domingo, agosto 24, 2008

A URSS ganharia os Jogos de Pequim ?

.

.
.
.
.
Como está na moda a "história virtual" somei, por curiosidade, as medalhas conquistadas em Pequim pelos países que, até há poucos anos, constituíam a URSS - Ucrânia, Bielorússia, Geórgia, Casaquistão, Azerbeijão, Uzbequistão, Letónia, Estónia, Lituânia, Quirguízia, Tadjiquistão e Arménia.
No conjunto arrecadaram um total de 158 medalhas das quais 43 de ouro. Se considerarmos que a China e os Estados Unidos obtiveram respectivamente 100 e 110 das quais 51 e 36 de ouro é legítimo perguntar: se a URSS ainda existisse teria ganho os Jogos de Pequim ?
A URSS, enquanto existiu, nunca obteve um tão grande número total de medalhas excepto em Moscovo (195, 80) devido à ausência, por boicote, de inúmeros países.
O número de medalhas da URSS ao longo do século XX foi:
Helsinquia 1952 (71, 22) - segundo classificado a seguir a EUA
Melbourne 1956 (98, 37) - primeiro classificado
Roma 1960 (103, 43) - primeiro classificado
Tóquio 1964 (96, 30) - segundo classificado a seguir a EUA
Cidade do México 1968 (91, 29) - segundo classificado a seguir a EUA
Munique 1972 (99, 50) - primeiro classificado
Montreal 1976 (125, 49) - primeiro classificado
Moscovo 1980 (195, 80) - primeiro classificado
Los Angeles 1984 (não participou)
Seoul 1988 (132, 55) - primeiro classificado seguido da RDA (!!) e depois EUA
Como se pode constatar os resultados da URSS em Montreal e Seoul foram muito mais expressivos do que os resultados da China em Pequim 2008.
.
.

4 comentários:

Mário Redondo disse...

É um exercício interessante, mas um artigo que li hoje no jornal Record chama a atenção para um problema (o artigo refere-se à União Europeia, e não à "virtual" URSS, mas as linhas gerais aplicam-se). Passo a citar: "esta contabilidade [...] não pode corresponder à de uma eventual equipa unificada, uma vez que ignora as quotas olímpicas de várias modalidades, que limitam o número de atletas por país, bem como os desportos colectivos, em que participaram várias equipas...".
Ou seja: as contas não são tão "directas" como tu as fazes. Aliás, contas dessas é que dão como resultado o que é referido no tal artigo: quem ganhou, e por larguíssima margem, os Jogos foi a União Europeia!
Fica o link: http://www.record.pt/noticia.asp?id=802145&idCanal=477

P.S. - Mas quem ganhou mesmo foi o nosso Sporting! eheheh

F. Penim Redondo disse...

Eu por acaso levantei a hipótese como interrogação. Se é verdade que, pelas razões apontadas no Record, uma equipa unificada teria limitações também é verdade que podia ter ganhos (só um ex.: russia e ucrania ficam em 4º e 5º lugar mas se a equipa fosse conjunta ficaria em 2º pois a equipa usaria os melhores jogadores das outras duas).

Em suma, nunca vamos saber o que aconteceria.

Mas a vitória do Sporting essa é inquestionável (mesmo com penalty marado).

Rosa Redondo disse...

Por acaso acho que onde este tipo de exercicio não se aplica de todo é à União Europeia que não tem e nunca teve tradições desportivas comuns nem politicas (e orçamentos)educativas e desportivas comuns.

Para ser purista no "espirito dos Jogos", de facto as medalhas seriam dos atletas e/ou das equipas e não dos países. Mas todos sabemos onde vai esse espirito!

Assim sendo, e num ambiente em que se procura ver os resultados à luz de regimes politicos, tipos de economia, ideologias dominantes, etc, faz sentido falar de USA, de China, de ex União Soviética e não de UE.

Mário Redondo disse...

E pretos versus brancos, já agora? eheheh aí é que estávamos lixados...
Não há dúvida de que as análises de "tendência" são sempre um pouco estranhas... Embora seja inquestionável uma certa ligação causal entre as apostas político-orçamentais de determinados países, e correspondentes objectivos/expectativas, versus resultados efectivamente obtidos por esses países, veja-se a actual discussão em torno do "modelo olímpico português"...
Fora dessas esferas claramente identificáveis e "auditáveis", todas as extrapolações são sempre, em menor ou maior grau, fantasiosas.