido reeleito em 2009. Alegadamente, José Sócrates terá tentado controlar a TVI, uma estação de televisão que lhe era bastante crítica, e esse controlo passava por a Portugal Telecom comprar a posição dominante no capital social detida pelo grupo espanhol Prisa (dono do jornal El País). Isso não chegou a concretizar-se, mas aconteceram alguns movimentos de bastidores e o Ministério Público chegou a propor um inquérito-crime para apurar se tinha ocorrido um crime de atentado contra o direito de Estado.
O caso surgiu de forma fortuita. A investigação a uma rede de corrupção e tráfico de influência com epicentro em Aveiro, tendo como protagonista um industrial de sucata, Manuel Godinho, envolveu escutas a Armando Vara (amigo de Sócrates e então vice-presidente do Millennium BCP) e a Paulo Penedos, consultor jurídico da Portugal Telecom. Essas escutas, que incluíam conversas entre Vara e Sócrates, levaram o coordenador da PJ Teófilo Santiago e os procuradores João Marques Vidal e Carlos Filipe, em Aveiro, a extrair uma certidão em Junho de 2009 para abrir um processo-crime autónomo. O que se seguiu foi uma sucessão controversa de decisões. O procurador-geral da República, na altura Fernando Pinto Monteiro, enviou as escutas entre Vara e Sócrates para o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, mas Noronha do Nascimento não as validou, mandando-as destruir. O PGR optou por não abrir um inquérito-crime e, para evitar a consulta dos factos por terceiros, fez um arquivamento administrativo, uma figura até então desconhecida e cuja legalidade foi posta em causa por muitos juristas.
No fim, e depois de fazer correr muita tinta nos jornais, o assunto já tinha deixado de ser sobre se Sócrates tinha ou não cometido um crime, mas sobre a forma como a Justiça se comporta perante alguém como um primeiro-ministro.

terça-feira, agosto 19, 2014

Putin e Medvedev



Putin e Medvedev no Cova Funda
DN 16.08.2014

quinta-feira, março 15, 2012

A saga continua

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Tribunal Constitucional (TC) entende que a decisão de mandar destruir as escutas entre Armando Vara e José Sócrates não é definitiva. Segundo o Expresso online, caberá aos juízes do tribunal de Aveiro decidir se elas serão ou não usadas no âmbito do processo Face Oculta
O TC decidiu hoje, segundo o mesmo jornal, que a decisão de Noronha do Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, de mandar destruir as escutas que envolvem o ex-primeiro-ministro e Armando Vara, antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos, pode ser apreciada agora pelo Tribunal de Aveiro, que decidirá o destino final dessas escutas.
Ou seja, as escutas que já deviam ter sido destruídas - ainda há cópias parciais no Tribunal de Aveiro - podem ser ouvidas pelo coletivo de juízes que conduz o julgamento do processo Face Oculta, refere o Expresso online.
O acórdão do Tribunal Constitucional - em resposta a um recurso de Paulo Penedos, arguido no mesmo processo -, declara que a decisão de Noronha do Nascimento, que mandou destruir as escutas que envolviam José Sócrates por as considerar irrelevantes e não reconheceu qualquer recurso dessa sua decisão, não é inconstitucional precisamente porque não é definitiva.
DN 13.03.2012


Em suma, o Tribunal Constitucional desautoriza o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. O sarilho que arranjaram, com a conivência do PGR, continua a minar a justiça portuguesa. 
E agora o argumento de que há uma motivação política, para prejudicar eleitoralmente Sócrates, já nem faz qualquer sentido.

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sábado, janeiro 14, 2012

COMO É POSSÍVEL ?




Como é possível o PS fazer uma campanha contra a nomeação de Catroga para um orgão consultivo da empresa privada EDP apenas meses depois do escândalo de Rui Pedro Soares na Administração da PT, por inequívoca indicação do governo de Sócrates ? Palavras para quê ? É preciso não ter vergonha na cara e querer fazer do povo estúpido.

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Novela sem fim



Juíz do Tribunal de Instrução Criminal deu a possibilidade a arguidos para recorrerem da última ordem de destruição das escutas dada pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
O juiz de instrução Carlos Alexandre abriu uma porta aos arguidos do processo Face Oculta que pretendam evitar a destruição das escutas entre Armando Vara e José Sócrates. Num despacho concluído ontem, o magistrado titular do Tribunal Central de Instrução Criminal ordenou - pela primeira vez neste processo - que os arguidos fossem notificados da última decisão de destruição de escutas feita pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, relativa a umas conversas e SMS que tinham ficado guardados no sistema informático da Polícia Judiciária.
Ao mesmo tempo, Carlos Alexandre referiu que só "após trânsito" da decisão, isto é, depois dos arguidos se pronunciarem, é que iria dar cumprimento à ordem de destruição.
DN 29.12.2010


Uma novela que nunca mais acaba.

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quinta-feira, dezembro 23, 2010

Wiki Pimba

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Os jornais de hoje garantem que ainda circulam por aí cassettes pirata das mais intrigantes gravações de 2010. É o nosso modesto Wikileaks.
Que pena já não chegarem aos mercados e feiras a tempo das prendas de Natal. 

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domingo, agosto 08, 2010

Merece republicação


A justiça em Portugal parece-lhe confusa? Não faz ideia porque é que todos os processos que envolvem pessoas importantes acabam sempre em regabofe? Diga não à desorientação! Em apenas 20 passos, eis o guia ideal para entender todos os casos que em Portugal começam com a palavra "caso":


1) Os jornais publicam uma notícia sobre qualquer pessoa muito importante que alegadamente fez qualquer coisa muito má.


2) Essa pessoa muito importante considera-se vítima de perseguição por parte de forças ocultas.


3) Outras pessoas importantes vêm alertar para o vergonhoso desrespeito do segredo de justiça em Portugal, que possibilita a actuação de forças ocultas.


4) Inicia-se o debate sobre o segredo de justiça em Portugal.


5) Toda a gente tem opiniões firmes sobre o que é preciso mudar na legislação portuguesa para que estas coisas não aconteçam.


6) Toda a gente conclui que não se pode mudar a quente a legislação portuguesa.


7) A legislação portuguesa não chega a ser mudada para que estas coisas não aconteçam.


8) As coisas voltam a acontecer: os jornais publicam notícias sobre essa pessoa muito importante dizendo que ainda fez coisas piores do que as muito más.


9) Outras pessoas importantes vêm alertar para o vergonhoso jornalismo que se faz em Portugal, que nada investiga e se deixa manipular por forças ocultas.


10) Inicia-se o debate sobre o jornalismo português.


11) Toda a gente tem opiniões firmes sobre o que é preciso mudar no jornalismo português.


12) Toda a gente conclui que estas mudanças só estão a ser debatidas porque quem alegadamente fez uma coisa muito má é uma pessoa muito importante.


13) Nada muda no jornalismo português.


14) Enquanto o mecanismo se desenrola do ponto 1) ao ponto 13) a justiça continua a investigar.


15) Após um período de investigação suficientemente longo para que já ninguém se lembre do que se estava a investigar a justiça finaliza as investigações e conclui que a pessoa muito importante: a) Não fez nada de muito mau. b) Já prescreveu o que quer que tenha feito de muito mau. c) É possível que tenha feito algo de muito mau mas não se reuniram provas suficientes. d) Afinal o que fez não era assim tão mau.


16) Pessoas importantes que são amigas dessa pessoa muito importante concluem que ela foi vítima de perseguição por parte de forças ocultas.


17) Pessoas importantes que não são amigas dessa pessoa muito importante concluem que em Portugal nada acontece às pessoas muito importantes que fazem coisas alegadamente muito más.


18) As pessoas citadas no ponto 17) iniciam mais um debate sobre a justiça em Portugal.


19) As pessoas citadas no ponto 16) iniciam mais um debate sobre o jornalismo em Portugal.


20) Os jornais publicam uma outra notícia sobre uma outra pessoa muito importante que alegadamente terá feito outra coisa muito má. Repetem-se os passos 1) a 19).

Texto de Miguel João Tavares, "Inteiramente gratuito, eis o guia com que sempre sonhou", no DN de 14.04.2009

Republico por ser cada vez mais engraçado.

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quarta-feira, abril 28, 2010

Parece que é bruxa

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À noite, Armando Vara recebe um telefonema de outro arguido no ‘Face Oculta’, o empresário Fernando Lopes Barreira, que lhe pergunta se viu «a entrevista da ‘bruxa’» à SIC Notícias (referindo-se a Manuela Ferreira Leite, líder do PSD). Vara responde que não e o amigo comenta que «saiu-se bem».

Esta é uma transcrição das escutas do caso Face Oculta. Foi publicada pelo jornal Sol, há uns tempos, mas só recentemente compreendi o alcance do termo "bruxa", utilizado por  Fernando Lopes Barreira, quando se referiu a Manuela Ferreira Leite.




Moral da história: em democracia, se se quer ganhar, nunca se deve dar más notícias aos eleitores antes da votação.
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segunda-feira, março 22, 2010

Sócrates refugia-se no Magreb

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Era o amigo Vara. Vê lá tu que no país deles ainda fazem inquéritos parlamentares só por causa de uma face oculta.

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quarta-feira, março 03, 2010

Há que chamar os boys pelos nomes

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1. O Conselho Superior do Ministério Público reuniu, por convocação do Procurador-Geral da República, para ser por este informado da sua intervenção no dossier respeitante às certidões extraídas do inquérito n.º 362/08.1JAAVR da Comarca do Baixo Vouga.

2. O Procurador-Geral da República esclareceu o Conselho sobre o que este entendeu perguntar-lhe.

3. O Conselho considera, por unanimidade, que estão em causa intervenções de magistrados no legítimo exercício das suas competências funcionais, com observância das metodologias e dos procedimentos característicos da actividade judiciária.

4. O Conselho Superior do Ministério Público reafirma a sua determinação em impedir a contaminação do Ministério Público por considerações de índole política, em cumprir e preservar os procedimentos decisórios próprios e em não admitir que se insinuem motivações extra-jurídicas para as posições processuais que o Procurador-Geral da República ou cada magistrado entenda tomar de acordo com a Constituição e a lei.

Lisboa, 2 de Março de 2010

Neste comunicado do Conselho Superior do Ministério Público sobre o caso a Face Oculta não se percebe se aprova ou desaprova o que se passou e não se percebe a quem os recados se destinam.Tanto podem ter por alvo o PGR, como Sócrates, como as comissões parlamentares de inquérito ou os jornalistas.

Aquilo de que não precisávamos era de mais um comunicado sibilino, corporativo, hermético e que não chama os boys pelos nomes. Um justiça por hieróglifos.

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quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Sócrates objecto de novo culto

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A pequena capela onde se acoitava o ícone da N.ª S.ra do Monte, no Largo das Babosas, e onde casou basta sorte de madeirenses, foi literalmente varrida da praceta anexa à paragem terminal do teleférico. À razia sobreviveu a imagem figurando a N.ª S.ra do Monte, incólume perante as enxurradas que destruíram a singela construção, datada de 1904. Se o templo capitulou, a felicidade do acaso poupou o ícone de barro e sugeriu, na óptica do pároco local, Giselo Andrade, novo culto mariano. Moldado na lama assassina das montanhas madeirenses.
Jornal de Notícias, 25.02.2010

Não é possível evitar as analogias com o caso que envolve, há semanas, o nosso primeiro ministro. Também ele foi sujeito à razia das enxurradas de lama, também ele pode ser considerado um ícone de pés de barro, e também ele tem resistido milagrosamente a tudo isso.

Justifica-se portanto que ele seja objecto de um novo culto como tem estado a acontecer.

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quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Quatro simples perguntas

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clicar a imagem para ampliar

Quatro perguntas perinentes formuladas pelo Público em 24.02.2009

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segunda-feira, fevereiro 22, 2010

A democracia é um julgamento na praça pública

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"Faz bem à justiça ser feita ao ar livre. O vento levanta-lhe as saias e a gente vê o que ela traz por baixo."
Fala do Juiz Azdak em "O círculo de giz caucasiano" de Bertolt Brecht

Tem vindo a aumentar, justamente, o clamor contra os julgamentos na praça pública. As vozes indignadas vão desde o mais insuspeito, o líder do MRPP Garcia Pereira, até ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Entretanto verifico uma enorme lacuna. Ninguém acusou ainda a democracia de ser, ela própria, um autêntico julgamento na praça pública.

De tempos a tempos somos chamados a julgar um numeroso grupo de arguidos, que se auto-intitulam candidatos. Esses julgamentos baseiam-se em informações avulsas, obtidas sabe-se lá aonde e por que meios. Toda a gente fala ao mesmo tempo e a sessão do tribunal (a que chamam pomposamente campanha eleitoral) não se limita às praças, pois percorre até as avenidas e as vielas públicas. Não há qualquer validação da informação divulgada e das promessas delirantes que os arguidos fazem, apesar de estarmos em presença de versões contraditórias ou mesmo antagónicas.

Ainda recentemente, em Setembro de 2009, tivemos oportunidade de experimentar os malefícios destes desmandos. Fomos forçados a absolver o Partido Socialista (com a pena suspensa) baseados em informações incompletas ou mesmo deturpadas. O Procurador Geral da República, certamente para não nos desmoralizar, escondeu-nos durante o julgamento umas escutas cujas transcrições andava a ler. As agências de rating atrasaram vários meses a revelação de que Portugal está em falência técnica e, por isso, durante o julgamento, ainda estávamos convencidos de que o país vogava velozmente ao encontro do futuro, de TGV ou a partir do Novo Aeroporto. Os resultados destas e de outras omissões, e da sentença que então decidimos, estão à vista de todos.

É imperioso acabar com estes caóticos julgamentos na praça pública. Dentro em breve seremos de novo chamados a intervir como juízes. Os arguidos, está-se mesmo a ver, vão acusar-se mutuamente de ser os culpados pelo estado desesperado a que o país chegou. A prescrição dos remédios amargos que nos esperam, em resultado da incompetência e da ganância, ninguém a quererá assumir. Como vamos saber em quem confiar sem os rigorosos métodos da justiça e a validação das provas por quem de direito ?

Proponho desde já que nos recusemos a participar em mais este julgamento na praça pública, nesta autentica farsa, que põe em causa o Estado de Direito. Só devemos votar depois da sentença de um Tribunal competente ter transitado em julgado e de termos percebido quais foram afinal os arguidos/candidatos que o tribunal mandou encarcerar por responsabilidade na bancarrota do país.

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domingo, fevereiro 21, 2010

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Manual para boys e ministros mais dados ao faça você mesmo AQUI

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sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Virtualidades da negação sistemática

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Inspirado neste post do Trix-Nitrix
A informação foi obtida de forma inadmissível pois deve-se sempre pedir licença antes de entrar. Os visados deram a resposta adequada à irregularidade na obtenção de prova.
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