Os casos, que também estão no Ministério Público (MP), envolvem remédios com 100% de comparticipação para pensionistas, entre outros. Recorde-se que o crescimento da despesa na área levou recentemente o ministério a anunciar o reforço das acções inspectivas.
Estas situações de burlas custam "centenas de milhares de euros" ao SNS e envolvem sobretudo medicamentos que possibilitam maiores margens de lucro e elevadas comparticipações. Nos últimos dois anos, foram investigadas mais de 12 situações diferentes na área dos gastos com medicamentos.
Há pelo menos três casos que envolvem médicos e farmácias e que estão a ser investigados também pelo MP. Todos eles têm em comum a mesma farmácia, que registou um aumento elevado e súbito da facturação, indício que levanta suspeita de irregularidade.
Numa das situações, identificou-se um médico que prescrevia receitas em nome dos seus doentes ou familiares e depois as receitas eram aviadas sempre na mesma farmácia, que ficava a mais de cem quilómetros de distância da morada dos doentes. No entanto, nenhum dos doentes comprou a medicação prescrita. Quando os utentes foram contactados - muitos deles eram idosos - disseram que nunca tinham visto as receitas, não as assinaram e nem sequer tomavam aquela medicação. Custo para o Estado: 89 mil euros.
O segundo caso relatado ao DN envolveu outro clínico, 55 mil euros de gastos e o total desconhecimento dos doentes que viviam ainda mais longe da farmácia que enviava as contas para o SNS. O terceiro é ainda mais caricato, porque o clínico envolvido prescrevia medicamentos a doentes que nem eram da sua lista. As cinco receitas passadas foram assinadas, entre outros, por um doente que não sabia ler nem escrever...
Ler mais no DN 01.09.2010
"Hoje o nosso estado social está melhor" disse Sócrates numa inauguração recente.
Esqueceu-se de acrescentar "para alguns está até muito melhor".
Para o SNS custar o que custa tem que haver muitos desperdícios e muitos roubos.
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1 comentário:
É por estas e outras (infelizmente muitas), que o SNS no seu formto actual tem tão ardentes defensores da parte das corporações (das farmácias,dos laboratórios, dos médicos,dos enfermeiros, etc.) e dos politicos que os servem e deles se servem.
E o Zé cá está para pagar. Para já, reduzem as deduções fiscais das despesas de saúde; depois logo se verá. Se o Zé fôr tão parvo que continue a votar neles.....
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