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Nos últimos tempos temos sido bombardeados com o Maio de 68. Não há cão nem gato que não se queira pronunciar sobre o glamoroso evento.
Eu, que vivi esse Maio e os tempos que se lhe seguiram na guerra da Guiné, penso que é necessário pôr “água na fervura” e mostrar que em 1968 já a revolução dos costumes e atitudes estava muito adiantada e que não foi no Maio de Paris, como muitos pretendem fazer crer, que todas as rebeldias se inventaram.
Para o efeito vou dedicar um post à cronologia de cada um dos anos que antecederam 68.
Eu comecei a década com 15 anos, em 1960, publicando um ingénuo poema nacionalista de influência pessoana no jornal escolar “Caminhando”.
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....................Quando fez o mundo, Deus semeou ilhas
....................Uma aqui, outra acolá, de quando em quando.
....................Contas de rosário, distando muitas milhas
....................Nas suas águas não passaram quilhas
....................Até os portugueses as irem desfiando.
....................Ilhas portuguesas onde bate o mar
....................Elemento de incógnita beleza.
....................Sabeis quem nele vos vem beijar ?
....................As lágrimas que ele próprio fez chorar,
....................Por o cruzar, à gente Portuguesa.
Em 1969, no último ano da década escrevi, ainda na Guiné, um poema posteriormente publicado na Vértice (1971) e que vale a pena comparar com o anterior para perceber o caminho percorrido.
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Pelo meio tinha ficado muita coisa; a entrada para a Universidade (Económicas), a publicação de poemas no saudoso Juvenil do Diário de Lisboa, o casamento, o início da actividade laboral como professor do secundário, a adesão ao PCP, a eleição para a direcção do Cineclube Universitário de Lisboa, as primeiras viagens a Paris e, a partir de 1968, a definitiva transformação provocada pela participação na guerra colonial.
Nos últimos tempos temos sido bombardeados com o Maio de 68. Não há cão nem gato que não se queira pronunciar sobre o glamoroso evento.
Eu, que vivi esse Maio e os tempos que se lhe seguiram na guerra da Guiné, penso que é necessário pôr “água na fervura” e mostrar que em 1968 já a revolução dos costumes e atitudes estava muito adiantada e que não foi no Maio de Paris, como muitos pretendem fazer crer, que todas as rebeldias se inventaram.
Para o efeito vou dedicar um post à cronologia de cada um dos anos que antecederam 68.
Eu comecei a década com 15 anos, em 1960, publicando um ingénuo poema nacionalista de influência pessoana no jornal escolar “Caminhando”.
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....................Quando fez o mundo, Deus semeou ilhas
....................Uma aqui, outra acolá, de quando em quando.
....................Contas de rosário, distando muitas milhas
....................Nas suas águas não passaram quilhas
....................Até os portugueses as irem desfiando.
....................Ilhas portuguesas onde bate o mar
....................Elemento de incógnita beleza.
....................Sabeis quem nele vos vem beijar ?
....................As lágrimas que ele próprio fez chorar,
....................Por o cruzar, à gente Portuguesa.
Em 1969, no último ano da década escrevi, ainda na Guiné, um poema posteriormente publicado na Vértice (1971) e que vale a pena comparar com o anterior para perceber o caminho percorrido.
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Pelo meio tinha ficado muita coisa; a entrada para a Universidade (Económicas), a publicação de poemas no saudoso Juvenil do Diário de Lisboa, o casamento, o início da actividade laboral como professor do secundário, a adesão ao PCP, a eleição para a direcção do Cineclube Universitário de Lisboa, as primeiras viagens a Paris e, a partir de 1968, a definitiva transformação provocada pela participação na guerra colonial.
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