Em "A vida em Directo" (The Truman Show, 1998) de Peter Weir o vendedor de seguros Truman Burbank vive em Seaheaven, um paraíso terrestre onde todos parecem conviver em perfeita harmonia. Mas, seu casamento com Meryl não anda muito bem e, para piorar, ele sente-se constantemente vigiado.
Decidido a investigar se realmente o estão espiando, Truman começa a perceber uma séries de situações estranhas, que aguçam ainda mais suas dúvidas e levam-no à descoberta: sua vida é um programa de tv transmitido em directo.
Abandonado pelos pais ainda bébé, Truman foi adoptado por uma rede de televisão que o criou num mundo irreal: a cidade onde vive é um imenso cenário, sua esposa, amigos, vizinhos, todos são actores contratados. Sua vida é uma farsa, acompanhada por milhares de telespectadores.
A partir de então sua luta é para libertar-se e poder viver verdadeiramente como nunca.
Foi aí que os problemas começaram.
A Islândia, o país com o índice de desenvolvimento humano mais elevado do mundo, voltou ontem às primeiras páginas dos jornais para anunciar a terceira nacionalização no sistema financeiro. O objectivo dos responsáveis do país é travar o colapso do sector financeiro. Com as cotações das empresas cotadas a desvalorizarem-se 30 por cento nos últimos nove dias, o Governo nórdico ordenou o encerramento da bolsa por dois dias. Só no início da próxima semana, com os ânimos dos investidores eventualmente mais serenos, é que será aberta a plataforma de negociação de Reiquejavique.
Uma inflação de 16 por cento ao ano, cidadãos endividados há várias gerações e vivendo acima das suas possibilidades, uma moeda, a coroa islandesa, a perder num ano mais de 60 por cento do seu valor, e o mercado de capitais em queda são alguns dos factores que se conjugaram para atirar para a bancarrota o segundo país mais rico de mundo, a seguir à Noruega. As dívidas da Islândia enquanto Estado equivalem, actualmente, a mais de 12 vezes a riqueza produzida internamente, o que levou as agências internacionais de rating (que avaliam a capacidade do Estado para cumprir os seus compromissos) a classificarem de modo pesado o país.
Diz Vasco Pulido Valente no Público de hoje: "A crise foi revelada pelo problema do subprime na América, ou seja, pelo excessivo crédito de risco à habitação, sem qualquer forma de garantia ou expectativa racional de pagamento. Mas não veio exclusivamente daí, nem por si mesmo o subprime explica o resto da história. O facto é que todo o crédito cresceu sem lógica ou limite, até ao ponto em que desde o Estado americano à grande banca (comercial ou de investimento) e a uma qualquer companhia de seguros pouco ilustre, o mundo inteiro ficou endividado.Isto quer dizer duas coisas. Em primeiro lugar, que centenas de milhões de pessoas, na América, na Ásia e na Europa, se habituaram a viver para lá dos meios que tinham ou que podiam ter, pelo artifício simples de gastar o dinheiro que não era deles. "
Eu bem me parecia que a causa da crise não podia ser só o "sub-prime" americano.
Temos andado todos a viver um "reality show" encantador que alguém, irresponsávelmente, resolveu retirar da grelha de programas.
Só ainda não percebi em que planeta estava a ser trasmitido.
Decidido a investigar se realmente o estão espiando, Truman começa a perceber uma séries de situações estranhas, que aguçam ainda mais suas dúvidas e levam-no à descoberta: sua vida é um programa de tv transmitido em directo.
Abandonado pelos pais ainda bébé, Truman foi adoptado por uma rede de televisão que o criou num mundo irreal: a cidade onde vive é um imenso cenário, sua esposa, amigos, vizinhos, todos são actores contratados. Sua vida é uma farsa, acompanhada por milhares de telespectadores.
A partir de então sua luta é para libertar-se e poder viver verdadeiramente como nunca.
Foi aí que os problemas começaram.
A Islândia, o país com o índice de desenvolvimento humano mais elevado do mundo, voltou ontem às primeiras páginas dos jornais para anunciar a terceira nacionalização no sistema financeiro. O objectivo dos responsáveis do país é travar o colapso do sector financeiro. Com as cotações das empresas cotadas a desvalorizarem-se 30 por cento nos últimos nove dias, o Governo nórdico ordenou o encerramento da bolsa por dois dias. Só no início da próxima semana, com os ânimos dos investidores eventualmente mais serenos, é que será aberta a plataforma de negociação de Reiquejavique.
Uma inflação de 16 por cento ao ano, cidadãos endividados há várias gerações e vivendo acima das suas possibilidades, uma moeda, a coroa islandesa, a perder num ano mais de 60 por cento do seu valor, e o mercado de capitais em queda são alguns dos factores que se conjugaram para atirar para a bancarrota o segundo país mais rico de mundo, a seguir à Noruega. As dívidas da Islândia enquanto Estado equivalem, actualmente, a mais de 12 vezes a riqueza produzida internamente, o que levou as agências internacionais de rating (que avaliam a capacidade do Estado para cumprir os seus compromissos) a classificarem de modo pesado o país.
Diz Vasco Pulido Valente no Público de hoje: "A crise foi revelada pelo problema do subprime na América, ou seja, pelo excessivo crédito de risco à habitação, sem qualquer forma de garantia ou expectativa racional de pagamento. Mas não veio exclusivamente daí, nem por si mesmo o subprime explica o resto da história. O facto é que todo o crédito cresceu sem lógica ou limite, até ao ponto em que desde o Estado americano à grande banca (comercial ou de investimento) e a uma qualquer companhia de seguros pouco ilustre, o mundo inteiro ficou endividado.Isto quer dizer duas coisas. Em primeiro lugar, que centenas de milhões de pessoas, na América, na Ásia e na Europa, se habituaram a viver para lá dos meios que tinham ou que podiam ter, pelo artifício simples de gastar o dinheiro que não era deles. "
Eu bem me parecia que a causa da crise não podia ser só o "sub-prime" americano.
Temos andado todos a viver um "reality show" encantador que alguém, irresponsávelmente, resolveu retirar da grelha de programas.
Só ainda não percebi em que planeta estava a ser trasmitido.
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