3200 casas atribuídas por cunha em Lisboa
Artistas, jornalistas, amigos políticos pagam em média €35 de renda. Escândalo começou há 30 anos.
Não há outra forma de atribuir estas casas. São perto de 3200, oriundas de várias proveniências, entre as quais moradias ou apartamentos dados à Câmara Municipal de Lisboa como contrapartida de benefícios atribuídos a cooperativas de habitação.
Há mais de 30 anos que o esquema existe e, normalmente, tem sido o vereador da Habitação, ou os seus serviços - quando não o próprio presidente da Câmara -, a conceder aquelas habitações de forma directa. A gente pobre, mas também a amigos, a artistas, a familiares, a correligionários.
A média das rendas cobradas é de 35,48 euros, mas ninguém sabe ao certo qual a percentagem das que são pagas.
Estas casas - palácios, moradias, apartamentos, lojas - fazem parte do chamado Património Disperso e, segundo um estudo da Universidade Lusófona, “a CML não sabia, nem sabe, do que é dona”.
O levantamento está feito, mas não foi entregue à autarquia por falta de pagamento.
EXPRESSO, 27.09.2008
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Agora percebo porque há tantos adversários da "redução do peso do Estado". Para muitos o Estado dá mesmo um jeitão.
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