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quarta-feira, janeiro 11, 2012
Um prólogo genial
Publicado por
F. Penim Redondo
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O fabuloso prólogo do filme Melancolia, ao som do Prelúdio de Tristão e Isolda
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quinta-feira, dezembro 15, 2011
Melancolia
Publicado por
F. Penim Redondo
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Melancolia, de Lars Von Trier é antes de mais uma enorme provocação. Põe-nos perante a catástrofe eminente num tempo, como é o nosso, repleto de ameaças e inseguranças.
Mas a catástrofe mostrada neste filme não é uma catástrofe qualquer, é a irremediável e radical aniquilação da humanidade, de todas as formas de vida e da própria Terra, provocada pelo choque com outro planeta. A grande originalidade do filme, e a força do seu impacto, estão no tratamento intimista que adopta contra todas as expectativas e clichés.
A riqueza, o marketing e a ciência, os grandes ídolos pagãos do nosso tempo, são reduzidos a uma escala ridícula. A dimensão da hecatombe e a inevitabilidade do seu desfecho transformam tanto o medo como a tristeza em coisas totalmente deslocadas e quase absurdas.
As imagens iniciais, uma espécie de prólogo que permite diferentes interpretações, são de uma beleza extrema e pungente, o que é também acentuado pela música de Tristão e Isolda, de Wagner.
A experiência de ver este filme é sem dúvida marcante e, no limite, uma catarse de todos os medos e inseguranças. Num plano quase religioso do tipo panteísta.
Pela sua ambição e intemporalidade constitui uma obra prima.
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Hora da publicação: 21:42 2 comentários
Etiquetas: cinema 2011, espacial-cosmos, exageros-catastrofismo, Fernando Penim Redondo
sábado, dezembro 03, 2011
HABEMUS PAPAM
Publicado por
F. Penim Redondo
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Hoje fui ver o último filme de Nanni Moretti que, ao contrário do que consta, não é um filme sobre a igreja ou sobre o papa.
O filme deve ser visto em contraponto a "Palombella Rossa", de 1989, que ao contrário do que parecia não era sobre o Partido Comunista italiano. "Palombella Rossa" tratava do que fica de nós, como indivíduos, quando desaparecem os laços que nos ligam aos clubes, igrejas e partidos.Perguntava se é possível intervir socialmente sem ceder ao clubismo e ao fanatismo.
"Habemus Papam", pelo contrário, trata da fragilidade das nossas instituições quando falha o factor humano que devia suportá-las. A cena da eleição "democrática" do papa, que ninguém quer vencer, dá a chave para todo o filme.
Quando o papa, recém eleito, anuncia a sua renuncia e nos volta as costas, Nanni Moretti devolve-nos ao nosso mundo de crise e decadência, sem uma liderança que se assuma para nos sossegar.
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Hora da publicação: 00:13 1 comentários
Etiquetas: cinema 2011, crenças-religiões, democracia-multipartidarismo, Fernando Penim Redondo
sábado, novembro 19, 2011
Sem tempo e sem saída
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F. Penim Redondo
"IN TIME", traduzido em Portugal para "Sem Tempo", é um filme de Andrew Niccol sobre uma distopia situada no ano 2161. Aos 25 anos todos os homens e mulheres vêem iniciar-se uma contagem decrescente no relógio que lhes foi implantado no braço e que, se nada fizerem, provocará a sua morte ao fim de um ano.
Para o evitar é preciso trabalhar e ganhar mais "tempo de vida", a moeda corrente em tal mundo. Enriquecer é, por consequência, acumular tanto tempo potencial de vida que dispense o seu detentor de uma permanente correria pela sobrevivência e fazer todo o tipo de transacções com essa espécie de novo dinheiro. É possível aos ricos viver durante séculos, ou milénios, mantendo sempre a aparência física dos 25 anos, de quando o relógio começou a desandar.
Não é difícil perceber nesta história uma translação metafórica da sociedade actual baseada no assalariamento. De facto a engenhosa situação que o filme inventa não é mais do que a concretização futurista da tese de Marx segundo a qual o salário está "socialmente calibrado" para permitir a renovação da força de trabalho:
“Poderia responder com uma generalização e dizer que, tal como com todas as outras mercadorias, também com o trabalho, o seu preço de mercado, a longo prazo, se adaptará ao seu valor; que, por conseguinte, apesar de todos os altos e baixos e faça o que fizer, o operário só receberá, em media, o valor do seu trabalho, que se resolve no valor da sua força de trabalho, o qual é determinado pelo valor dos meios de subsistência requeridos para o seu sustento e reprodução, o qual valor dos meios de subsistência é finalmente regulado pela quantidade de trabalho necessário para os produzir (Salário, Preço e Lucro, trad. portuguesa, Ed. AVANTE, 1983, pag.. 65-67)”.
No filme, os trabalhadores em vez de ser pagos com dinheiro que lhes permita comprarem a sua subsistência são pagos directamente em tempo.
O filme tem uma fase descritiva inicial bem organizada e que prende o espectador à expectativa. Mas o autor, depois de mostrar o cerne da inventiva, parece desamparado sem saber como prosseguir e concluir o enredo criado.
Passa então para um registo de tipo policial, com laivos de Robin dos Bosques que rouba tempo ao ricos para dar aos pobres e reminiscências de Bonny and Clyde (o herói da fita anda a roubar na companhia da elegante filha do vilão rico).
Não há ninguém que tente parar, quanto mais reverter, os ponteiros do relógio fatídico. Na ficção, como na vida real, falta imaginação para travar a injustiça.
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Hora da publicação: 21:58 0 comentários
Etiquetas: cinema 2011, classes-corporações, digitalismo-pós_capitalismo, Fernando Penim Redondo, prospectiva-utopia
quinta-feira, novembro 17, 2011
O planeta China
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F. Penim Redondo
Até há uma dúzia de anos o cidadão ocidental médio considerava o nosso planeta constituído pela Europa e os Estados Unidos, circundados por umas cenas exóticas onde por vezes se ía a banhos. Nada de muito importante, nada especialmente relevante.
As voltas da história são traiçoeiras e hoje, quando se vê um filme como "Histórias de Shanghai" de Jia Zhang-ke, tem-se a sensação de ver emergir, ao lado da Terra, um outro planeta muito grande que não se sabe se seguirá paralelo ou se entrará em rota de colisão.
Como podem ter estado na penumbra tais dramas e tragédias, o século XX inteiro destas mil milhões de pessoas?
quarta-feira, outubro 26, 2011
Sangue do meu sangue
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F. Penim Redondo
"Sangue do meu sangue", o novo filme de Canijo, tem recebido muitos elogios da crítica (apesar de algumas excepções) e parece estar a fazer uma boa carreira de bilheteira. Diga-se desde já que o produto está bem acabado e que todos os elogios que têm sido feitos quer aos actores quer à soberba "banda sonora" são absolutamente merecidos.
Mas há neste tipo de filmes sobre a "realidade tal como ela é", para além de uma mistura de bons sentimentos e de voyeurismo, alguma coisa mais? As ideias do realizador acerca da classe média baixa, que povoa os imensos suburbios, e a forma como filmou o quotidiano de um caso pertensamente exemplar, adiantam alguma coisa aos lugares comuns sobre esta matéria?
Durante a exibição do filme fui levado a recordar "Feios, porcos e maus" rodado por Ettore Scola em 1976. De certa forma "Sangue do meu sangue" é um equivalente do filme italiano, transposto para o "estado social" do século XXI.
Mas o filme português, ao contrário do italiano que mostrava desapiedadamente a degradação das relações familiares pela miséria, mostra as relações familiares, "de sangue", como a única fonte de segurança num mundo sem horizontes de futuro (é surpreendente esta recuperação do tema da família pois estamos habituados a vê-lo no discurso de certa direita) .
A desesperança, e o bloqueamento sem fim à vista na ascensão social, é o elemento mais forte do filme. As relações laborais, ou de exploração, não estão de forma alguma em primeiro plano. Os habitantes do bairro social praticam várias formas de pequenos serviços ou tráficos. A narrativa tradicional da esquerda, a luta contra o patronato, não faz muito sentido em tal contexto. O que explica muita coisa do insucesso eleitoral da esquerda nas últimas décadas.
As pessoas, mais do que objectos da exploração de um patrão, são "vítimas" de um sistema que as mantém prisioneiras da sua falta de horizontes e das suas modas (lá estão os telemóveis, as roupas de marca,as nails e os implantes mamários, as telenovelas e os Karaokes).
E neste pântano mostrado por "Sangue do meu sangue", Canijo diz-nos que só o amor da família, depositária da memória de um outro tempo, constitui porto seguro de refúgio contra a desgraça.
sexta-feira, outubro 21, 2011
quinta-feira, julho 21, 2011
Todos somos, ou seremos, Gianni
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F. Penim Redondo
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Com pouco dinheiro, sem efeitos especiais e quase sem uma história é possível fazer um filme de tocante humanismo. Basta ter sensibilidade, olhos que vejam para além do trivial e, é claro, um bom casting mesmo com não-actores.
É um filme delicioso para os "sex-agenários" como eu e um alerta para aqueles que ambicionem vir a sê-lo.
Hora da publicação: 10:50 0 comentários
Etiquetas: cinema 2011, Fernando Penim Redondo, velhice-reformas
segunda-feira, julho 18, 2011
"A AUDIÇÃO" - Uma belíssima curta para curtir
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F. Penim Redondo
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"A AUDIÇÃO" - Uma belíssima curta para curtir
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quinta-feira, junho 16, 2011
Quem Vai à Guerra
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F. Penim Redondo
Hora da publicação: 12:26 0 comentários
Etiquetas: anos 60, anos 70, cinema 2011, Fernando Penim Redondo, guerras-batalhas, Maria Rosa Redondo, memorias-biografias, PALOPs
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