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quarta-feira, abril 28, 2010

Parece que é bruxa

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À noite, Armando Vara recebe um telefonema de outro arguido no ‘Face Oculta’, o empresário Fernando Lopes Barreira, que lhe pergunta se viu «a entrevista da ‘bruxa’» à SIC Notícias (referindo-se a Manuela Ferreira Leite, líder do PSD). Vara responde que não e o amigo comenta que «saiu-se bem».

Esta é uma transcrição das escutas do caso Face Oculta. Foi publicada pelo jornal Sol, há uns tempos, mas só recentemente compreendi o alcance do termo "bruxa", utilizado por  Fernando Lopes Barreira, quando se referiu a Manuela Ferreira Leite.




Moral da história: em democracia, se se quer ganhar, nunca se deve dar más notícias aos eleitores antes da votação.
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quarta-feira, setembro 30, 2009

O Tsunami explicado às crianças (e aos fanáticos)

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A 18 de Setembro foi registado um sismo subterrâneo de grande magnitude com epicentro na primeira página do Diário de Notícias. Ainda estavam todos a exigir a explicação do sucedido quando foram surpreendidos por um tsunami que, saindo pelos televisores, deixou tudo de pernas para o ar.
Os fanáticos são como as crianças, por isso é preciso explicar-lhes tudo timtim por timtim. Aqui vai sob a forma de historieta.
Até ao dia 18 de Setembro nada de notável tinha acontecido, vivíamos todos na nossa pasmaceira habitual mas um dos imbecis que habitam no PS, e se alimentam do PS, sugeriu que seria uma grande ideia lançar uma bomba nos jornais para lixar a Dra. Manuela das asfixias. E assim foi.
Esqueceram-se de perceber que, por tabela, afinfavam no Sr. Silva ou então acharam que era um excelente "2 em 1". Seguiu-se uma campanha desenfreada que deu 36% no Domingo mas que entretanto tinha entalado o Sr. Silva contra a parede, com transmissão em directo e em canal aberto.
O tsunami era a consequência inevitável. Agora andamos todos a ver se encontramos um governo viável por entre os destroços. A moral da história fica por conta de cada um.
Agora a sério.
O PS fez o que nunca ninguém tinha feito: atacar e pôr em causa o Presidente da República.
Nem a direita nos piores tempos de Soares ou de Sampaio se atrevera a tocar nessa instituição que parecia ser a única para onde os portugueses ainda se podiam voltar quando tudo o mais falhava.
Essa válvula de escape do sistema foi eliminada em troca de quê ? De uma semi-vitória nas legislativas de 2009.
Essa válvula de escape do sistema foi eliminada com base em quê ? Um email escrito há 17 meses por um jornalista sobre um história que roça o ridículo e que foi roubado não se sabe por quem.
E agora ?
O que é que acontece quando o partido mais votado é acusado pelo Presidente de mentiroso, manipulador, intolerável e indecente ?
Para já esse partido finge que não ouviu. Mas será que resulta ?
Estou convencido de que, aberta esta caixa de Pandora, nos esperam tempos muito difíceis de radicalização à esquerda e à direita, até que as próximas eleições presidenciais em 2011 resolvam esta guerra.
Antevejo que Cavaco vai procurar empurrar o PS para uma aliança com o BE e o PCP.
Dessa forma Cavaco pode sonhar com a reeleição pelo desgaste de um governo crismado como "comunista". O "radicalismo" de tal governo, se forem dados os pretextos convenientes, pode atirar os eleitores do centro para os braços do novo PSD à Passos Coelho, nas eleições que o presidente reeleito convocará para salvar o país da "revolução". Um governo de maioria de esquerda é, com razão ou sem ela, a única esperança da direita para regressar ao poder.
Se os actuais votantes não chegarem para concretizar tal plano poderá sempre recorrer-se a uma campanha de terrorismo ideológico que assuste, e faça regressar ao sistema eleitoral, os 39% que se abstiveram no dia 27.
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terça-feira, setembro 29, 2009

A fava

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O brinde do famoso Bolo das Escutas saíu, no dia 27, ao Engenheiro Sócrates. Hoje à noite ficaremos a saber a quem vai caber a fava.

Adenda às 21:40 - a fava é para o Zé Povinho. Começou a campanha para as presidenciais. Os irresponsáveis que resolveram usar esta parvoíce das "escutas" para ganhar as legislativas arranjaram um rico sarilho de consequências imprevisíveis. De repente a formação do próximo governo deixou de interessar, vamos assistir a uma polarização e guerra sem quartel entre a esquerda e a direita em plena crise económica. Mesmo que seja verdade que F. Lima tentou, há 17 meses, publicar uma noticiazeca isso é ridículo face ao terramoto que foi desencadeado.

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segunda-feira, setembro 28, 2009

Sem a pesada herança

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Com a sua votação no Domingo os portugueses obtiveram um importantíssimo resultado: finalmente têm um Primeiro Ministro que não se pode desculpar com a herança deixada pelo governo anterior.
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domingo, setembro 27, 2009

Declaração de (não) voto

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Escrevo este post antes de serem conhecidos os resultados da votação para que não se diga que o faço por causa deles.
Escrevo por imperativo cívico, para afirmar que os resultados, sejam eles quais forem, ficarão inevitávelmente manchados por aquela que foi, provávelmente, a mais grave mistificação durante um período de campanha eleitoral desde que a nossa democracia atingiu a sua fase "civilizada".

Os factos

- A 18 de Agosto 2009 o Público incluiu uma abordagem das escutas com pretexto nas afirmações do PS de que haveria assessores de Cavaco a colaborar na preparação do programa do PSD. A tese implícita era que o PS só podia fazer tal tipo de afirmações se estivesse a vigiar os tais assessores.
- Cerca de um mês depois, a poucos dias das eleições legislativas, o DN publicou o conteúdo de um email enviado por um jornalista do Público a um colega em Abril de 2008. Nesse mail era mencionada uma reunião com Fernando Lima, assessor de Cavaco, em que ele pedira a divulgação pelo jornal das suspeitas da presidência relativamente a uma hipotética vigilância a que estaria submetida.
- Não se sabe quem, quando e por que meios obteve o referido email e como foi ele parar aos jornais.
- Não se conhece qualquer declaração do autor, nem de Fernando Lima, sobre os factos relatados no email.
- Apesar de todas estas incertezas e indefinições o artigo do DN deu origem a uma desefreada campanha mediática que se desenvolveu como se fossem inquestionáveis:
1) os factos relatados no email,
2) a ligação entre esses factos e o artigo do Público publicado 17 meses depois, em 18 de Agosto 2009,
3) o envolvimento de Cavaco, como mandante,
4) a inexistência de quaisquer escutas,
5) a inexistência de qualquer "asfixia democrática" como corolário da inexistência das escutas
- Esta campanha estendeu-se a todos os meios e, a partir desse momento, não houve qualquer outro tema relevante que conseguisse obter atenção e tempo de antena durante o que faltava da campanha eleitoral.
- Pela primeira vez na nossa história recente a luta política partidária usou meios que põem em causa a dignidade da função presidencial e que constituem um verdadeiro "julgamento mediático" do Presidente, com consequências imprevisíveis para o regime.

Considerandos sobre uma história mal contada

- Um Presidente tem tão poucos meios e poder que manda um assessor pedinchar a um jornalista subordinado o favor de uma noticiazinha ? Por que é que ele não ligou ao Belmiro ou, já que dizem que o homem está a soldo, ao director do Público ? Porque é que falaria com um subalterno sujeitando-se a ser desmascarado ?
- Mesmo admitindo que tenha feito tal pedido, e admitindo que o artigo de 18 de Agosto do Público era consequência desse pedido, temos que concluir que só foi atendido 17 meses depois. O homem não tem mesmo influência nenhuma.

Conclusões

A meia dúzia de dias das eleições transformar isto numa coisa essencial é claramente uma manobra cujo beneficiado é, sem dúvida, o Partido Socialista.
O desafio a Cavaco, que só foi lançado para salvar in extremis estas legislativas, faz-nos a todos correr graves riscos de turbulência no momento de formar o novo governo. Neste tempo de enormes dificuldades e incertezas estamos perante o espectro da ingovernabilidade já que, na prática, se está a antecipar dois anos a luta pela Presidência.

Se por um lado este episódio revela uma hipotética tentativa canhestra da parte de Cavaco por outro expõe a potentíssima máquina mediática que conseguiu de uma penada, a partir de material clandestino e irrisório, substituir na campanha o julgamento do governo de Sócrates por um ataque ao PSD e ao Presidente da República.
Os portugueses podem portanto ter dúvidas acerca da competência conspirativa de Cavaco e dos seus assessores mas não podem ter qualquer dúvida sobre a existência algures de uma fábrica comunicacional capaz de transformar quase nada em quase tudo.
Eu, pela minha parte, passarei a interrogar-me sistemáticamente sobre toda e qualquer informação proveniente de tal fonte.

Através destas denúncias mútuas ao mais alto nível, que creio se irão intensificar, desaparece qualquer referêncial credível para os cidadãos.
Em suma, tudo isto é delirante e faz supor que realmente estamos a ser governados por seitas secretas em que nunca votámos.

O regime já de si tão debilitado foi alvo, por obra e graça do fanatismo partidário, de um dos mais contundentes ataques da sua história.
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O dever cívico

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O bom povo português que ontem encheu as bancadas da Luz e do Dragão é o mesmo que hoje, com igual determinação clubística, ponderação e discernimento estratégico, vai às urnas escolher a doutora ou o engenheiro.

Bem haja.

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sábado, setembro 26, 2009

Presunto e abanico

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Ao ler o Publico.es descubro finalmente o porquê das reservas de Manuela relativamente a nuestros hermanos:
"Hace una semana, las encuestas para las elecciones generales de mañana indicaban un empate técnico entre los dos grandes partidos, un cuadro que cambió radicalmente al desmoronarse las acusaciones de un presunto espionaje al presidente conservador, Aníbal Cavaco Silva, que habría sido ordenado por el primer ministro socialista, José Sócrates."
Nunca me passou pela cabeça que um presunto estivesse envolvido, como espião, nas escutas ao senhor Presidente. Se eles o dizem...
De notar também que consideram Sócrates não só favorito como, o que é muito mais arrojado, até mesmo socialista.
Mas a sobranceria dos espanhóis é ainda mais grave na forma como caracterizam a política no nosso país:
"El abanico político portugués, además de ser amplio, se presenta confuso."
Volta Manuela, estás perdoada.
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UTOPIA

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Era uma vez um país tão igualitário, tão igualitário, que o Presidente quando queria publicar mandava o assessor pedir por favor ao porteiro do jornal.

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Dia de reflexão

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A campanha acabou. Os golpes e contra-golpes de bastidores levam-nos a suspeitar que, nesta aparência de democracia, somos de facto governados por seitas secretas que desconhecemos. Aqueles em que se vota amanhã são meros testas de ferro ?

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sexta-feira, setembro 25, 2009

Ninguém quer a China



A Liga Espanhola de Futebol (LFP) está a considerar a possibilidade de voltar a realizar grande parte dos jogos do escalão principal às três da tarde. Porém, a intenção não passa tanto por agradar aos adeptos mais apegados às tradições, mas antes pela necessidade de conquistar novos mercados, em especial o asiático. A antecipação de jogos para o prime time televisivo em países como a China é o caminho apontado pelo director geral da Liga, Francisco Roca.
Esta notícia recente é bem esclarecedora da atenção que "nuestros hermanos" dedicam à grande potência asiática em ascensão. Na nossa campanha eleitoral, onde o sentimento anti-espanhol até teve afloramentos, ninguém se refere à China. Porquê ?
A China é um exemplo inconveniente quer à esquerda quer à direita.

À esquerda porque mostra que um partido comunista, mesmo omnipotente como é o chinês, teve que reconhecer que precisava dos mecanismos capitalistas para relançar o crescimento económico.
Considerando que a sociedade é um barco e que o estado é o casco, por mais forte que o casco seja há que perguntar qual é o motor se quisermos que o barco siga em frente. Os chineses montaram um motor capitalista num barco cujo casco é fortíssimo e continua a ser assegurado pelo Partido Comunista da China. Reconheceram portanto que não existe, para já, nenhum motor mais eficiente.

À direita a China causa outro tipo de engulhos. A tese de que o modelo ocidental de democracia parlamentar é o único que permite que o mercado funcione é desmentido pela experiência chinesa. O mercado imenso que é a China neste momento tem uma dinâmica imparável e a China enriquece todos os dias mesmo quando os outros países mirram sob a crise.
Em democracia sobrevive-se a curto prazo prometendo tudo a todos, mesmo que tal seja impossível; o governo chinês está livre desse fardo e pode concentrar-se no futuro.
Os recursos financeiros da China permitem-lhe até andar pelo mundo a comprar empresas e recursos naturais aproveitando estarem ao "preço da chuva".

Por tudo isto os nossos políticos procedem como se nada estivesse a acontecer a Oriente, nem sequer fazem como os espanhóis e brasileiros que tentam desesperadamente aproveitar, ao menos, o potencial de um mercado gigantesco.
Por cá ninguém quer a China mas a realidade far-nos-á uma grande partida mais dia menos dia.

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quinta-feira, setembro 24, 2009

Avante ou avançar ?

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Acabo de me cruzar com uma uma arruada (ou avenidada pois foi na Av. da Igreja) da JS, comandada para meu espanto pelo bisonho Vitalino "apanha as" Canas.
O homem, em pessoa, parece um daqueles tipos que ficaram até muito tarde nos escuteiros mas que, neste caso, usa fato com colete mesmo sob 29º de temperatura.
Um simpático jovem ofereceu-me a simpática raquette que figura neste post um adereço que, suponho eu, a JS recomenda ao povo para enxotar os problemas que o afligem.
Ao receber a oferta eu gritei: "Avante Portugal !", para testar o jovem. Ele, prevenido e bem formado, percebeu a provocação e respondeu: "Avante não, avançar !".
Talvez avante e avançar não sejam assim tão diferentes. Quando me meti no carro ouvi, no noticiário, que uma aliança pós-eleitoral entre o PS e o PCP começa a estar em cima da mesa.
Creio perceber que o Eng. Sócrates quer ver se arranja forma de evitar o Dr. Louçã, que ele considera, sabe-se lá porquê, um chato.
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quarta-feira, setembro 23, 2009

Por que não vou votar

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Há dias o DN dizia que, há 17 meses, um jornalista disse que um assessor lhe dissera que o presidente havia dito que temia que escutassem o que eventualmente dissesse.
Este episódio remoto, um pouco ridículo, foi transformado no centro da campanha eleitoral e passou a dominar todos os noticiários e debates, o que é notável como manobra política.
Se por um lado revela uma hipotética manobra canhestra da parte de Cavaco por outro expõe a potentíssima máquina mediática do PS que conseguiu de uma penada, a partir de material clandestino e irrisório, substituir na campanha o julgamento do governo de Sócrates por um ataque ao PSD e ao Presidente da República.
A organização que esta operação pressupõe é de alto calibre e não funciona certamente na base da improvisação e da carolice. Se a isto juntarmos o caso da Manuela Moura Guedes, e não só, talvez a "asfixia democrática" invocada pela "outra senhora", ou pelo menos a asfixia do PSD, comece a fazer algum sentido.
Eu disse recentemente que uma coligação de direita não tem condições sociais para governar Portugal. Os factos recentes deram-me razão e mostram que um governo desse tipo seria trucidado pela máquina mediática do PS em três tempos, como sucedeu com Santana em 2005. De qualquer forma, como é óbvio, essa nunca seria a minha opção de voto.
Mas o PS, cujas tentativas reformistas têm muitos aspectos que eu aprecio, assusta-me enquanto cidadão. A sua capacidade para manipular a informação ultrapassa o razoável e causa-me uma certa repulsa.
A guerra com Cavaco, que só foi empolada para salvar in extremis estas legislativas, faz-nos a todos correr graves riscos de turbulência no momento de formar o novo governo. Neste tempo de enormes dificuldades e desafios estamos perante o espectro da ingovernabilidade já que estão a antecipar dois anos a luta pela Presidência.
À esquerda do PS o panorama é desolador. Não há uma ideia consistente de futuro e, à falta de uma proposta verdadeira alternativa, começam a proliferar os saudosismos e os radicalismos imbecis.
Numa bebedeira emocional preparam-se para reeditar os mesmos erros com que, em 1975, arruinaram o verdadeiro PREC.
Perante isto declaro-me impotente, tal como a generalidade dos cidadãos.
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domingo, setembro 20, 2009

O Campeonato

A campanha eleitoral tornou-se um campeonato dos espiões. Ficámos agora a saber que dirigentes do BE têm PPRs e acções de empresas capitalistas. Pelos vistos "quem se mete com o PS leva...".
A história das escutas no DN está mal contada e revela maquiavelismo. O Público cumpriu o "pedido do Presidente" dezassete meses depois ? Parece demasiada falta de respeito por parte de um jornal subserviente.
As actuações quer do Público quer do DN (quem lhe entregou o tal email ?)são ambas deploráveis e revelam a guerra reinante entre os gangs de assessores.
Sucedem-se, e provavelmente continuarão a suceder, os "escândalos"- caso Público, PPRs do BE, votos pagos no PSD, congelamento da carreira do juiz Rui Teixeira, emprego de MFL no Santander etc, etc. Não é estranha tanta coincidência de casos neste momento? há que perguntar a quem servem?
O que aparentemente se passou com o Público é diferente da habitual relação entre jornais e fontes no governo ou na presidência?
Eu como cidadão evitarei embarcar nesta divisão entre anjos e demónios.
Para já faço uma dedução: a investida contra o PR, com base no caso do Público, parece revelar que o PS prevê um governo da MFL apoiado por Belém em vez de um governo PS a necessitar da colaboração presidencial na sequência das próximas eleições.
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sábado, setembro 19, 2009

Coabitação Democrática

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Um jornal que recebe dicas de um assessor presidencial e outro que passados dezassete meses, em plena campanha eleitoral, tem acesso a mensagens privadas de jornalistas do primeiro. O mais grave é que, por ganância eleitoral, resolveram esgrimir em público estes actos "triviais" que normalmente ocultam das nossas vistas.
É este o ambiente de guerra de gangs em que vivemos e não é só na Quinta da Fonte.

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quinta-feira, setembro 17, 2009

Por que não gosto de campanhas eleitorais

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As campanhas eleitorais são uma bebedeira de emoções clubisticas, são o último lugar onde alguém, alguma vez, será esclarecido.
As campanhas funcionam com uma terminologia que põe a realidade entre parentesis, ai de quem não consiga distanciar-se; desviam a atenção daquilo que a experiência nos mostrou acerca dos candidatos no passado para aquilo que prometem no futuro.
As Campanhas eleitorais são como discutir o Relatório e Contas e o Plano de Actividades do Benfica nas bancadas do estádio durante um jogo contra o F.C. Porto.
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segunda-feira, setembro 14, 2009

O dilema eleitoral






Regressei a Portugal quando, em teoria, a campanha eleitoral deve começar mas tenho a sensação de que já tudo foi dito antes de eu chegar.
Não resisto à tentação de dar o meu "contributo" para a confusão instalada.
Eu acho que estas eleições apresentam um verdadeiro quebra-cabeças a quem pense ir votar (aos outros já lhes basta a descrença sobre o futuro do país).
Falemos então do dilema eleitoral.
Uma maioria de direita, do PSD ou do PSD+CDS, não tem condições sociais para governar. A agitação sindical e as investidas da comunicação vão esfrangalhar qualquer governo desse tipo em três tempos. Não deve conseguir durar um ano, pelas minhas contas. Basta ver o que sucedeu ao governo de Santana Lopes.
Mas uma maioria por convergência à esquerda, por exemplo do PS com o BE, ao introduzir na área do poder forças vocacionadas para a contestação em roda livre, que não têm projecto próprio que não seja de negação, pode produzir resultados catastróficos. Talvez uma tal coligação seja a única hipótese de a direita voltar a ter uma base social de apoio para governar, de forma musculada.
Portanto, meus caros, só vos resta votar no senhor engenheiro e rezar para ele ter maioria absoluta. De todos os maus cenários de futuro que nos cercam esse é capaz de ser o menos mau.
Espero não vos ter desmoralizado em demasia, só o suficiente.
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segunda-feira, agosto 31, 2009

A carreira indecente do "Compromisso de Verdade"

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"Suspenderemos, porém, o actual modelo de avaliação dos professores, substituindo-o por outro que, tendo em conta os estudos já efectuados por organizações internacionais, garanta que os avaliadores sejam reconhecidos pelas suas capacidades científicas e pedagógicas, com classificações diferenciadas tendo por critério o mérito, e dispensando burocracias e formalismos inúteis no processo de avaliação. Reveremos o Estatuto da Carreira Docente, nomeadamente no respeitante ao regime de progressão na carreira, corrigindo as injustiças do modelo vigente e abolindo a divisão, nos termos actuais, na carreira docente."
"Compromisso de Verdade", programa do PSD para as legislativas 2009

Para além do oportunismo repugnante este ponto do Programa Eleitoral do PSD é um tratado para se perceber como, eleição após eleição, as corporações têm esmifrado à oposição as mordomias que levaram o Estado português ao estado actual, à beira da falência.
Estou a lembrar-me, a este propósito, do "Novo Sistema Retributivo da Função Pública" adoptado durante os mandatos de Cavaco Silva.
O processo é muito simples, o PSD enquanto oposição promete tudo o que o PS recusou como governo, e o PS na oposição concede tudo o que o PSD negou estando no poder. Alternadamente.
A verdade deste "Compromisso de Verdade" é que o PSD se propõe comprar votos com o dinheiro dos próprios eleitores, com o nosso dinheiro.
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E a campanha aquece

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sábado, agosto 22, 2009

Alianças

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Recentemente Ferro Rodrigues fez declarações acerca das alianças pós-eleitorais do PS. Dada a importância do tema é de lamentar que Ferro Rodrigues tenha admitido quase todas as hipóteses (só excluiu o CDS) como se a única coisa importante fosse assegurar a manutenção das cadeiras do poder.
Realmente desta vez, nas eleições de Setembro, os programas parecem ter pouca importância. O que verdadeiramente interessa é como, e com quem, cada partido espera ter condições para governar.
Os programas de nada valem se, depois de apurados os resultados, não houver sustentação para os executar ou se, por necessidade, se fizer uma aliança pós-eleitoral que os desvirtue significativamente.
Mas quem vota num partido tem que saber o que vão fazer com o seu voto. Não pode estar sujeito a presenciar, impotente, a alianças oportunistas e arranjos de ocasião.
O caso do PS é o mais problemático devido à posição central que ocupa no espectro partidário. Quem votar no PS tem que saber se eventualmente está a contribuir para um governo do "bloco central" ou para um governo de esquerda influenciado pelo BE ou PCP.
Enquanto a alianças não forem claras antes da votação qualquer aliança pós-eleitoral carece de suporte democrático e pode mesmo constituir um grave embuste político.
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sábado, agosto 15, 2009

PS mete o avô e a criança no mesmo saco


Público
14.08.2009

O PS lançou ontem o primeiro de quatro números do jornal de campanha eleitoral às legislativas, que pretende de "fácil leitura", para "o avô e a criança", e que será distribuído nas cidades e praias.
Em conferência de imprensa na sede do PS, o director do jornal, Ascenso Simões, secretário de Estado das Florestas, disse que o jornal foi pensado para ser "simples e de fácil leitura", e que "serve para o avô e serve para a criança".
No primeiro número do jornal Avançar Portugal, que teve uma tiragem de 200 mil exemplares, a "manchete" é uma entrevista ao coordenador do programa eleitoral do PS, António Vitorino. Para além de enumerar os objectivos do programa socialista, António Vitorino confessa que leva para férias um livro para aprender como se deve "adaptar à meia-idade". A imagem do primeiro-ministro e secretário-geral socialista, José Sócrates, aparece apenas na secção "descubra as diferenças". "Não é um jornal de risco ao meio, é tão inventivo que conseguimos transmitir a mensagem sem a leitura tradicional", afirmou Ascenso Simões.

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Trata-se do regresso à antiga máxima "a velhice é uma segunda infância" ?

O PS está desactualizado. Hoje, grande parte dos avós é gente activa e interveniente, capaz de ler um jornal para adultos. Um jornal normal.

Eu, orgulhosamente avô, sinto-me ofendido por ser posto intelectualmente ao nível das crianças. Por isso acho que o PS acaba de dar um tiro no pé.

Ou será uma vingança contra o Vital Moreira, o "avô cantigas" das últimas europeias ?


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