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Num breve panorama do actual cinema chinês, intitulado "O Despertar da China", o Museu Fundação do Oriente tem dado a ver um conjunto de seis filmes de ficção de produção muito recente, multipremiados em festivais de cinema internacionais e quase todos inéditos nas salas portuguesas. Longe dos clichés prevalecentes nos media ocidentais, são filmes que mostram que histórias se inventam hoje sobre a vida naquele gigante asiático e como os percursos individuais estão a ser afectados pelas profundas transformações sociais, económicas e culturais em curso no país. Uma oportunidade para ver o novíssimo cinema chinês.
Ontem tive oportunidade de ver "Blackguard Quingzi" com realização de Wei Xue-Qui e interpretação de Zhu Hongwei, Meng Qiaohui.
Numa espécie de neo-neo-realismo vemos vidas desenraizadas que percorrem um espaço suburbano caótico.
O jovem Qiangzi sai da prisão. As enormes mudanças verificadas na sua cidade fazem-no sentir-se um estranho. Vai à procura, de memória, da sua casa, mas apenas encontra ruínas. Qiangzi quer refazer a vida, mas não é aceite pela sociedade. Todos sabem que ele era um marginal.
O filme consegue fazer-nos sentir o peso destas vidas duríssimas, plenas de solidão num mundo que não para de se reconfigurar. Com a consciência insuportavel de participar de um gigantesco espectáculo mas sem saber qual o papel que lhes está distribuído.
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