sábado, dezembro 30, 2006

Buenos Aires, querida ?



Estou desde o dia 29 em Buenos Aires.
A cidade é imensa e a mais europeia da América do Sul.
A sua grande especialidade sao os fantásticos bifes e o omnipresente tango e está tudo dito.

No bairro marginal de La Boca, com o seu estádio Bombonera e as casas de cores berrantes, percebi finalmente o fenómeno Maradona.

Há um "cheiro" no ar, uma mistura de Espanha e de Itália, com travo a emigrantes pobres que depois enriqueceram.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Amadeo



Um "Diálogo de Vanguardas" a não perder.




Na Fundação Calouste Gulbenkian




Até 14 de Janeiro 2007

terça-feira, dezembro 26, 2006

Pollicino (O Pequeno Polegar)



Escrita a pensar nas crianças, Pollicino é uma adaptação do conto tradicional, popularizado por Joseph Jacobs, Perrault, Irmãos Grimm ou Hans Christian Andersen . "Na verdade, a história do Polegarzinho nunca me atraiu muito", confessa o encenador. "Mas a versão de Henze é de um grande optimismo. Exalta-se a renovação da natureza e das gerações, a cumplicidade e a solidariedade. Neste mundo de pessimismo, de terrorismo e de velhos do Restelo sempre a dizer que as novas gerações não prestam, faz falta uma obra assim."

Na verdade, em O Pequeno Polegar o mau da fita não é só o Ogre (interpretação pouco cantada mas muito divertida de Luís Miguel Cintra), mas são todos os adultos, "incapazes de lidar com os seus problemas", como explica Eugénio Sena. Os pais de Polegarzinho (Ana Brandão e Mário Redondo) não têm dinheiro nem comida e preferem abandonar os filhos na floresta a procurar outra solução; e a mulher do Ogre (Sílvia Filipe) sofre calada a violência do marido.

Todo o restante elenco é composto por crianças, quase 50 divididas por dois elencos, e que representam o lado bom desta história: Polegarzinho e seus irmãos, as filhas do Ogre, os animais do bosque. Todos juntos, numa lição de entre-ajuda, os mais pequenos vão conseguir atravessar o rio e sobreviver à maldade dos "grandes". Quem sabe eles, com as suas vozes afinadas, consigam também contrariar a profecia enunciada pelo pai, logo no início, de que "quem é rico continua sempre mais rico, quem é pobre continuará sempre a pagar".

Ficha Técnica
Estreia em Portugal da única ópera infantil de Hans Werner Henze
em co-produção com o Teatro Nacional de São Carlos.
Direcção Musical João Paulo Santos
Versão portuguesa e Encenação Eugénio Sena
Cenografia e Figurinos Pedro Proença
Desenho de luz Horácio Fernandes
Interpretação Ana Brandão (Mãe de Pollicino), Luis Miguel Cintra (Ogre), Sílvia Filipe (Mulher do Ogre), Mário Redondo (Pai de Pollicino) e cerca de 40 crianças e jovens
Elementos da Orquestra Sinfónica Portuguesa


Na Culturgeste
até 28 de Dezembro

sábado, dezembro 23, 2006

O outro lado do Natal


Quando o Natal se torna ganancioso e perverso...

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quarta-feira, dezembro 20, 2006

A raíz dos problemas

O Século XIX português, tantas vezes esquecido, foi sem dúvida a raíz de muitos dos nossos problemas actuais.

A Maria da Fonte, por Bordalo Pinheiro



"O século XIX inaugura, em Portugal, um ciclo extraordinariamente rico de vicissitudes políticas.
Dois regimes jurídico-constitucionais, absoluto e liberal.
Três leis fundamentais, com vigência diferida por diferentes estratos históricos.
Nove reinados curtos e atribulados.
Um governo estrangeiro (ainda que em nome de Rei português), uma abdicação (a primeira desde a fundação da monarquia), uma usurpação (a única, pelo menos sem sucesso, desde o domínio filipino) e cinco períodos de regência.
Dezenas de governos, em especial no período que medeia a fuga da Corte para o Brasil e o início das invasões francesas (1807-08) e a última intervenção do Marechal de Saldanha na vida pública (1870), com a estabilização do esquema partidário e a institucionalização da rotina do rotativismo.
Duas guerras civis sangrentas e extenuantes, repetidas revoluções, golpes de Estado, pronunciamentos militares e movimentos palacianos (especialmente até à «acalmação» propiciada pela viragem regeneradora de 1851) sucedendo-se a um ritmo vertiginoso.
Na envolvência externa, a experiência vexatória das invasões francesas, da prolongada tutela inglesa, das repetidas interferências internacionais nos assuntos domésticos, culminando no humilhante ultimato britânico.
No panorama ultramarino, de tanta ressonância político-económica como imaginária e simbólica, o trauma que se abate sobre o império, com a perda da jóia da Coroa, precedida pela elevação do Brasil a reino associado, e a posterior viragem para África.
Enfim, na dinâmica interna, a rápida degradação da imagem da monarquia e dos seus representantes dinásticos, assumindo foros de grande brutalidade e virulência a partir da organização dos primeiros círculos republicanos.
Todos estes sucessos e perturbações têm, naturalmente, um impacto ao nível do pensamento político.
Com efeito, talvez em nenhuma outra época histórica, com excepção da primeira República, que é em muitos aspectos semelhante ao período a que nos reportamos e constitui em grande medida o seu prolongamento, os contributos e polémicas políticas floresceram de modo mais vivo, alargado, intenso e participado, mas também marcados por um mais intenso circunstancialismo.
Não é em tratados, manuais ou ensaios técnicos que os encontramos vertidos, mas sim em proclamações e manifestos, preâmbulos de decretos ou de projectos de lei, discursos parlamentares, panfletos, artigos de jornal, etc. Em consequência, os debates e exercícios doutrinais, que existem e em grande número, são mais conjunturais do que científicos, sendo rara e de fraca qualidade a reflexão especulativa de fôlego independente de imediatos propósitos panfletários, jornalísticos, tribunícios ou outros."

in "Liberalismo, Democracia e o Contrário"
de António Pedro Mesquita

VER "O Portal da História"

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Diccionário de Mulheres Rebeldes

Por cada dez homens, há uma mulher representada nas enciclopédias. Onde estão as outras nove?



O critério fundamental do livro foi o intuito de celebrar o desejo de revolta, o espírito pioneiro, os feitos inéditos e criativos, a dinâmica subversiva, a fuga à norma, enquadrando essas mulheres o mais possível num contexto epocal, para tornar mais transparentes as causas, as motivações e os efeitos de atitudes quase sempre assumidas à custa de enormes doses de coragem. Mais do que o coleccionar de histórias passadas, servirá talvez de inspiração para percursos de vidas futuras...



Cafexperimental

Rua Frei Agostinho da Cruz, 34, Setúbal,

15 de Dezembro, 6ª feira, 21 horas

Apresentação de Helena Freitas, jornalista da Lusa

terça-feira, dezembro 12, 2006

IntiMadeira



O PSD/M e o Governo da Madeira "declaram-se aliados de todas as forças políticas, sociais ou de qualquer natureza que, em Portugal, estejam empenhados em fazer cair o Governo socialista", afirmou Jardim aos jornalistas.

DN, 10/12/2006

sexta-feira, dezembro 08, 2006

A prairie home companion



Não percam, se ainda conseguirem, esta bela despedida de Robert Altman (morreu em Novembro).

Uma dissertação sobre o fim que vem sempre mas que nunca realmente acontece.

Ternura, humanismo e musica. "The show must go on" ou, melhor ainda, o espectáculo continua sempre de uma forma ou de outra.

A função dos artistas como paradigma da condição humana.

Não há melhor sítio para ver este filme do que o Quarteto com o seu ar moribundo...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Terras Sem Sombra



Assisti no passado dia 2, na igreja matriz de Sines, a um maravilhoso recital pelas "LES FIN’AMOUREUSES" denominado "Marions les Roses - O Encontro Oriente-Ocidente na Bacia do Mediterrâneo".

Recomendo vivamente este festival das TERRAS SEM SOMBRA (ver mais informação)

Aqui fica o programa:

15 de Novembro de 2006, 19h00
Lisboa, Palácio Fronteira, Conferência de Abertura
O Canto e os Instrumentos
Cumplicidades e Contradições na Música Antiga
RUI VIEIRA NERY
(UNIVERSIDADE DE ÉVORA)

25 de Novembro de 2006, 21h30
Castro Verde, Basílica Real de Nossa Senhora da Conceição
Motetos de Pero de Gamboa (1563?-1638) e Vilancicos Negros do Manuscrito 50 de Santa Cruz de Coimbra (sec. XVIII)
CORO GULBENKIAN
JORGE MATTA, MAESTRO

2 de Dezembro de 2006, 21h30
Sines, Igreja Matriz de São Salvador
Marions les Roses
O Encontro Oriente-Ocidente na Bacia do Mediterrâneo
LES FIN’AMOUREUSES
(AVIGNON, FRANÇA)

20 de Janeiro de 2007, 21h30
Beja, Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres
Recital de Cravo e Clavicórdio
Imagens da Música de Tecla Ibérica do Maneirismo ao Pós-Barroco
JOÃO PAULO JANEIRO

3 Fevereiro 2007, 16h00
Santa Cruz (Almodôvar), Igreja Matriz de Santa Cruz
O Consort Português Mal Temperado
Música do Manuscrito 964 da Biblioteca Pública de Braga
A IMAGEM DA MELANCOLIA,
CONSORT DE FLAUTAS

3 de Março de 2007, 21h30
Alvito, Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção
Canções Sacras e Seculares dos séculos XVII e XVIII.
Recital de Alaúde Barroco
MIGUEL SERDOURA

24 de Março de 2007, 21h30
Santiago do Cacém, Igreja Matriz de Santiago Maior
As Vozes e as Lágrimas Humanas
Música de Marais, Schütz, Corelli, Martini e Couperin
SETE LÁGRIMAS CONSORT

domingo, dezembro 03, 2006

O último pacto em Lisboa



Com a devida vénia ao Jumento...

sábado, dezembro 02, 2006

A precisar de vassourada



Sempre achei as vassouras objectos encantadores apesar do abastardamento dos plásticos.
Fiquei chocado quando percebi que no recinto da Expo foram adoptadas umas geringonças sopradoras em substituição das vassouras.
As maquinetas, movidas a gasolina e carregadas às costas do "operador", despejam ar por um tubo que lá vai enxotando as folhas de Outono.

Esta aberração do novo-riquismo faz barulho e lança gases para a atmosfera tornando a vida dos passeantes um verdadeiro inferno sem que se detecte qualquer vantagem prática que o justifique.

Os "gestores" da Expo gastam dinheiro no combustível das vassouras mas não têm dinheiro para manter as casas de banho a funcionar.

Tragam de volta as poéticas vassouras naturais...