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O "bom povo português", que sobrevive há muito com uma justiça disfuncional, está agora na iminência de assistir à desactivação, por desmoralização e desmotivação, das forças policiais.
Isto apesar do recrudescimento brutal do "car jacking" e dos assaltos à mão armada a bancos, tribunais e farmácias. A notícias sobre a criminalidade ocupam cada vez mais espaço nos jornais.
Como se tal não bastasse um pseudo-estudo publicado na imprensa teve o arrojo de insinuar que somos afinal um povo com práticas criminosas generalizadas, como se não houvesse qualquer diferença entre as vítimas e os assaltantes, procurando dessa forma minimizar a gravidade da situação.
Estes aprendizes de feiticeiro estão a brincar com um barril de pólvora.
Apesar de ser patente a impunidade de muitos comportamentos criminosos, irresponsávelmente justificados por alguns, espero que o civismo e o bom-senso dos portugueses consiga evitar a "justiça popular" e o descambar da situação para a violência avulsa e para a perseguição de inocentes.
Espero que o "Inquérito Nacional à Vitimização" anunciado pelo Governo, que ouvirá 8.500 pessoas até Janeiro, mostre o verdadeiro estado de espírito dos portugueses em matéria de segurança. O que se ouve nas ruas e nos transportes é mesmo muito mau.
1 comentário:
Os assaltos a bancos e os casos de carjacking aumentaram nos primeiros seis meses do ano. O director do Gabinete Coordenador de Segurança, Leonel Carvalho, prefere não adiantar números concretos, mas diz que se registaram "dezenas" dos primeiros e "centenas" dos segundos (subida de "mais de 50 por cento").
O aumento de crimes violentos e graves, no primeiro semestre do ano, é "bastante apreciável", reconheceu Carvalho, exemplificando que, até aqui, eram "raros os casos de reféns": "Não tenho memória de uma situação [como a do BES]", disse, acrescentando que "estão a aumentar" os assaltos a caixas Multibanco, mas que não são considerados crimes graves.
Citando fontes policiais, o Correio da Manhã noticiou ontem que, no primeiro semestre do ano, houve quatro assaltos por semana a dependências bancárias, mais de metade dos quais no distrito de Lisboa. Já o Jornal de Notícias falou em um assalto dia sim, dia não. E noticiou que os crimes de sequestro, rapto e tomada de reféns também aumentaram.
Entre 2006 e 2007, os roubos a bancos diminuíram - de 139 para 108, mas 2007 foi um ano de diminuição da criminalidade em geral. Em 2005, tinha havido 153 participações. Entre os crimes listados como violentos e graves, o de roubo na via pública é o que "maior peso relativo apresenta todos os anos", indica o último relatório anual de segurança interna (2007). Público 15 Agosto 2008
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