terça-feira, maio 31, 2016

Poema famoso revertido para o tempo novo


Poema famoso revertido para o tempo novo

Uma vaquinha voava, voava
Cornos ao vento
Rabo a dar, a dar
Como ela, somos livres
Somos livres de sonhar

sexta-feira, maio 27, 2016

Momento poético



Joaninha avoa, avoa
Que o Costa largou Lisboa
Com um saco de dinheiro
P'ra pagar IVA ao tasqueiro


Joaninha avoa, avoa
Que o Costa largou Lisboa
Com trambiques milionários
Para dar aos funcionários


Joaninha avoa, avoa
Que o Costa largou Lisboa
Com seus sonhos impossíveis
Que pagas nos combustíveis

quinta-feira, maio 26, 2016

A árvore dos desentupidores



A árvore dos desentupidores
Hoje passei no lote 14. As janelas do segundo direito continuam fechadas e os estores corridos até abaixo.
Foi quase sempre assim desde que ele morreu há seis anos. Com pequeno interregno em que lá morou uma simpatica família cheia de miúdos.
Cá em baixo, no jardim entre os prédios, os arbustos florescem apesar da incerteza primaveril e, entre eles, sobresaem as flores vermelhas da “árvore dos desentupidores”.
Foi ele que a plantou. Trazida de uma viagem, a ver a filha e os netos, à Califórnia.
O pequeno ajardinado adjacente à praceta era o seu feudo, onde reinava desde que trespassara a loja ainda rijo. Era um regresso à agricultura que nunca chegara a praticar. Ele que fugira da casa nas beiras, para a cidade, com meros 13 anos.
Creio que ele nunca chegou a saber que chamam califemo, àqueles arbustos cuja flor parece um escovilhão pronto a entrar pelo gargalo de uma qualquer garrafa a precisar de limpeza.
Tivemos alguns desacordos por causa disso; eu realmente não apreciava aquele exotismo. Ele, pelo contrário, deliciava-se com os elogios dos passantes e foi fazendo oferecimentos à vizinhança.
Ao fim de algum tempo já se viam, aqui e ali, novas “árvores dos desentupidores”, como eu lhes chamava, que descendiam da matriz importada, às escondidas, das costas do oceano Pacífico.
Então fui levado a olhar para aquele jardim como um legado do meu pai, uma coisa viva que ele deixou e que lhe vai sobreviver sabe-se lá quanto tempo.
Ele não era dado a especulações metafísicas mas eu gostava que ele, esteja onde estiver, pudesse ver as abelhas girando à volta das flores que plantou.
Fui o resto do caminho a olhar para os arbustos de uma outra maneira, com outra consideração. Cada um deles é afinal uma herança.
Que o pai de alguém deixou ali para aqueles que, como eu, agora passam.

terça-feira, maio 24, 2016

A vaca do Costa


Expresso, 21.05.2016

segunda-feira, maio 16, 2016

Os donos disto tudo


Desde ontem, a propósito e a despropósito, em cenas de rua e em cerimónias oficiais, em diferido e em directo, todos os portugueses são obrigados a participar dos festejos do Benfica durante horas a fio.
Muito do anti-benfiquismo, que realmente existe, nasce desta prepotência despropositada de quem se sente dono disto tudo.

sexta-feira, maio 13, 2016

E o mentiroso era o outro...


Quem ouvir com atenção as sucessivas intervenções de A. Costa sobre o Plano B não pode deixar de ficar incomodado; as omissões, os devios, as meias palavras e os descarados malabarismos revelam uma mente vocacionada para a manipulação.
Quer no parlamento, quer nas entrevistas como a de ontem na SIC, Costa salta com agilidade do documento que entregou à "Europa" com medidas para 2016 (que ninguém conhece) para um outro quadro relativo ao plano de estabilidade nos próximos anos (este já conhecido).
A manobra é tão incrível que os interlocutores ficam como que desorientados e sem perceber o que lhes está a acontecer.
Revejam a forma como Costa respondeu ontem na SIC a esta questão e vão perceber o artista que nos tocou pela porta.
E o mentiroso era o outro...

terça-feira, maio 10, 2016

Ribeira dos Caldeirões


Ribeira dos Caldeirões
S. Miguel - Açores

sexta-feira, maio 06, 2016

Cavalo na Gorreana



Cavalo na Gorreana