SCUTS - O lado negro da Democracia

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O pagamento das SCUTS está a ponto de se concretizar através de um sistema de isenções, complexo e absurdo, oneroso na sua gestão e gerador de contestações sem fim. Na sua irracionalidade só tem paralelo no famoso "sistema de colocação de professores" que espantou o País durante décadas com as suas peripécias e dislates.

A génese destas coisas é sempre a mesma. Para evitar o descontentamento de certos grupos activos, e as consequentes perdas eleitorais, os partidos e os governos tentam agradar a esses cidadãos directamente afectados por medidas necessárias transferindo os encargos, de forma encapotada, para os impostos pagos por todos.  

A retórica sobre a "interioridade" e as "alternativas", depois de esprimida, resume-se a este oportunismo eleitoralista em que cada partido tenta evitar ser responsabilizado pelas decisões.

As SCUTS nasceram como actos irresponsáveis e eleitoralistas de quem "fez obra" com o dinheiro que não tinha. Agora que esse embuste se tornou claro, agora que se percebeu o fardo imenso que as SCUTS representam para o futuro, agora que as culpas deviam ter um preço, varre-se o problema para debaixo do tapete do Orçamento do Estado.

É este o lado negro da Democracia.

Para aceder ao poder, ou manter o poder,  promete-se o que for preciso e gasta-se o que não há. Quando o estratagema é desmascarado cometem-se novos erros, lesando de novo o país, para ocultar as culpas e prosseguir a gloriosa carreira de estadista.

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